Segredo Brutal escrita por Apiolho


Capítulo 19
19 - Somos diferentes


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM CAPÍTULO. Queria agradecer a Tory_di_Angelo e a baah_97 por comentarem do outro até esse post.
Muito obrigada, espero que curtam.



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Capítulo dezenove

Somos diferentes

"Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente."

(Luís Fernando Verrísimo)

 

Quando chegou em casa, sua mãe estava na sala. A mulher estava sentada com a cabeça entre os joelhos, provavelmente chorando. Porém, Suzanne não ficou com pena, pois ainda estava magoada com a mãe. Ontem, ao entrar em sua residência após conversar com Philip, sua progenitora nem quis falar com a mesma, então ela ia fazer o mesmo.

— Filha? — começou.

— Estou indo para o quarto, quando o jantar estiver pronto me chama. — comentei, indo em direção ao local.

— Es-espere, por favor. — gritou, porém a voz estava rouca pelo estado que se encontrava.

Isto fez com que a ruiva recuasse, olhando para a voz.  Ao ver a mulher deste jeito não aguentou e foi correndo na sua direção.

— Sinto muito, Suzanne. Por favor, perdoe-me. — arrependida.

A outra sentou no sofá e pensou muito antes de respondê-la.

— Diz-me primeiro o porquê de ter feito aquilo. — aborrecida, fazendo com que o som saísse alto de sua garganta.

— Eu não sou ladra. — declarou simplesmente.

— Ah, não! Então é o quê? — nunca vira ela tão irritada como agora.

— E-eu tenho meus motivos para tê-lo roubado. — comentou enquanto limpava suas lágrimas com a blusa.

— Mas, qual?

— Primeiro fale que me perdoa, por favor. — sussurrou.

— Está bem, mas não enrole e conte o ocorrido de uma vez. — estava perdendo a paciência.

— Lembra-se dos dias em que eu te avisava sobre as coisas que você tinha que fazer no blog? — a filha concordou. — Então, eu trabalhava para ele como secretária, e minha função era de apenas te avisar sobre o que ia ter. Porém, Michel não me pagou o que devia, e isso já faz dois meses, então eu resolvi pegar o dinheiro a força.

— Ah, sim. E precisa ter feito daquela maneira, mãe? Você poderia ser presa. Sabia disso? — questionou, a voz controlada pela fúria.

— Já disse que tinha meus motivos para isso, minha filha. — bater na mesma tecla.

— Então diga-me qual é! — verbalizou apenas.

— Sinto muito, mas não posso. Apenas peço que acredite em mim, por enquanto. — implorou, indo abraçar a menina.

— Está bem. — suspirou, o único "defeito" neste momento é que Suzy tinha um grande coração.

— É maravilhosa, meu amor. — finalizou, abraçando-a e indo para a cozinha. — E, hoje vou preparar sua comida predileta. — berrou. Parecia que sua mãe mudava a cada instante.

— Jura? — questionou enquanto estava indo para o quarto.

— Se eu falei é verdade, né. — retrucou, rolando os olhos enquanto fazia.

Suzanne não respondeu, estava ansiosa demais para comer o que tanto amava. A verdade é que, não se tratava apenas dela, mas de mostrar que sua progenitora havia mudado. Ela mal se lembrava o última refeição que a mesma preparava para agradá-la, e isso a deixou muito feliz. Além de que, fazia tempo que ela não cozinhava algo.

Correu até a cozinha quando sua mãe a chamou, torcendo para que a comida estivesse pronta. Ao chegar seu sorriso se desmanchou, era bolinho primavera. Não que ela não gostasse, porém sua mãe preparou seu prato preferido de infância. Riu ao notar o quanto a mulher era distraída, sentando-se na mesa e fingindo que aquilo era a coisa que mais amava no mundo.

— E ai, filha, gostou da surpresa? — questionou com o melhor sorriso que a ruiva não vira há muito tempo.

O fato é que sua mãe não sorrira deste jeito desde o momento em que meu pai a largou. Bem, ele foi para a guerra e falaram que o mesmo estava desaparecido, mas Suzy acha que não.

— Claro. — respondeu simplesmente, pegando um pedaço do bolo e pondo em sua boca.

"Pai do santo! Como eu tinha coragem de comer isso?" A verdade é que a comida estava terrível, pior do que a do colégio. E olha que até os cachorros tinham medo de comer aquela "gororoba", pois poderia estar envenenada. Mas essa era uma forte candidata a ser a refeição da próxima semana lá na cantina.

— O que achou?

—É, está boa. — ronronou enquanto comia a coisa sem vontade.

— Acho que irei fazer amanhã também. — comunicou.

Uou! Isso já é demais.

— M-mas amanhã eu irei almoçar na casa de uma, pois terei que fazer um trabalho. — mentiu totalmente ao olhar para sua mãe com inocência, pois ela nem tinha mais uma companheira.

— Está bem, deixa para outro dia então. — finalizou, indo para a sala.

Parei de jantar e fui para o banheiro, escovando os dentes o mais demorado possível. Queria tirar o gosto da refeição e talvez o do Philip também. Maldito! Por que a mesma não parava de pensar nele? Yeap! Acho que o mesmo era um daqueles parasitas que grudavam nas pessoas para nunca mais sair.

Só esperava, arduamente, que isso não fosse um daqueles eternos amores.

"Ótimo! Aqui estou eu novamente na escola" Pensou ao estar em plena quinta-feira no colégio. A mesma não entendera o porquê do diretor colocar aquele comunicado se no mesmo dia ele iria ligar para os pais avisando que amanhã teria aula. Bem, acho que era para avisar os estudantes desinformados como a ruiva.

Na classe, Philip a encarava com ódio, enquanto Brad sorria para a mesma. E aquilo a deixou completamente magoada, já que a segunda parte não importava para ela. Era o moreno que amava, e seria sempre ele. Não adiantava mais negar.

Aquilo, por mais que ocorresse no começo, invadiu sua mente até o momento do intervalo. Ela estava preocupada com a reação do detestável, pois os dois haviam se entendido anteontem. Yeap! Acho que o senhor-eu-sou-demais tem várias facetas.

— Susie, está viva? — questionou um alguém, Brad!

— Que foi? — respondeu com uma pergunta, a voz desanimada.

— Nem é por nada, mas você está perdendo grande parte do recre- — ia continuar, porém a mesma o cortou.

— O quê? Então por que ainda continuamos aqui? — perguntou, já sabendo a resposta.

Brad nada falou, apenas rolou os olhos como resposta. A ruiva pegou-o pelo braço e o levou até o pátio, mal percebendo que estava tocando nele. E, quando se tocou, corou até os últimos fios de cabelo.

— De-desculpa. — começou, abaixando a cabeça enquanto falava.

— Não tem problema, nós sabemos que você não é desse tipo. — comentou aos sorrisos, tentando de toda a forma animá-la.

— O-obrigada. — agradeceu, recompondo-se.

— De nada, você merece. — piscou, passando as mãos no cabelo dela como afago.

Nem é preciso falar, mas a mesma ficou vermelha após esse ato. E, por estar constrangida, olhou para o lado. Viu Philip com Lucinda, os dois estavam perto de uma arvore. Na verdade, era justamente o local que as duas ficavam antes de se desentenderem.

— Dói muito, não? — Brad quebrou o silêncio, e isso a assustou.

— É, com certeza. — concordou aos suspiros, ainda olhando aquela cena.

Enquanto o fazia, pôs a mão no coração. Tentando parar a dor, mas apenas aumentava. O casal estava se beijando agora. Parecia que os mesmos queriam a testar, fazê-la sofrer. Isso a fez andar na direção deles, levando o outro consigo. Mas, o mesmo a interceptou.

— O que você está fazendo, Susie? — perguntou, a expressão duvidosa.

— E-eu preciso falar com ele, e muito. — comentou, os olhos lacrimejantes.

Não sei como, mas acho que ele entendeu a mensagem. Pois a olhou com pena. Mesmo não querendo, Brad acabou formando algum laço com a ruiva.

—Não pode. Será que não percebes que isso piorará a situação? Os dois te odeiam, aceite isso por favor! — comentou, deixando-a irritada.

— Por favor, deixe-me fazê-lo. Se eu quebrar meu coração, a culpa será minha, apenas minha. — Sussurrou, desvencilhando de seu braço antes de continuar o plano.

Brad a seguiu, pois não queria deixá-la sozinha nesta situação. A ruiva parou atrás do moreno, cutucando-o com brutalidade. O fato é que queria acabar com o contato do casal, achando que a deixaria melhor. Doce ilusão! Seu peito se apertou ao ver o quão irritando o garoto ficou, fechando a cara ao notar quem era.

— Que foi? — questionou de modo seco.

Ela engoliu a saliva em nervosismo antes de continuar. O rosto vermelho, tentando de todas as formas tomar coragem para questioná-lo.

— Por que está me tratando deste jeito, Philip? — começou em fúria. Droga! A mesma não queria iniciar desta maneira.

— Não tenho nada que me prenda a ti, Suzyanne. — ríspido. — Apenas Lucy, mas nem ela é sua amiga agora. — continuou, olhando para a loiro.

— S-seu desgraçado! Você disse que éramos amigos, realmente falou. — exclamou, não acreditando no que o mesmo falará.

— Eu tentei, mas ontem pensei no que tinha dito. Lucinda me contou o que fez, e foi imperdoável. Não tenho nada a tratar contigo, Suzy... — ia continuar, mas a mesma o parou.

— Não me chame de Suzy, seu miserável. Não fale como se tivéssemos tido alguma relação, pois nunca tivemos. Eu te odeio, Philip Hunter! — berrou, e neste momento todos já estavam os olhando.

— Tivemos sim. Ah, se tivemos! Porém não preciso mais de ti, adeus. — disse.

— E-eu não vou sair daqui. — comentou, a voz embargada pelo choro.

— Então quem sairá somos nós. — finalizou Lucinda, puxando o outro pelo braço.

A ruiva sentou no tronco, colocando as mãos em seu rosto. Como ele pode ser tão cruel a tal ponto? Sem nem ao menos sentir pena dela, ou olhar para trás, e pior, as frases ditas foram da forma mais fria possível. Philip era insensível e ela muito inocente para cair na armadilha.

— Susie, está bem? — comentou uma voz, e ela sentiu dois braços a amparando. Era Brad.

— Es-estou. N-não precisa ficar aqui. — sussurrou, olhando-o com tristeza.

— Acha mesmo que vou te largar desta maneira? Apesar de andar com Philip, não sou idiota o bastante para magoar alguém que não merece. — declarou, sorrindo enquanto o fazia.

— M-mas não há nada de especial em mi- — começou, mas foi a vez dela de ser cortada.

— Não sabe o quanto é maravilhosa Susie. — confessou, a voz doce e carinhosa.

— Não está dizendo isso por que quer me pegar, não é? — recuperou-se, limpando os últimos vestígios que continham em seu rosto.

— Talvez, mas agora estou falando a verdade. — parecia sincero ao comentar isso. Logo, beijando o rosto da ruiva com ternura.

Pela terceira vez, Suzanne ficou rubra por causa dele.

— O-obrigada. — gaguejou, rindo enquanto o fazia.

Os dois saíram apenas quando bateu o sinal, e mesma correu para o banheiro quando isso ocorreu. Após as aulas, a ruiva percebeu que poderia, sim, ter algum amigo neste mundo.

Ele olhava para a janela de uma forma pensativa, principalmente após olhar o álbum de fotos que se encontrava em suas mãos. Aquilo parecia irreal, inimaginável. Ao folhear as páginas, o mesmo o viu com uma menina, mas essa não era a sua amada Suzanne. Era uma pessoa de cabelo castanho, aparência charmosa e muito bonita, parecida com Louis.

Ficou mais perplexo ao ver que ambos estavam felizes enquanto a mesma o abraçava de forma intima. Pareciam um casal, e o melhor deles. Olhando deste maneira, Nate notou que ela seria uma ótima companheira. Sua face só faltou se contorcer inteira ao olhar a última página, os dois estavam se beijando. E, não parecia a força, mas algo que os dois queriam muito.

O objeto já estava no chão há um tempo, pois o mesmo o jogou pelo susto que levara. Era evidente que aquilo era uma montagem, mas fazê-las tanto para que? Pior, ele se lembrará que Suzanne odiava bater foto e que, com toda a certeza, não tinha muitas com ela deste jeito.

Será que isso explicaria o motivo da outra o visitar todos os dias?

Alguém abriu a porta, acordando de seus devaneios. Louis, a menina de seu pensamento, estava na sua frente. Ela o olhava com carinho, e só agora o mesmo percebera. Seus olhos estavam um pouco marejados e, mesmo não querendo admitir, isso o preocupou.

Em poucos segundos a mesma olhou para o chão, vendo o que ele havia atirado neste. Abaixou lentamente e o pegou, sua cara se transformava de aborrecida para alegre a cada página que lia. Logo, a mesma chorará, mas, acho, que de emoção.

— Nate, eu so- — começou, aproximando-se dele, mas foi cortada.

— Não precisa explicar, eu não quero isso. — comentou de forma ácida, principalmente pela choque ocasionado pelo que vira.

— Eu sei, mas... — Não que o mesmo houvesse a cortado, porém ele não escutava mais o que ela dizia.

No instante em que a morena tocou em seu braço, ele se lembrou de algo. Memórias que nunca desejaria recordar, porém isto era impossível no momento.

"Enquanto caminhava pelo bosque, pensava em Louis. Vê-la chorando o deixava apavorado, pois a mesma cometia loucuras enquanto o fazia. A primeira coisa que ele imaginou ao procurá-la foi o velho parque. Aquele local completamente abandonado era algo especial para ela. Sorriu ao notar que estava certo, pois achou a morena no local.

Mesmo de costas e sentada em um velho pneu, dava de notar suas curvas. O cabelo castanho, que agora ficara meio preto por causa da chuva. A blusa grudou-se no corpo, dando para ver a fina cintura da mesma. Aliás, Nate não se importava por estar encharcado, pois nunca se importara com isso.

Mas, agora, estava preocupado com a garota a sua frente.

— Louis, sai dessa chuva! — disse de repente, fazendo-a quase cair do balanço por causa do susto que levara. Logo, olhando para a trás e deu de ombros ao notar quem era.

— N-não. — disse simplesmente, o queixo batendo pelo frio.

— Droga! Você vai ficar gripada se continuar ai. — porém, ela mal se mexera com esse comentário.

O loiro ficou irritado. Extremamente. Deu grandes passadas em direção a morena, as mãos em punho. Parou apenas quando estava na frente dela, abaixando-se em seguida. Ele quis rir quando viu que a mesma estava fazendo biquinho, e aquilo era algo que admirava nela. Ah! Se Louis desse chance, poderiam ser mais felizes agora. E Nate talvez esquecesse de Suzanne.

Encostou nos dois braços da menina com brusquidão, porém mais parecia um afago. Ela notou isso e ficou constrangida, mas se recuperou rapidamente. A morena sabia que ele nunca ia esquecer da outra, mesmo que estivessem comprometidos agora. Céus! Onde a mesma foi se meter?

— Preste atenção, pois não irei repetir novamente. Sai dessa chuva, agora! — disse pausadamente, o rosto a centímetros do dela.

Ela fez uma careta ao constatar o quão dolorido estava ficando seu braço, pois o mesmo apertava ele com muito força. Mirou o loiro e se assustou ao perceber a pequena distancia que estavam um do outro, tanto que dava de olhar mais detalhadamente a imensidão dos olhos azuis de Nate. Nunca queria admitir, de jeito nenhum, mas aquilo fazia com que quisesse beijá-lo. Até que seu corpo implorasse por ar e precisassem se separar.

— Está me ouvindo? — questionou, quebrando seus devaneios.

— Já disse que não irei sair daqui Nate! — esbravejou, olhando-o com uma feia expressão.

— Se não aceita por bem eu farei por mal. — comentou antes de pegá-la rapidamente pelas pernas, e mesmo com os protestos, conseguiu a levar no ombro.

Nunca entenderia o porquê dessa menina ser tão leve, sendo que a mesma tinha corpo. Após andar um pouco percebeu que a morena não dava socos com intuito de que o mesmo parasse, sendo que a ruiva sempre o fazia. O mesmo achou a reação dela um pouco estranha, fazendo-o pensar que tinha finalmente concordado com o ato.

— Solta-me, seu grosso. Por favor. — Dessa vez ele teve vontade de rir, porque essa menina era realmente diferente de Suzy.

— Nem adianta reclamar, eu não irei te soltar Louis. — divertido.

— Por quê? — bem, aquele pergunta o deixou estarrecido.

Tanto que a colocou no chão, tocando em seus ombros após suspirar.

—Por quê? Por quê? Tens certeza que não sabe? Você só pode estar louca por ficar nesta chuva, tu podes ficar gripada; sabias disso?

— E-eu só queria ficar sozinha. — urrou, a voz fraca pelo frio.

O loiro percebeu o que a mesma estava sentindo. A vontade era de concordar com ela e a deixar sozinha, porém seu extinto de cavalheiro não deixava fazê-lo. Tirou seu casaco e ofereceu para Louis.

— Toma. É para que não fique mais com frio, seria ruim se minha mãe descobrisse que a deixei passar por isso. — comentou a contragosto, mas piscou para ela.

A morena o olhou de forma avaliativa, vendo se era mesmo verdade. Pegou o casaco com leveza e ia colocar sobre seu corpo, porém o outro fez por ela. É acho que as coisas estavam melhorando entre eles.

— Obrigada, estou bem melhor agora. — declarou, sorrindo para Nate.

— De nada. Acho que estamos nos saindo bem, não? — sussurrou, meio sem jeito.

E então, do nada, a mesma virou para trás e começou a andar novamente para o parque. Nem é preciso dizer como ficou o menino neste momento, não? O que aconteceu a seguir foi que ele começou a correr atrás da atual companheira.

— O que está fazendo guria? — questionou, enquanto a pegava pelo ante-braço.

— Nada, apenas quero ficar sozinha. — respondeu.

Céus! Quem entende está garota?

— Sempre você para estragar tudo, não é? Estávamos bem, até você dar uma de louca e arruinar o que ocorreu anteriormente. — resmungou, a cólera em seu olhar.

— E-eu não posso, quer dizer, nós não podemos. Não compreende que tentarmos nos entender destruirá tudo? — questionou.

— E, por quê? — comentou de forma mais calma, soltando-a e se aproximando da mesma. Esperando pelo que ia dizer.

— E-eu posso me apaixonar por você Nate, e me machucarei muito se isso ocorrer. — confessou, o rosto em chamas. Olhava para o chão.

— Não acho que isso seja uma péssima ideia, Louis. — pensativo.

— Como não? Tu ama outra Nate, e seria ruim saber que meu sentimento não será recíproco. — suspirou ao imaginar o quão doloroso seria.

A distância entre os dois, neste momento, estava quase nula. Tanto que ela poderia beijá-lo se levantasse o pé, e isso era, definitivamente, muito tentador.

— E quem disse que eu não posso amar você também, Louis? — sussurrou rente ao seu ouvido, deixando-a surpresa.

Os dois já não se importavam mais com a chuva, que os molhava intensamente. Ele passou o braço pelo corpo da mesma, prendendo-a ali. A morena correspondeu, ainda olhando para ele, enquanto se via cada vez mais aquecida. Este ato a deixou mais segura, mas não foi o suficiente para esquecer o que ouviu.

— Is-isto é impossível. — gaguejou agora pelo nervosismo que sentira, mirando-o diretamente. O olhar do loiro chegava a queimá-la por dentro.

— Não iremos saber se não tentarmos, né? O que podemos fazer é não se apegarmos ao futuro, pois o que dissemos são palavras incertas das quais não sabemos se vão se concretizar. Vamos dar chance a nós, Louis, juntos! — É a menina ficou confusa ao ouvir isso.

—Melhor não. — comentou apenas.

— Não me diga que está com medo? Estaremos casados daqui alguns anos e isto ocorrerá algum dia. — tentou a animar, porém isto a deixou mais nervosa.

—Isto não vai ser nada bom, Nate. — suspirou em negação.

— Pare de fugir e encara o que está acontecendo entre nós. Eu quero você Louis, e sei que me corresponderá. — sussurrou em seu ouvido, aproximando-se mais dela.

Ela não nega que sente alguma atração por ele, algo que sentiu desde o primeiro instante que saíram juntos. Depois de três meses isto deveria mesmo acontecer, e ela, com a certeza, não se arrependeria do que fez a seguir. Levantou-se na ponta dos pés e roçou seus lábios nos dele, tomando a iniciativa. Sorriu ao ver o choque do mesmo, pois pensou que ela ainda resistiria a sua ideia.

A morena riu entre o selo antes de posicionar sua mão na nuca dele, buscando alguma forma de equilíbrio. A verdade é que, perdera ao coragem ao notar que o mesmo não protestou, tentando invadir seu beiço. Levada pelo desejo, a mesma o beijou com vontade. Além de que, tremia e suspirava ao notar que Nate correspondia ao enlaçá-la de modo apertado. Com o tempo os dois perderam o ar, soltando-se. Ela sorriu ao perceber que o que queria anteriormente foi concretizado.

— Bem, espero que haja mais desses, garota. — disse de forma galanteadora, piscando em seguida.

A mesma riu antes de selá-lo novamente."

Ao mirar novamente para figura a sua frente, sentiu-se mais confuso. Quer dizer que os dois tiveram algum relacionamento? É, aquilo o deixou perplexo.

— Louis? começou, o olhar semi-cerrado.

Yeap! Ela conhecia muito bem esse gesto. Ele gargalhou um pouco ao notar que a mesma estava braba, provavelmente por ter se cansado de chamá-lo para que prestasse atenção nela. Sendo que, nesta situação, o loiro não era responsável por isso.

— S-sim? respondeu com uma pergunta.

— Eu e você fomos namorados algum dia? comentou, completamente atordoado.

A morena queria respondê-lo, contar que não era, mas são, porém sabia que teria de esperar.

— Há muito tempo, Nate. disse simplesmente, procurando não olhar diretamente para ele.

Obrigado então. agradeceu, porém não havia engolido a resposta dela.

— Desculpa, mas tenho que sair. finalizou, saindo correndo por entre a porta.

Enquanto ficava na cama, o loiro não entendia o que tinha de errado com as meninas por sempre estarem saindo sem se despedir. E do outro lado, Louis sabia que tinham muito o que falar com ex - atual - namorado, mas tinha que sair do quarto a qualquer custo. Aquela pergunta a pegara de jeito, será que ele se lembrara de algo? Ela rezava para que isso fosse um "sim".


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Ah, achei ele fofo.
Mas o Philip... tadinha. Talvez tenha motivos... não sei, isso só vão saber com os outros capítulos.
Gente, espero que não me matem, mas não o odeio, aliás, nenhum personagem.
Ah, tinha achado tanta imagem mais parecida com adolescente, porém nenhuma pegava, botei essa dai.
Reviews e recomendações? Por favor, ficaria muito grata. *-*
Obrigada e beijos aos leitores.