(...)

Era um sábado à noite e lá estávamos nós em um restaurante mexicano. Restaurante.

E quando eu digo nós quero dizer, bom... Nós... Nós quatro! Eu, Selena, Justin e Ryan. Como antes quando estávamos viajando, mas, era engraçado essa “troca de casais”, me deixava com frios na barriga e dava certos calafrios.

Da ultima vez que fomos a um restaurante juntos, lembro que Justin e Selena ainda estavam juntos e bom, eu e Justin... Ficamos... Ficamos nos agarrando em frente ao banheiro feminino. Aquilo me tirou um risinho e Selena me olhou como se eu fosse um alien. Deu um sorrisinho falso e voltou seu olhar pra Ryan. Não que eles estivessem ficando... Bom, talvez. Ela me contava tudo raramente. Era difícil tirar alguma informação dela.

- Porque vocês insistem em vir nesses restaurantes? Japoneses, Chineses, Italianos, Mexicanos... – Ryan era sempre o primeiro a comentar algo, e logo continuou. – O que vocês têm contra restaurantes americanos comuns? – ele revirou os olhos, mas, acabou rindo depois.

- Concordo! Poderíamos ter ido ao Mcdonalds! – pisquei pro Ryan que concordou comigo, assentindo e sorrindo.

- Minha baixinha sempre tendo ótimas idéias! – ele se inclinou e passou a mão no meu cabelo, o bagunçando. Eu bufei. – Vamos ao Mc! – ele já ia se levantando, mas, Selena puxou sua mão.

- Não! Vamos ficar aqui! – Justin e Selena disseram ao mesmo tempo em uníssono, aquilo realmente me... Assustou.

Ryan bufou, voltando a se sentar.

Justin teimava que eu não podia comer muitas coisas gordurosas por causa da doença e blábláblá... Ele é um idiota! Isso só me lembrava o quanto eu estava mal. E que provavelmente... Talvez eu morreria.

Mas, ele diz como se nachos, por exemplo, fosse bem mais saudável que um lanche do Mc.

Não entendo meu namorado.

- O que vão querer? – uma garçonete parou ao lado da mesa. Ela deu uma olhada sorridente maliciosa para Justin e depois pra Ryan.

Ugh!

Que nojo. Eu mereço essas garçonetes que dão em cima desses meninos?

- Nachos. – dei de ombros, já que nunca havia comido outro tipo de comida mexicana a não ser isso.

- Nachos pra todos. – Justin completou, com uma piscadela e a moça suspirou.

Chutei seu calcanhar por debaixo da mesa e ele deu um gemido fraco de dor.

Acabei rindo.

Logo a moça terminou de anotar tudo e saiu.

- Porque me chutou? – ele franziu a testa.

- Você estava piscando praquela vadia conhecida como garçonete! – apontei, revirando os olhos e dando um tapa no seu ombro.

- Que fofa você com ciúmes, Linds.  – ele riu, enquanto se aproximava e roçava seus lábios nos meus.

Eu ri, enquanto ele ia pressionando seus lábios nos meus e já pedindo passagem pra língua querendo aprofundar o beijo. E eu cedi, claro. Os lábios de Justin estavam com gosto de hortelã, e eu adorava aquilo. Era tão gostoso. Podia sentir seus dedos roçando pelo meu pescoço, o que fazia cosquinhas e me tirava sorrisinhos em meu ao beijo.

Senti sua mão passar por debaixo da minha blusa, acariciando minha barriga e depois apertou minha cintura, me puxando... Depois desceu a mão até minha coxa, onde fez alguns carinhos.

- Caham! – essa deveria ser Selena pigarreando. Desgrudei meus lábios de Justin e me ajeitei, voltando a fitar ela e Ryan. – Desculpa, mas, quero avisar que vocês estão em um lugar publico! – ela disse, levemente irritada.

- Como se você nunca tivesse feito isso. – arqueei uma das sobrancelhas e acabei rindo.

- Claro. – ela sorriu sínica. – Lembra daquela vez na praia Justin? Diz que não foi bom... – ela riu, batendo de leve no braço dele.

- Aquela vez em que apareceram milhões de fotos ridículas de vocês dois se comendo no meio da praia? – perguntei, sorrindo sínica do mesmo modo. – Você estava parecendo uma vadia oferecida. – cruzei os braços e a fitei com as sobrancelhas arqueadas.

Justin me olhou como se dissesse “O que esta acontecendo? Não haviam se acertado?”, eu o ignorei.

Ryan riu pra mim e me mandou um olhar como se dissesse “isso aí pequena”. Eu ri daquilo. Mas, podia ver minha amiga com uma expressão bem irritada.

Aliás, o que estava fazendo? Havíamos nos acertado... Porque isso? Um... Ataque de ciúmes! Que horror! Chega disso, Lindsay... Não vale a pena discutir por bobagens.

- Desculpe. – dei de ombros e suspirei em seguida.

Selena me olhou meio surpresa e eu apenas tentei dar um sorriso amigável.

Será que nossos nachos iriam demorar?

- Ah, claro... Pode dizer o que quiser amiga. – ela sorriu. Não sabia se era falsamente ou verdadeiramente. – Mas, foram épocas ótimas! Tantas lembranças incríveis... Não Jus? – ela sorriu sugestivamente a ele.

- Ah, sim. Lógico... Lembranças incríveis. – ele sorriu, talvez forçado.

E eu chutei seu calcanhar mais uma vez por debaixo da mesa. Ele me olhou em seguida, dando um olhar de desculpas. Apenas revirei os olhos.

- Lembra do piquenique? E daquela sua fã fofa? Tudo bem que ela atrapalhou, mas... – Selena suspirou, dando de ombros e logo voltou a falar entusiasmada. – E daquele jogo de beisebol? – ela explodiu em gargalhadas

E logo vi que Justin começara a rir.

- Foi muito engraçado você caindo daquele jeito! E você nunca conseguiu bater na bola! Eu ri demais naquele jogo... – Justin começou a falar entusiasmado, mas, foi abaixando a voz quando me viu o fulminando pelos olhos.

- E quando saímos rolando pelo estádio... Acabei em cima de você... Foi... AWN! – Selena fez bico, com a tentativa de fazer uma carinha fofa.

- É... Foi... Bom. – Justin riu

- E quando fomos ao Brasil? Aquilo foi lindo... – ela sorriu. Um sorriso de saudades.

- Você com medo de andar de helicóptero. Ah, Selly! – Justin riu mais uma vez.

- Mas, você estava lá pra me proteger. – ela sorriu e agarrou a mão dele que estava por cima da mesa.

Eu desviei o olhar na hora.

Percebi que nada fazia sentido. Justin e Selena tinham ótimas lembranças. Comigo ele nunca tivera ótimas recordações. Nunca fomos a um jogo de qualquer coisa juntos, nunca fomos a uma premiação juntos e parabenizamos um ao outro por ganhar um premio, assim como ele fez com a Selly. Nunca tivemos piqueniques românticos em montanhas afastadas, jamais fomos ao Brasil e ele me protegeu quando andamos de helicóptero.

Então, o que tínhamos?

Lembranças de uma viagem no Canadá? De pegações na cozinha e em frente a banheiros femininos? Beijos proibidos que aconteceram enquanto traíamos Selena? Competições na piscina e mais pegações no cinema? Que tipo de lembranças era essas nossas?

Nós não tivemos uma paixão linda e incrível. Nós não havíamos nos conhecido através de entradas com tapetes vermelhos e conversas cheias de conteúdo. Nós havíamos nos conhecido por Selly, por desejo. Por nada.

Olhei ao lado e os dois ainda compartilhavam lembranças e riam do nada. Selena estava radiante e Justin... Eu não o vira daquele jeito a tempos. Seus olhos brilhavam enquanto ele falava de alguma festa de que ele fora com Selena e depois começava a dizer de quando ela conheceu sua família.

Aquilo era um porre.

Quanto mais eu pensava, mais eu achava que Justin estava comigo apenas por dó.

- Com licença, preciso de um ar. Podem ficar com as lembranças incríveis. – sorri sínica, enquanto me levantava e saía daquela mesa.

Eu precisava mesmo de um ar.

Já estava começando a ficar com enjôo, ainda mais escutando aquilo.

Suspirei, enquanto me sentava em uma das mesinhas que ficavam do lado de fora, na frente do restaurante. Pude ver o céu, cheio de estrelinhas e a lua grande lá no alto.

Respirei fundo, sentindo o ar puro e sem conversas que me dessem náuseas. Agradeci mentalmente.

- Finalmente longe de lembranças nauseantes. – percebi que Ryan se sentava ao meu lado.

O fitei. Ele erguia os ombros e dava um suspiro.

- Pois é. Que horror. – bufei

- Não ligue, baixinha. Justin é um idiota. – ele envolveu um dos braços por cima dos meus ombros e me puxou, fazendo com que eu deitasse a cabeça no seu peito. – Às vezes ele pisa na bola. Ficar relembrando de coisas com a ex-namorada? Quem faz isso? – ele bufou, o que me fez rir de leve.

- Ele só ta comigo por dó. – ergui os olhos, fitando o rosto de Ryan, que franziu a testa.

- Não... Ele te ama. De verdade. – senti ele beijar minha testa. O que me tirou um sorriso.

E agradeci mais uma vez mentalmente por ter um amigo como Ryan.

- Será? Se me amasse não faria essas coisas. – envolvi meus abraços ao redor da cintura de Ryan, tentando abraçá-lo pra ficar mais aconchegante, sabe?

- Ele só se empolgou um pouquinho. – deu de ombros. – Sabe como é... Ele gostava de Selena, teve coisas divertidas. E você era... –

- Só a melhor amiga da namorada dele. Devia ter ficado assim pra sempre. – suspirei pela milésima vez.

- Não! Claro que não. – Ryan riu, daquele jeito contagioso. – Você é boba, Lindsay. Ele não largaria Selena se estivesse tão louco por você. – ele me fitou brevemente, com um sorriso de canto deslumbrante.

- Porque tem tanta certeza? – encostei meu queixo em seu ombro e fiquei o fitando.

- Porque Justin sempre dizia que jamais trairia sua namorada. – ele piscou. – Se ele traiu, acredite, você deve ter mexido com ele. – fez uma cara meio pensativa e depois se aproximou, beijando a ponta do meu nariz.

Aquilo me fez sorrir e até ficar um pouco sem graça. Mas, não parei de fitar aqueles seus olhos azuis. Que eram lindos pra falar a verdade.

- Aonde aprende a dar conselhos? – fiz careta.

- Ah, não! Agora você vai achar que eu sou gay! – ele revirou os olhos. – Eu sou homem, ok? – ele riu, me fazendo rir junto.

- Claro... Eu acho fofo. – sorri de lado.

- O que é fofo? – perguntou meio desentendido.

- Você é fofo... Dando conselhos... Sendo um bom amigo. É engraçado, mas, é extremamente fofo, sabia? – mordi os lábios e passei a mão no seu cabelo o bagunçando.

- Fofo? Eu? Não tem um adjetivo que me deixe mais... Macho? Sei lá... – ele riu, erguendo os ombros e se arrumando na cadeira.

Eu acabei rindo.

- Você tem uma casca protetora de machão, mas, é sensível e fofo, Ry. – acabei rindo, enquanto apertava uma de suas bochechas.

Ele fez uma careta.

- Obrigado, Lindsay. Assim parece mesmo que eu sou um gay. – ele revirou os olhos.

Mas, começou rir em seguida e me puxou pela cintura, fazendo com que eu ficasse em seu colo e começou a me fazer cócegas.

Eu me contorcia de rir. E ele se contagiava e ria junto, enquanto fazia mais cócegas na minha barriga. Eu tentava me soltar e lhe dava tapinhas.

- Ry! EU VOU CAIR! – berrei e agarrei seu pescoço, antes que eu caísse de cara no chão duro.

- Calma, baixinha! – ele gargalhava.

Tentei recuperar o fôlego e me levantei. Dei um tapa no seu braço e ele logo se levantou ficando na minha frente.

- Vamos, loiro oxigenado. Quero comer meus nachos. – lhe dei língua e o empurrei de leve.

- Vamos logo então, coisa gorda. – ele riu, enquanto envolvia um de seus braços em minha cintura pra me conduzir de volta ao restaurante.

Acabou que entramos rindo feito retardados no restaurante.

Algumas pessoas nos fitaram como se quisessem nos dar um soco e nos calar a qualquer custo. Mas, era inevitável não rir, Ryan sempre tinha piadinhas idiotas e ficava me contando todas. Sem falar que ele era um comentarista de primeira e sempre estava falando de um jeito extremamente engraçado das roupas e dos cabelos das pessoas que estavam ali e até de umas que eram famosas.

Me sentei a mesa novamente e Justin e Selena que estavam rindo, pararam e nos fitaram piscando os olhos repetidamente.

- Ah, que ótimo! Chegaram os nachos! – puxei um dos pratos, peguei um garfo e já comecei a devorar minha comida.

Sim, eu estava faminta!

- Quanta fome, pequena! Calma, aí! – Ryan riu a minha frente e eu tive que rir junto.

Puxei um copo com alguma bebida dentro e tomei um gole rápido.

Ardeu pela minha garganta e pude notar que era bebida alcoólica.

- Ei! Era meu! – Justin resmungou tomando o copo de mim.

- Calma estressadinho! Qual o problema? – eu ri fraco.

- Você não pode beber álcool, Linds. – ele deu um meio sorriso.

- Pare de me tratar como uma doente! Estou cansada disso! – quase gritei, me controlei para não aumentar o tom de voz.

- Mas você está doente, caralho! – ele falou de um jeito tão sério que pude sentir meus olhos encherem de lagrimas.

Eu estava cansada de me lembrarem disso. Eu queria esquecer! Queria esquecer por algum momento que eu não tinha aquilo. Que eu era saudável, podia beber e fazer o que quisesse, sem me preocupar com nada.

Acabei deixando uma lagrima escapar e seguida delas várias outras. Tentei a limpá-las rapidamente.

- Lindsay... Pequena... Olhe pra mim. – essa devia ser a voz de Ryan, mas, eu apenas balancei a cabeça negativamente.

- Linds, eu só tava tentando dizer que... Que eu quero te proteger! – Justin passou a acariciar minha bochecha com o dedo polegar.

Eu solucei.

Ele me deu um abraço, mas, eu me afastei rápido e me arrumei na cadeira voltando a fitar meus nachos.

A vontade de comer havia passado. Eu senti enjôo de olhar praquele prato.

Um silêncio se instalou ali. Eu sufoquei um soluço ou dois. Eu não queria mais chorar. Eu não contava pra ninguém, mas, eu sempre estava chorando... Essa... Essa coisa me assustava demais! Eu realmente tinha medo do futuro. Tinha medo que eu não conseguisse ter um futuro.

- Lindsay, nós estávamos conversando... – Selena começou a falar e eu a fitei, arqueando as sobrancelhas para que continuasse. – Lembra de quando tínhamos nossos 15 anos? Era uma época tão boa, né? – ela sorriu de um jeito terno.

Parecia mais com a Selena de antes. Aquele sorriso parecia mais com o antigo sorriso da minha amiga.

- Ah, sim. Foi a melhor época. – respondi, enquanto empurrava o prato. – Cheia de curtição, mentiras e... –

- Garotos. – ela piscou rindo maliciosa.

- Ah, claro. Garotos. – acabei rindo e me lembrando dos meus 15 anos.

Foi quando eu comecei a descobrir a maioria das coisas.

Quando me apaixonei pela primeira vez de verdade, quando me arrependi e fiz coisas das quais eu não tive medo.

- O que houve de bom aos 15 anos? – Ryan perguntou, fazendo aquela voz de suspense.

- Éramos adolescentes bêbadas que faziam besteiras e nem se lembravam de nada no dia anterior. – Selena deu aquela risada boba que só ela sabia.

- Garotinhas rebeldes, baladeiras e... –

- Completas vadias. – eu falei rindo.

Selena riu comigo.

Não éramos vadias... Na verdade, só queríamos nos divertir, só isso. E ficávamos com... Bom, ficávamos com bastantes garotos.

E Selena continuou a falar das lembranças mais constrangedoras que você possa achar possível. Desde quando ela havia me pego com um garoto dentro do armário de limpeza de uma das festas na casa de uma amiga, até o dia em que nós duas tivemos que participar de um strip-pôquer. Digamos que eu sou um desastre no pôquer... O que fora de fato mesmo constrangedor.

E eu... Já estava vermelha.

[...]

Justin e eu havíamos chegado em sua casa. Que estava bem vazia.

Era pra Ryan e Selena virem juntos, mas, eles preferiram ficar hospedados em um hotel ali perto. Então, estava apenas eu e Justin sozinhos naquela casa enorme.

Ele não estava com uma cara muito boa e eu... Eu também não estava lá muito bem.

Já ia subir as escadas pra deitar um pouco e pensar na vida, quando sinto Justin puxando meu braço.

- Precisamos conversar. – ele suspirou.

- Por... Por quê? – acabei rindo

- Você sabe... – ele ergueu os ombros.

- Sei é? Parece que não estou entendendo porra nenhuma! – cruzei os braços, enquanto revirava os olhos.

- Eu vi você com o Ryan, ta legal? Eu não sabia que você e ele... –

- Eu e Ryan? Estávamos conversando! Qual o seu problema, Bieber? – dessa vez, eu falava alto.

Não tinha vergonha, já que estávamos sozinhos mesmo.

- Ah, é? Vocês estavam rindo... Estava... Sentada no colo dele! Abraçados... Como... Como... – acabei gargalhando antes mesmo que ele continuasse.

Eu sempre achava ataques de ciúmes super fofos quando eram garotos que o tinham. Mas, naquele momento, não me parecia nada fofo.

- E você acha que me senti como quando você começou a relembrar de momentinhos com a Selena? – explodi e o empurrei pelos ombros. – Acha que me senti bem? Que ri do seu momentinho engraçado de quando foram jogar beisebol? – eu dei uma gargalhada falsa e esmurrei seu peito. – Nós não temos lembranças daquelas, Bieber... Você e ela foram felizes... E eu vi o quanto você ria e se divertia relembrando das suas “lembranças incríveis”... Eu sei que tudo que fiz foi errado e que eu não devia ter passado de melhor amiga da sua namorada... Mas, eu sempre teimo com as coisas... – suspirei, batendo a mão na minha própria testa.

- Onde esta querendo chegar, Lindsay? – ele franziu a testa.

- Você... Eu... – suspirei antes de continuar. – Você esta comigo só por dó, não é? Por favor... Não minta pra mim! Eu sei... Ryan me disse que você gostava dela... E que... Bom... Vocês tiveram lembranças divertidas e que você disse mesmo que nunca trairia uma namorada... Então, porque fez isso com Selena? Porque eu? Porque olharia pra alguém como eu? – ta, eu estavas sendo totalmente dramática.

Eu solucei, tentando evitar chorar.

Senti uma pontada de náusea me invadir.

- Wow! Linds... Nossas lembranças são ótimas. Nossa historia é ótima! – ele tentou dar um sorriso, mas, eu só fechei a cara.

- Diga uma boa lembrança nossa alem de beijos e pegações proibidas. – sorri sínica.

- Aquele dia na piscina, que tal? – ele disse, pensando um pouco. Com um pouco de duvida na voz. – Isso não importa... Nós temos uma historia louca e divertida! E... Eu te amo. – ele tentou me abraçar, mas, eu afastei.

Abri a boca para dizer algo, mas, não consegui.

Caí de joelhos no chão antes que conseguisse.

Comecei a tossir sem conseguir parar. Coloquei a mão sobre a boca enquanto tossia e quando olhei... Bom... Eu tossia sangue. Eu me assustei com aquilo. Era a primeira vez que acontecia e senti lagrimas brotar nos meus olhos.

Justin abaixou ao meu lado, me abraçando pelos ombros enquanto eu tossia mais e via o sangue escorrer... Saindo dos meus lábios.

- J-Justin... – murmurei, gaguejando. – Eu... Sou mesmo uma aberração. – senti as lágrimas escorrerem enquanto minha tosse ia cessando aos poucos.

- Você não é uma aberração! Você é linda... É incrível... Você é perfeita! – ele beijou minha testa. O olhei e percebi que seus olhos estavam cheios de lagrimas igualmente aos meus. – Você é uma princesa, Lindsay. É a minha princesa. Nada vai acontecer a você... Eu prometo. – o abracei forte dessa vez.

Ainda poderia estar brava e enciumada com ele. Muito brava.

Mas, eu precisava de um abraço naquele momento.