In The Dark Beside You escrita por JotaBe


Capítulo 10
Humano


Notas iniciais do capítulo

CAPITULO TERMINADO! Finalmente!!!!!
Meus amores, eu peço mil desculpas pelo atraso e por não ter terminado o capitulo no prazo que eu estipulei. Vocês sabem como é, escola infelizmente ocupa muito tempo da gente! Eu não tenho tido tempo pra mais nada e mesmo assim sempre faço o possivel pra escrever pra vocês, nem que seja picotado hahahah Espero que gostem do capitulo! E não esqueçam dos meus reviews! Terei várias surpresas pra vocês no capitulo seguinte!



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Dean Pov

Quando eu a vi ali, deitada, sem vida, a única pergunta que se passou em minha cabeça foi: Onde foi que eu errei? O que faltou para fazer com que eu fosse motivo o suficiente para que ela ficasse? Eu simplesmente não conseguia entender.
Graças aos Céus, eu fui capaz de seguir meus instintos e contrariar toda e qualquer instrução que Olivia havia me dado para não ir atrás dela. Encontrei-a bem a tempo. Não no tempo que eu desejava tê-la encontrado – muito antes de ela ter cortado os próprios pulsos até atingir uma ou duas veias – mas a tempo de poder levá-la a um hospital.
Era como se meus pesadelos mais sombrios estivessem se repetindo. O cheiro de água sanitária que os hospitais costumam ter me deixava ansiado. Eu sentia falta de ar, aquele monte de pessoas, - cada um com um uniforme de cor diferente – lutando contra o tempo, lutando contra a morte. Enquanto, pela segunda vez em minha vida, eu estava na sala de espera, sufocado e impotente, suando frio dos pés a cabeça.
Lembro de ter prometido a mim mesmo que jamais pisaria em um hospital de novo. Tudo isso era muito mais do que eu podia agüentar. Flashes de minha mãe em seu leito de morte passavam em minha cabeça, cenas que eu havia bloqueado mentalmente para a minha própria sanidade.

Flashback
Meu pai estava sentado na cadeira ao meu lado, tremia os joelhos impacientemente. Tinha marcas negras ao redor dos olhos, os sinais da idade ficavam cada vez mais fortes. Sabe-se lá a ultima vez em que ele havia dormido.
Ele segurava a mão de Sam junto ao seu peito. Sam olhava fixamente para a parede, não piscava há um bom tempo.
Enquanto eu olhava perdido e confuso ao meu redor, sem acreditar em nada do que estava acontecendo. Era tudo horrível demais para ser verdade. Esperávamos mais noticias. Nervosos desde que fomos expulsos do quarto de minha mãe assim que ela havia entrado em um choque anafilático.
Todos apressados ao seu redor, uns aumentavam a medicação, outros buscavam pelo ressuscitador.
– Afastem-se – gritou o médico com o aparelho nas mãos. Quando pressionou contra seu peito, vimos seu corpo pular. Aquilo era aterrador.
O barulho ensurdecedor da linha reta, - que agora mostrava que ela não tinha batimentos cardíacos algum – penetravam em meu ouvido, machucando-os.
– De novo – repetiu.
Mas dessa vez, não tivemos a chance de ver o resultado. Colocaram-nos para fora da sala. Já fazia mais de trinta minutos, sem respostas, sem saber o futuro de nossas vidas a partir daquele momento.


O tempo em hospitais era indefinível. Segundos pareciam meses, minutos pareciam anos. Um medo imenso me atingiu como uma pancada na cabeça. Ficar preso dentro daquela sala minúscula, observando a recepcionista calma e alheia a todos ao seu redor não estava me ajudando.
Corri para a sacada do hospital, a brisa gelada ainda não foi o suficiente para amenizar o fervor que eu sentia em meu peito.
O prédio tinha treze andares, estávamos no oitavo. As luzes da cidade e o trafego eram a única vista da onde eu estava. Milhões de pessoas, vivendo suas vidas inúteis, nenhuma delas sentiriam meu desespero, nenhuma delas poderiam ajudar. Era o que fazia eu me sentir cada vez mais sozinho.
‘’ Você não está sozinho’’ o sorriso dela estava lapidado em minha mente.
Gritei o mais alto que pude para o céu estrelado, para os milhões de pessoas, mesmo sabendo que nenhuma delas iria me ouvir. Passei a canalizar meu medo em raiva. Sem querer, explodi. Sem perceber, falava em voz alta.
– É realmente tudo isso que sabe fazer? – gritei para o céu – As pessoas rezam para você, lhe pedem proteção, e é assim que retribui? – lágrimas escorriam pelo meu rosto – Você não vai tirar mais ninguém de mim! Está me ouvindo? Mais ninguém!
Meu coração batia a mil por hora, minha respiração estava acelerada. Me apoiei no beiral da sacada, tentando me acalmar.
– Ele não pode te ouvir – uma voz serena e familiar surgiu atrás de mim – Acredite, eu já tentei.
– Sam... – sussurrei.
Ele me lançou um olhar compreensivo. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele avançou e me abraçou. Retribui o abraço com força, eu chorava descontroladamente.
– Eu não posso perdê-la Sam. Eu não posso.
– Você não vai. Eu prometo – ele não parecia ter muita certeza.
Um médico, na casa de seus trinta e cinco anos, negro, com traços fortes, parou na sacada diante de nós. Tinha uma expressão imparcial, muita tranqüilidade em seus movimentos, muita confiança. Segurava uma pasta azul marinho.
Olhei para ele esperançoso.
– Aparentemente, ela vai conseguir – ele sorriu.
Suspirei alto de alivio.
– Ela ainda está inconsciente, deve permanecer em repouso absoluto. Você fez a coisa certa garoto, ao trazê-la tão depressa. Ela não teria sobrevivido se não fosse por você.
Meu alivio era tão ridiculamente grande, que minha vontade era de dar gargalhadas.
– Posso vê-la? – perguntei ainda nervoso.
Eu precisava de confirmações, provas, eu precisava ver que ela ainda estava viva, com meus próprios olhos.
– Receio que não. Pelo menos não agora. Vocês são família?
Olhei para Sam, confuso. Eu havia ligado para Allison e pedido que localizasse a mãe de Olivia, mas ela ainda não havia aparecido.
– Sim. Somos primos – Sam respondeu por mim.
Ele nos fitou com seriedade.
– Irei precisar de algum responsável, para assinar alguns documentos das medidas necessárias que serão tomadas.
– Medidas necessárias? – perguntei.
– Claro – ele anotava algo em sua pasta – Esta menina acabou de tentar suicídio pode ser uma ameaça para os outros e para si mesma.
Minha respiração voltou a acelerar.
– Isso é ridículo. Olivia jamais...
– E quais sãos os fins para isso? – Sam perguntou me interrompendo.
– Psicólogos, no pior dos casos, clinicas de reabilitação. Mas é claro, essa escolha deve ser tomada por um responsável. Aviso quando ela acordar – ele sorriu e se afastou.
Mais uma vez eu corria o risco de perdê-la. Era como se algo estivesse me provocando, dizendo: lute por ela. Eu pensei que jamais a teria de novo. A partir deste momento, não existia mais nada que eu não fosse capaz de fazer.


Sam Pov

Flashback

Meu pai segurava minha mão, a cada minuto me lançava olhares e sorrisos nervosos, querendo dizer que tudo ficaria bem, independente do que acontecesse.
Eu me sentia completamente aéreo, vazio. Nada daquilo parecia real. Eu sabia o final dessa história, eu sabia que ela não sobreviveria. Eu havia deixado de acreditar em milagres há muito tempo atrás. Mesmo assim, havia um pingo de esperança dentro de mim, uma pequena gota, quase irritante. Um grão de areia no oceano, que pensava que faria a diferença. Era como se dentro de mim existissem duas personalidades: o pessimismo e o otimismo, eles estavam em uma luta horrenda há horas dentro de minha cabeça.
O médico apareceu na sala de espera, Dean, meu pai e eu nos levantamos ansiosos. Ele tinha manchas de sangue em seu uniforme, esfregava suas mãos uma na outra como uma espécie de tique nervoso. Parecia desapontado.
– Eu sinto muito – ele disse devagar.
Senti meu chão desintegrar bem debaixo de meus pés. Não consegui chorar como Dean e meu pai, que estavam aos prantos. Simplesmente permaneci ali, em silêncio, sem nenhuma lagrima sequer.

Mal sabia eu, que a morte de minha mãe traria tanta desgraça para a nossa família. O homem carinhoso e gentil que era meu pai, deixou de existir, dando lugar para um monstro. Dean se fechou para o mundo se autodestruindo, aos poucos. Eu, até o presente momento continuava confuso e assustado. Sem saber ao certo qual era meu propósito. Sem saber o que fazer em seguida.
Era como viver preso dentro de um sonho, eu via o que acontecia ao meu redor, mas nunca estava completamente acordado.
Eu estava sentado ao lado de Dean, com uma das mãos em seu ombro, oferecendo apoio. Tentando permanecer forte por ele, mesmo que aquele hospital estivesse me enlouquecendo.
Essa era a primeira vez em um ano em que eu havia abraçado meu irmão. Primeira vez em um longo tempo em que eu havia visto-o chorar. O que aconteceu com Olivia foi o suficiente para destruir o muro de Berlim que Dean havia criado – emocionalmente – para todos ao seu redor. Ele era aquele menininho assustado e emotivo de novo. E eu era uma pedra solida e fria. Parecia que havíamos trocado de personalidade.
O elevador se abriu, quebrando todo o silêncio. De dentro dele saiu Allison, Xavier e mais dois policias uniformizados.
– Onde está ela? O que aconteceu? Ela está bem? – Allison entrou histérica no cômodo.
Estava com uma péssima aparência. Usava um casaco preto por cima do vestido que usara na festa. Estava visivelmente alterada; pupilas dilatadas, olheiras ao redor dos olhos... Tremia muito e gaguejava as palavras. Parecia ter tido uma noite e tanto. Estava obvio que havia usado coisas muito mais fortes que álcool e tabaco.
Dean se levantou estressado ao ver Xavier.
– O que ele esta fazendo aqui? – perguntou com raiva.
– ‘’Ele’’ é o responsável que vai manter os documentos em ordem e cuidar de Olivia quando ela sair daqui, já que os pais dela estão desaparecidos – Xavier respondeu com acidez.
– Calma rapazes – um dos policiais se pronunciou, não devia ter mais de trinta anos, tinha cabelos castanhos e olhos cor de mel, era juvenil e transmitia tranqüilidade, mas conseguia demonstrar domínio e seriedade no tom de sua voz – Porque não se sentam? – ele pediu.
– Desculpe-me, mas o que o senhor faz aqui? Não vejo o que aconteceu com Olivia possa ter a ver com a policia – indaguei confuso.
– O nome dela é Olivia. Olivia Demiris, não é mesmo?
– Sim – Allison afirmou.
– Eu estava há algumas quadras daqui em outro hospital, resolvendo o homicídio de Lisa Demiris, acredito que seja a irmã – ele nos entregou uma foto de Lisa, sorridente, sentada debaixo de uma àrvore, parecia um pequeno anjo – Tenho algumas perguntas para Olivia,
– Lista está morta?- Dean perguntou, seu rosto assumiu um tom branco assustador.
– Oh, não – gemeu Allison.
– Infelizmente sim – ele disse de forma solene – Eu sou detetive Francis. Mas sintam-se a vontade para me chamar de Charlie. São amigos de Olivia?
Assenti com a cabeça.
– O que podem me contar sobre a família Demiris? – ele perguntou abrindo um pequeno bloco de notas, tirando uma caneta de dentro do bolso de seu terno.
– O que exatamente aconteceu Charlie? – perguntei, já que Dean e Allison ainda estavam em choque pela noticia.
– De acordo com o depoimento da mãe, Constantin Demiris, o pai das garotas, entrou em casa descontrolado com uma arma, quando ficou sabendo que sua esposa queria o divórcio – ele dizia sistematicamente, contando a desgraça de outros como se fosse uma maldita analise – Pelo que pude entender, Lisa foi dano colateral. Constantin fugiu e Lilian desapareceu algumas horas após ter dado o depoimento.
– Acha que Constantin a seqüestrou? – Allison perguntou com um medo evidente na voz.
– É provável – Charlie deu de ombros – Afinal de contas, o alvo inicial de Demiris era a esposa, mas não podemos ter certeza. Tenho vários agentes procurando pelos dois no momento.
– Mas e Olivia? O que a fez vir parar aqui? – Allison perguntou aflita.
Foi a gota d’água para mim.
– Não aja como se você se importasse! – explodi – Sua amiga Allison tentou se matar! Enquanto você se drogava e se prostituia sabe-se lá onde – gritei.
– Como diabos eu iria saber que algo desse gênero iria acontecer? – ela gritou de volta – Não tente jogar a culpa em mim.
– Ora, se estivesse presente no momento em que ela precisasse, talvez nada disso teria acontecido.
– Escuta aqui...
– Pessoal – Xavier gritou com autoridade – Isso é um hospital! Por favor, controlem-se. Essa tragédia toda não foi culpa de ninguém – ele parou – Pelo menos ninguém que esteja presente nesta sala – acrescentou amargurado.
Virou-se para os policiais.
– Responderemos quaisquer perguntas que tiverem, mas peço que entendam que está é uma situação emocional para todos nós. Por favor, tenham um pouco de paciência.
– Claro. Entendemos perfeitamente – Francis respondeu. Os Policiais se afastaram a fim de questionar as atendentes, enfermeiras e médicos.
Dean permanecia em silêncio, com os olhos cheios de ódio fixados em Xavier.
– Então, vamos simplesmente esperar aqui? Até quando? – Allison perguntou.
Revirei meus olhos.
– Você por um acaso recebeu uma dose de egoísmo extra hoje? – retruquei – Sim Allison. Sua amiga está completamente inconsciente, não acho que ela vá acordar tão cedo! Porque tem horário marcado? – cuspi as palavras.
Nunca senti tanto ódio por uma única pessoa, mesmo que involuntário. Aos meus olhos, no momento, ela era o ser humano mais desprezível do mundo.
– Qual é o seu problema? – Ela perguntou transtornada.
– Qual é o seu problema? Olivia acabou de perder praticamente sua família inteira. Mesmo que ela acorde, o que te garante que ela não vá tentar suicídio mais uma vez? – gritei.
Percebi que minhas palavras haviam atraído a atenção de Dean e Xavier, me arrependi de imediato de ter dito tudo aquilo em voz alta. O rosto de Dean assumiu uma feição assustada, ele não havia pensado nisso antes. Allison permaneceu em silencio. Uma culpa enorme me atingiu.
Era tarde demais, eles teriam que aceitar a verdade, uma hora ou outra.
– Dean... - sussurrei – Eu sinto muito. Mas quem sabe o médico pode ter razão, Olivia estava fora de si. Ela pode ser uma ameaça para si mesma. – tentei manter minha voz em um tom suave – A partir de agora, nós temos que tomar as decisões baseadas em algo que vai ser bom pra ela. Mesmo que nos doa.
– Você tem total razão Sam. É a coisa mais sensata a fazer. E ainda sim... – Xavier suspirou frustrado – Eu conheço Olivia. Ela é forte o suficiente. Ela merece o voto de confiança.
– Você a conhece? – Dean levantou em um acesso de raiva, me preparei para segurá-lo – Não existe um dia em que eu não duvide das suas reais intenções com a Olivia. Ela é o que? Nove anos mais nova que você? – ele perguntou sarcástico.
Xavier riu amargurado.
– Pense o que quiser – ele disse calmo - O conselho tutelar vai chegar a qualquer momento, sem um responsável ela vai direto para um orfanato. Você simplesmente vai ter que aceitar que Olivia precisa de mim.
Dean fechou sua mão em um punho, tentando controlar sua raiva. Sempre teve problemas com isso, senti um alivio quando ele voltou a se sentar.
– Se você realmente se importa com ela garoto, vai ter que engolir seu maldito orgulho, ou eu também vou começar a duvidar das suas intenções – sua voz era cortante.
Dean sorriu macabramente, se aproximou de Xavier e o grudou pela camiseta.
– Dean! – Allison e eu gritamos ao mesmo tempo, assustados.
– Eu só não te quebro aqui mesmo porque estamos em um hospital, te curariam rápido demais – Dean disse com a respiração acelerada, o soltou com um empurrão e deixou a sala de espera as pressas, antes que fizesse alguma besteira. Seguiu para os corredores que levavam aos quartos dos hospitais, provavelmente a procura de onde Olivia estava.
Xavier se apoiava nas paredes, por pouco não havia caído. Ele também tinha a respiração alterada, lançou um olhar significativo para mim.
– Seu irmão tem sérios problemas.
– Eu não vou me meter no meio disso tudo – indaguei – Vocês dois vão ter que aprender a lidar com isso.
Aquilo era uma loucura, era incrível como tudo podia mudar, de uma hora para outra, sem nem sequer um aviso. As coisas que aconteciam ao meu redor, tudo de uma vez, o tipo de situação que não nos dava tempo para processá-la nem entende-la. Senti um arrepio, ao lembrar que horas atrás eu estava com uma ansiedade infantil para uma festa inútil, era assustador a maneira com que tudo aquilo parecia extremamente insignificante, em comparação ao que nos acontecia agora. Era assustador imaginar que horas atrás, eu não fazia idéia de que a vida me traria aqui, neste exato momento.
Xavier se levantou e respirou fundo.
– Eu preciso de um ar – murmurou, se levantou e sem olhar para trás também deixou o local.
Eram quase cinco horas da manhã, a sala estava vazia e escura, as luzes eram bem fracas, senti um leve desconforto, agora apenas Allison e eu permanecíamos ali, em silêncio. Ela tinha o olhar perdido, parecia esgotada. Abraçava os joelhos, igual uma criança de seis anos. Todos nós havíamos recebido cargas emocionais fortes demais para um único dia.
Lembrei de algo que minha mãe sempre dizia; nas horas de sufoco, você consegue ver a verdadeira personalidade de alguém, você consegue ver atrás de todas as mascaras. Ela dizia que o medo, não mudava as pessoas, e sim mostravam quem elas realmente eram. Senti um calafrio percorrer a espinha, e admito um pouco de culpa. Quando fitei os olhos de Allison tudo que pude ver, foi uma criança assustada e perdida.

Allison Pov

Eu queria que me beliscassem, que me acordassem daquele pesadelo horrível.
Poucas coisas aconteceram comigo de tamanha significância, portanto, eu nunca soube lidar com esse tipo de situação. Não sou uma pessoa de momentos difíceis.
Só a idéia de Oliva não sobreviver era torturante, a idéia de nunca mais ouvir sua risada rouca, de nunca mais rir de seu humor negro, ou de nunca mais ser insultada pelo seu sarcasmo.


Eu sempre fui uma pessoa difícil de lidar, tenho muito mais defeitos do que qualidades. Olivia é a única que sabe lidar comigo, que sabe me acalmar, sabe me guiar para o caminho certo. Sem ela todos meus passos são aos tropeços, errados.
Ela faz parte de mim, fez papel de mãe, amiga e irmã, e eu tenho certeza que a decepcionei hoje.
A maneira com que Sam me olhava, desde o momento em que cheguei, confirmava tudo que eu mais temia, sem ela eu era uma pessoa desprezível.
A discussão que tive com Sam me doía, seus gritos e seu olhar de desprezo em cima de fim se repetiam em minha mente. De novo e de novo. Cada vez que eu lembrava, parecia doer mais.
Eu estraguei tudo, como sempre. Eu não era capaz de tolerar as pessoas, ou as pessoas já não eram mais capazes de me tolerarem. Seja como for, eu me sentia a pior pessoa do mundo.
Olhava para Sam, em silencio, observando sua oculta perfeição.
Eu só queria que ele gostasse de mim. Será que isso era algo tão impossível? Eu sou tão detestável assim?
Ele retribuiu o olhar. Eu não via mais ódio. Agora via especulação e curiosidade. Meu estomago fez com que eu estremecesse, como se milhões de borboletas brincassem lá dentro. Aquela sensação ridícula, infantil e inocente que eu pensava que jamais experienciaria de novo.
Ele me causava calafrios, com um único olhar. Eu não queria nem imaginar o estrago que faria em mim com um toque. Se ao menos fosse recíproco...
Era tarde demais para concertar o estrago que eu havia feito. Se ele não retribuir meus sentimentos, ótimo. Eu não ligo. A única coisa que eu precisava, muito, era de seu respeito, já que eu havia perdido o de muitas pessoas há muito tempo. Eu queria tanto que alguém simplesmente entendesse. Entendesse o que é sentir como se você nunca fosse bom o suficiente pra ninguém.
Minhas racionalizações se transformaram em raiva, minha raiva se dissolveu em lagrimas. Sam me olhou como se quisesse me dizer algo, sem saber se devia.
Tentei disfarçar enxugando meu rosto, procurando o controle de minhas emoções. Finalmente depois de um longo suspiro e um longo tempo criando coragem, quebrei o silencio.
– Você acha que ela vai tentar de novo? – perguntei, minha voz saiu rouca.
Ele me observou cuidadosamente por alguns segundos.
– Eu não sei- deu de ombros e simplesmente voltou a encarar o chão.
Respirei fundo e voltei a acumular coragem mais uma vez. Eu queria desesperadamente que ele soubesse como eu me sentia, em relação a tudo, mas eu era fraca demais para dizer o que realmente pensava em voz alta.
Confusa, comecei a soltar informações sem pensar, uma por cima da outra.

Sam Pov

Eu a observava atenciosamente, surpreendentemente ansioso pelas palavras que saíram de sua boca. Ela parecia não ser capaz de retribuir o olhar, pois olhava fixamente para um ponto cego no chão.
Apoiava as mãos com força na cadeira, como se fosse capaz de cair da onde estava sentada. Com um único suspiro, começou.
– Nada do que eu faço é intencional – disse com suavidade e calma – Parece que... Parece que tudo em que eu me envolvo tem de acabar mal. Como se existisse alguém, a espreita, fazendo questão de que nada dê certo pra mim.
Sua voz saia com dificuldade, era facilmente notável que ela não compartilhava esse tipo de informação com freqüência. Continuou.
– Todas as pessoas ao meu redor me subestimam, agem como se as escolhas ruins que tomei definissem todo meu caráter. Sabe como é... – ela deu de ombros – Um único erro é o suficiente para condenar mil acertos.
Assenti com a cabeça. Sim, eu sabia exatamente como era.
– Da mesma forma que um acerto não apaga seus erros. Não existe um meio termo pra essa gente. Então... – ela respirou fundo – Eu cansei. Eu simplesmente parei de tentar. Porque eu sei que nunca vou acertar. Que nunca vou ser boa o suficiente – ela deu um sorriso fraco.
Eu queria protestar, minha compaixão para com ela havia aumentado significativamente, mas eu não sabia como.
– Eu só queria que uma única vez tudo desse certo, sabe? – fitou-me com uma expressão frustrada – Quando as coisas vão bem em casa, estão péssimas na escola e vice-versa. Isso quando não está péssimo em ambos ambientes. Eu já me odeio o suficiente e agora tenho uma legião de seguidores que apóiam meu auto desprezo – ela riu e voltou a encarar os próprios pés – porque uma única vez, por um único dia, as coisas não podem dar certo pra mim?
– Você é nova demais para estar buscando pelo final feliz Allison – retruquei.
Ela me olhou sem entender.
– Você ainda é a Alice no país das maravilhas.
– O que? – ela quase riu.
– Tudo está uma bagunça, você não sabe o que é real, não sabe a diferença entre o certo e o errado. As pessoas ao seu redor te julgam como louca quando estão mais alucinadas e confusas que você.
–Está mais para país dos horrores – ela fez uma careta.
– Esse drama adolescente não dura pra sempre.
– Você diz isso como se não tivesse problemas. Ninguém consegue ser tão imparcial. Para dizer isso ou você tem a família perfeita ou alguns ótimos amigos de infância – ela revirou os olhos.
Eu ri amargurado.
– Ambos seus pais estão vivos? – perguntei.
– Parece que não. Não os vejo a três meses – ela ergueu uma sobrancelha.
– Estamos competindo? – perguntei pasmo.
– É a única coisa que da para se fazer com isso, não é mesmo?
– O que? Ver quem está mais profundamente mergulhado na merda?
Ela soltou uma risada que fez com que o clima ficasse mais leve.
– Em uma escola de zero à dez, o quão patético nós somos? – ela manteve a expressão divertida.
– Quinze – respondi.
Ela sorriu.
Meu ódio por ela estava agora em segundo plano, afinal de contas é normal, não é mesmo? Seres humanos não sabem lidar com nenhum tipo de situação sem atirar para todos os lados. Quando o céu está caindo nós sempre jogamos a culpa em alguém para evitar analisar a responsabilidade que temos no acontecido. Dean apareceu na sala de espera no mesmo seguindo em que Allison estava prestes a dizer algo, ela se calou. Dean tinha a expressão cansada e devastada.
Minha noção de tempo estava prejudicada, eu não fazia idéia de quantas horas estávamos ali, mas o sol já entrava pelas janelas clareando todo o cômodo, queimando minhas retinas. A sensação era de uma terrível ressaca.
A luz mostrava o estado deplorável e desolado de todos nós.
– Por onde andou? – perguntei.
Ele sentou-se ao meu lado, mexia incessantemente no cabelo. Fazia isso quando estava nervoso.
– Falando com a policia.
– E?
– Eles precisam de um responsável por Olivia, ou assim que receber alta, vai para um orfanato- ele suspirou.
– Alguém precisa adotá-la? – Allison perguntou confirmando o quão absurdo aquilo soava – A mãe dela está desaparecida, não morta!
Dean assentiu.
– Eles a consideram incapaz, por nunca ter tomado uma atitude quando deveria. Colocando as meninas em risco.
– Não podemos discordar disso – murmurei.
– Tem mais – Allison e eu olhamos para Dean irritados. O que mais poderia acontecer com essa menina? – Eles precisam que Olivia identifique o corpo de Lisa.
– O que? – Allison quase gritou – Isso é ridículo! Ela ainda vai ser obrigada a ver o corpo morto da irmã? O que eles estão querendo? Que ela se mate de vez?
– Ninguém mais pode fazer isso? – perguntei.
– Não. Só família imediata.
– Ótima hora pra essa maldita mulher fugir!
– Nós não sabemos o que aconteceu com ela – eu disse em tom de repreensão. Allison era ótima para julgar antecipadamente – E Xavier? – perguntei.
Dean fez uma cara de nojo.
– Está com o médico. Esse homem está aprontando algo e eu sei que não é coisa boa. Seja o que for ele não vai conseguir o que quer.
– Sério Dean, vocês vão ter que parar de dar uma de Edward e Jacob pra cima da menina. Não acha que ela já tem problemas o suficiente?
Allison me lançou um olhar de canto com vestígios de um sorriso.
– O que foi? – retruquei irritado – Eu leio twilight, ok? Algum problema?
– Nenhum – ela ria.
Tentei desviar o assunto de mim.
– Que horas são?
Dean olhou para o relógio em seu pulso por um bom tempo.
– Onze da manhã.
– Meu Deus! – reclamei.
– Vocês deviam ir embora. Precisam descansar. Ela ainda vai estar aqui quando voltarem – Dean sugeriu.
– E deixar você sozinho com o Edward ali? – ela apontou para Xavier que bebia uma xícara de café, a alguns metros de distancia – Jamais! Espera. Aliás, quem de vocês é o lobo e quem é o vampiro? – brincou.
– Muito engraçado Allison – Dean murmurou sem expressão.
Uma enfermeira, incrivelmente bonita – morena, dos olhos pretos, cabelos cacheados, face de um anjo, não devia ter mais de vinte e um anos – se aproximou de nós. Levantei-me de imediato.
Allison bufou. Ignorei-a.
– Dean? – ela perguntou.
Dean se levantou ansioso.
– Sim, sou eu.
– Ela acordou – a enfermeira sorria imensamente – Está chamando por você.
Dean praticamente se apoiou em mim, pois suas pernas estavam bambas. Allison levantou e nós três começamos a avançar quando a enfermeira protestou.
– Somente Dean. Sinto muito, regras do hospital.
– Do hospital, ou de Olivia? – Allison perguntou desnecessariamente grosseira.
A enfermeira sorriu.
– Respeitamos as especificações de todos os pacientes. E pelo visto ela chamou a pessoa certa, eu não iria querer alguém com o seu humor perto de mim.
– Não me lembro de ter pedido sua opinião – retrucou.
A enfermeira assentiu e se afastou ainda sorrindo.
– Ótimo Allison, ótimo – revirei os olhos irritados. Agora poderia voltar a odiá-la sem remorsos. Momento emocional havia passado.
– Cale a boca.


Dean Pov
Música 1 (Opcional)
O quarto era pequeno, de um tom azulado, com pouca iluminação. A vista, além dos aparelhos, existia uma única cama e uma pequena poltrona amarela ao seu lado. Pela primeira vez senti um imenso alivio de ouvir os bipes que contavam seus batimentos cardíacos, calmos, sincronizados, e que conseqüentemente faziam os meus baterem mais forte.
Lá estava ela, sua pele pálida, seus longos cabelos cor de mel que estavam um pouco bagunçados, e mesmo sem luz, tão frágil, tão destrutível... Era linda.
Me aproximei com cautela, sem fazer movimentos bruscos, tinha medo de que assim em que a tocasse ela desapareceria em cinzas.
Agora mais de perto, pude notar seus lábios rachados e os pequenos cortes na testa que a maquiagem cobrira noite passada. Em suas mãos ataduras, que tinham maior concentração em seu pulso esquerdo.
Passei minha mão por seu braço repetidamente, ela estava viva, eu podia senti-la. Com um nó na garganta, sorri. Ela me encarava confusa.
– Hey – sussurrei.
– Hey – ela respondeu baixinho, olhando profundamente em meus olhos, pude enxergar o pedido de socorro.
Sentei-me ao seu lado, ainda segurava em seus braços, eu não conseguia largá-la.
Sua respiração se tornou irregular, seus batimentos cardíacos acelerados. Pânico, dor, angustia e sofrimento definia sua feição assustada com que me fitava.
– Eu... – gaguejou. Ela tremia – Dean, acabou – lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto incontrolavelmente.
Abracei-a, ela retribuiu, com força se agarrava as minhas costas. Acariciei seu cabelo, absorvendo seu cheiro inebriante. O que se dizia em um momento como esse?
Absolutamente nada.
Ela recuperou o fôlego e disse entre as lagrimas:
– Eu não quero Dean. Eu não quero continuar aqui. Eu não tenho mais nada. Eu não quero continuar aqui – soluçava.
Levei alguns segundos para descobrir que por ‘’aqui’’ ela queria dizer este mundo. Senti um frio percorrer a espinha. Segurei seu rosto em minhas mãos, fazendo com que olhasse diretamente para mim.
– Você não vai a lugar nenhum está me ouvindo? Você vai ficar exatamente aqui – eu disse com um pequeno toque de raiva que não podia controlar. Era o medo que eu tinha de perdê-la.
Ela ainda chorava. Minha cabeça girava em círculos e eu não sabia se conseguiria dizer em voz alta tudo o que pensava, pois nunca havia dito a mais ninguém, algo com tamanha significância e intensidade.
Minha voz vacilou por alguns segundos.
– Olivia... Eu preciso de você – ela me encarou assustada – Você não pode me deixar aqui. Não agora. É tarde demais. Não é justo.
– Justo? – ela perguntou – O que nesse mundo é justo?
– Eu já me envolvi demais. Você não tem o direito de fazer isso comigo – acusei.
– Não acha isso um tanto quanto egoísta?
– Egoísta? – gritei – E o que você fez não é egoísmo?
Ela tirou suas mãos das minhas.
– Porque toda vez em que estamos no mesmo cômodo temos que ter uma discussão? – perguntei pasmo - Eu não me importo Olivia. Não existe nada que você faça, ou me diga agora que vai fazer eu me afastar de você. Nada.
Minha respiração estava acelerada. Ela me observava agora mais calma.
– Você não precisa ficar sozinha.
– Eu não sei o que eu quero muito menos o que preciso.
Observei-a por um momento, seus olhos verdes eram um abismo sombrio, mas eu conseguia enxergá-la através de tudo aquilo que ela lutava pra esconder, o quanto ela precisava de alguém, o quanto ela subliminarmente pedia desesperada por um motivo para ficar.
– Por que perguntou por mim quando acordou? – perguntei, minha curiosidade queimava desde o momento em que fui chamado.
– Eu não sei – ela deu de ombros – Você foi a ultima pessoa que passou pela minha cabeça... E a primeira assim que eu acordei.
Eu tentei esconder meu sorriso, e fracassei.
– Vá em frente – ela disse – Pode se vangloriar.
– Porque eu deveria? Acontece exatamente o mesmo comigo.
Ela ergueu uma sobrancelha.
– Está tentando dizer que gosta de mim?
– Você gosta de mim? – retruquei.
– Eu suporto você.
Soltei uma risada.
– Então nós temos algo em comum.
– Infelizmente Winchester, nós temos muita coisa em comum.
Ela me olhava intensamente, de uma maneira com que me deixava ciente do que aconteceria a seguir. Cada vez mais próxima de meu rosto, ela me testava, para ver o quão longe eu iria.
– Você vai me beijar – sussurrei.
– Eu vou.
– De novo.
– De novo – sorriu.
Era impossível de controlar minha respiração ou qualquer outra coisa em meu corpo quando ela estava tão próxima, queria saber se algum dia eu me acostumaria com aquilo, ou se a sensação de que meu coração sairia pela boca duraria pra sempre. Toda vez em que ela me tocava eu sentia a mesma corrente elétrica, a mesma excitação, o céu e o inferno ocupando o mesmo espaço. Na mesma hora em que nossos lábios se tocaram, ouvimos três batidas na porta - que se encontrava aberta. Fez com que nos afastássemos subitamente.
Era Xavier, mesmo sabendo o que tinha acabado de acontecer, entrou sorrindo no quarto, com um buque de flores.
– Liv – disse ele – Parece melhor.
Ela assentiu com a cabeça, ainda alterada demais para responder. Da mesma maneira em que eu estava alterado demais para levantar e estourar a cara dele.
– Desculpem-me por atrapalhar. Eu vim aqui pra te puxar de volta pro mundo criança – ele disse olhando para Olivia.
– Engraçado – eu disse – Agora você usa o substantivo certo para Olivia, em comparação com a sua idade – soltei uma risada irônica.
Ele ignorou.
– Nós não conseguimos achar sua mãe. Tem alguma idéia da onde ela esteja?
Olivia fitou-o com seriedade.
– Não. Também não planejo saber tão cedo.
Ele sorriu.
– Posso ter um minuto com ela? – ele se virou para mim.
– Não.
– Dean... - Olivia pediu.
– Não – repeti – Tudo o que você tiver que dizer pra ela, vai ter que dizer na minha frente.
– Você não me conhece nem um pouco não é mesmo? – ela me olhou irritada - Não é você quem decide isso!
– Olive... Eu não vou sair daqui.
Ela fechou a cara pra mim e se virou para Xavier.
– Por favor, diga o que tem que dizer, e depois eu quero que vocês dois sumam daqui!
– Eu preferia que Dean não estivesse aqui, mas já que você insiste...
– Eu vou ficar exatamente onde eu estou Xavier – lancei um sorriso sínico pra ele.
Ele suspirou.
– Eu fiz algumas entrevistas – ele deu de ombros – Conversei com os médicos, policiais e assistentes sociais, pelo fato de eu ter acompanhado sua vida por bastante tempo, tudo que eu precisei fazer foi assinar alguns papéis.
– Xavier, não estou te entendendo.
– Eu tenho sua guarda. Temporária, é claro. Quando você receber alta, vai voltar pra casa comigo.
– O que? – gritei – Isso é ridículo.
– Espero que não se importe.
– Eu me importo! – retruquei.
– Eu não estava falando com você – ele me fitou sem expressão.
Olivia observava nós dois atenciosamente. Olhei pra ela em desespero.
– Olivia você não pode realmente estar considerando essa possibilidade!
– Eu não vou para um orfanato Dean.
– E a solução para isso é ir morar com seu professor? – perguntei pasmo – Que por um acaso adoraria te ter na cama dele! Nunca passou pela sua cabeça que talvez ele não esteja fazendo isso pra te ajudar, e sim pra ter a chance perfeita de te usar?
Ela não respondeu. Eu ri amargurado.
Xavier estava apoiado na cama, sereno. Com um olhar quase... Vitorioso. Ele sabia que quando se tratava de Olivia, entre nós dois, ela sempre teria dificuldades de escolher um só.
– Você precisa descansar garoto. Volte aqui quando estiver pensando no melhor pra ela.
Eu respirei fundo e permaneci de costas pra ele, pois assim que eu me virasse eu talvez não tivesse controle das minhas ações.
– Isso é demais pra mim. Você não pode fazer isso.
– Eu não sou sua Dean. Você não tem o direito de me dizer o que eu posso ou não fazer. Eu sinto muito.
– Eu também sinto muito Olivia – murmurei.
Antes que a raiva tomasse conta de mim deixei o quarto, com pressa, querendo sumir daquele lugar onde eu não conseguia mais respirar. Era uma sensação que vinha de dentro, esse ódio, que talvez fosse algo que eu tenha acumulado com o decorrer dos anos. Agora todas as emoções das quais eu fui imparcial por tanto tempo estavam se pronunciando de uma vez só.
É exatamente isso que acontece quando você se deixa importar. Eu já não tinha mais controle de nada do que eu sentia.
Ela teria que escolher. Eu não continuaria no meio disso tudo. Dessa vez seria eu ou ele.


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Notas finais do capítulo

REVIEWS ESTÃO LIBERADOS! QUERO MUIIIIIIIITOS! E ai o que acharam?
Então, vamos para as noticias, infelizmente, mais uma vez eu não sei quando vou postar o próximo capitulo, minha vida está uma loucura, mas peço do fundo do coração que não me abandone. Quero agradecer minha querida Mia, por ter me apoiado e por não ter esquecido de mim mesmo quando eu estava desaparecida! Te adoro ♥
Ok, mais uma novidade... eu tive uma idéia de fazer previews de capitulos para deixar vocês mais curiosas ainda. Vocês PODEM postar reviews, eu os lerei com muito amor e carinho e vou responde-los com mais amor e carinho ainda, mas o preview será apagado para dar lugar ao capitulo, pra vocês poderem postar mais reviews de novo e de novo! hehe Espero que gostem, estou a caminho de fazer o preview do proximo capitulo! Beijos, beijos. JB



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