Uma voz ao longe começa a dizer-me algo e a ficar cada vez mais perto, mas não entendo o que ela quer dizer.

Quem está ai? Gritei.

Ninguém respondeu e o silêncio começou. O silêncio me ensurdece, me deixa louca.

“Cadê todos?” só isto estava em minha mente.

Como saíram sem me avisar? Como saíram sem mim? Esqueceram-me aqui? Não se lembraram mesmo de mim...

Começou novamente a seqüência de barulhos e meu medo apenas aumentou rapidamente, como um grande tsunami aproximando-se da costa.

Alessandra!

Meu nome a voz gritou.

Quem é?

Alessandra...

E a voz diminuiu, voltando ao silêncio que a casa estava.

Muito jovem com apenas meus 6 anos, não sabia o que havia acontecido ou por que de ter acontecido. Como a voz sabia meu nome? De onde surgiu essa voz masculina? Invadiram minha casa?

Passaram se horas, e eu ainda estava em choque em meu quarto. Tranquei a porta e fiquei a espera de meu pai ou de meu irmão que só viria ao tardar da noite.

- Alessandra!!!

- Pai? É você?

- Sou eu filha. O que houve?

- Alguém esteve aqui!

- Mas não roubaram nada, nem mexeram nas portas. De onde veio o som?

- Fora de casa e depois fora do meu quarto.

- Não há nada nem lá fora nem no corredor.

- Mas tinha...

- Deve ter sido sua imaginação.

Tudo é minha imaginação, sempre foi. Desde muito pequena mesmo escuto esses barulhos, mas nem adianta mais comentar com meu pai, sempre para ele vai ser minha imaginação me enganando. Mas sempre parecia real sempre. Era real. Não era?