PDV Erin

Eu vou morrer.

Eu sei, é um pouco tosco falar isso afinal, todo mundo vai morrer um dia, né? E eu invejo essas pessoas que não sabem quando vão morrer, por que eu posso não saber quando exatamente, mas sei que está próximo. Eu infelizmente não vou viver o suficiente pra ver os meus filhos crescerem e o meu amor me ajudando a cuidar deles. Não, eu não vou ver isso. Quero dizer, não irei ver na minha forma física, mas sempre vou ajudar quando precisarem de mim, mesmo eles não podendo me ver, eu sempre vou estar ao lado deles.

-Enfermeira. – chamei quando essa entrou no quarto, com certeza veio me dar algum remédio, ultimamente essa era a unica coisa que eles faziam.

-Sim? – ela se virou e eu tentei me sentar, com ela me ajudando.

-Você pode me ver alguns papeis e uma caneta? – perguntei e ela assentiu sorrindo.

-Claro, eu já volto. – ela saiu do quarto e voltou 2 minutos depois, com um caderno e uma caneta.

-Obrigada. – agradeci enquanto me ajeitava na cama.

-Daqui a pouco eu volto. – ela saiu, me dando privacidade.

Respirei fundo, ignorando a dor que vinha de meus pulmões e comecei a escrever, a primeira carta seria para a minha filha, tão linda...

“Querida Maria Luiza – ou Malu, como eu soube que o seu tio e padrinho Duff lhe chama.

Me desculpe por não ter visto você crescer e nem por ter lhe acolhido todas as vezes que você teve pesadelo. Eu queria muito ter acompanhado a sua infância e a do seu irmão, mas infelizmente a vida não me concedeu mais essa alegria. Eu sinto muito que você não possa se lembrar de mim, mas eu queria que você soubesse minha filha, que a mamãe sempre estará ao seu lado e sempre se lembrará de você. Sempre.

Cuide do seu irmão, por mim, eu sei que vocês são gêmeos, mas desde o momento em que eu a peguei pelo colo na primeira vez, soube que você seria a minha menininha responsável. Mas se não for, não tem nenhum problema, eu mesma não tomei todas as decisões corretas, uma delas me trouxe até essa cama de hospital que me encontro agora, não me arrependo de nenhuma, mas gostaria que algumas coisas fossem diferentes, e então eu poderia cuidar de vocês.

Apesar de tudo minha filha, nunca duvide do meu amor por você e pelo seu irmão e nem pelo seu pai. Cuide dele por mim também, a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Ele lhe ama muito também, percebo isso pelo jeito que lhe olha, quando lhe toma nos braços e principalmente na hora de brigar por vocês com a sua avó. Espero que a guarda de vocês fique com ele e vou dar tudo de mim para que isso aconteça, não importa o que.

Seus tios também lhe amam muito, muito mais do que qualquer um pode imaginar. Eles ainda são um pouco irresponsáveis mais tenho certeza de que nunca deixaram que algo aconteça a você e ao seu irmão.

Pra terminar, eu queria dizer que tenho muito orgulho de você minha filha. Deixo com você um conselho: mate um leão por dia! Eu sei muito bem o quanto a vida é difícil e o quanto é duro lidar com ela, mas nunca desista dos seus sonhos, seja sempre fiel aos seus princípios e nunca desacredite no amor, porque ele sempre está ali e sempre vai estar, não importa o quão impuro seja o coração dos homens.

P.S. Falarei ao seu pai pra entregar essa carta apenas aos seus quinze anos, não fique brava com ele ou pense que ele estava escondendo isso de você, eu pedi a ele.

Beijos e muitas felicidades,

Sua Mãe,

Erin Everly.”

Enxuguei as lágrimas que insistiam em cair e arranquei a folha, dobrei-a e tirei outra, improvisando um envelope onde coloquei MALU. Pensei mais um pouco e tirei meu anel, aquele que ganhei do Axl no nosso primeiro ano de namoro, e o coloquei dentro do envelope.

Coloquei esse envelope de lado e comecei a fazer a outra carta.

“Matheus,

Meu filho, você sabe por que eu escolhi esse nome pra você? Presumindo que a resposta seja não, eu respondo, Matheus foi a pessoa que eu mais amei na minha vida. Era o meu irmão, infelizmente hoje ele não está mais entre nós, quero dizer, entre vocês. Quando você ler essa carta eu estarei ao lado dele, olhando por vocês.

Em homenagem a ele, hoje o seu nome é Matheus, que do hebraico significa Dádiva de Deus. E você e a sua irmã foi o melhor presente que Deus podia me dar. Quando eu soube que estava grávida, foi um momento muito difícil e a única alegria que eu tinha meu filho, era você e a sua irmã. Não sei se o seu pai já lhe contou, mas assim que eu descobri que estava grávida, eu fugi, não por medo de seu pai não lhe aceita ou me mandar tirar os bebes, ele nunca faria isso. E por eu saber disso, eu poria em risco a brilhante carreira que ele tinha pela frente. Então eu fugi, fui acolhido pelos meus pais – seus avós – mas eles não gostavam do seu pai, e eu tive que parar de vê-lo, foi quando eu sofri o acidente e seu pai me reencontrou, no começo ele não acreditava em mim, mas assim que viu vocês dois, que são a cara dele, não teve como não se apaixonar.

Hoje eu sei que a melhor coisa que me aconteceu foi ter conhecido seu pai e ter tido vocês dois. Não pense em nenhum momento que eu ou o seu pai achem que vocês foram um erro, porque isso não é verdade. Eu, seu pai, o Duff, Izzy, Steven e Slash o amam com todas as forças.

Termino essa carta deixando dois conselhos: Nunca se deixe levar pelos outros e nunca faça nada de cabeça quente, porque as palavras podem machucar mais do que uma agressão física. Não acredite em tudo o que lhe disserem, principalmente a mídia, eu sei o quanto ela pode ser cruel quando quer. E Nunca abaixe a cabeça para ninguém, nem nunca levante o nariz alto demais, olho no olho já é o suficiente...

E cuide da sua irmã e do seu pai, quando você crescer mais, será um homem maravilhoso.

Beijos com muito amor,

Mamãe.

Erin Everly.”

Uma lágrima pingou, manchando o meu ultimo nome. Suspirei e voltei a enxugá-las, não importa quantas vezes eu fazia isso, elas sempre voltavam a cair.

Arranquei essa folha e outra em seguida, com a segunda fiz um envelope e coloquei a carta dentro. Olhei para o meu pescoço e vi minha correntinha, eu nunca a tirava, tinha um pingente com uma plaquinha de ouro e nela estava escrito: “Nós vamos estar juntos mesmo quando não estamos perto”. Não era uma corrente masculina nem feminina, era perfeita, eu a tirei e a coloquei dentro do envelope.

Suspirei pela décima quinta vez e me preparei para escrever a próxima carta, como eu sabia que no momento em que fizesse a carta do Axl eu não aguentaria, resolvi fazer logo a dos meninos, seria uma para os quatro.

“Caros Duff, Izzy, Slash e Steven

Primeiramente, queria agradecer por todo o carinho que vocês me acolheram quando ainda nem me conheciam, sei que não sou a melhor companhia do mundo, e vocês deveriam ganhar  um premio por me suportarem por tanto tempo. Queria agradecer o modo que me defenderam em algumas brigas com o Axl, o modo como me ajudaram e principalmente, por estarem cuidando dos meus tesouros nesse momento.

Eu queria esclarecer uma coisa: Depois de tanto pensar em quem seriam os padrinhos e as madrinhas, decidi – sem o conhecimento do Axl – que os dois terão dois padrinhos, o que vocês acham? Eu pensei em o Duff e o Izzy serem os padrinhos da Malu (como eu já havia prometido ao Duff – é loiro, eu não esqueci!) e o Slash e o Steven serem os padrinhos do Matheus. Eu sei que legalmente não pode ser assim, mas desde quando seguimos as regras?

Bom, eu queria pedir a paciência de vocês, pois vem tempos muito difíceis pela frente, eu sei que eu não vou sobreviver, não estou com medo e muito menos com raiva. Mas infelizmente vocês todos vão sofrer por isso, e eu sinto que o Axl pode se entregar a dor. Se ele quiser fazer isso, por favor, não deixem! A responsabilidade sobre vocês vai aumentar, pois terão que cuidar de duas crianças e um adulto, se sentirem muita dificuldade, chamem a Berta, tenho certeza de que ela não se importaria de ir praí alguns dias a mais.

Cuidem bem dos meus filhos, é a única coisa que peço, não que eu não saiba que vocês vão cuidar, mas sabem como é mãe, né? Ainda mais uma de primeira viagem que não vai poder acompanhar de perto o crescimento dos filhos. Coloquem os dois nas melhores escolas que encontrarem, mas não os deixe ficarem muito mimados, não vai ser legal.

Agora o principal, não deixe que a minha mãe fique com eles. Eu sei o que ela quer, ela quer manipular o Axl através das crianças, tirar todo o dinheiro dele e o proibir de ver os filhos. Tudo por ganância, eu sei que ela é minha mãe, mas ela não presta.

Quanto à música, Duff, Izzy Steven e Slash, nunca desistam do sonho de vocês! Vocês chegaram ao topo e vão se manter aí por um bom tempo! Vocês são especiais! Nunca conheci ninguém que tocasse com mais animação que o Steven, ou que fizesse letras tão profundas quando o Izzy, ou ainda que entrasse numa banda de Hard Rock, sendo um punkmaníaco! Duff, você faz a diferença nessa banda, e só fine(Axl me amostrou a demo), é linda! Slash, seus riffs são ótimos, você tem um jeito de compor riffs que é divino! E o Axl, meu Deus, nunca conheci alguém com a voz tão perfeita quanto a dele, como ele muda o tom em milésimos de segundos, é genial, perfeito!

Eu não quero me despedir de vocês, e se eu der sorte, não vou pessoalmente, apenas por essa carta. Odeio despedias, mas infelizmente sinto que essa vai ser necessária, tanto pra mim, quanto pra vocês. Todos nós evoluímos, e de uma forma ou de outra, amadurecemos. Mas agora eu sinto que a minha jornada aqui na Terra acabou, a morte vem me buscar, e eu a receberei de braços abertos, ansiosa por uma nova aventura, uma nova terra de conhecimentos. Por que a morte nada mais é do que uma farsa, vocês sabem disso.

Eu amo vocês, todos, sem exceção, nunca se esqueçam disso. Vocês sempre foram os amigos mais sinceros que eu já tive, os únicos que gostavam de mim pelo que eu era, e não pelo que eu tinha ou pelo que eu representava.

P.S. Izzy, aqueles projetos que você me amostrou são perfeitos, não os desperdice guardando-os!

P.S.2. Meninos, se o Izzy não quiser mostrar mesmo assim, não o perturbem ok? Ele tem todo o direito de ter sua privacidade, não é egoísmo da parte dele não querer mostrar as letras, é apenas pessoal demais e ele tem o total direito de não se expor.

Beijos com muito carinho

Erin Everly”

Sorri e arranquei as duas folhas, dobrando-as, arranquei outra e fiz de envelope.

-Bom, agora vem a parte mais difícil... – murmurei para eu mesma.

“Ao meu querido e único amor, nem sei como fazer essa carta pra você.

Dizem que a pior dor é a dor da perda, sinto muito que você tenha que passar por isso, mas vai ser inevitável.

Muita coisa do que eu tinha pra lhe dizer, eu disse naquele dia. Eu não tenho medo da morte, tenho saudades do tempo em que podia viver, porque aqui nesse hospital, sinto que já não vivo mais.

Há pessoas que entram em nossas vidas por acaso, completamente por acaso, e por lá ficam. Sinto que com nós dois aconteceu exatamente isso, ainda posso me lembrar do dia em que te conheci: Lá estava eu no meio do Rainbow, tinha acabado de ganhar um emprego de modelo em uma das melhores agencias aqui de Los Angeles e tinha ido lá com umas amigas para comemorar. Escuto que uma banda de rock vai se apresentar e fico curiosa, Guns n Roses, esse nome não me era estranho, mas também não era um nome que eu já estava acostumada como agora.

Bebo meu drink enquanto vejo a banda se ajeitar para começar o show, até onde eu sabia eram 4, os dois loiros (um extremamente alto e outro mais baixo que o normal) e dois morenos, um de cabelos lisos e uma boina e outro de cabelos cacheados e uma cartola engraçada. Eu, como uma pessoa que não entendia nada de rock até então, penso que a banda está completa. Mas de repente, quase no ultimo momento, entra a pessoa mais linda que eu já tive o prazer de conhecer, era relativamente alto, ruivo com uma badana azul na cabeça e vestia uma calça de couro apertada, uma camisa preta dos Sex Pistols e uma jaqueta de couro por cima, apesar de estar um calor dos infernos em Los Angeles. E ah! Como eu pude esquecer? Você também estava com brincos, colares, pulseiras e um óculos que o fez ficar estranhamente sexy, apesar de já ser mais de meia e não precisar de óculos de sol.

Até aí eu achava que já tinha visto o cantor mais bonito depois de Elvis Presley, mas foi apenas quando ele abriu a boca – muito sexy por sinal – que eu pude me apaixonar completamente, lembro-me que naquele dia em especial, vocês cantaram rocket Queen, paradise city, Mr. Brownstone e encerraram com My Michelle. Pelo que me lembro, nessa noite o Izzy me chamou para “sair” e eu recusei, logo depois veio o Duff e o Stee, todos eu recusei, meu unico alvo foi o que não me convidou, foi o ruivo que ficou sentado na mesa, só tomando uma cerveja e observando tudo ao redor, o que aliás, foi uma coisa que eu sempre admirei em você, sua confiança. Você sabia que eu lhe queria – á essa altura, o bar inteiro já sabia – mas nessa noite você não moveu uma palha pra ficar comigo.

No outro dia voltei ao bar pra ver vocês ,e de musica nova, ouvi Welcome to the jungle, quando o show acabou e você de novo, se sentou no mesmo lugar, eu meio que perdi as esperanças. Mas para a minha completa surpresa e felicidade, você apareceu do nada e se ofereceu para me levar pra casa, não recusei é claro, mas fiquei em duvida das suas intenções por mim. Eu não queria ser uma garota de uma noite só das quais vocês já estavam acostumados e provavelmente enjoados. Por isso não deixei você avançar o sinal naquele dia. E o resto você sabe, nós nos tornamos amigos, depois namorados, noivos e quando íamos finalmente nos casar, eis que o destino nos prega uma peça. E como a covarde que sou, fugi. Fugi pretendendo nunca voltar, quero dizer, eu pensava que um dia, quando nosso filho já estivesse grande o suficiente, eu lhe contasse sobre o pai e ele fosse procurá-lo, loucura eu sei, por isso mudei de ideia, mas infelizmente já era tarde demais.

Meu pais me proibiram de vê-lo, alegando que se eu saísse de casa, não poderia voltar nunca mais. E eu tinha medo – não por mim, mas pelos nossos filhos – de que um dia eu saísse de casa, fosse lhe procurar, e você não acreditasse em mim. Ou pior: que não me amasse mais. Eu sei, isso é besteira, mas no auge da minha depressão, pensei até em tirar a minha vida, só que isso seria injusto, porque se eu não mais vivesse, mataria os meus filhos, ou então se eles fossem criados pelos avós, eles nunca chegariam a conhecer o pai, e isso não estava nos meus planos.

Você quer saber por que eu não me despedi? Foi pelo mesmo motivo que eu estou deixando essa carta, tudo se resumi a essa pequena frase de um dos meus autores favoritos:

“Como dizer adeus a alguém que você não pode imaginar viver sem? Eu não disse adeus. Eu não disse nada. Apenas fui embora”

E apesar de eu estar escrevendo essa carta, eu preferiria não escrever nada, mas penso que seria mais doloroso para você. Desculpe-me se me equivoquei, não era a minha intenção.

Por ultimo, eu queria fazer um pedido a você: não chore!

Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar. Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre. Eu estou indo embora, mas em troca lhe deixo algo mais valioso e especial: os nossos filhos.

Também deixo aqui um ultimo conselho: Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje(apesar de eu ter pedido pra você não fazer isso, a ultima coisa que eu quero é lhe reprimir, que isso fique claro). O ontem já foi e talvez o amanhã não venha.

Acho que já ocupei demais do seu tempo aqui, leia isso e guarde, guarde em um local que você não vá lembrar, por que você não deve se prender a esse papel, não deve se prender ás minhas lembranças, não mais. Se apaixone de novo, e por favor, seja feliz, é tudo o que eu desejo para você meu amor.

Com todo amor e carinho,

Da sempre sua,

Erin Everly.

P.S. Eu fiz mais três cartas que estarão aqui dentro, uma você entregará aos meninos agora e a outra, você vai entregar para os nossos filhos quando achar que é a hora certa, quanto eles tiverem a capacidade de entender o que está escrito.

P.S.2. Eu te amo.”

Terminei de escrever e dobrei os papeis, tinham sido 3 folhas no total, fiz um envelope maior e coloquei essa carta e os outros 3 envelopes dentro, seria mais prático ter só um envelope. Escrevi W. Axl Rose nesse e deixei em cima da mesa que tinha ao lado.

Pronto, eu estou pronta para partir.

PDV Autora

Eram 9 e 34 da noite quando um bip apitou dentro de algum jaleco de algum médico dentro do hospital, rapidamente ele e as enfermeiras se dirigiram ao quarto 326. Eles sabiam que aquela paciente em especial estava em seus últimos dias de vida, tinha uma doença que não foi identificada e ainda por cima estava de quarentena, o que a deixava mais vulnerável. Uma coisa que eles não imaginavam era que seria tão rápido.

-Rápido! Um desfibrilador! – um médico gritou e rapidamente uma enfermeira passou a ele o equipamento. Ele abriu a camisa da paciente e gritou.

-320! – uma carga de energia foi mandada ao coração, mas nada resultou.

-De novo! Afastem-se! – o médico gritou e novamente a onda de energia foi mandada.

-Não está dando certo! 10 ml de adrenalina! – o médico pegou uma seringa e injetou na paciente.

-Ainda está desfibrilando! Tenta outra vez! – uma enfermeira sugeriu e assim o médico fez, mas umas 5 vezes.

-Hora da morte: 9:40. – informou a enfermeira, levantando o lençol e cobrindo o rosto da paciente.

De repente, todos sentiram um calafrio.

-Você ouviu isso? – o médico perguntou.

-Senti, foi como se alguma coisa estivesse passando pelo meu corpo! – ela tremeu de novo – Cruz credo! Deixa eu sair daqui!