- E agora? O que a gente faz? – perguntei, mas sem som.

- Vamos sair daqui. – respondeu, e se levantou um pouco para olhar por cima do encosto do sofá. Olhei também.

Danny e Dougie estavam no outro sofá jogando vídeo game. Harry procurando alguma coisa na mesa de doces do Danny, e o Tom, mexendo no celular. Devia estar no twitter.

Shyned e eu contamos até três, pra nos levantarmos. Se eu disser que estou calma, estaria mentindo. To super, mega nervosa.

Começamos a contar e nos levantamos. Ficamos ali paradas, paralisadas na verdade, esperando alguém notar a nossa presença. Demorou alguns minutos, até que o Harry se virou e nos viu.

(...)

- Danny, tem alguma... – parou no meio da frase olhando de uma para outra.

- Quem são vocês? –

Nessa hora, Tom levantou a cabeça, e Dougie e Danny, viraram as suas cabeças na nossa direção. Ai caramba.

- Quem são vocês? – repetiu a pergunta.

- Ahn... Meu nome é Rebeca, e essa é Shyned, minha amiga. – respondi saindo do transe.

- O que estão fazendo aqui? – Tom perguntou.

- Bem... É que... Eu... A gente... – me enrolei toda. O que eu ia falar? ‘Desculpe, mas invadimos o camarim de vocês, porque a gente é super fã, e amamos o Danny e o Dougie’? Ah tá, né?!

- É que a gente queria conhecer vocês. De perto. – Shyned respondeu por mim.

- É, é isso aí. – reforcei.

Eles nos olharam desconfiados. Mas quem falou foi o Dougie.

- Vocês sabem que podíamos chamar a segurança não é?! – perguntou

- Sim – respondemos juntas.

- Mas não vamos. Gostei de vocês. –

O olhamos confusas, mas ao mesmo tempo super felizes. Afinal, ele disse que gostou da gente. Ficamos nos olhando, sem nada dizer. Mas o que estamos fazendo? Eu e a Shyned tivemos esse trabalho todo só pra ficarmos um olhando pra cara do outro?

Harry foi que quebrou o silêncio.

- Vocês são de onde? –

- Brasil. – respondemos juntas novamente.

- Duas brasileiras? Não acredito. – esse foi o Danny – vocês não ouviram a nossa conversa sobre as brasileiras não, ouviram?

- Ouvimos sim. – respondi.

- Ah tá. Era só pra saber. –

Depois disso, eles nos convidaram a sentar, e começaram a fazer perguntas como, por exemplo, como entramos ali e tal, e também sobre nossas vidas. Tudo mesmo. Eu amei conhecer eles. Eles não eram garotos esnobes e tudo, eram garotos comuns, só que com uma banda super famosa. Eu não pensava isso deles, mas é sempre bom ter certeza.

Depois de muito tempo conversando, somos interrompidos por alguém que entrou no camarim sem bater na porta.

- Meninos, vocês já... – nesse momento, percebeu a nossa presença.

Olhou para os meninos, e nos olhou novamente, olhou para os garotos de novo. Questionando com o olhar.

- Ah, elas são... fãs  – Tom tomou a frente.

- Fãs? –

- Sim. –

Não respondeu de imediato. Olhou para nós novamente, fechou a porta atrás de si, e veio na nossa direção.

- Olá meninas. Eu sou Stanley, o agente da banda. –

- Oi, eu sou Rebeca, e essa minha amiga Shyned. Prazer em conhecê-lo. – respondi educadamente.

- O prazer é todo meu, garotas. Bem, eu só vim avisar que vocês já podem voltar pra casa e descansar. Amanha vocês podem tirar o dia pra fazer o que quiserem. –

Os meninos comemoraram. Eu não disse antes, mas todo o tempo, o Danny não parava de olhar, nos olhos. E o Dougie pra Shy. Ai, se um dia eu ficasse com ele, não desperdiçaria a chance.

- Eu já vou indo gente. A van de vocês já está aí fora. – disse e saiu.

- Bom, - comecei – acho que já está na nossa hora né Shy?! –

- É verdade. Já passa das 2:00 da manhã. –

Danny impediu que saíssemos.

- Esperem. –

Nos viramos e ele continuou.

- Vocês não podem sair sozinhas a essa hora da noite. -  

- E o que você sugere Danny? – Dougie perguntou

- Que a gente leve elas pra casa. –

- Verdade. Vamos. To cansado. – Dougie disse já saindo.

- É, vamos logo. – Tom disse nos encaminhando a porta.

Saímos lá fora, e já não tinha mais ninguém, quer dizer, ter tinha, alguns fotógrafos. E corremos pra van. Danny sentou do meu lado no ultimo banco, Dougie ao lado da Shy na nossa frente, Tom dirigindo e o Harry ao lado, no banco do passageiro.

A gente ia ficar num hotel, mas os meninos praticamente nos obrigaram a ir com eles. Adivinhem onde? Acertou quem disse, pra casa deles. São malucos mesmo. Eles nem conhecem a gente direito. E também nem perguntaram se era isso que queríamos, mas como eu, e imagino que a Shyned também, não sou burra, não falei nada. Deixa eles levarem a gente.

Putz, nós vamos pra cada dos garotos do McFly, e eu iria negar isso? É mais do que eu imaginava. As ruas estavam quase desertas, apenas alguns poucos carros trafegavam.

Depois de uns 10 minutos, chegamos em um condomínio com casas maravilhosas. Tom fez um aceno para o homem que estava na portaria, e o mesmo abriu o portão enorme e branco com o controle.

Entramos, e Tom virou à direita na primeira rua. Logo depois à esquerda, e finalmente paramos em frente a uma casa, na verdade mansão, de dois andares. As paredes do lado de fora eram brancas, e tinha uma porta que mais parecia um portão, de vidro. Tá desculpa, eu exagerei na porta, mas é que ela era grande.

Enfim, a casa era realmente linda. Shyned e eu estávamos maravilhadas com a visão da bela casa. Tom e Harry desceram, e foram em direção a porta abrindo-a. Dougie desceu e ajudou a Shyned a descer. Danny foi logo depois, me ajudando a descer da van. São cavalheiros.

Fomos para dentro da casa, e se for possível, fiquei mais maravilhava ainda com a sala de estar. Não tinha palavras para descrevê-la, só posso dizer que era grande, com uma TV gigante, e um vídeo game de ultima geração. Tinha algumas outras coisas, mas não dei importância, estava paralisada. E parecia ser super confortável também.

- Meninas, vocês estão bem? – Tom perguntou parecendo preocupado.

Sai do meu transe e murmurei dizendo que sim. Estava tudo bem.

- Tudo bem. Bom, aqui é a sala de estar, ali à direita, é a cozinha e a sala de jantar. – foi apontando – nesse corredor, a primeira porta a esquerda, é a sala de jogos. A segunda porta do mesmo lado, é a sala de presentes das fãs, estão todos lá. Tudo que ganhamos, colocamos lá dentro. É uma maneira de nos mantermos perto delas. Ahn... Primeira porta a direita, é a biblioteca. Não gostamos muito de ler, mas tem computadores lá, então... Segunda porta do mesmo lado é a sala de cinema. A ultima porta que fica de frente para o corredor, é a sala intima. Vamos dizer que, é uma sala que nós usamos para pensar. Se estivermos com raiva, ou algo assim, e precisarmos ficar sozinhos, é só se trancar lá dentro. Lá tem uma cama, um mini-bar, geladeira com água e algumas bebidas, esse tipo de coisa, é como se fosse um mini-apartamento. E lá em cima, são os quartos. – terminou.

Nossa, quanta coisa. Ele não parou um segundo.

- Ahn... Tá. – disse, sem realmente saber o que dizer.

- Fiquem a vontade, agora a casa também é de vocês, então... Estão com fome? – perguntou Tom novamente.

- Tudo bem, obrigada, mas não acho que... – comecei, mas Harry interrompeu.

- Nada disso. Vocês vão comer sim. O que vocês acham de pizza? -  perguntou se dirigindo aos garotos.

- Yeah, pede duas pra mim. – o esfomeado do Danny disse.

- Tudo bem – Dougie.

- Tá, eu vou pedir. – disse Tom - Danny, mostre os quartos pra elas. – completou.

- Vem gente. –

Os seguimos para o andar de cima, e Danny foi apontando e dizendo de quem era cada quarto. O corredor tinha seis portas, três de cada lado.

Do lado direito, os quartos era de Tom e Dougie, respectivamente. E o terceiro quarto, no final do corredor, era o de hóspedes. Do lado esquerdo, os quartos eram de Harry (em frente ao de Tom) e Danny (em frente ao de Dougie), respectivamente. E novamente, o terceiro quarto, também era de hóspedes.

Eu fiquei com o quarto do lado esquerdo, e a Shyned com o quarto do lado direito. Cada uma foi para seu quarto tomar banho, pois eram todos suítes. Entrei no quarto e fiquei paralisada, novamente. Mas que mania de ficar paralisada, eu ein?!

O quarto era lindo, e grande, claro. Fui para o banheiro tomar um banho. Estava muito cansada, mas ainda não poderia dormir, teria que descer pra jantar. Não fiquei muito tempo, senão dormiria embaixo do chuveiro mesmo, e não usei a banheira, porque senão relaxaria demais e dormiria também.

Danny disse que poderíamos pegar algum pijama no closet, porque eles sempre deixavam algumas roupas lá. Peguei um pijama super fofo. Era um shortinho azul claro, com uma blusinha de alças finas da mesma cor. Tinha outras cores, mas gostei mais do azul.

Me olhei no espelho e fiquei com um pouquinho de vergonha porque, caramba, eu tava com um shortinho curtíssimo, com as pernas de fora, e de pijama, numa casa cheia de homens. Onde foi que eles arrumaram esse pijama?

Abri a porta do quarto e olhei pra ver se algum dos meninos estava no corredor. Limpo. Dei dois passos silenciosamente e bati na porta do quarto da minha amiga, de olho na escada pra ver se os garotos apareciam.

Shyned abriu a porta do quarto, e me mandou entrar.

- O que foi? – perguntou

- Não é nada, é que você não acha que esse pijama tá muito curto? – perguntei

- Claro que não. Olha o meu. – apontou para si mesma.

A observei melhor. Estava com um pijama tão curto quanto o meu, só que na cor laranja, sua cor favorita. Eu tava morrendo de vergonha, porque eu estava em uma casa com os garotos mais lindos que eu já vi, e a louca da minha amiga.

E ela não estava nem aí. Eu aqui quase roxa de vergonha por ter que aparecer vestida assim lá embaixo. Mas quer saber? Eu tenho que parar com isso. Ah, que se dane. Não to nem aí.

- Tá, vamos esquecer isso. Que se dane tudo. Você já terminou? To morrendo de  fome. – disse passando a mão na minha barriga.

Shyned riu.

- Sabe quem você tá parecendo? – questionou

- Não. Quem? –

- O Danny. –

- Por quê? –

- Por quê? Porque você tá falando igual o Danny. ‘To morrendo de fome’, - disse numa tentativa falha de me imitar. - enquanto o outro, de tanta fome, pede logo duas pizzas. - completou

Dei língua. Ah, o que tem estar ‘morrendo’ de fome? Não tenho culpa, não sou perfeita.

- Tá, tá. Você tá pronta? – perguntei novamente

- Tudo bem, eu to pronta. Vamos logo antes que seu intestino te coma de tanta fome. –

- Shy, é estomago. –

- Eu sei, mas o meu é intestino. – retrucou. Revirei os olhos. Típico da Shyned dizer essas coisas.

Saímos do quarto e fomos andando para a escada. Fomos conversando, e quando estávamos quase no térreo, começamos a ouvir os meninos conversando.

Continua...