Cavaleiros do Caos escrita por Neko D Lully


Capítulo 12
XI - O Fim...


Notas iniciais do capítulo

Ok, depois de muito tempo sem postar nada aqui e volto com um cap desse? *se superou* pelo menos é grande né?... né?... Ah! Que agonia! Eu não acredito que fiz! Não acredito que fiz isso! *vixe pirou* °tava demorando° - que perdi? - AAAAAAAHHHHHHHH!!!! -não queria ter ficado sabendo x.x- *Luly, calada!* Ta parei. Galera quando terminarem de ler não me matem.
Agora vamos para a fic -.-'



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Cavaleiros do Caos.

 Acordou antes mesmo do sol começar a nascer. Sua respiração agitada mostrava que tinha tido um pesadelo, mas não se lembrava de qual era. Levou uma mão a cabeça, passando seus dedos por seu cabelo azul enquanto tentava com desespero lembrar o que tinha sonhado. Não era do tipo que esquecia seus sonhos e achava estranho esquecer esse, mesmo sendo um pesadelo. Na verdade sentia que tinha esquecido mais do que isso, sentia que estava faltando alguma coisa.

 Olhou para o lado e passou a mão pelo espaço vazio que tinha do lado de sua cama. Por que tinha essa sensação de que alguém devia estar ali? Quando sua mente parecia começar a recordar uma forte dor de cabeça lhe interrompeu fazendo com que tivesse que segurar na parede do seu lado para não voltar a deitar na cama. Tinha alguma coisa errada acontecendo, e queria descobrir o que era.

 Se levantou da cama, ainda com a cabeça doendo e caminhou até a porta do quarto onde estava. Caminhou lentamente pelos corredores do lugar parecendo reconhecê-lo levemente. Saiu da casa que se encontrava e percebeu que estava em sua vila, aquela que nascera e que seus pais morreram. Se lembrava que tinha chegado ali depois de lutar por sua vida tentando escapar de um mago maluco e de uma criaturinhas negras que pareciam estar dominando todo o reino, lembrava de ter vindo com mais uma pessoa, um cavaleiro de cabelos prateados, mas não conseguia entender o motivo para estarem ali.

 Respirou fundo o ar fresco que soprava em sua vila, se deixou fechar os olhos e apenas sentir o leve toque do vento em sua pele enquanto se sentava na escada da varanda da casa que estava abrigado. Voltou a abrir os olhos e mirou tudo a sua volta, parecendo estar exatamente igual a quando era criança. Se passou muito tempo desde que tinha partido e mesmo assim aquele ainda era seu lar, lhe transmitindo a mesma sensação de conforto e aconchego. 

 Mas por mais que se sentisse assim esse sentimento de vazio ainda estava em seu peito, lhe incomodando como uma ferida que nunca se sara. Olhou para o campo de flores de sua mãe que tinha a alguns metros de onde estava. Se lembrou de sua querida mãe ajoelhada entre as flores cuidando de uma por uma enquanto ele corria por todos os cantos da vila ou ia lá lhe entregar um copo de água ou suco. Sua mãe não bebia, preferia coisas mais saldáveis. E admirava isso nela, pena que ela morreu cedo e agora o jardim era tudo que restava dela. Só queria poder compartilhar essa beleza que aquele jardim emanava com alguém algum dia.

 De rente ouviu uma risada, uma harmoniosa risada que tinha a ligeira impressão de conhecer. Percebeu então que a risada não fora proferida de alguém que estava ali e sim por uma pessoa que tinha na memória. Sua cabeça começou a doer novamente e agora sabia que isso significava que alguma parte de sua memória estava bloqueada. Lutou contra isso, por mais que sua cabeça doesse continuava tentando lembrar, continuava tentando descobrir de quem era aquela risada.

 Pouco a pouco ia sentindo como se o que quer que fosse que estava prendendo suas memórias estivesse se soltando até que finalmente cedeu ao esforço e sua mente se encheu de lembranças de tudo o que estava acontecendo nesses últimos meses. Recordou Amy e como lutava para deixá-la viva. Recordou o porque de estar ali junto com Silver, Shadow e Blaze. Recordou tudo até mesmo o que tinha acontecido na noite anterior.

 - Droga. – resmungou se levantando rapidamente e correndo para dentro da casa que agora sabia muito bem que era de Blaze. Foi até seu quarto e vestiu tão rápido sua roupa que quando percebeu já estava saindo novamente do quarto ajeitando a cinta que segurava a espada, com a mesma presa meio desajeitada na mesma. Precisava de ajuda para salvar as garotas da encrenca que tinham se metido. Entrou em um quarto que estava a poucos metros de onde se encontrava o seu. – Shadow! Vamos cara, acorda!!

 Balançou o ombro do garoto com desespero, tentando fazer com que ele acordasse, mas nada parecia funcionar. O garoto resmungou alguma coisa e virou de lado ficando de costas para ele. Suspirou sem paciência sacudindo ainda mais forte o ombro do garoto, recebendo um forte murro no peito em troca que o deixou sem ar por um instante.

 - Me deixa dormir! A muito tempo não durmo tanto. – falou ele mal humorado voltando a se acomodar na cama. Estava confortável lá, normalmente dormia no chão frio, isso quando dormia. Tinha que aproveitar essas oportunidades raras que tinha em uma cama como essa, apesar de que sentia que faltava alguma coisa, bem no lado vazio da cama onde estava frio.

 Irritado, Sonic o fez virar e o segurou pela jaqueta negra, o erguendo da cama e o mandando contra a parede que estava logo ali do lado. Não tinha tempo para fazê-lo lembrar, vai se saber em que perigos as garotas já tinham se metido nesse tempo que estavam ali conversando. Por mais que quisesse deixá-lo ali e ir atrás das duas, sozinho sabia que precisava da experiência daquele mercenário nas Terras Esquecidas para poder passar por lá e encontrar as garotas.

 - Vamos cara, não temos tempo para ficar aqui conversando!! Elas estão em perigo!! – gritou sacudindo um pouco o garoto, mas logo sentiu como algo afiado e pontiagudo era colocado em seu estomago. Olhou para baixo e viu uma pequena adaga que o mercenário segurava apontando para, provavelmente, um ponto vital de seu corpo, seja uma arteira ou uma veia.

 - Não gosto que encostem em mim. – murmurou o moreno o mirando de maneira ameaçadora, com os olhos vermelhos cintilando de uma maneira sinistra, quase que mortal. O brilho que muitos viram antes de morrer. – Agora, se tem amor a sua vida é melhor se afastar de mim. Eu não sei do que você esta falando, não faço a mínima idéia de quem sejam elas, e não quero saber.

 - Ótimo! Me mata então!! Assim você perde a única pessoa que você realmente se importou na vida. – rebateu fazendo o garoto a sua frente erguer uma sobrancelha duvidoso, sem saber do que se tratava aquilo. Nunca se importou com ninguém, por que começaria agora? – Você mesmo me disse ontem. Maria era a garota que fez você continuar nessa confusão, arriscando sua vida. Ela agora esta em perigo e você nem mesmo se lembra dela! Vamos Shadow, sei que tem mais caráter do que isso.

 Uma forte dor de cabeça lhe bateu quando o cavaleiro azul falou aquele nome. Ele lhe era familiar, mas não conseguia se lembrar a onde tinha ouvido ele. Deixou a adaga cair na cama tendo seu som abafado pelo colchão macio e levou as mãos a cabeça, sentindo como que algo lhe impedia de ver algumas de suas memórias ao mesmo tempo que lhe causava um forte dor. Queria saber quem era essa garota que esse cavaleiro lhe falava, esse nome lhe era familiar e odiava não lembrar das coisas.

 - Se esforce um pouco mais para lembrar. As memórias estão ai, só tem que passar essa barreira que as estão prendendo. – falou Sonic animando o garoto a continuar lutando enquanto agonizava pelas dores de cabeça. Sabia que era difícil, mas precisava que ele se lembrasse, precisava que ele fosse junto. – Ela precisa de você e eu preciso que me ajude a chegar até ela e Amy. Você tem que se lembrar.

 Como em um estalo, algo pareceu se desprender em sua mente deixando fluir livremente as memórias de tudo o que tinha acontecido nessa confusão. Se lembrou até mesmo do que ela tinha feito e com o que aquele cavaleiro tinha lhe dito sabia que ela tinha se metido em confusão, de novo. Se levantou rapidamente da cama e pegou suas armas que estavam guardadas em uma parte do quarto.

- Essa garota ainda vai me fazer ter um treco. – murmurou ele ajeitando sua jaqueta negra já pronto para sair e realmente ia se Sonic não tivesse segurado seu braço.

 - Temos que chamar o Silver. – falou fazendo o moreno suspirar um pouco cansado e assentir levemente.

 - Se Maria não gostasse tanto dele juro que nem dava ouvidos para o que você falou. – disse desanimado se soltando do garoto que sorriu levemente e saiu do quarto. – Mas não disse que o acordaríamos do seu jeito.

 Sonic chegou no quarto do cavaleiro prateado encontrando um cena um pouco inesperada, mas não muito surpreendente. Sorriu levemente, sabia que o garoto tinha uma queda pela nova moradora da vila, só não sabia que isso ia acontecer tão rápido. Balançou a cabeça, isso não era hora de pensar nessas coisas. Foi até o garoto e balançou o ombro do mesmo tentando despertá-lo.

 - Uma licencinha. – disse uma voz atrás de si, mas ao mal teve tempo de se virar quando um balde de água foi tacado no garoto de cabelos brancos que se sentou na cama em um salto. – Acorda pra vida cavaleiro de araque! – exclamou Shadow com um sorriso divertido no rosto. Tinha adorado fazer isso. – Temos uma missão a cumprir.

 - Qual o seu problema?! – gritou Silver limpando a água que tinha no rosto e mirando o mercenário que não tirava o sorriso do rosto. Blaze do seu lado abriu preguiçosamente os olhos vendo toda a confusão que acontecida no momento. Confusa, escondeu seu corpo na coberta, já que a camisola que usava era quase transparente. – Sai logo do meu quarto e volta a dormir! Ta cedo ainda!

 - Acho que não prateado. – disse segurando o garoto pelo pescoço e o forçando a sair da cama, o tacando no chão e colocando um pé em suas costas. Estava sem paciência, mesmo com Sonic o gritando para que parasse não estava a fim de esperar o garoto lembrar por conta própria. Iria fazer ele lembrar por bem o por mal. Se abaixou até o rosto do garoto e começou a falar. – Se eu fosse você começava a lembrar o que esta acontecendo se não eu mesmo forço essa sua cabeça se lembrar.

 - Eu não sei do que você ta falando. – murmurou Silver tentando se levantar e tirar o garoto de cima de si, mas ele era bem mais forte e parecia estar colocando todo o peso em suas costas. Por alguma razão não gostava daquele garoto que o segurava, mas não lembrava mais o motivo disso, afinal não julgava uma pessoa sem motivo. – Do que eu tenho que me lembrar?

 - Das duas garotas que viajavam com a gente. Das duas garotas que você estava protegendo, que eram muito próximas a você, como se fossem suas irmãs. – falou fazendo o garoto gemer um pouco de dor ao sentir como aquelas palavras faziam algum sentido em sua memória. Podia ver em sua cabeça duas figuras sempre lhe acompanhando, lhe fazendo sorrir e se preocupar, sendo as únicas coisas que amava como uma família, sua família. – Agora me diga garoto, você ainda não consegue se recordar?

 Silver se contorceu no chão sentindo como algo em sua mente se desprendia lentamente. Logo todas as lembranças que antes estavam retidas em sua mente foram liberadas passando por seus olhos como um fleche. Aqueles tão belos momentos que passara com as duas garotas que considerava suas irmãs, os belos momentos que tivera com sua família, a família que nunca teve. Fechou os olhos por um instante e logo depois os voltou a abrir com a ultima memória já de volta a seu lugar, a memória que mostrava a despedida das garotas, quando Maria lhe contara o que iriam fazer... Elas não...

 - O que estava fazendo encima de mim?! Temos que salvá-las! – gritou desesperado fazendo o moreno sorrir e logo tirar o pé de cima de suas costas. O mesmo se levantou em uma velocidade surpreendente e logo foi pegar suas coisas para assim ir atrás das garotas que tinham embarcado em uma missão suicida.

 - Agora podemos ir? – perguntou se virando para o cavaleiro azul que lhe sorriu enquanto ajudava a garota de cabelos lilases se levantar por ter acabado de recuperar a memória também. Era hora de partir.

 Caminhavam um pouco temerosas por aquela região tão devastada. Encolhiam-se dentro de suas capas procurando um abrigo improvável daqueles seres que rastejavam a sua volta, mas não eram animais, não eram aquelas criaturas das sombras controladas por Valiant, eram pessoas comuns que tiveram suas vidas corrompidas pela influencia do lugar onde nasceram. As casas não tinham a estrutura mínima para se manter de pé, o chão por onde andavam era escuro e mal cuidado, o cheio que exalava de todos os lugares era simplesmente horrível, indescritível, e a atitude das pessoas pior ainda. Viam garotas novas, ainda mais novas que elas mesmas com roupas minúsculas praticamente caindo encimas de homens, sujos, mal vestidos e anti-higiênicos, em busca de um prazer corporal e de algum dinheiro. Viam ladrões saindo das casas praticamente quebradiças carregando pequenos sacos que deviam estar com os únicos pertences de algumas das pessoas que ali viviam, ou roubando qualquer um que aparecesse na rua. Era uma situação lamentável.

E pensar que ele veio daqui, pensou Maria consigo mesma enquanto caminhava do lado de Amy na direção daquela faixa de luz que ia até o céu bem no centro do redemoinho de nuvens negras que se formava no mesmo. Não fazia muito tempo que tinha chegado, mas já sabiam que o sol devia estar nascendo em sua terra natal, mas ao parecer naquele local o sol nunca brilhava. Tudo ali era tão... irreal. Como tanta pobreza poderia existir em um lugar só?

 - Maria. – chamou Amy com a voz tremula e baixa, um pouco mais alta que um murmuro. Maria voltou seu olhar para a amiga que se abraçou a seu braço e se encolheu mais na capa negra que tampava seu corpo e seu rosto. A maga percebeu que os olhos de sua “gêmea” deslizavam de um lado para o outro de maneira temerosa vendo todas aquelas coisas terríveis. – Não gosto daqui.

 - Eu sei, mas logo estaremos no centro de tudo e não mais precisaremos nos preocupar com isso. – respondeu Maria tentando ter firmeza na voz. Ela mesma estava desconfortável andando naquele lugar, mas era a única maneira de chegar no local que queriam sem que ninguém percebesse. Valiant perceberia se ela usasse magia para levar as duas, direto para lá e não podiam arriscar isso. Tinham que ir direto para o local onde o causador de todo esse problema estava e assim matá-lo, depois cuidariam do Mago das trevas e o cavaleiro negro. – Não precisa ter medo Amy, estou aqui não estou?

 A princesa assentiu de leve, mas mesmo assim não pareceu relaxar, principalmente quando um grupo de homens, com rostos nada bondosos, se aproximaram das duas as encurralando enquanto soltavam risinhos maliciosos e desejosos. Maria pode ver nos olhos de cada um o desejo e a luxuria que sentiam enquanto as analisavam de cima a baixo parecendo despi-las com o simples olhar. Tampou ainda mais seu corpo com a capa e tomou a frente de Amy, de uma maneira protetora.

 - Não se aproximem! – exclamou de maneira autoritária fazendo todos os homens rirem divertidos. Recuou um passo sabendo muito bem que não tinha mais a autoridade que tinha quando estava em suas terras. Um homem um pouco baixo, de cabelo corpulento e oleoso da cor aparentemente castanho escuro, completamente sujo, gordo e usando roupas completamente rasgadas se aproximou das duas com um pequeno cigarro na mão, soltando leves baforadas no rosto das garotas que tossiram de leve.

 - Vocês não entenderam garotas, pelas roupas que usam percebo que devem ser do reino então deixa eu explicar a vocês duas como as coisas funcionam aqui. – falou o homem com um enorme sorriso no rosto e dando mais um trago em seu pequeno cigarro. Seus olhos astutos e cretinos analisavam as garotas de todas as formas. – Os mais fortes decidem o destino de cada pessoa que pisa nessas terras. E pelo o que estou vendo, nós somos os mais fortes no momento então sejam boazinhas e não tentem nada que se arrependam. Meus amigos aqui estão loucos para um pedaço de carne novinha vindas do reino, eles nunca tiveram a honra de experimentar uma.

 Os risinhos vieram da parte de todos os homens e o grupo se aproximou das garotas. Amy se abraçou a Maria que mordeu o lábio tentando pensar em alguma coisa. Foi só então que se lembrou de algo que poderia usar a seu favor. Um sorriso enigmático surgiu em seus lábios e logo que um dos homens ia encostar em seu braço falou calmamente.

 - Se eu fosse vocês não encostavam em mim. – avisou fazendo novamente risos ecoarem entre o grupo. Seus olhos azuis percorreram a cada um que estava ali e logo o sorriso que tinha no rosto aumentou ainda mais. – Por acaso conhecem alguém com o nome Shadow Tenebrae? – o nome surtiu um efeito imediato, fazendo todos os homens recuarem e se entreolharem assustados. O mais baixo deles e o que tinha falado antes, deixou o cigarro cair no chão e se aproximou de Maria. Pela primeira vez na vida a garota se sentira grande ao perceber que o homem devia bater em seu queixo. – Então vejo que o conhecem.

- E quem não o conhece garota? O mais famoso mercenário de todas as Terras Esquecidas. Qualquer um que entre em seu caminho nunca mais vê a luz do dia. – Maria não pode evitar sorrir ao ouvir a fama do moreno. No momento era bom ele ter toda essa reputação de assassino. – Mas o que você tem haver com ele garota? Já é uma surpresa uma damazinha como você, vinda do reino, o conhecer.

 - Ah, mas eu o conheço e muito bem! – exclamou Maria com um grande sorriso no rosto e se divertindo mais do que nunca com a expressão assustada que os homens faziam, recuando passo após passo. – Na verdade estive com ele a pouco tempo atrás. Afinal, estamos juntos.

 A exclamação foi geral e os homens do grupo se entreolharam temerosos. Ninguém, como Maria tinha suspeitado, tinha coragem de tocar na “propriedade” do maior dos mercenários daquelas terras. Muito conhecido como assassino, nenhum deles queria perder a vida nas mãos dele. Sorriu para se mesma ao ter aquela idéia, mas não pensava que aquele homem baixinho fosse enfrentá-la.

 - Não me faça rir garota! Conheço Shadow há anos e sei muito bem que ele não gosta de garotinhas mimadas que vem dos reinos. Pode até se aproveitar delas, mas ficar com elas não. – falou o homem corpulento mirando Maria diretamente nos olhos. O sorriso de Maria desapareceu e mirou o homem de uma maneira um tanto indiferente.

 - Como seja. – disse Maria dando de ombros enquanto novamente um sorriso se formava em seu rosto e em seus olhos um brilho sombrio aparecia fazendo os homens recuarem. – Se quiserem arriscar nessa suposição, então vão em frente. – Amy mirou a amiga surpresa não acreditando que ela tinha dito isso, mas logo que voltou a ver em volta o único que tinha sobrado do grupo era o pequeno homem que ao perceber que estava sozinho engoliu em seco. – Agora... – disse a garota levando uma mão até o pescoço do pequeno homem enquanto na mesma aparecia uma adaga que encostou a lamina de leve na pele gordurosa do homem. – Quero saber tudo sobre quem esta causando aquele redemoinho de nuvens no céu.

 - Uma feiticeira? Esse garoto só se mete com gente estranha. – murmurou o homenzinho e logo sentiu como a lamina da adaga se pressionava mais contra seu pescoço. – Ok, ok! Mas tire essa coisa do meu pescoço antes que acabe machucando alguém!

 Maria sorriu e fez a adaga desaparecer, cruzou os braços e esperou que o homem começasse a falar.

 Cansados tinham chegado no território das Terras Esquecidas. Não era uma visão muito bonita de se apreciar logo que chegaram no topo da colina que se iniciava toda aquela terra devastada, principalmente depois de correr toda aquela distancia era algo realmente de se decepcionar, mas não estavam ali para apreciar a paisagem. Esperaram um tempo para recuperar o fôlego e logo voltaram a correr na direção das casas quebradiças e ruas completamente sujas.

 - Que lugar terrível! – exclamou a garota de cabelos lilases enquanto passavam pelas casas, vendo pessoas jogadas nas ruas, algumas bêbadas, outras mortas, algumas mendigando, outras passavam andando cautelosas sempre desconfiando até mesmo de sua própria sombra, haviam vultos dentro de becos, gritos ecoavam pelo local, vidros se partindo e vai saber quantas coisas mais. Um calafrio percorreu a garota que logo se aproximou do cavaleiro prateado que se encontrava concentrado em sua missão. – Como alguém consegue viver aqui?

 - Não é algo simples garota. – respondeu o mercenário que estava na frente guiando a todos. Seu jeito de antes tinha voltado e ele se mantinha atento a qualquer coisa que estivesse a seu redor, mas a garota percebeu que muitos o evitavam, se afastavam apesar de ter muito espaço para passarem. A fama do garoto era tanta nessas terras? – Para se viver aqui – continuou ele – é preciso deixar a humanidade de lado e pensar apenas em você. Muitos não conseguem fazer isso e são mortos ao invés de matar. – aquilo fez a garota estremecer mais uma vez. – Agora, onde...

 - Shadow! – exclamou alguém fazendo o garoto parar em seco e voltar seu olhar para o lado se encontrando com um homem baixo que se aproximava com um sorriso no rosto enquanto fumava um pouco de seu pequeno cigarro. – É ótimo te ver de novo aqui rapaz. Andou sumido esses dias.

 - Não tenho tempo para falar com você agora, Vigare. – falou o mercenário já prestes a voltar a correr. Aquele homem era seu informante, um traiçoeiro pelo visto, mas era um dos únicos que podia confiar um pouco. Muitas das informações que ele lhe dava estavam certas apesar de sempre faltar um detalhe importante, mas agora não tinha tempo para ouvir as besteiras dele. – Tenho assuntos importantes a tratar.

 - Sua garota também tinha. – comentou o homem fazendo o mercenário e todos os outros o mirarem um pouco intrigados e curiosos. – Ela passou por aqui agora a pouco e devo dizer meu amigo, você arrumou uma perfeita para você. Perigosa que só vendo.

 - Minha garota? – perguntou o mercenário torcendo para ser quem estava pensando. Tinha saído com varias garotas, muitas delas aquele homem conhecia, então não tinha certeza se podia ser ela ou se era apenas mais alguma qualquer que tinha pego por ai por diversão. O homem baixo assentiu com a cabeça e deu mais uma baforada em seu cigarro.

 - É. Pequena de olhos azuis, não deu para ver o rosto dela por causa do capuz negro que usava, mas tinha um sorriso... – um calafrio percorreu o corpo do homenzinho que logo balançou os ombros. Deu mais uma baforada em seu cigarro e continuou. – Estava acompanhada de uma garota um tanto acanhada, não tinha a mesma coragem que a outra. Mas vou te contar uma coisa rapaz, essa maga que você arrumou sabe colocar medo em um homem quando quer.

 Depois daquilo já não tinha mais duvidas, era ela. Sem perder tempo o mercenário segurou a blusa do homem e o ergueu do chão com tanta facilidade que ele nem parecia ser gordo como era. O colocou acima de sua cabeça e o mirou de modo raivoso. Sabia que o pessoal daquela área não era de se brincar e se descem azar as garotas poderiam ter sido vendidas para algum qualquer naquele lugar.

 - O que fez com elas? – rosnou para o homem que pareceu ficar de uma maneira mais defensiva. De certa forma ele agradecia por não ter feito nada com as garotas, se não estaria morto ali agora. – Se por acaso eu ficar sabendo que fez alguma coisa com ela, juro que...

 - Calma meu rapaz. Vejo que a garota realmente falava a verdade quando disse que estavam juntos. – falou o homem com um pequeno sorriso temeroso no rosto sabendo muito bem que teria que escolher as palavras certas para responder o garoto. – Elas estiveram aqui a pouco tempo, os garotos queriam brincar um pouco com elas, sabe como é, não é sempre que se aparece coisinhas tão lindas como elas. – ao sentir como o mercenário apenas se irritava ainda mais decidiu ir direto ao ponto. – Nenhum deles as tocaram, a garota falou que vocês estavam juntos e todos saíram correndo. Ela sabia bem como usar seu nome nessa área. Mas devo dizer que o que dava mais medo era ela que pediu informações sobre o Castelo proibido.

 - Então é lá que tudo esta acontecendo. Não me admira que os causadores disso tudo tenham se acomodado lá. – comentou o mercenário relaxando um pouco o que fez o homenzinho se sentir mais tranqüilo. – O que disse a elas?

 - Apenas que aquilo vinha do Castelo proibido e que a pouco tempo um cavaleiro e um mago foram para lá. O que todos já sabem. – respondeu sendo colocado no chão. O mercenário olhou para os outros que apenas observavam e apontou em linha reta para frente.

 - É só seguir por ali, não é muito longe. – respondeu e os outros assentiram voltando a correr. O mercenário suspirou. – Se essa garota não valesse tanto a pena... E logo correu junto com os outros deixando o homenzinho um pouco surpreso no lugar.

- Quando vai parar de me surpreender dessa maneira Maria? – perguntou a princesa andando pelos corredores de paredes de pedra negra e alguns líquidos escorrendo pelos sucos entre as pedras, líquidos que não cheiravam muito bem deveriam dizer. As garotas tinham abaixado seus capuzes e agora caminhavam próximas uma da outra pelos corredores daquele terrível castelo que era temido até pelo povo daquelas terras devastadas.

Maria tinha arrumado uma maneira de entrar, vira uma pequena passagem entra as pedras que compunham a parede do castelo quase caindo aos pedaços e puxou Amy para o lugar, deslizando entre as pedras que o rodeavam, se escondendo daquelas criaturas negras que vigiavam. A garota analisara tão rápido o castelo que até mesmo ela se impressionara com a rapidez e facilidade com que tinham entrado. Agora tudo o que tinham que fazer era permanecer juntas e derrotar seja quem quer que for de uma maneira que elas não ficassem em um risco muito grande.

 - Pra falar a verdade Amy, de vez em quando até eu me impressiono. – comentou a garota suspirando de leve e levantando a cabeça. Para que se preocupar com a vida? Se questionava cada instante que se passava enquanto estavam naquela missão, apenas as duas. Agora que ele não se lembrava mais dela, que Silver não a recordava também e que provavelmente todos os magos do reino estavam mortos, qual seria o sentido de voltar com vida? Amy era rainha agora, tinha a obrigação de voltar e quem sabe conseguir conquistar o garoto como fizera da primeira vez? – Agora fique atenta Amy, vai se saber o que tem aqui dentro.

Ela tinha alguma chance de reconquista o moreno? Não... Ele era um mercenário, ela era uma maga. Ele fazia parte das Terras Esquecidas, ela fazia parte do Reino. Ele tinha toda a liberdade que quisesse, ela era atada aos deveres. Ele acharia que ela era mimada e a odiaria como tinha feito no inicio, e ela sofreria por vê-lo longe sem uma lembrança do que passaram juntos. Por que deveria continuar a viver.

- Acha que conseguiremos? – perguntou a princesa tirando sua amiga dos pensamentos. Maria balançou a cabeça com força voltando a realidade e virou o rosto para ver sua amiga.

 - Vou ser sincera Amy, nossas chances são poucas, mas não significa que não iremos conseguir. Se ficarmos juntas tenho certeza que nosso plano vai dar certo. – falou tentando animar a amiga, que sorriu agradecida, mas não menos temerosa. O resto do caminho foi em silencio, nenhuma das duas conseguia dizer uma palavra enquanto estavam presas em seus próprios pensamentos, sofrendo seus próprios problemas.

Maria abriu a boca para falar alguma coisa quando de repente alguma coisa passou por sua boca, a impedindo de gritar e a puxou para trás sendo arrastada pelos chãos por vários corredores. Se debateu um pouco tentando se libertar enquanto sentia seu corpo ser arranhado pelos pedaços soltos de pequenas pedras e sua cabeça quase arrancada por seja o que for que a estivesse segurando. Quando finalmente parou, se levantou rapidamente olhando para o lugar que aquilo que a havia segurado voltava.

 - Que bom que veio até mim sozinha minha doce Maria. – falou Valiant aparecendo das sombras com seu corpo novo e bem formado. Fazia pouco que tinha recuperado suas energias, devorando a vida de mais uma de suas vitimas. Maria recuou alguns passos e se colocou em uma posição ofensiva. – Ora, não vamos começar com isso de novo. Sabe que não tem forças contra mim.

 - Isso eu nunca saberei se não tentar. – respondeu a garota enquanto suas mãos brilhavam de uma maneira azulada mostrando seu poder. O mago negou de leve com a cabeça e deu ligeiramente de ombros, um sorriso sinistro apareceu em seu rosto e logo o chão debaixo da maga começou a tremer erguendo um bloco do mesmo que subiu rapidamente até o teto, mas Maria pulou antes mesmo do mesmo se chocar fortemente com o teto.

 - Por que não esquece a luta minha doce Maria? Tenho planos bem melhores para nós dois. – falou ele com um grande sorriso no rosto enquanto Maria o mirava de uma maneira séria. Suas mãos brilharam de um forte azul e logo raios saíram dela indo na direção de Valiant que, com um enorme sorriso no rosto, fez um pequeno movimento com a mão, fazendo um escudo negro meio transparente aparecer na sua frente. A garota então fez em sua mão surgir uma espada, que inconscientemente era muito parecida com uma outra que um dia segurara, uma que Valiant conhecia bem. Seu sorriso se desmanchou e seu olhar ficou sombrio. – Ah! Claro. Vejo que meus temores aconteceram. Maria, o que você viu nele afinal?

 - Tudo o que não vi em você. – respondeu a garota correndo na direção. Algumas ondas se sombras foram lançadas em sua direção, mas utilizara a espada que tinha a mão para cortar a cada uma e assim atingir a Valiant, porem errara um pouco nos cálculos e acabara acertando apenas o lado de seu estomago, mas fora o suficiente para machucá-lo profundamente. Pensou que talvez aquilo pudesse enfraquecer um pouco ao mago, mas apenas ouviu uma leve risada e seu corpo fora envolvido por um forte choque fazendo com que se afastasse. Não passou muito tempo e Valiant fez com que uma enorme pedra fosse em sua direção e a jogasse para o lado, fazendo com que atingisse uma parede de pedra e logo em seguida caísse no chão, talvez com o braço quebrado.

 - Não seja idiota minha pequena. – falou o mago enquanto se aproximava. Maria se contorceu no chão, tentando se levantar, mas seu corpo estava muito machucado e não daria tempo para se curar com seus poderes. Valiant a segurou pelo longo cabelo e a fez erguer a cabeça jogando-a para trás. – Ele é igual a mim. Um assassino, um traidor, uma vil escoria que antes você tanto odiava. Ou será que me confundi de uma pequena garotinha dizendo que nunca se envolveria que um lixo das Terras Esquecidas. – uma onda de energia saiu de sua mão, transmitindo choques para a garota que mordeu o lábio para não gritar. Suas mãos subiram, para assim segurar o pulso do mago e fez com que o escoamento de magia fosse interrompido naquela região, mas isso não foi o suficiente. Valiant usou a outra mão para fazer com que uma enorme mão de magia aparecesse e a segurasse lançando-a contra outra parede. – Foi ele que te ensinou a não gritar? Será que ele também te ensinou a não temer a morte?

 Sua respiração estava agitada e seu corpo completamente machucado. Tremia como nunca antes tremera alguma vez e não era de medo, ou talvez fosse, mas não por si. Forçara os braços a se colocar em uma posição que pudesse fazê-la se levantar, e usara quase toda sua força para se levantar, mas sempre que tentava uma de suas mãos fraquejava e escorregava pelo chão fazendo com que caísse novamente. Uma cobra escorregou pelo braço de Valiant e foi até sua direção se enroscando envolta de seus ombros fazendo com que não mais pudesse se levantar. O mago das trevas colocou um pé em sua cabeça e a pressionou mais contra o chão, fazendo com que o sangue escapasse de sua testa e escorresse pelos sucos das pedras. Mesmo assim a garota virara a cabeça mostrando seus brilhantes olhos azuis e seu sorriso divertido.

 - Vocês não são iguais. – começou ela com uma voz sibilante fazendo o mago erguer uma sobrancelha. – Ele pode ser assassino, mas não é por escolha e se arrepende, ele apenas trai quando acha que esta fazendo o certo, ele não é uma vil escoria porque tem um coração bom apesar dele mesmo não ver isso. E mesmo que no passado tenha pensado que nunca me misturaria com pessoas dessa terra hoje me sinto honrada de tê-lo a meu lado, ou pelo menos de tê-lo tido algum dia. Ele é forte e corajoso, bondoso e carinhoso, honrado e merecedor, coisas que você nunca poderá ser nem mesmo que morra e nasça mil vezes mais. O amo e nunca poderá mudar algo assim.

 Furioso o mago acertou-lhe um chute no rosto fazendo com que sua boca sangrasse e inchasse um pouco, deu-lhe outro chute acertando agora o estomago da garota que esculpiu um pouco de saliva e tossiu, outro chute no mesmo lugar e a garota perdeu o fôlego pensando por um minuto que não mais poderia respirar. A segurou pelo cabelo novamente e a fez se levantar jogando-a contra a parede ali perto e colocando sua mão no pescoço dela, a erguendo do chão enquanto prendia sua respiração.

 - E onde esta seu tão bravo cavaleiro de armadura negra? Enquanto você esta aqui agonizando onde ele esta? Provavelmente aproveitando a cama com outra. – falou o mago e logo pousou seus lábios no maxilar da garota beijando-o de leve. Por mais que estivesse se achando suja com tudo aquilo que o mago lhe fazia sua preocupação era outra. A cada beijo que ele lhe dava em seu rosto retirava mais de sua energia, estava ficando cansada e podia perceber que ele apenas ficava mais forte e mais jovem até parar com uma aparência de um garoto de dezenove anos. Remexeu-se tentando escapar, mas era inútil. Valiant se separou dela e a mirou com um extenso sorriso no rosto. – Me pergunto minha doce Maria. – disse colocando a mão livre em sua cintura, serpenteando pela mesma até chegar no quadril e logo depois voltar a subir, passando por debaixo de sua blusa. – Se ainda tem o desejo e de beijar o mais poderoso mago, seu primeiro beijo.

 - S-sinto m-muito V-valiant. – falou a garota tossindo levemente pelo esforço de falar. A voz estava esganiçada, mas um sorriso divertido tinha pousado em seu rosto enquanto se contorcia para tirar a mão dele de dentro de sua blusa. – M-meu primeiro beijo já foi roubado por um mercenário. O melhor que algum dia poderia dar.

 O rosto de Valiant se contorceu em fúria e logo tomou os lábios da garota em um beijo bruto. Maria sentia toda sua energia se esvair de seu corpo enquanto o mesmo era violado pela mão de Valiant que ainda se movia pelo mesmo. Fechara os olhos com força pressentindo seu fim, mas quando pensara que não suportaria mais e desmaiaria ali mesmo sentiu algo parar perto de si e afastar Valiant de onde estava. Seu corpo caiu em dois braços fortes e quentes, braços que nunca pensara poder estar algum dia a envolvendo novamente.

 - São três a um, bruxinha. – abriu os olhos e voltou seu olhar para cima se encontrando com aquela imensidão vermelha que antes se perdia com tanta facilidade. Uma enorme vontade de chorar dominou seu peito, mas sabia que esse não era o momento, a primeira questão era, como ele se lembrava de tudo?

 - Mas... Como... – tentou completar a frase, mas estava cansada e mal conseguia dizer uma só palavra depois de seu pescoço ser esmagado por tanto tempo. Shadow a sentou no chão e a colocou delicadamente contra a parede de uma maneira que pudesse descansar.

 - Falei que não se livraria de mim tão fácil bruxinha. Estarei sempre na sua cola. – lhe sorriu de leve e logo voltou a ver o mago que tinha um rosto de completa fúria. Era hora de descontar tudo o que ele havia lhe feito, e depois que terminasse talvez pudesse recomeçar, aproveitar a vida de uma maneira que a morte não estivesse sempre lhe batendo a porta. – Fique aqui e descanse, eu cuido do resto.

 - Não, vá embora enquanto ainda pode! – exclamou ela segurando sua mão. Não podia deixar que ele lutasse contra Valiant, não tinha como ele ganhar, nem ela mesma conseguira e agora que ele tinha drenado um pouco de seu poder não sabia o quão forte ele poderia estar. Tinha que fazer ele ir embora. – Por favor, saia daqui antes que algo de ruim aconteça. Não vai ser capaz de derrotá-lo.

 - Fique ai. – foi tudo o que ele falou antes de se soltar de suas mãos e se aproximar do mago, pegando suas duas espadas e se preparando para atacar. Parou a poucos metros de Valiant e o encarou com um olhar sério. – Hoje vou finalmente ter minha vingança. Ninguém mexe comigo sem levar algo em troca.

 - Acha mesmo que pode me derrotar? – perguntou e em um piscar de olhos o moreno já estava tentando acertá-lo com suas espadas, mas fora capaz de se tele-transportar para outro lugar antes que as laminas o tocassem. Suspirou e logo fez em sua mão aparecer duas espadas muito parecidas com as que o mercenário usava. – Vamos equilibrar um pouco as coisas então.

 O próximo movimento fora muito rápido, as quatro espadas se chocaram formando um som metálico e estrondoso. Faíscas escaparam com o choque e os dois se encararam, com a tensão parecer pairar no ar. O mercenário então deu uma leve rasteira no mago fazendo ele cair de costas no chão enquanto colocava um pé encima de seu estomago e erguia a espada para atingi-lo, mas quando foi para fincá-la no meio da cara do mago o mesmo desapareceu em escuridão fazendo a lamina atingir o chão. Com velocidade o mercenário se virou deixando sua espada que tinha ficado presa no chão e se defendeu do ataque do mago a suas costas. Deu um salto para trás se afastando, mas sua espada ficara.

 Girou a espada que sobrara em sua mão ajeitando-a e logo esperou que Valiant se aproximasse. Não demorou muito para acontecer, logo o mago estava tentando acertá-lo com um golpe em sua cabeça, mas usou a espada que ainda tinha em sua mão para se defender. O mago então usou a espada que ainda lhe restara para tentar atingir lateralmente o garoto, mas o mesmo deslizou para longe, parando nas costas do mago, correu na direção de sua outra espada e a pegou se virando no mesmo momento que o mago tentara acertá-lo novamente, mas dessa vez usou suas duas espadas para parar o golpe. Não encostou nas espadas de Valiant, fez com que suas duas armas ultrapassassem o estomago do garoto fazendo com que parece e que seu corpo desaparecesse em um fumaça negra.

 Sorriu para si mesmo e se ajeitou, guardando suas espadas. Pensou que tudo tinha acabado e que tinha conseguido ganhar, mas uma forte presença atrás de si o fez estremecer. Olhou para Maria, os olhos da garota estava arregalados e cheios de pavor, sabia que tinha algo naquilo. Olhou para trás e no mesmo instante um forte dor tomou seu corpo e um líquido quente começou a escorrer por sua blusa. Valiant estava a sua frente com um enorme sorriso no rosto enquanto em sua mão podia se ver o cabo de uma espada. Olhou para baixo vendo como seu sangue saia pelo ferimento que a lamina de Valiant.

 O grito de Maria ficou distante e tudo o que foi capaz de fazer foi sentir a lamina sair de seu corpo e o mesmo fraquejar, caindo para trás enquanto tudo parecia desaparecer. Pensou que logo iria sentir o chão a suas costas, mas primeiro viu um forte clarão e então sentiu como era segurado por dois finos braços, aconchegantes e conhecidos. Um leve perfume tomou seu nariz e viu uma imagem meio borrada a sua frente. Uma risada ecoou pelo lugar.

 - Eu disse que não poderia me derrotar. – falou Valiant. Demorou um pouco para perceber que quem o segurava era Maria e que a mesma tinha lágrimas acumulando em seus olhos. Levantou uma de suas mãos e tocou de leve o rosto dela, sentia a vida escapar de seu corpo, mas já estava feliz só de vê-la, ali, do seu lado. – Agora se me dão licença, tenho que estar em outro lugar agora. Logo voltarei por você minha doce Maria.  

 E tudo então ficou em silencio. Seus dedos se molharam com as lagrimas que escorriam do rosto da maga enquanto a mesma tentava inutilmente tampar o ferimento que tinha. A dor voltou a se espalhar e já sabia que não tinha como impedir aquilo. Limpou com a mão algumas lágrimas no rosto da garota e viu como ela amaldiçoava baixinho a se mesma.

 - Eu disse para você ir embora. Eu disse... – murmurava enquanto colocava a mão encima de seu ferimento. Sorriu de leve, não se importando com a dor que sentia no momento, mas apenas aproveitando os últimos momentos que tinha a oportunidade de ver o rosto dela. – Droga, esse ferimento não se cura. Ah Deus! Por favor, não me diga que Valiant enfeitiçou aquela espada. Por favor, não.

 - Precisa descansar, aquele mago te machucou muito. – disse retirando a mão dela de seu estomago e lhe sorrindo levemente. Ela negou com a cabeça e retirou sua mão da dele com força, voltando a usar magia para tentar curar o ferimento que tinha. Seus olhos azuis estavam cristalinos, deixando que varias lagrimas escorressem por seu rosto e caíssem levemente no rosto do garoto que continuava a sorrir. Ele suspirou de leve e tocou mais uma vez o rosto da garota. – Não desperdice seu tempo. Comigo morto você vai poder arrumar alguém que seja melhor que eu, alguém com honra e não um assassino.

 - Não! Não quero outro! Eu quero você! – gritou deixando escapar mais algumas lágrimas. Tirou a mão do ferimento dele, a mesma empapada de sangue, e rodeou o pescoço do garoto em um abraço e quase o fez crer que assim podia permanecer vivo. Sentiu as lagrimas dela molhando seu ombro e por um momento pensou que ia chorar também. Levou uma mão até a cabeça da garota e a abraçou com as ultimas forças que lhe restavam. – Te amo, quero ficar com você... Não quero te perder...

 - Sinto muito... Mas acho que dessa vez não vou conseguir escapar da morte... – as palavras quase não saíram de sua boca. Seu corpo começou a esfriar e sua visão a ficar borrada. Tossiu um pouco, sentindo o sangue escorrer por sua boca enquanto seus pulmões estavam começando a parar junto com o coração. Viu como ela se distanciava um pouco para mirá-lo nos olhos e tudo o que pode fazer foi sorrir e presenciar o desespero que ela tinha no olhar. Puxou de leve o rosto dela para baixo e roçou seus lábios. – Te amo e não se esqueça disso...

 - Não, não, não! Por favor, não me deixa assim! – fechou os olhos lentamente enquanto sentia os dedos dela em seu rosto tentando mantê-lo acordado. O frio então o dominou e as ultimas batidas de seu coração foram dadas. Já não estava mais naquele mundo...

“Por causa do meu trabalho sempre tive que ficar cara a cara com a morte, e mesmo quando era pequeno nunca tive medo, sempre a aceitava de braços abertos. Mas ela nunca me aceitou. Agora que não quero ir, que tenho um motivo para ficar, ela me obriga a deixar a única coisa que amei para acompanhá-la... E eu, por mais que me apegue a vida, não tenho mais escolha”

Estavam cercados daquelas criaturas. Apenas os dois lutavam, os outros tinham entrado para ajudar as garotas, mas do jeito que estavam seria complicado continuar com aquilo. Depois de vai se saber quanto tempo lutando daquela maneira, os dois estavam começando a se cansar e ainda tinham varias daquelas criaturas sombrias espalhadas por ai prontas para atacar. Sem contar que aquele enorme cavaleiro negro também estava no meio, com sua enorme pança balançando de tanto que ria.

 Cortou a cabeça de mais uma daquelas criaturas vendo como desaparecia, mas no mesmo instante caiu com um joelho no chão, sentindo que seu corpo começava a não suportar mais. Procurou Blaze com o olhar, mas apenas via negro e mais negro. Uma daquelas criaturas ergueu as garras bem a sua frente pronta para arrancar seu rosto e a única coisa que podia fazer era fechar os olhos e esperar o impacto certo. Mas ao invés de sentir dor ouviu a criatura soltar um guinchado o fazendo abrir os olhos para ver como Blaze estava a sua frente, o protegendo.

 Ela então ficou de costas para aquelas criaturas e se ajoelhou para ficar a sua altura. O mirou diretamente nos olhos, mostrando sua preocupação, e tocou seu rosto, para dar-lhe animo. Rapidamente a abraçou, escondendo-a entre seus braços, e liberou uma grande quantidade de seu poder fazendo com que boa parte das criaturas fossem eliminadas a sua volta. Isso apenas fez com que ficasse mais cansado, mas deu também uma boa vantagem para eles.

 - Silver. – murmurou Blaze e não precisou de mais para entender. A libertou de seus braços e ela deslizou para suas costas usando seus poderes para queimar algumas daquelas criaturas que se aproximavam, enquanto ele se levantava e usava sua espada para cortar a cabeça de outras. Suas costas se encontraram, dando apoio um ao outro. – Sei que não é uma boa hora, mas aquela noite eu te disse o que sentia, mas você não me disse nada.

 - Podemos deixar isso para depois? – perguntou enquanto lançava umas cinco criaturas para trás com seus poderes e cortava mais duas com sua espada. Fogo então os rodeou, queimando a primeira fileira daquelas criaturas, mas as que estavam atrás saltavam por cima das chamas e indo até onde eles estavam.

 - Não. Quero saber caso algo aconteça aqui. – respondeu retirando mais algumas adagas e as lançando nas criaturas que apareciam a todo momento. Seus tiros eram certeiros e sempre atingiam a cabaça de cada criatura e as fazendo desaparecer.

 - Nada vai acontecer. – insistiu o garoto fazendo com que todas as criaturas que estavam dentro do circulo de fogo fossem jogadas no mesmo, queimando dolorosamente. Mas o fogo não mais se mantinha como antes e em um certo momento ele apagou, no mesmo instante que Blaze caia de joelhos no chão, exausta. Silver se abaixou para ficar ao lado dela, usou seus poderes para afastar aquelas criaturas mais uma vez e assim a garota poder se recuperar.

 - Por favor, Silver. Eu quero saber. – suplicou ela levantando levemente o olhar. Silver recuou um pouco, não sabendo exatamente o que fazer ou dizer. Abaixou o olhar e respirou fundo.

 - Se quer tanto saber eu... – não pode completar a frase, Blaze o empurrou para longe. Cambaleou um pouco de olhos fechados tentando manter o equilíbrio e logo quando os abriu seu coração se apertou. A sua frente aquele enorme cavaleiro negro tinha atacado, um forte soco na direção que estavam e Blaze havia salvado sua vida, mas ela... Ela estava deitada entre varias pedras soltas no chão, o corpo completamente machucado, desacordada e afundada na terra. Não precisava ser adivinho para saber que o golpe tinha acertado ela e que fora forte o bastante para fazer com que seu corpo fosse esmagado contra o chão. – Blaze!!

 Com os olhos cheios de lágrimas segurou com força o cabo da espada e se lançou contra o cavaleiro. O mesmo riu alto e se defendeu do ataque de Silver, mas não pode suportar a onda de energia que o mesmo lançara em seguida, o mandando para trás. Nem mesmo esperou o cavaleiro parar de arrastar no chão, saltou encima de seu enorme corpo e usou seus poderes para afundá-lo na terra. Continuou a usar seus poderes, fazendo com que cada vez mais o enorme corpo do homem perfurasse o chão até o ponto que um pouco de sua armadura cedeu e se abriu. Antes que pudesse perfurá-lo com sua espada o homem bateu o braço em seu corpo o lançando para longe, mas arrastou seus pés no chão, parando o impulso e logo depois olhando para onde o homem estava vendo como se levantava com um pouco de dificuldade.

 - Sinto muito rapaz, queria continuar nossa luta, mas acho que não vai dar no momento. Tenho que estar em outro lugar. – o enorme corpo do homem começou a desaparecer e com um súbito ataque de fúria Silver se lançou para frente tentando acertá-lo com sua espada, mas até lá o homem já tinha desaparecido e deixado o garoto rodeado daquelas criaturas negras.

 Suas mãos se apertaram mais contra o cabo da espada ao ponto de começarem a sangrar e um longo grito escapou de sua boca, ao mesmo tempo que uma forte onda de energia se espalhava desde seu corpo, ainda maior que a ultima que tinha lançado, varrendo assim quase toda a área que tinha a sua volta. Depois, sem mais nenhuma força ou vontade de lutar, deixou sua espada cair no chão em um som metálico e caminhou lentamente até o corpo da garota que ainda estava enterrado entre as pedras que se soltaram do chão. Ajoelhou a seu lado e com delicadeza a carregou, ficando um pouco feliz ao ver que ela ainda respirava e que pouco a pouco seus olhos se abriam.

 - V-você ainda não me respondeu. – murmurou ela com um pequeno sorriso no rosto. Sua cabeça sangrava fazendo com que aquele liquido vermelho descesse por seu rosto, manchando-o. Sua boca tinha vários cortes, um dos braços parecia estar quebrado, seu peito subia e descia com dificuldade como se o simples fato de respirar a machucasse, ela provavelmente não mais sentia as pernas, já que as mesmas tinham sido completamente amassadas pelo ataque, seria sorte se voltasse a andar.

 - Te amo... Acho que desde o momento que te vi, ou desde a primeira vez que conversamos, não sei direito... Só sei que te amo muito Blaze. – falou enquanto as lagrimas escorriam de seu rosto. Não se lembrava da ultima vez que tinha chorado e não mais importava, de certo modo estava morto, porque parecia que perderia a todos que mais amava. Perderia sua família e agora a garota que mais amou...

 - Também te amo... e tenho muito o que te agradecer, principalmente por me fazer entender porque meu pais fez o que fez. – falou ela para logo fechar os olhos ouvindo como o garoto soluçava e gritava seu nome.

 “Quando era pequena nunca entendi o porque de meu pai fazer o que fazia e no dia que ele morreu ele me disse que um dia eu entenderia o verdadeiro valor do sacrifício. Até conhecê-lo eu não entendia, mas agora sei que sacrifício é apenas mais um modo de dizer que a pessoa é importante para você ao ponto de fazer o impossível por ela. No caso de meu pai era o dever, o meu era algo mais complicado. E por mais que um rastro de dor fosse deixado para trás valia a pena, só para saber que essa pessoa continuava respirando”

 Estava sozinha naquele lugar horrível, não sabia onde Maria tinha ido parar, mas com certeza não devia estar em melhores condições que ela. Havia chegado ao local onde a pessoa que tinha ocasionado isso tudo estava. Não podia dizer exatamente uma pessoa, era uma criatura negra, devia ter seus dois metros e pouco, não tinha uma forma exata, não dava nem para se falar se era homem, e seus olhos eram de um profundo branco reluzente que faziam um calafrio percorrer seu corpo. Estava escondida atrás de uma pedra, abraçando o arco que Maria havia lhe dado, teria que fazer tudo sozinha.

  Respirou fundo e colocou uma flecha no arco, saiu um pouco de trás da pedra e mirou. Aquilo podia não matá-lo, mas tinha que atrasá-lo até o momento que tivesse um plano melhor. Como Maria disse, suas flechas poderia enfraquecê-lo pelo menos. Respirou fundo mais algumas fezes e soltou a flecha se escondendo novamente atrás da pedra. O pequeno pedaço de madeira com uma seta de meta no topo rasgou o ar e atingiu em cheio uma parte daquela criatura que soltou um guinchado de dor. Rapidamente pulou para outra pedra, para assim confundi-lo de onde realmente estava.

  Saiu um pouco de trás da pedra e olhou o estrago que tinha feito. Algo negro escorria no lugar onde a flecha o tinha atingido e por um momento sabia que talvez com apenas suas flechas conseguiria ganhar. Colocou outra flecha no arco e esperou até ele ficar novamente distraído para assim soltar a flecha que novamente rasgou o ar e atingiu outra área do corpo daquela criatura que novamente gritou de dor. Novamente pulou para outro esconderijo.

 - Maldita princesa. – falou aquela criatura com uma voz um tanto múltipla e profunda fazendo todo o seu corpo paralisar. Como ele sabia que era ela? Será que sabia também onde estava escondida? Teria a visto? Apertou com mais força o arco em suas mãos e colocou uma nova flecha no mesmo. Respirou fundo e se preparou. – Estava ansiosa para morrer garota? Ou apenas perdeu completamente o juízo?

 Rapidamente saiu de seu esconderijo e lançou outra flecha acertando em cheio em seu alvo, quase no mesmo instante saltou para longe caindo em outro esconderijo atrás de uma pedra. Sua respiração estava agitada e seu coração descontrolado. Mais um uivo de dor e o som de madeira se quebrando. Colocou mais uma vez a flecha no arco e se preparou, talvez se dessa vez acertasse a cabeça poderia terminar com isso. Esperou um momento e saiu novamente do esconderijo, soltando a flecha e então voltando a se esconder.

 Mas dessa vez a criatura fora mais esperta e usou o que parecia ser sua mão para segurar a flecha e a quebrar, com tanta facilidade que nem parecia que a flecha era enfeitiçada. Pegou mais uma de suas flechas mordendo com força o lábio inferior, mas quando estava prestes a colocá-la no lugar a pedra onde estava se quebrou e os enormes blocos da mesma caíram em cima de si. Seu arco fora tirado de sua mão e um dos blocos da pedra caiu encima de seu tornozelo, impedindo que se movesse. Olhou para o lado onde a criatura estava e viu que ela estava mais perto de si do que imaginava.

 - Te achei. – murmurou para logo segurar seu pescoço e a erguer do chão com facilidade. Sentiu seu tornozelo doer, mas não era nada comparado a agonia de estar ficando sem ar naquele momento. Se contorceu até não poder mais, mas a “mão” daquela criatura era muito forte. – Agora me diga pequena, onde esta o garoto que você entrou os poderes.

 - N-nunca vai a-achá-lo. – falou com um fio de voz ainda tentando se soltar. Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto. Sonic não se lembrava dela, se perguntasse para ele tudo o que ele falara era que nunca tinha nem ouvido falar dela... Ele estava seguro agora.

 - Vejamos, como era mesmo o nome dele? Sonic, se não me engano. – seus olhos se arregalaram de surpresa. Como ele sabia? – Não sabe a extensão de seus próprios poderes garota. Bom... Então deixa eu te explicar. O poder dos deuses permite que você viagem pele tempo, passado, presente e futuro. Mas o presente tem uma qualidade muito especial, é como se sua mente fosse transportada para outro lugar, e bem se você disser uma só palavra as pessoas te escutam, mas não te vêem. – droga, havia o condenado quando disse o nome dele naquele sonho. Era tão burra! – Agora me diga onde ele esta ou devo quebrar seu pescocinho aqui mesmo?

 Mais pressão fora colocada contra seu pescoço fazendo com que soltasse um grito esganiçado ao sentir algo penetrando a carne do mesmo. Por sua mente a idéia que aquilo seria seu fim pareceu mais real do que nunca antes parecera. Sentia o sangue escorrer por seu corpo manchando as roupas que usava enquanto o ar não parecia chegar a seus pulmões. Seus olhos se fecharam com força e esperaram o fim e então pareceu que seu corpo começara a cair, seu pescoço agora estava livre e braços fortes. Primeiro pensara que tinha desmaiado e que agora estava sonhando, mas então abrira os olhos e se encontrara com o rosto de Sonic.

 - S-sonic? – perguntou confusa enquanto o garoto a deixava sentada no chão a alguns metros de distancia de onde a criatura estava, agonizando por ter perdido uma das mãos. – Mas como? Maria te fez perder a memória.

 - Não me esqueceria de você tão fácil Amy. – disse acariciando o rosto dela. Logo se levantou e se virou para ver a criatura que parecia estar se recuperando. – Agora deixa o resto comigo. Acabarei com esse cara de uma vez por todas.

 - Sonic, não. Ele não é como aquelas criaturas. – falou segurando a mão do garoto tentando fazer com que parasse. O mesmo virou o rosto para vê-la e voltou a se ajoelhar a seu lado. Deu um ligeiro beijo nos lábios da garota e lhe sorriu com carinho acariciando seu rosto.

 - Não se preocupe. Darei um jeito nesse cara e voltarei para você. – falou sorrindo docemente para ela e logo voltando a se levantar pegando sua espada e se colocando a poucos passos a frente daquela criatura. – Me procurava?

 A criatura o mirou, encarando-o de cima a baixo. Pareceu então que um pequeno sorriso surgiu em seu rosto e poucos segundos depois o mago das trevas e o cavaleiro negro apareceram na sua frente. Sonic se preparou, o corpo tenso pronto para a luta. Pensara que teria que lutar contra os dois, mas logo um calafrio percorreu seu corpo.

- Chamou senhor? – perguntaram os dois ao mesmo tempo. Sonic pensou ter visto a sombra de um sorriso no rosto negro daquela criatura e poucos instantes ela já estava segurando a cabeça de seus dois servos que no mesmo instante começaram a gritar.

 - Sim. Estou tomando de volta os poderes que dei a vocês. – falou enquanto cada um de seus subordinados gritava de dor e começava a murchar. Sonic viu, quase aterrorizado, como cada um dos corpos perdia maça, a pele ficava fina, pálida e quebradiça, a carne no corpo pareceu sumir deixando apenas os ossos, os olhos viraram-se para trás afundando no crânio, os cabelos ficaram finos e caíram da cabeça e por fim o resto de suas células se desintegraram tornando os corpos nada mais nada menos que pó, que caiu no chão como se não valesse nada. A criatura se ergueu ainda mais, parecendo agora ter seus três metros. – Pode vir cavaleiro, já estou ponto.

 Sonic dobrou um pouco as pernas e logo se lançou para frente, na direção da criatura que ergueu o enorme braço e o acertou o lançando para o lado, mas o garoto ajeitou o corpo para assim acertar os pés ao chão e se impulsionar de volta na direção da criatura que o esperava com o que parecia ser um sorriso. Dessa vez, ao atingir o garoto, o mandou para baixo, tentando esmagá-lo no chão. Uma grande nuvem de poeira se levantou, mas logo depois que se abaixou, Amy percebeu, aliviada, que Sonic não estava machucado. Tinha um enorme sorriso no rosto, os pés dentro de um enorme buraco no chão e segurando a enorme mão da criatura, impedindo que seu corpo fosse esmagado pela mesma.

 Dobrou um pouco mais o joelho e logo se impulsionou para cima, lançando a mão da criatura na mesma direção o libertando. Com agilidade desviou do próximo golpe e pulou na direção do rosto da criatura, com a espada em mãos. Deu um rápido e forte golpe no rosto da criatura, mas ela conseguira esquivar um pouco e assim ser pega apenas de raspão. Furioso, ele segurou o pé do garoto que ainda permanecia no ar, e o lançou para longe se chocando com algumas pedras que tinha no caminho e que pararam um pouco sua velocidade.

 Voltou a se lançar contra a criatura, decepando-lhe a mão que lhe restava. Caiu no chão e se impulsionou novamente para cima acertando a cabeça no estomago o empurrando para trás. No mesmo instante pode ver uma abertura no chão. Era uma grande fenda que logo ao fundo estava cheia de estalagmites. A idéia cruzou sua cabeça mais rápido do que seus pés poderiam chegar. Talvez isso lhe custasse mais do que pretendia, mas não custava tentar. Aquela criatura era mortal, percebera, e com aquilo poderia eliminá-la de uma vez por todas.

 O resto se passou muito rápido. Seu corpo fora empurrado para trás fazendo com que suas costas atingisse a parede cheia de pedras irregulares, fazendo vários machucados aparecerem. O sangue começou a escorrer, se misturando com o negro das pedras. Teve que forçar para não gritar de dor, mas esse não era sua maior preocupação. Seus olhos foram para onde Amy estava, vendo como estava desesperada para que tudo terminasse. Sorriu para ela e sussurrou um “te amo” que foi levado pelo vento até onde ela estava.

 Amy entrou em desespero, vendo a mesma cena de seus sonhos se realizava. Tentou se mover, mas seu tornozelo doía muito e talvez o tivesse quebrado. Viu, quase em pânico, como Sonic afastava a criatura com a espada e logo a empurrava na direção do abismo que tinha ali perto. As lágrimas escorreram de seu rosto e o nó em sua garganta ficou maior. Em um forte impulso Sonic empurrou a criatura para o abismo, sendo levado junto.

 O garoto caia como se o penhasco não tivesse apenas metros, mas sim milhas de profundidade. Fechou os olhos e sorriu de leve, lembrando de tudo o que já tinha passado desde que a conheceu.

 “Meu pai sempre me dizia que um dia eu seria um herói, mas eu nunca acreditei, simplesmente pelo fato de não gostar de responsabilidades. Mas aqui estou, correndo contra o tempo para salvar aquilo que mais me importava, e com isso acabei perdendo a oportunidade de ficar com a única pessoa que me fez esquecer a liberdade, a única garota que amei dessa maneira. Mas mesmo assim...”

 - SONIC!!!!!

“Não me arrependo de nada”


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Notas finais do capítulo

*sumiu?* °vai sobrar pra gente terminar isso° -ela faz as burradas e nós que temos que ajeitar tudo?- *°bem vinda ao nosso mundo mana°* -não gostei- *acostumi-se* °pois bem, se quiserem matar a altora disso é só procurá-la, e se a encontrarem digam que ela vai pagar por ter feito a gente terminar isso aqui por ela° *upa podemos dar spoiler* -posso?- *o primeiro spoiler dela* °to tão orgulhosa T-T° - --', bom galera é o seguinte o povão todo ai...- Ah! Calada *voltou? O.o* °o poder de uma autora desesperada°
Bye galera -poxa queria dar spoiler- ¬¬