A Blow In My Heart escrita por Agome_Higurashi


Capítulo 7
What is happening?!


Notas iniciais do capítulo

Faz um grande tempo que não atualizo minha histórias queridas, sinto muito por demorar tanto.
Mas aqui estou! #CARADEPAU
Espero que me perdoem pelo desleixo >-



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—Finalmente apareceu, Sayaka-chan — me saudou com um largo sorriso, estendendo a mão em um gesto convidativo.

Essa situação não parecia nada boa.

O garoto à minha frente não era muito mais velho que eu, mas a experiência brilhava em seu olhos castanhos escuros, fazendo meus instintos dizerem para ficar bem longe dele. O cabelo parecia possuir a cor natural, um caramelo com brilho próprio; entretanto, seus dentes perfeitos vistos em seu sorriso não davam o mesmo ar doce, tinham um quê de prontos para morder a sua presa, ao que parecia infelizmente, ser eu.

—Vamos, se junte a nós, Sayaka-chan. Você não acha que já nos fez esperar demais? — o tom em sua voz demonstrava uma falsa irritação.

Andei um passo para trás. Ao ver o meu movimento, percebi que todos naquele local pareceram se aproximar um pouco mais, claramente um aviso que não estavam ali só de enfeite.

—Minha mãe diz para eu não falar com estranhos —proferi por fim, tentando distraí-los, mas minha voz demonstrava o meu medo abertamente.

O garoto deu uma risada suave e perigosa, me fazendo temê-lo mais ainda.

—Gomen, gomen! — falou alegre. — Que falta de educação a minha não me apresentar, esqueci que ainda não me conhece. Sou Shimao Atsushi, a seu dispor — e fez uma reverência perfeita em seguida.

Aquilo estava cada vez pior! Por mais que o rapaz á minha frente demonstrasse cortesia e simpatia, a atmosfera gritava o contrário. Eu sabia que tinha que sair o mais rápido possível dali! Mas como?! Nunca tive um perfil atlético e era inteligente o suficiente para perceber que isso era um fator decisivo para eu fugir. Finalmente percebi que a minha única chance era saber o que aquele garoto queria, e torcer para que ele estivesse procurando por outra Sayaka bem parecida comigo.

—O que você quer? — tentei me expressar da maneira menos amedrontada possível, falhando.

—Ora, como sou esquecido! Não lembrei que você ainda não me conhece. Entretanto, o que eu quero não importa no momento, mas não posso dizer o mesmo daqueles caras — e apontou para os delinquentes atrás dele, que cada vez mais pareciam excitados com a ideia de “carne fresca” que viam estampados na minha cara; pelo menos era o que parecia. Ao ver que permaneci petrificada, continuou: — Sabe, o acontecimento de ontem já se espalhou. Digamos que todas as gangues da região, e até de outras cantos da cidade, descobriram que o temido Mori Ryugamine tem um ponto fraco; ou uma namorada se preferir.

Não, eu não preferia esse termo.

—De qualquer forma, sabendo tanto sobre você, decidi ajudar essa gente que foi tão solícita em alguns pedidos anteriores meus — o sorriso continuava estampado em sua face, passando a ser uma espécie de colagem bizarra. — Porém, como tenho muitos planos com relação a você, adverti-os que não poderiam tocar um dedo sequer em sua pessoa, a não ser que eu mande, é claro. Em troca, a fama de seu sumiço ficará com eles, satisfazendo ambas as partes.

Não via aonde a minha parte se encaixava nisso! Mas, o terror que me tomou após a fala daquele sujeito foi o suficiente para mais uma risada macabra sair de seus lábios perfeitos.

—Não se preocupe, não sou nenhum maníaco. E nada vai acontecer se você colaborar, é claro.

Eu queria gritar que tudo aquilo era um engano! Que eu não passava de uma adolescente normal, não possuindo nenhum bem precioso ou estando com qualquer objeto que pudesse mudar o destino do planeta, que eu DEFINITIVAMENTE não era importante! Só que a confiança na voz dele dizia o contrário; havia muitos detalhes que não eram do meu conhecimento.

—Você está enganado, Shimao-san. Eu não sei do que está falando — e forcei um sorriso.

—Agora você me magoou, Sayaka-chan. — um falso tom de tristeza tomou conta de seu semblante – Está achando que eu sou só um maluco? Mas eu já disse que sei muito a seu respeito.

Na realidade, eu estava achando sim. Todavia, um maluco muito são para o meu gosto.

—Ah! Mas não a culpo. Não sabe de nada, coitadinha. — continuou o louco com seus devaneios. – Eu irei te explicar tudo depois de qualquer forma, então não se preocupe.

Eu estava sim muito preocupada!

—Olha, a minha mãe esta me esperando — tentei enrolá-lo, por instinto de sobrevivência — Ela deve estar preocupada por eu não ter chegado ainda.

—Como você blefa mal — o sorriso dele se ampliou. — Sua mãe está em Sendai, não há ninguém na sua casa neste exato momento.

Eu não sei como conseguia ficar mais aterrorizada depois de tantas declarações, mas aquilo realmente me pegou. Como ele sabia?! Ele não era um simples espião, aquela não era uma situação que ocorria por engano. Havia sim algo que estava escondido e fora de meu alcance, até aquele momento.

—Ficou surpresa, Sayaka-chan? Por quê? Eu já não demonstrei saber tudo sobre você? Pode até me ver como um fã se quiser.

Eu......estava confusa. O que realmente estava acontecendo, pela milésima vez?! De qualquer forma eu não queria saber, pensaria nisso depois; se tivesse um depois.

Fugir. Sim, essa era a palavra crucial. Mas eu pensava e pensava e só chegava á mesma conclusão! Quando eu ia sair do óbvio?! Não, não era momento para conflitos internos desnecessários. Era hora de......

—Chega de enrolação! — disse Shimao para o meu desespero — Poderemos falar a sós mais tarde, acredito que meus amigos não aguentam mais essa conversa.

Houve murmúrios de concordância, os delinquentes estavam perdendo a paciência. Na realidade, eu tinha tido muita sorte, afinal, nunca vi um sequestrador que conversasse tanto com sua vítima antes de raptá-la. Belo momento para ironias.

—Venha logo, o motorista nos espera, milady — estendeu a mão de maneira formal, mandando seu sorriso mais estonteante, ou seria se não fosse a situação.

Ao ver que eu não me mexia, completou:

—Faça uma atitude sensata, minha dama, sabe que não pode fugir.

Eu queria dizer que eu não era dama e muito menos dele! Mas, argh! Eu não passo de uma covarde mesmo. Sim, eu não acreditava que iria fazer isso, entretanto, a minha “sensatez”, eufemismo para covardia, me impedia de outra atitude. Dei uma passo a frente.

—Sim, sabia que a inteligência era uma das suas qualidades — disse aquela passou que eu passei a sentir nojo.

Um freio pisado bruscamente pôde ser ouvido atrás de mim seguido de um grito:

—Entra!

Mesmo a surpresa tomando conta de mim eu não hesitei, estava sobre plenos controles de minhas ações. Virei-me e corri para o carro com a porta aberta enquanto um, agora verdadeiramente, irritado Shimao berrava ordens para me pegar, ele mesmo vindo em minha direção.

Bati a porta no momento em que escutei ordens para acelerar. O carro começou a se afastar do local e eu só vi meu suposto sequestrador correndo em direção ao que parecia ser o veículo que, momentos antes, me levaria para algum lugar desconhecido. Tremi ao pensar na possibilidade.

—Se afaste o mais depressa que conseguir daqui, Tamaki. Não vá para casa ainda.

Ao ouvir e reconhecer a voz que deu o comando, virei-me em sua direção:

-Você! – foi tudo que consegui exclamar.

_-Deveria parecer mais agradecida — riu um dos gêmeos. — Mas depois de mais esse favor precisará me recompensar de outras formas – e um sorriso torto apareceu em suas faces.

Independente do que ele falara, eu nem liguei. Talvez fosse o calor do momento, mas só notei o que realmente fiz quando me peguei abraçada e com a vista embaçada, chorando:

—Obrigada! Obrigada mesmo.

Ao contrário do que eu esperava — uma exclamação de nojo ou outra zombaria no mínimo —senti braços ao meu redor, com uma mão afagando a minha cabeça e uma voz me tranquilizando:

—Está tudo bem agora. Você está a salvo conosco.

Quando o sentimento de desespero e alívio diminuíram de intensidade, me toquei do que acabara de fazer e me afastei, sentindo os braços relaxarem com meu movimento. Não é necessário comentar que meu rosto se encontrava extremamente quente.

—D-D-Desculpe — disse por fim — Mas obrigada mesmo.

—De nada — e ao olhar para cima me deparei com um sorriso caloroso que não espera vindo justamente dele.

Desviei os olhos e tentei visualizar a paisagem que passava rapidamente lá fora. Estávamos em algum lugar que eu nunca tinha ido, com lojas velhas e casas antigas, aparecendo becos escuros e assustadores de vez em quando.

Um pigarro pôde ser notado ao meu lado. Virei-me e encontrei um garoto sério:

— O que aqueles caras queriam?

—Não sei — Respondi sinceramente.

Ele se recostou de maneira ereta na parte do seu assento e jogou a cabeça para trás, analisando o teto do carro:

—Tinha escutado rumores sobre seu namoro com o tal Mori Ryuugamine, mas não acreditei que o famoso delinquente realmente estava se relacionando sério com alguém.

Corei violentamente e olhei para os meus pés. Como assim rumores? Quer dizer que a escola inteira já comentava sobre o ocorrido? Mas ainda nem tive tempo para digerir o ocorrido, como que as pessoas já comentavam?

—N-N-Não estamos namorando — sussurrei por fim.

—Hum, pode ser verdade. Mas sua fama na escola também o é — dizendo a última frase ele olhou de canto de olho para mim, sua franja castanho claro pendendo para o lado.

Lutei com o meu embaraço e tentei mudar de assunto:

—Eu ainda não sei o seu nome. Lembro- me de ter escutado só o do seu irmão...Hikaru! — disse triunfante, feliz por lembrar do nome.

Mas ao contrário do que eu esperava, o irmão gêmeo do tal Hikaru começou a gargalhar, até o motorista tinha um sorrisinho nos lábios. O vermelho novamente tomou conta das minhas faces, aquilo realmente estava se tornando muito frequente para o meu gosto!

—Por que você está rindo? ! — disse furiosa.

—É Kazuki — a pessoa que até aquele momento tinha permanecido em silêncio se manifestou, me sobressaltando com sua voz mais grave e série quando comparada à do irmão.

Queria parar o carro e enterrar a minha cabeça no chão! Que vergonha! Enquanto eu passava esse momento constrangedor o gêmeo “do mal” ria que nem um condenado, não sei se do meu constrangimento ou do fato do irmão se dar o trabalho de me corrigir.

—Desculpa — disse ainda com um sorriso e lágrimas nos olhos de tanto rir —É que você parecia tão confiante do nome do meu irmão ser Hikaru.

—Minha memória é péssima – falei em voz baixa – Mas eu também só escutei o nome dele uma vez! – tentei me defender em seguida. – Kazuki, Kazuki, Kazuki – e comecei a repetir que nem uma retardada, para ter certeza de nunca mais esquecer.

Mas aquilo só fez com que o incansável Senhor Bom Humor ao meu lado contivesse um riso. Foi num desses relances que vi que Kazuki também tinha um leve sorriso nos lábios. Lembrei-me de quando os tinha encontrado mais cedo na sala do segundo ano, chegando a conclusão de que eu realmente estava sendo uma verdadeira palhaça para até o Senhor Indiferente rir de mim.

Suspirei, pelo menos minhas bobagens serviam para alguma coisa. Foi quando senti uma mão puxando o meu queixo:

—Mas o único nome que terá que lembrar é o meu. Chamo-me Asaba Hazuki, mais conhecido como seu herói.

Desvencilhei-me da sua mão e disse com um ar um tanto debochado:

—Prazer, seu herói, meu nome é Tachibana Sayaka.

—Mais respeito com seu senpai, Tachibana Sayaka — fingiu uma voz grave e bagunçou o meu cabelo.

E nós dois rimos. Foi bom ter esse momento de descontração depois de tudo o que havia ocorrido.

Porém, infelizmente não dava para esquecer esse passado tão recente. Assim, mergulhei em pensamentos novamente.

—Podemos voltar para casa, Hazuki-san? — a voz vindo da frente me fez acordar de minhas reflexões, foi quando lembrei que minha mãe corria perigo.

—Acho que já os despistamos, podemos voltar Tamaki.

—Meus pais! Eles estão em perigo! — exclamei, o pavor tomando-me novamente.

Com a minha atitude exaltada, Hazuki me fitou por um instante:

—Me conte exatamente o que aconteceu — proferiu seriamente, olhando nos meus olhos.

Hesitei por um momento, ainda estava confusa. E se tudo aquilo não passasse um plano? E se ele também quisesse o meu mal? Como ele sabia que eu estava em perigo? Por que me ajudou?  Eu tinha passado por tanta coisa em pouco tempo, não sabia se podia confiar em qualquer um que parecesse meu herói.

Mesmo desconfiando, resolvi ignorar todos esses alerta dentro de mim. Mais um momento de fraqueza? Talvez. O que for será. Tomarei mais cuidado quando descobri o que realmente está acontecendo. E se fosse tarde demais depois....

Antes de terminar minha linha de pensamento comecei a contar todo o acontecimento a Hazuki, quando terminei, ele entrou em seu estado de meditação novamente, surgindo com perguntas em seguida:

—Você tem certeza que não conhece esse Shimao de algum lugar?

Balancei a cabeça negativamente.

—Algum fato no passado que possa estar ligado ao acontecimento recente? — continuou ele.

Fiz o mesmo gesto de antes.

—Hum...É, você está envolvida em alguma situação desconhecida e perigosa — concluiu o gênio.

Suspirei ao ouvir o conclusão.

—Mas — disse decidido — Ele parece estar seguindo e analisando você e sua família por um bom tempo. Se tivesse que fazer algo de ruim, já teria feito.

—Antes ele estava preparando a emboscada, agora que deu errado, ele pode querer se vingar — a voz mais grave se pronunciou novamente, fazendo Hazuki e eu olharmos para um Kazuki distante e perdido no céu já estrelado lá fora.

—Por que um interesse peculiar na Sayaka? Não entendo — admitiu com olhos fechados Hazuki, com os braços cruzados e franzindo as sobrancelhas.

—Meus pais estão em perigo... — sussurrei, a dor me invadindo.

Nesse momento meu celular tocou, me fazendo lembrar que eu tinha um:

—Sayaka, onde você está?! — gritou um sensei desesperado do outro lado.

—Yukimura-sensei? — respondi — Como conseguiu meu celular?

—Isso não vem ao caso agora! Onde está?! Está tudo bem?! – ele realmente parecia atônito do outro lado da linha.

—Ah, sim. Kazuki-san e Hazuki-san estão me ajudando. Aconteceram muitas coisas...

—Que coisas?! Você está bem mesmo?!

—Sim, sim – tentei tranquilizá-lo — Agora está. Mas como o sensei sabe do ocorrido?

—Eu não sei de nada – suspirou um desolado homem — Alunos vieram correndo falar com Fukuyama-sensei sobre terem visto uma grande mobilização de delinquentes indo em direção à rua que é caminho para a sua casa. Liguei para lá para verificar se estava tudo bem, mas ninguém atendia durante meia hora. Então consegui o telefone da Yumi e ela me passou seu celular.

Foi então que lembrei o risco que meus pais corriam.

—Yukimura-sensei, meus pais estão em perigo!

Houve uma breve perturbação antes de uma resposta:

—Não se preocupe, tratarei de alertá-los. Sua mãe já dever ter chegado em segurança em Sendai e seu pai em Nagano.

—Estou com medo... — falei por fim, aliviada por finalmente admitir.

—Eu sei. — disse o sensei demonstrando cansaço — Mas vai ficar tudo bem. Por hoje é melhor você ficar na casa dos Asaba.

Chocada, reclamei:

—Eu não posso ficar com eles! Acabei de conhecê-los!  Não acho que eles...

—Não se esqueça de que ainda estramos aqui — e com isso Hazuki tomou o meu celular.

—Ei, eu estou... — mas ele nem ligava para o que eu dizia e já conversava seriamente com os sensei.

—Sim, também acredito ser melhor ela passar a noite conosco... Não, sem problemas... Meus pais? Digo que é só uma colega, eles nem vão ligar... Não será incômodo nenhum, temos bastante espaço em casa... Claro, amanhã iremos para escola... Sim, sim, está tudo bem com ela, nenhum arranhão... Não há de quê. – antes de Hazuki desligar o celular ouvi ameaças vindas do sensei, mas não deu para escutar direito. Com um sorriso malicioso ele me devolveu o celular, acrescentando: — Será nossa hóspede hoje. Sua dívida vem aumentando, hein.

Bufei e afundei-me no banco. Não conseguia acreditar em tudo o que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Eu estou a um bom tempo lendo relendo esse capítulo (até enjoei dele lol), mas parece que eu realmente fiquei enfurrajada TOT
Tentarei melhorar, então, estou esperando por comentários construtivos! *caham*Nanda*caham*



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