All I Ever Wanted escrita por gabis


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo de All I Ever Wanted, que é continuação de Garoto Dos Meus Sonhos.

Demorou, mas saiu!

Enjoy (=



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Capítulo 1.

_Cara, não acredito que você fez isso!

_Na verdade, não tenho certeza ainda...

_Mesmo assim! Se tiver acontecido, foi a maior burrada da sua vida!

_Calma, Lippe! Não é bem assim, também... Ele não planejou.

_Claro que é assim! Imagina, ter que abandonar os planos, os sonhos, pra cuidar de um filho!

_Cara, não se estressa! Nem é com você!

_Claro que não, eu jamais deixaria isso acontecer!

_Olha hein... Cuidado com o que ta falando. Você tem a mesma idade que eu e pode acontecer com qualquer um.

_Tenho a mesma idade, mas não a mesma cabeça. E comigo não vai acontecer.

Aí ele saiu. E lá fui eu atrás, mandando um olhar de desculpas ao seu amigo. Lippe andava estressado demais ultimamente. Às vezes tinha vontade de mandá-lo comprar um cogumelo do sol e ser feliz. Mas eu me controlava e apenas aturava a TPM. Não, porque... pra ficar estressado daquele jeito... Enfim. Na verdade, nem sempre eu me controlava, algumas vezes ele ficava simplesmente insuportável.

Durante o caminho do shopping até a sua casa, praticamente não falamos. Ele andava acariciando a minha mão. Seria fofo se ele não fizesse isso com tanta... agressividade.

Só quando chegamos é que ele se acalmou um pouco e eu resolvi falar.

_Lippe... Porque você ficou tão revoltado quando seu amigo disse que acha que a namorada ta grávida?

_Porque sei lá... Acho que é muita burrice colocar o futuro a perder por uma irresponsabilidade...

_Mas depois que acontece, não da pra voltar atrás.

_Mas da pra evitar que aconteça. E também... Eu me coloquei no lugar dele e acho que não ficaria tão calmo assim. Não sei se conseguiria aceitar e tal... Mas, ah, esquece. Não vai acontecer.

Dei um sorriso forçado e o abracei. Mal sabia ele que ultimamente aqueles pequenos enjoos estavam aumentando e eu notava certas... mudanças em mim. Sim, eu estava começando a suspeitar que estivesse... hum, grávida.

_Ah, amor, falando em futuro... Te contei que ta quase tudo certo pra nossa viagem?

_Ah é? Que ótimo!

Lippe teria a oportunidade de fazer um curso fora do país. E é claro que ele queria que eu fosse junto. Eu estava me sentindo meio... folgada, já que ele queria pagar praticamente tudo. Quem não estava lá muito satisfeito com a idéia era seu pai, que ainda tinha na cabeça que eu poderia prejudicar o futuro do Felippe. Nunca antes eu havia pensado em dar razão ao meu sogro...

_Você não parece tão animada...

_Só to cansada...

_Aah, então descansa enquanto eu faço a janta, ok?

_Ok.

Ele sorriu e foi impossível não sorrir também. Ultimamente, apesar de estressado, Lippe parecia extremamente feliz; eu podia notar isso cada vez que olhava em seus olhos, em cada ‘bom dia’ quando eu abria os olhos e a primeira coisa que via era seu sorriso.

*--*--*--*--*--*

_Ai, com licença.

Eu mal tinha dado duas garfadas e tive que sair correndo pro banheiro. Mais um enjoo. Eu estava ficando cada vez mais nervosa em relação a isso. E se eu estivesse mesmo grávida? Era o que eu menos precisava no momento. Lippe jamais me perdoaria e tudo que nós ‘reconstruímos’ acabaria de vez.

Voltei pra mesa e todos me olhavam espantados, exceto Diego, que parecia nem ter notado minha ausência momentânea.

_Babi, querida, você já procurou um médico?

_Rá, eu vivo dizendo isso pra ela, mãe. Mas você acha que me escuta? Não tem mais cabeça dura. “Não é nada, Lippe”, “Vai passar, Lippe”, “Esquece, Lippe”...

_Cala a boca, Lippe! Não fala mais, Lippe. Já chega, Felippe._Dei um sorriso super fofo. Aah, para! Ele podia ficar me imitando com uma voz HORRÍVEL e fazendo careta e eu não posso xingá-lo? Ah, ta bom, Cláudia.

Minha sogra me olhou primeiro com cara de “eu sei o que você fez mês passado” e depois com cara de quem analisa. Fingi que não vi.

_Viu só, mãe? É sempre “cala a boca, Lippe” e não sei mais o que. Mas me ouvir, que é bom, nããããão.

_Lippe, filho, quem tem que saber é ela. Tenho certeza que se ela achar que deve, ela vai no médico._Amém, Senhor! Alguém sensato nessa família!

_Mas eu fico preocupado, poxa... Não é legal vê-la passando mal e tal...

_Ta, Lippe. Se piorar eu vou no médico. Satisfeito?

_Sim!_Ele me olhou com um super sorriso forçado. Não olha... tem sérios problemas a criatura.

Durante o resto do jantar, minha sogra continuou me analisando. Lançava olhares que me faziam pensar que ela via dentro de mim, da minha cabeça. Ah cara, será que ela lê pensamentos que nem a minha mãe?

Só pra me deixar mais apavorada, logo após meu último pensamento ela deu um sorrisinho e balançou a cabeça, finalmente tirando os olhos de mim. É, definitivamente não tem ninguém normal nessa família.

Terminamos de jantar e logo resolvi ir pra casa. Lippe, claro, me levou.

_Babi, até você resolver ir no médico eu não falo com você.

Ele cruzou os braços, fez bico e virou a cara. Gente, ele estava virando gay?

_Não?

Ele não respondeu.

_Lippe, não?

Ele apenas balançou a cabeça.

_E até quando isso vai durar?

_Não sei, pô! Até você ir no médico!

_Rááá, faloooou!

_Santa infantilidade, tsc tsc._Disse e rolou os olhos. Pausa pra cara de FUUU.

_Olha QUEM falando, né.

_Ai, ta, ta. Ok. Você venceu. Mas tem que ir no médico, entendeu?

_Aff, entendi.

_Não se preocupa, eu vou com você, caso o problema sejam agulhas e coisas do tipo...

Quem dera o problema fosse medo de agulhas.

_Lippe...

_O que?

_Cala a boca.

_Ta bom.

Ficamos nos encarando. Ele levantou o dedo. Rolei os olhos e sorri, fazendo sinal pra que falasse. Tão primeira série...

_Posso pedir uma coisa?

_O que?

_Um beijo. Você me da?

_Só um?

_Opa, na verdade... eu não tenho problema com números grandes...

_Claro, claro...

Ele me beijou, mas logo tive que soltá-lo, pois tive outro enjoo.

_Vou subir.

_O que? Por quê?

_Hum, ta tarde._Por quê? Porque se não eu vou vomitar em você, retardado.

_Então ta, né... Até amanhã.

_Até.

Ele tentou me beijar de novo, mas fingi que não o notei vindo na minha direção e apenas lhe soprei um beijo, entrando no prédio a tempo de ouvi-lo gritando:

_Te amo, sua maluca!

Entrei correndo em casa e fui direto pro banheiro. Minha mãe, graças a Deus, estava na cozinha, por isso não viu pra onde fui. Cara, eu realmente to precisando ir a um médico... Primeiro em um psicólogo, porque né... com tanto louco na volta... E depois em um pra ver se eu estava mesmo... hum, grávida. Se estivesse... Paciência. (E haja paciência, porque né, 9 meses... Enfim). Eu ia ter que contar pro Felippe (óbvio, pois uma hora ele descobriria) e pra minha mãe... e arcar com as conseqüências. Eu é que tinha sido irresponsável. Aliás, eu e ele.

Me prendi a esse pensamento. Quando, Deus, tínhamos sido irresponsáveis? Como eu fui engravidar? Quer dizer, pera... como eu sei. Né. Por falta de rapadura não foi... Er. Ou talvez tenha sido... Será que a rapadura evitaria e... Cara, o que eu to falando? Que merda foi essa? Credo. Voltando ao começo... quando? Pensei em nossas últimas noites juntos... Sorri com isso. Mas, hum, não. E antes de ele ir embora... AI MEU DEUS, a noite do chocolate quente! Tinha que ser chocolate quente. TINHA. Eu disse que não me dava bem com chocolate. EU DISSE. O que Felippe tinha colocado naquela bagaça? Eu tava muito... lokona. Ok, parei. Mas sério... Naquela noite nós não pensamos em absolutamente nada, só em nós dois. Se bem que... Se foi só aquela noite... Talvez eu nem estivesse grávida. Pode ser psicológico, não pode? Não tem essa coisa de gravidez psicológica? Então. Eu falei que precisava de um psicólogo...

Passei o restante da semana com a dúvida cruel. Angustiada com a idéia de estar realmente grávida. Na sexta feira resolvi que uma hora teria que encarar a situação, fui ao médico.

Cheguei no consultório e passei um bom tempo esperando naquela MALDITA sala de espera. Pó, pra que demorar tanto? Já estava ficando ainda mais nervosa, quando...

_Bárbara Oliveira.

Naquela hora queria poder abrir um buraco no chão ou simplesmente não ter esse nome. Na verdade, queria não ter que estar ali.

Entrei na sala do médico e sentei. Ele estava fazendo algumas anotações e logo em seguida olhou pra mim. Cruzei as mãos no colo, batendo o pé no chão. Ele continuou me encarando, sem dizer nada. Ele não tinha que me dizer algo, não? Ele arqueou uma sobrancelha e eu me irritei.

_Por quanto tempo mais o senhor vai me encarar? Por acaso também lê mentes?

_Até você me dizer o que tem.

_Mas era só perguntar, dã. E não era pro senhor me dizer o que eu tenho? Pra que servem os médicos, então, se não for pra isso?

Ele me encarou, confuso. Sacudi a cabeça. Cara, eu realmente tava estressada.

_Esquece, me desculpe.

_Tudo bem, então..._Ele olhou minha ficha._Bárbara. O que a senhorita sente?

_Sem essa de senhorita! É... tenso.

_Ok. O que você sente?

_Er... Enjoo, às vezes tontura, e uma baita dor de cabeça. Ta tudo confuso... Meu cérebro ta pior que antes!

_Desde quando tem sentido isso?

_Bom, desde... sei lá, final de agosto, início de setembro.

_Você tem namorado?

_Sim..._Abaixei a cabeça, envergonhada. Eu sei, eu sei. Assinei atestado de culpa.

_Entendo. Bom, deixa eu te examinar.

Ele indicou a maca que tinha do lado direito da sala. Minhas pernas tremiam... No fundo, eu tinha quase certeza do que tinha. Só queria uma última confirmação. Ou melhor... Estava me agarrando às últimas esperanças.

_Bom... doente você não ta. Acho que já sei o que você tem, mas vou te pedir uns exames pra confirmar e quando tiver o resultado, você traz aqui pra gente conversar.

_Ok... E o que o senhor acha que eu tenho?

Ele me olhou com um leve sorriso irônico e arqueou uma sobrancelha antes de me olhar profundamente nos olhos e perguntar:

_Tem certeza de que você já não sabe?


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Notas finais do capítulo

Ficou óbvio, eu sei. Ou não, né...

Enfim, espero que alguém ainda leia isso e... Até o próximo =)

Nunca esqueçam que reviews ajudam a continuar escrevendo ;)

Beijinhos :*



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