O Namorado da Minha Melhor Amiga. escrita por Kaah_1


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Demorei? KKKK ME PERDOEM!
Fiquei sem ideias :(
Aqui está, espero que gostem..



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Desci as escadas lentamente, na ponta do pé.

Com certeza todos já estariam acordados. Afinal, já se passava das cinco horas da tarde e eu acabara de acordar.

Não que eu fosse totalmente preguiçosa. É que, eu não havia conseguido dormir a noite. Cheguei até a acordar Justin, que ficou cantando pra mim, mas, quem acabou por dormir foi ele. E estava tão lindo dormindo que nem o acordei mais. Eu mesma fui pegar no sono já eram 8 horas da manhã.

A noite passada eu sentia dor, muita dor. E ficava pensando em milhões de coisas.

Sabe quando você deita e fica pensando no futuro, no que pode acontecer, nas coisas boas e ruins? Então... Eu fiquei lá, pensando em tudo que estava acontecendo, em como minha vida era trágica e maravilhosa ao mesmo tempo. Pensei tanto que não conseguia mais dormir.

Pulei o ultimo degrau rindo, como uma criança. Acho que dormir o dia todo me fez acordar de bom humor.

– Nossa, resolveu acordar, é? – Selena apareceu a minha frente, cruzando os braços.

– Bom dia pra ti também, Selly. – revirei os olhos.

Por mais que disséssemos que estávamos bem, eu sei que eu e Selena ainda não tínhamos se acertado totalmente.

É obvio que ela ainda sentia raiva de mim.

Isso nunca é fácil, certo? Imagine só, todos os dias, ver sua melhor amiga aos beijos com seu ex-namorado. Nunca, nunca mesmo é fácil.

– Como foi o piquenique? – ela riu, perguntando-me de um jeito debochado.

– Foi bom. – sorri um pouco boba, me lembrando.

– Sabia que eu sou a piada da internet? – Selly riu ironicamente. – Sou a corna mais falada do momento. Depois das fotinhas de vocês dois, todos estão com a certeza de que Justin me traiu com minha melhor amiga. – ela bufou.

– Ai, Sel... Me perdoa. – fiz bico. – Mas, imagine como Justin deve estar falado! Aliás, todas devem estar iradas com ele. – fiz uma careta, pensando nisso.

Selena apenas assentiu calada.

Ficamos nos encarando por alguns minutos.

Sinto falta de como éramos antes, sabe? Tínhamos uma amizade tão... Bonita. Éramos como irmãs. Juntas desde pequenas e lembro-me de todas as nossas promessas, que nada iria nos separar. Não acredito que brigamos tanto, que mudamos tanto, por causa de um garoto. Porque eu fui me apaixonar justo pelo namorado dela, senhor?

– Como foi à noite? Transaram a noite toda? – Selena perguntou com deboche. E eu franzi a testa, desentendida. – Qual é... Acordaram tarde e você esta usando uma das blusas do Justin. – ela riu.

Olhei a mim mesma, percebendo que eu realmente usava uma blusa dele. Era uma camisa xadrez, que batia um pouco pra cima do meio da minha coxa. Fechei alguns botões, já que antes estava aberta até o meio.

Ri sozinha. Eu adorava usar essas camisas de Justin. Adoro camisas xadrez, e o cheiro dele é tão bom.

– Não fizemos nada, Selly. Fique tranqüila. – pisquei a ela. – Você teria ouvido. – ri, enquanto caminhava até a cozinha.

– Vocês são nojentos! – ouvi ela gritar, enquanto eu me distanciava.

Gargalhei e fui procurar algo para comer.

Dormir dava fome, ual.

Encontrei suco na geladeira e um pedaço de bolo por ali. Coloquei o copo no balcão e comecei a comer em pé mesmo.

Tentei não pensar em muita coisa enquanto comia. Apenas comi o pedaço de bolo e terminei de tomar meu suco.

Ainda estava na casa de Justin, e bom, como uma hospede, acho que eu tinha que ajudar nas coisas.

Fitei a louça suja que estava na pia. Não era muita coisa.

Suspirei e liguei a torneira, começando a lavar os pratos que estavam ali.

Lavar louça me lembrava coisas bobas. Como nossa viagem a Miami. Eu e Justin, todas as nossas caricias... Tudo o que passamos. Nossa historia não era especial, era diferente. E as vezes, me pego pensando, o que contaremos aos nossos filhos? Digo, como vamos contar que nos apaixonamos por conta de uma traição?

Bom, se eu viver até lá claro. Isso se eu não morrer antes de ter a oportunidade de ter qualquer filho.

– Roubando mais uma de minhas camisas? – ouvi a voz de Justin soar perto dos meus ouvidos e me arrepiei.

Ele riu e envolveu seus braços ao redor da minha cintura, me abraçando por trás.

– Obvio. Adoro elas. São... Aconchegantes. – sorri, sem me virar de frente a ele.

– Fica melhor em você do que em mim. – senti sua mão abaixar um pouco, fazendo um carinho gostoso na minha coxa interna.

– E você está me atrapalhando, Jus. – murmurei, tentando concentrar-me na louça que eu lavava.

Justin riu pelo nariz e beijou demoradamente meu pescoço.

Estremeci.

Ele passou a mão pela camisa, desabotoando até a barriga pelo visto. Eu apenas fiquei parada, sentindo a sua mão explorar meu corpo delicadamente.

– Pode terminar isso depois. – Justin se referiu à lousa.

Eu ri e finalmente me virei de frente pra ele, me apoiando na pia.

Ele me olhou com um sorriso travesso brincando nos lábios. Depois baixou lentamente seu olhar para meu corpo, mordendo os lábios ao olhar para meus seios cobertos pelo sutiã vinho de rendinha. Acho que eu não devia ter colocado essa camisa. Estou praticamente seminua aqui.

– Você fica linda com a minha blusa, mas, te prefiro sem ela. – Justin piscou divertidamente.

Eu gargalhei.

– Não, Jus... – murmurei, enquanto Justin se aproximava e dava chupões e mordidinhas pelo meu pescoço. – Não estamos sozinhos. – saiu em sussurro.

– Só tem Ryan e Selena. – ele deu de ombros.

– Você é totalmente... Cafajeste. – ri, entrelaçando meus braços ao redor do seu pescoço. – Insensível. E também... – minha voz foi abafada por um selinho demorado.

– Acabou com os protestos? – Jus riu deliciosamente.

– Babaca. – revirei os olhos.

Ele deu um sorriso safado e mordeu meu lábio inferior, selando-o em seguida.

Concedi passagem para sua língua e o nosso beijo foi aprofundado. Agarrei seu cabelo, enquanto ele apertava minha nuca com uma das mãos e passava a outra pela minha barriga. Dei um risinho, sentindo seus dedos fazerem cócegas na minha pele. Nossas línguas travavam uma batalha. Sua boca ainda tinha o delicioso gosto de sempre.

Arfei, sentindo uma de suas mãos apertar meus seios com certa força. Mordi seu lábio inferior com força e abaixei minha mão para o cós de sua calça, o puxando ainda mais pra mim e sentindo levemente sua ereção. Ouvi ele gemer baixo contra meu lábios e sorri.

Partiu o beijo quando nos faltou ar. Mas, logo começou a beijar meu pescoço, mordiscou divertidamente a alcinha de meu sutiã e chupou uma parte dos meus seios, me fazendo arfar mais uma vez.

Logo que vi, Justin me agarrou pela cintura e me colocou sentada por cima do balcão.

Ri, sentindo ele beijar minha barriga e ir abrindo mais os botões da camisa. Logo ela estava inteiramente desabotoada.

Mas, mesmo naquele local, na cozinha, parecíamos não se importar. Não nos importávamos com nada.

Justin brincava com o elástico da minha calcinha e eu o puxei para mais um beijo.

Nossas línguas novamente pareciam em guerra, e eu gostava daquilo. Gostava da intensidade do beijo, do gosto doce da sua boca e de todo amor que aquilo possuía.

Arranhei sua nuca e coloquei uma de minhas mãos dentro de sua camiseta. Senti seu abdômen bem definido se contrair com o meu toque e o arranhei com força. Com certeza ficaria marcas.

– Vocês poderiam fazer isso em outro lugar, por favor? – essa com certeza era a voz de Ryan, que vinha de algum lugar da cozinha.

Eu apenas ri, mas, não me atrevi a abrir os olhos ou partir aquele beijo.

Justin me deu alguns selinhos e passou a arrastar seus lábios pela minha pele quente que se arrepiava a cada toque seu.

Se divertia beijando meus seios, ainda meio cobertos pelo sutiã, e brincando com o elástico da minha calcinha, ameaçando tirá-la. Eu agarrava seu cabelo, querendo um pouco mais daquilo tudo.

– Porque não continuam essa coisa pornográfica mais tarde, hein? – Ryan brincou, rindo em seguida.

– Cale a boca, Ry. Pornografia nada. – eu ri pelo nariz e abri os olhos, tentando procurá-lo.

Vi Ryan sorrindo malicioso pra mim, encostado no batente da porta da cozinha.

Justin ainda se divertia mordendo meu pescoço, ombros, queixo e apertando minha cintura fortemente.

Ele realmente não desgrudava.

– Estou gostando de te ver seminua, Little Linds. Mas, não é nada legal assistir Justin te comendo desse jeito. – ele bufou, revirando os olhos.

Eu ri alto.

– O que ainda ta fazendo aqui, Ryan? – Justin perguntou irritado, se separando de mim.

– Não tenho mais nada pra fazer, então, vim atrapalhar a agarraçãozinha de vocês. – ele deu de ombros.

– Ou seja, Ry ta na seca! – ri, fazendo piadinha.

Ele me mostrou o dedo do meio.

– Até parece! – bufou, se desencostando da porta.

– Há quanto tempo não fica com alguém, cara? – Justin perguntou, rindo pelo nariz.

– Não acredito que tão me perguntando isso! – ele bateu na própria testa.

– TADINHO! TA CARENTE! – gritei, cantarolando. – Carente, carente! Forever alone! Awn! – cantarolei.

Justin gargalhou da careta que Ryan fazia, igualmente a mim, que caí na risada.

– EU SOU MESMO UMA PESSOA CARENTE, OK? –ele gritou de volta, fazendo bico.

Gargalhei mais ainda.

Adorava ver Ryan irritadinho. Tudo bem, isso era idiotice, coisa boba, mas... Era engraçado.

– Pra que tanta gritaria, caramba? – Selena entrou na cozinha e parou de estática de testa franzida quando meu viu ali, em cima do balcão, com a camisa aberta e Justin a minha frente.

– Sua amiga me constrangendo. – Ry fez voz de criancinha e eu ainda ria.

Vi Selena me mandar um olhar reprovador e eu já sabia o por que.

Pulei do balcão e comecei a abotoar os botões da minha camisa, até estar inteiramente fechada.

Suspirei e disse um ‘desculpa’ mudo a ela.

– Vocês todos são tão nojentos. – ela fez careta e depois riu pra descontrair.

Ela olhou seriamente pra mim por um momento e pensei que ela voaria no meu pescoço a qualquer minuto.

Felizmente, senti Justin me abraçar por trás e me apertar contra ele.

Sorri, sentindo ele beijar demoradamente e fofamente a minha bochecha.

– Vamos sair? – Ryan se pronunciou. – Faz tempo que não vamos a uma boate. Beber, dançar... – ele cruzou os braços.

– Eu topo! – Selly foi a primeira a concordar.

– Linds não pode beber. – Jus falou autoritário.

Revirei os olhos.

– Não vou beber. Quero apenas dançar. Vamos, Jus? – acariciei as costas de sua mão, que estavam em volta de mim.

– Tudo bem, pequena. – respondeu rindo.

Deu um gritinho de comemoração e logo Selena estava me puxando para nos trocarmos.


[...]

Eu e Selena estávamos no meio da pista, dançando loucamente Dance Again, da Jennifer Lopez.

Acho que essa musica despertava algo em mim.

Eu fazia movimentos loucos, enquanto Selena ria e pulava balançando os cabelos a minha frente.

Realmente, me senti nos meus 15 anos novamente, quando eu e Sel saiamos todos os fins de semana para dançar e festejar muito. Nós éramos malucas. Doidas por dança, bebidas e homens. A gente fazia o que quisesse e ninguém nunca nos pegava.

Hoje, eu me sentia de volta aquela época.

Claro que eu não tinha bebido nenhuma gota de álcool e estava até me sentindo meio enjoada por estar me movimentando tanto no meio de tanta gente. Mas, se eu fosse morrer logo por causa dessa doença imbecil, eu tinha que aproveitar muito antes.

– VAMOS FAZER NOSSO SHOWZINHO PROS GAROTOS! – Selly gritou para mim, piscando divertida.

Ela já estava bêbada.

E eu apenas assenti, rindo.

Realmente, eu não sabia nem ao menos descrever direito nossos movimentos. As luzes deixavam o lugar com um efeito diferente.

Rebolamos, jogamos os cabelos e dançamos loucamente. Sel dizia que estávamos fazendo movimentos sensuais. Mexia demais meu quadril, passava a mão pelo meu próprio corpo e cantava alto até demais. Passei a mão pelos cabelos e pendi a cabeça pra trás.

Meus movimentos eram agitados e calorosos.

Me virei, jogando os cabelos, e fitei Justin, que estava um pouco longe, sentado junto com Ryan, bebendo alguma coisa. Eles olhavam em nossa direção. Podia ver o sorriso malicioso em seus lábios, observando meus movimentos.

Pensando assim, acho que eu não devia ter vindo exatamente com essa roupinha.

Ri pelo nariz e fiz um gesto com a mão, o chamando até mim.

Jus se levantou cambaleante e caminhou em passos rápidos até mim.

– Você é toda minha agora. – ele me puxou pela cintura, colando nossos corpos.

– Sempre fui sua. Toda sua. – ri, mordendo o lóbulo de sua orelha.

– Dança pra mim. – vi ele morder os lábios.

Ri e me movimentei conforme a musica.

Mordi os lábios, passando uma das mãos do peitoral ao abdômen de Justin, que me olhou safado.

O puxei pela gola da blusa, colando demoradamente nossos lábios.

Justin sorriu travesso, quando se afastou. Entrelacei os braços ao redor do seu pescoço e continuamos a dançar colados.

Eu apenas sorria e movimentava meu corpo junto com a musica, que agora era mais lenta.

Jus apalpava sua mão pelo meu corpo e senti ele divertidamente apertar minha bunda.

– Não quero que nada disso acabe. – falei perto de seu ouvido e ele pareceu desentendido.

– Como assim? – riu.

– Você sabe... Sabe que talvez eu não dure por muito tempo. – suspirei, sentindo meus olhos marejarem.

Jus rapidamente se afastou de mim, franzindo a testa.

Ele não gostava mesmo quando eu falava sobre isso. Mas, eu não podia me iludir. De jeito nenhum. Eu tinha que encarar a realidade. Meu fim poderia estar próximo e eu tinha que estar pronta para qualquer coisa que acontecesse.

– Porque fica falando essa coisas, Linds? – ele perguntou alto e eu dei de ombros. – Parece que quer morrer logo. O que você tem? Não gosta da sua vida? Dê mais valor, porra. Chega de ficar se rebaixando. Não tem fé? – ele parecia irritado, totalmente irritado.

– Eu só não posso me iludir.

– Mas, pode acreditar. – ele arqueou a sobrancelha. – Achei que se importasse mais. Se não quiser ser salva, é melhor avisar logo. Você é realmente imbecil, Lindsay. – ele bufou e deu de costas.

Eu ia falar algo, mas, Justin havia se afastado.

Passei a mão pelo rosto e fiquei parada ali no meio, fitando ele desaparecer no meio de tanta gente.

Agora eu estava sozinha naquele local.

Não me importei com a musica que tocava e nem nada do tipo... Apenas caminhei até uma cadeira qualquer e desabei ali.

Talvez eu fosse mesmo uma imbecil. Talvez a minha fé tenha se esvaziado e eu não consiga mais acreditar em mim mesma. Eu não conseguia mais acreditar em nada. Eu estava me perdendo, morrendo aos poucos. Era como se todos a minha volta me dissessem que tinha esperanças pra mim, mas, eu não conseguisse acreditar.

Eu vi milhões de pessoas morrer dessa doença maldita, e não acho que seja tão fácil se livrar dela.

E no fundo, acho que mereço ser castigada. Castigada por ser tão falsa e traíra.

– O que foi, Little Linds? – Ryan se sentou ao meu lado. – a minutos atrás estava lá, dançando deliciosamente e agora esta aqui com cara de enterro? – ele tocou meu ombro.

Ri e me virei para fitá-lo.

– Acho que tive um tipo de discussão com Justin. – franzi a testa, pensando por um minuto naquilo.

– Hm, isso explica porque ele foi procurar por Selena. – Ry deu de ombros.

– Ele foi, é? – perguntei meio... Enciumada.

– Uhum. – Ryan deu de ombros. – Não se preocupe, Little.

Dei de ombros.

Eu não me preocuparia mesmo.

Estava cansada de me preocupar demais. Se Jus e Selly quisessem ficar um tempo juntinhos, que fiquem! Eu não ligo.

Ah, a quem quero enganar?

– Tirou seu atraso, Ry? – perguntei rindo, apenas para descontrair.

– Ah, com toda certeza. – ele piscou malicioso pra mim.

Gargalhei.

– Sabe, Ryan... Você se tornou um grande irmão pra mim. – sorri pra ele.

– Irmão? Ah, pare Linds. – ele revirou os olhos, rindo. – Você é minha pequena. Sabe que se Justin te fizer chorar, eu acabo com ele. – Ry pegou minha mão e beijou as costas da mesma.

– Ele é seu melhor amigo. – fiz careta. – Eu sei me cuidar Ry. – ri, passando minha mão pelo seu cabelo, o bagunçando.

Ele fez uma careta engraçada.

– Claro que sabe. É minha menininha forte! – me fez cócegas na barriga, eu ri alto.

Senti ele morder minha bochecha e o empurrei, ainda gargalhando pelas cócegas.

– E você é um bobão. – lhe dei língua. – Onde Jus está mesmo? – perguntei me levantando.

Ele apontou pra uma das portas do local, que levava até lá fora, em um terraço ou algo parecido.

– Vai atrás do seu sapo nada encantado. – Ry fez uma cara de nojo e eu apenas ri.

Andei até lá fora rapidamente.

Sentia umas pontadas na cabeça, mas, acho que não era nada demais.

Meus pés já doíam com aquele salto e minha barriga revirava.

Não, não... Isso não é nervoso.

Eu só queria encontrar Justin e dizer o quanto ele estava certo. Queria abraçá-lo e... Na verdade, eu estava com um pouco de medo. Medo de ser trocada. Já fui trocada por tantas vezes, que não quero que isso se repita por mais uma vez.

Mas, infelizmente, senti meus olhos marejarem com aquela cena. Com uma cena que eu tinha medo de ver.

Tudo bem, não era nada demais, mas, doía.

Justin e Selena conversavam rindo, rindo até demais. Eu podia ver o brilho no olhar dela e o modo como Justin sorria tão alegre de tudo que ela falava. Eles estavam de mãos dadas, dedos entrelaçados e balançavam os braços conforme conversavam. Sel deu uma risada alta e Justin apenas riu junto dela. Eles pareciam felizes. Pareciam adolescentes apaixonados perdidamente um pelo outro. E eu vi... Vi que tinha destruído aquilo. Eu apareci na vida de Justin, atrapalhei o relacionamento de Selena e fui egoísta. Me importei apenas comigo mesma. Jus dizia que me amava, mas, e se ele amasse mais ela? E se ele ainda sentisse algo forte por ela?

Eu atrapalhei todo o amor deles. E agora, tinha que me segurar ao ver Justin tocando seu rosto, suas mãos... E ver o brilho no olhar de Selena. O modo como ela olhava pra ele, sorria até pelos olhos.

Talvez eu não pudesse estragar isso. Não devia me intrometer na vida dos outros. De maneira alguma.

– CAHAM! – pigarreei alto, fazendo os dois me olharem rapidamente.

Eles soltaram as mãos e todo o sorriso sumiu de repente do rosto deles.

– Justin, posso conversar com a Linds por alguns minutos? Sozinha sabe... – Selena sorriu a ele.

– Tudo bem. – o garoto assentiu.

Ele se aproximou de mim e eu me afastei. Acho que ele entendeu que eu queria distancia e apenas suspirou e saiu dali.

Fiquei fitando Selena, que estava de braços cruzados e tinha uma expressão séria no rosto.

– Não tenho nada para conversar. – coloquei as mãos na cintura.

– Lindsay, eu e Justin estávamos conversando sobre você. Sobre como você esta insegura e... – interrompi rapidamente.

– Sobre mim? – gargalhei irônica. – claro, Selly... É obvio que estavam falando sobre mim! Acha que tenho cara de idiota? Eu pareço uma palhaça pra você? – apontei pro meu próprio rosto.

– O que quer dizer?

– Eu vi como se olhavam, riam juntos... Seus olhos brilhavam mais que tudo, Selena. E não... Com toda certeza vocês não estavam falando sobre mim. – me irritei e disparei a falar milhões de coisas. – Dedos entrelaçados, sorrisinhos apaixonados... Olha, eu sei que o que eu fiz com você não foi certo. Mas, por favor, não minta pra mim. Não faça coisas pelas minhas costas. – falei alto, totalmente nervosa.

– Engraçado você dizer isso, Lindsay. Porque você fez exatamente isso comigo. Lembre-se que o que não queremos para nós, não fazemos para os outros. – ela batia os pés e trincava o maxilar. – Você mentiu, manipulou, fingiu, riu, traiu e me apunhalou pelas costas. E eu ainda te perdoei. – Sel disse rápido, contando nos dedos o que eu tinha feito a ela.

E infelizmente, era tudo verdade.

– Eu o amo. Eu o amei. Me apaixonei e não queria... – falei desesperada e parei quando percebi que algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto.

– Você só pensou em si mesma.

Selena dizia ríspida.

Eu não tinha coragem para olhar nos seus olhos. Eu queria falar algo, mas, minha voz se perdeu.

Abracei a mim mesma, sentindo um vento frio bater nas minhas costas. E não só o vento... A culpa, consciência pesada... Tudo estava sobre minhas costas. Chegava a cortar por dentro. Minha cabeça martelava, me deixando louca.

E eu, não sabia como concertar tudo isso.

– O que as duas mocinhas fazem aqui sozinhas? – ouvi uma voz grossa soar cortante atrás de mim.

Rapidamente pulei para o lado de Selly e a abracei.

Olhei ao redor, vendo três homens com mascaras, rindo de nós. Eles eram altos e fortes. Eram as únicas características visíveis.

Comecei a tremer.

Selena também se agarrou a mim, enquanto os homens se aproximavam de nós.

– Não vamos machucar vocês. – um deles riu. – Só um pouquinho talvez.

Engoli em seco.

Eu tinha um trauma terrível disso e Selena sabia. Ela murmurou alto a mim, dizendo que ia ficar tudo bem, pra mim se acalmar.

Mas, eu não conseguia se acalmar.

Meus dentes batiam um no outro e algumas lágrimas rolavam pelo meu rosto.

Enquanto olhava aqueles homens, eu me recordava de uma terrível lembrança do passado. De algo terrível que aconteceu comigo e que apenas Selena sabia.

– A mocinha esta com medo... – o homem foi até mim e me puxou pelo braço.

Cambaleei e me bati contra ele. O homem me segurava forte pela cintura. Fechei os olhos com força, sentindo seus lábios roçarem pelo meu pescoço.

– Por favor... Eu... Eu não tenho nada que queiram... – murmurei fracamente, abrindo os olhos.

Estava amedrontada.

Olhei pra Selena, que estava sendo segurada por um outro homem.

Ela também me olhava com angustia e eu podia ver medo nos seus olhos.

– Vocês duas, vão vir com a gente. Bem quietinhas... – o cara que me segurava, falou perto de meus ouvidos.

– Nos deixe em paz, caramba! – Selena gritou e mordeu a mão do homem que a segurava do outro lado.

– Filha da puta! – o cara gritou e em um único golpe ele atacou Selly no chão e chutou suas costas.

Pude ver ela dar um grito de dor e eu quis chorar, espernear e pedir loucamente por ajuda.

– SELLY! – berrei desesperada, com a voz embargada de choro.

– Cala boca, vadia! – o que me segurava, deu um chute no meu calcanhar e eu caí de joelhos no chão, sentindo uma dor terrível.

Selena chorava a minha frente.

E eu não estava em um estado melhor.

– Eu mandei ficar quietinha! – o cara me segurou pelos cabelos e deu um tapa forte no meu rosto.

O tapa foi tão forte, que eu caí no chão. Meu rosto formigava, e eu comecei a chorar desesperada.

Coloquei a mão aonde havia levado um tapa e com certeza estaria as marcas da mão daquele maníaco.

Minhas mãos tremiam. Eu sentia uma forte tontura, e com certeza, desmaiaria a qualquer segundo.

Comecei a tossir, a tossir demais. Minha garganta já ardia. Coloquei as mãos na boca, vendo sangue sair da mesma. Aquilo já havia acontecido outras vezes. Vi o sangue escorrer por entre minhas mãos e me desesperei mais ainda.

– Agüente firme, Lindsay. Agüente! – Selena estava com a voz rouca.

Não consegui olhá-la.

Minha vista estava embaçada. Eu não conseguia ver nada a minha frente. E aquilo era tão horrível.

Meus braços doíam, e eu não conseguia mais ficar apoiada neles.

Senti minha cabeça bater com força no chão de concreto.

Dei um grito agonizante de dor.

E acho que desmaiei, antes de ver tudo girar ao redor e minha boca ser amordaçada.

Agüente firme, Lindsay. Vamos sair dessa!

Por quantas vezes eu teria que ser forte? Quem sabe esse não fosse o meu fim.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO?GOSTARAM UM POUQINHO? :((
curiosas?kkkkkkkkkkkkk
ainda nao sei onde continuar a fic..mas por enquanto estarei aqui..
até o proximo, minhas lindas.
COMENTEM POR FAVOOOR!
preciso de opiniões.
haha
NHAAAAAAAAAAAC ;3