Lucy dirigia-se ao carro enquanto Raphael ficou parado olhando para os céus que ainda estavam chuvosos:
 - O que será que estás planejando agora? –Se questionou baixinho Raphael, tendo um mal pressentimento.
 - Raphael, o que esta havendo? Vão achar que estou andando com um maluco! Tirando que to cada vez mais encharcada! Vamos logo! –Resmungou Lucy por estar se molhando á horas.
- Você não faz idéia do que esta acontecendo não é?
- Não, esqueceu que faz pouco tempo que to nesse lugar imundo, sou a novata lembra?
- É... Acabo de lembrar isso.
Os dois entraram no carro e saíram do local, no caminho Lucy permaneceu quieta o que de fato fez Raphael se perguntar o que havia com ela:
- Aconteceu algo Lucy?
- Eu estava aqui pensando, esses demônios dos quais nos livramos, de onde eles vêm? O que querem? E por que nós devemos matá-los?
 - Cada vez que um ser humano comete um pecado, seja ele capital ou não, libera no plano espiritual energias negativas, que aos poucos acumulam e tornam-se esses monstros.
- Existem essa “espécie” apenas?
- Não... Há também o que podemos chamar de “comandantes”, que não são nada mais que (*)Nefilins.
- Nefilins? Isso quer dizer que nós também somos isso?
- Não, nós só pecamos contra a criação de Deus, diferente de Nefilins, que pecaram contra o próprio Deus, querendo tomar o lugar dele, mas já se extinguiram á anos.
- E qual é o propósito desses outros monstros comuns?
- Eles querem entrar no coração dos homens, dominá-los, fazendo que espalhem o caos.
- E o que acontece quando um demônio possui um humano? –Lucy olhou temendo a resposta e Raphael sorriu ao dizer:
- Pergunte ao Ariel ou ao Israel, eles foram caçar um desses.

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Ao Norte da cidade, um homem bocejou dando um ar de preguiça, estava insatisfeito por estar a frente de um açougue prestes a cumprir mais uma missão. Ele tinha cabelos longos e negros, lindos olhos verde claro e era tão branco que reluzia ao sol, era baixinho e magro, usava uma capa gabardine de couro vermelho e um blusão gola alta preto de lã por baixo, suas calças eram justas e também de couro, usava coturnos para parecer mais alto e sentir-se melhor perto de seus colegas.Ele olhou para seu amigo que estava ao seu lado e disse:
- Poxa Israel, mais uma vez deixam as coisas mais idiotas para nós, que saudades eu sinto dos tempos em que eu era um novato...
- Não reclame Ariel, pode ter certeza, esse trabalho é menos idiota do que essa capa vermelha ridícula que você sempre usa.
- Olha quem falando, deverias olhar no espelho antes de me difamar.
Israel era um anjo diferente dos demais, estava sempre com sua marreta que era semelhante as armas de Lucy e a espada de Raphael. Ele era alto e com um porte atlético de um lutador de vale tudo, era branco, mas não tão quanto Ariel. Alem de tudo tinha uma cicatriz do lado esquerdo do rosto e era careca, gostava de usar apenas um colete preto com uma camiseta branca, calça jeans e sapatos caros, tinha olhos verdes e braços enormes que davam medo a qualquer um:
- Vamos logo seu saco de estrume! Quero chegar em casa antes do programa do Jô! –Resmungou Ariel.
- A próxima vez que me chamar assim, juro que te esmago a cabeça!
- Ok Ok . Vá pelos fundos “Sr.Esmaga cabeças”.
- Por que faria isso?
- Porque eu irei entrar ter um papinho com o açougueiro e vamos ver no que dá.
-OK! Dessa vez passa, mas que fique claro! Raphael é meu único chefe!
- MIMIMI... Raphael isso, Raphael aquilo. Vá logo seu puxa saco!
Israel foi para os fundos do açougue, enquanto Ariel batia na porta esperando que atendessem:
- Olá? Alguém? –Cansou de bater com força e resolveu entrar.
 Ao abrir a porta percebeu que estava escuro e frio, mesmo assim viu que as coisas estavam todas em desordem, no meio do açougue, com a cabeça baixa e de costas para porta, estava o açougueiro, que apenas mexia de um lado para o outro lentamente.
Ariel resolveu conversar enquanto se aproximava do homem que ali estava e parecia não ter o visto entrar:
- Nossa! Vim comprar carne para um churrasco e veja que bagunça! Fora que deve ter deixado o freezer aberto, está bem frio aqui, também escuro, podias ajeitar isso aqui que seria uma boa fonte de lucro sabe? –Ariel já estava atrás do homem que permaneceu na mesma forma desde o inicio, colocou a mão no ombro do mesmo para ver se ele ainda estava vivo e continuou falando – Sabe, você não teria umas picanhas ai de bobeira ou umas costelas, tudo de gado, porque não sou apto a carne de por...
 O Homem se mexe e Ariel toma um susto, em seguida em um movimento incomum e rápido, o homem tenta o atingir com um cutelo , mas Ariel se esquivou assim como dos outros velozes ataques do homem estranho. Cansado de desviar dos ataques, ele bloqueia a mão do homem e o soqueia a cara com força para ver se detinha aquela fúria, o homem tonto foi para trás , mas em segundos recobra a consciência e continua a atacá-lo, foi quanto já irritado Ariel mais uma vez impede o ataque e da um chute acertando-o pelo queixo e fazendo que voasse até o balcão. O homem da uma cambalhota desproporcional como se não tivesse osso algum na coluna e cai em pé e de costas para Ariel:
- Nossa! Até que enfim algo divertido! – Riu Ariel consigo mesmo. – Vamos! Não creio que seja só isso que tem para me mostrar!
 O homem começa a inclinar as costas até que fica com a cabeça a altura de seus tornozelos, Ariel vê que ele está em um estado de possessão da qual era irreversível, não poderia mais virar humano novamente, era apenas mais um alvo:
- É... Noto que a coisa vai ficar feia...

Continua.