When You Were Young escrita por Tainah Bennett


Capítulo 23
O retorno dos Heróis.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora em postar...
Mas eu estava empolgada com a outra fic...
Mais dois capitulos...



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Harry estava com o coração apertado pensando na mãe, na irmãzinha e no pai. Tiago sabia que ele estava vivo, mas não estava sendo fácil pra ele também.

-Harry – Ginna o despertou de seus devaneios – Quando vamos voltar?

-Eu não sei Ginna. Hefesto ainda não se manifestou, também estou achando estranho.

-Minha mãe deve estar aos prantos. Tem certeza que papai não falou nada dela na carta?

-Tenho.

Harry odiava mentir, principalmente para Ginna, mas ele sabia que se ele a contasse que Molly estava muito mal, ela ia querer voltar imediatamente.

O clima na cabaninha não estava nada bom. Os seis pensavam em seus parentes. Como deviam estar e como deviam estar sofrendo.

Eles não se falavam. Diziam somente o necessário. Não havia forças para dizer uma só palavra.

-Droga – gritou Rony jogando o prato de comida no chão e começando a chorar.

-Rony acalme-se.

-Eu pensei que depois do fim de Voldemort tudo ia ser normal. Íamos ser felizes.

-Mas vamos ser felizes papai.

Pela primeira vez, Rose, Hugo, Tiago e Alvo apareceram para que todos os vissem.

-Ah por Merlin. – exclamou Luna – eles são seus filhos.

-Como você sabe Luna?

-Por que eles são a cara de vocês.

E ela tinha razão. Hugo lembrava Rony ate no jeito de falar como Rose sorria como Hermione. Tiago tinha os olhos peraltas de Ginna e Alvo o jeito meio acanhado de Harry.

-Onde esta a Lily? – perguntou Ginna que por enquanto somente ela sabia da existência de Lily.

-Quem é Lily? – perguntou Harry.

-É nossa caçula Harry.

Os olhos de Harry brilharam pela primeira vez em semanas.

-Ela esta com tia Sarah, vigiando nossos avos.

As palavras entravam pelos ouvidos de Harry e Rony como musica. Avos? Era ate engraçado no meio de tanta tristeza.

-Papai – uma vozeia fina e doce invadiu a sala tão de repente seguida da voz de Ginna.

-Lily.

-Oi mamãe.

-Então você é a Lily? Por que não me disse Ginna?

-É que aconteceu tanta coisa que...

-Pai, mãe, os Malfoy levaram vovó Lilian para a Toca e está com ela e vovó Molly trancadas em um quarto. Tia Sarah esta correndo risco de não nascer.

O silencio foi perturbador. O rosto de Harry perdeu o brilho de conhecer a filha e ficou pálido. Seus olhos verdes pareciam sem vida.

-Como assim Lily? Corre o risco de não nascer?

-Hefesto, Draco, Augusta e Belatriz invadiram a toca arrastando vovó Lilian. Estuporaram vovó Molly e trancaram as duas no quarto do tio Rony.

-Não tinha ninguém lá? – perguntou Rony.

-Só tia Fleur, mas foi fácil. Ela estava com os quadrigêmeos, não pode fazer nada.

O silêncio continuou. Harry pensou que era possível que os outros ouvissem seu coração batendo forte. Pensou até que teria um ataque cardíaco.

-Lily.

-Sim papai.

Harry ficou um tempo sem dizer nada. Olhando a garotinha ruiva a sua frente. “Papai”? A menina era uma miniatura de Ginna.

-Querida, vá para a Toca e fique lá com as suas avós. Cuide delas e da sua tia Sarah, por favor. 

-Tudo bem – a garotinha sumiu.

-Rony aonde você vai?

-Pra casa – o rapaz colocava a varinha no bolso da calça e parecia mais vermelho do que de costume.

-Nos espere. – chamou Harry.

-Você acha que minha mãe vai esperar Harry? – o tom de voz de Rony era alto, mas tremulo e angustiado.

-Minha mãe também esta lá Ronald – Harry se postou na frente do amigo e o encarou – E minha irmã que ainda nem nasceu e pode não nascer.

-O que faremos? – perguntou Neville.

-Acho que – começou Hermione – é à hora de usar nossos poderes de animagos.

Não foi preciso pensar duas vezes. Em alguns minutos, os seis já tinham aparatado nas dependências da Toca e já haviam se transformado em animais.

Tinham decidido que Hermione como coruja iria até o ministério e avisaria o Sr. Weasley e depois Fred e Jorge na loja. Luna entraria na casa como um porquinho da índia e iria acalmar Lilian e Molly.

Rony, Harry e Ginna entrariam na casa depois que todos já estivessem lá e imobilizariam os Malfoy. Mas Rony sentia que algo daria errado. Tinha medo.

Sem se comunicar, os três esperaram. Pediram a Neville que ficasse de vigia do lado de fora caso algo ocorresse lá dentro ele viria avisá-los. 

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-Sr. Weasley – gritou Hermione depois de voltar a sua forma humana na sala do ministro – o senhor tem que vir.

-O que ouve Hermione? Por que esta tão aflita?

-Os Malfoy pegaram Lilian e estão a mantendo refém junto com a Sra. Weasley lá na Toca.

-Oh Merlin. E os outros?

-Luna entrou na Toca para acalmar as duas e Ginna, Harry e Rony estão esperando do lado de fora.

-Então vamos – Artur pegou o casaco para ir ate a lareira.

-Vá o senhor. Estou indo para o Beco Diagonal avisar Fred e Jorge e depois vou a Hogwarts chamar Lupin.

-E Tiago?

-Já esta lá. Não consegue aparatar dentro da casa e é provável que o senhor também não consiga.

-Tudo bem. Vou encontrá-lo lá e vá logo avisar a quem puder. – Artur saiu correndo.

-Sr. Weasley, avise Olho-Tonto.

-Ah sim. Vou dar o alarme aos Auros.

Um alarme soou pelos corredores e Hermione pode ouvir a correria. Mas não havia tempo, ela tinha que avisar o máximo de pessoas e assim rumou para o Beco Diagonal.

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-HERMIONE!!?? – exclamaram os gêmeos juntos – Mas...

-Não há tempo para explicar. Os Malfoy estão na sua casa com sua mãe e Lilian como reféns.

-Mamãe? – era estranho mais em momentos como esses, Fred e Jorge pareciam combinar suas frases.

-Vamos Fred, feche a loja e vamos pra lá.

-Eu vou pra Hogwarts, avisar Lupin.

-Ok.

Os gêmeos fecharam tudo e aparataram para a Toca.

Talvez o carinho pelos Weasley tenha crescido tanto nesses últimos anos, que Hermione sentiu uma sensação estranha ao ver os gêmeos sumirem.

-Bobagem Hermione, bobagem. – mais uma vez ela se transformou em coruja e rumou para Hogwarts.

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A confusão na porta da Toca era desesperadora. Todos tentavam abrir a porta. Gui e Carlinhos tinham sido avisados por Fleur. Tinha sido a única coisa que ela conseguira fazer antes de Hefesto estuporá-la.

-Vamos arrombar – disse Gui.

-Já tentamos isso.

-Demorei mais cheguei – disse Lupin atrás de todos.

-Onde esta Hermione?

-Ela foi avisar aos outros na floresta.

-Aos outros? – gritou Carlinhos.

-Sim, estão todos vivos. Mione me contou.

-E o que eles vão fazer? – perguntou Fred.

Antes de ser respondido, Fred viu surgir em meio à floresta uma loba, um leão e um leopardo.

-Oh Merlin são eles. – comemorou Jorge.

Hermione veio voando e voltou a sua forma humana ao lado de todos.

-É melhor saírem daí, eles vão derrubar a porta.

Os três vinham muito rápidos e a velocidade os deixava com uma aparecia mais forte de quem derrubaria ate um muro se fosse preciso.

O barulho que a porta fez ao cair no chão foi estrondoso.

-Mas o que esta acontecendo – perguntou Hefesto para Augusta quando desciam as escadas.

-Não é possível! – exclamou a mulher dando passos pra trás – Mas vocês haviam morrido? Como pode?

-E vocês foram tão idiotas a ponto de acreditar. – Rony tirou a varinha do bolso e apontou para Hefesto. – Onde esta Draco? A culpa disso tudo é dele, quero acabar com aquele branquelo!

-Augusta, onde esta Draco? – Perguntou Hefesto notando a ausência do bisneto.

-Eu não sei, ele estava... Ah não!

-O que foi?

Augusta havia notado alguns comportamentos estranhos em Draco nos últimos dias. O rapaz estava distante e a noticia da morte de Harry e os outros o havia deixado meio estranho. Draco se opôs a idéia do seqüestro de Lílian Potter e Molly Weasley.

FLASH BACK

“-Mas ela esta grávida!

-E daí? Quanto mais rápido dermos fim nos Potter, melhor será. Harry já foi. Acabamos com Lílian e o bebe de uma vez depois só resta Tiago e o sobrinho gorducho.

-Eu não vou participar dessa loucura. – Draco estava pálido.

-Voce já veio ate aqui garoto – exclamou Hefesto com um olhar demente – O resto será fichinha.”

Augusta ia subir as escadas, mas Harry foi mais rápido que ela.

-Expelliarmus. – Harry gritou ao voltar a sua forma humana.

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Do lado de fora, Draco acabara de aparatar com Lily e Molly.

-SEU MALUCO! – gritou Fred e Jorge juntos indo na direção de Draco com varinhas em punho.

-Fred, Jorge. NÃO. – Molly correu ate os filhos e os puxou para abraçá-los. – Ele nos salvou.

-Por consciência pesada eu acredito. – urrou Tiago.

-Sim, foi consciência pesada. – disse Draco com um tom de voz envergonhado – Algo nesses últimos dias me mostrou que era loucura o que eu estava fazendo.

-Algo? – perguntou Artur – O que?

-Mesmo minha família tendo caído na desgraça e tudo mais eu percebi que a culpa não foi de vocês. Vocês só estavam fazendo o que era certo. Livrar o mundo bruxo de Voldemort e os comensais.

O garoto estava vermelho como nunca estivera na vida.

-A culpa é nossa mesmo. Se tivéssemos escolhido o lado certo, estaríamos todos bem. Meus pais estariam vivos.

-Draco nunca foi mal. – concluiu Molly – Só mal orientado. Com péssimos exemplos a seguir.

-A senhora vai adotá-lo mãe? – gritou Gui.

-Gui, por favor. Seja sensato. O que vocês seriam se tivessem nascido na família dos Malfoy?

-Loiros e branquelos – disseram Fred e Jorge juntos.

-Além disso – começou Draco – seriam como eu. Fazendo coisas más sem pensar nas conseqüências.

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Luna desceu as escadas com o olhar sonhador de sempre.

-Luna – disse Rony ainda com a varinha apontada para Hefesto – Onde estão nossas mães?

-Draco as levou.

-O QUE???

-Calma, ele não é mais mal.

-Ah Luna. Não seja tão inocente.

-Mas é verdade. – ela pulou o corpo de Augusta inconsciente na escada – Ele me jurou que ia salva-las. Entrou no quarto e fez Bellatriz cair dura no chão. Ela esta lá desmaiada.

Harry correu para o quintal. Rony conjurou cordas e amarrou Hefesto o arrastando para fora.

-Mãe – Harry correu para a mãe e a abraçou.

-Moody – chamou Rony – de um jeito nesse lixo – Rony jogou Hefesto sobre a grama e correu para abraçar Molly. – Mãe a senhora esta bem? Esta inteira? Não lhe fizeram nada?

-Estou bem Ronald, estou bem.

-Ei Weasley – Draco chamou Rony.

-Ai esta você seu idiota – Rony correu ate Draco e se transformou em leão pulando sobre Draco. 

-Weasley espera.

Rony soltou um rugido que significava que ele não estava nem um pouco a fim de esperar.

-Rony – chamou Hermione.

O leão virou o rosto para Hermione.

-Ele as salvou.

A feição ameaçadora de Rony sumiu. Ele voltou a sua forma humana e olhou desconfiado para Molly.

-Salvou?

-É salvei. E acho que foi o mínimo depois de tudo que causei. Com certeza tenho mais a fazer.

-Como assim, mais a fazer? – Perguntou Moody.

-Prende-lo não será o suficiente.

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Bellatriz despertou meio zonza depois de ser estuporada. O que a trouxe de volta para o mundo dos vivos, foi à audácia de Draco, a partilha de seu coração com Hefesto. “Talvez mais gente pudesse voltar!” pensou Bella. Voldemort por exemplo.

Bellatriz olhou a volta e não encontrou nem Lilian nem Molly.

-Moleque idiota. Ele as salvou!

Bellatriz desceu as escadas correndo e quase tropeçou em Augusta ainda desacordada.

-Augusta, Augusta acorde!

A mulher foi levantando devagar ate se dar conta do que tinha acontecido.

-Augusta, Draco fugiu com as duas.

-O QUE?

-É, vamos. Eles pegaram Hefesto também.

As duas correram para fora e se depararam com todos do lado de fora e Draco no meio deles.

-Esse moleque e todos os outros vão pagara caro por isso.

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-Então garoto diga de uma vez – rugiu Moody – O que temos que fazer?

-Bem, para trazê-lo de volta eu confesso que usei magia negra. Eu dividi meu coração com o dele que era de uma pedra preciosa chamada Alexandrita...

-Espera – interrompeu Hermione – isso é magia forte assim como as horcruxes Harry.

-Isso Granger. Pra se livrar dele tenho que pegar minha parte do coração de voltar.

-Mas eu não vou deixar você fazer isso moleque. É por isso que seu pai não tinha orgulho de você. Sempre mole e frouxo.

-Mas Draco – continuou Hermione – você sabe que corre o risco de morrer se reverter o que já fez?

-Sei – disse Draco com uma voz fraca – Mas pelo menos será a única coisa certa que fiz em vida.

-Então – Rony puxou a varinha e conjurou mais cordas para impedir que Hefesto tentasse fugir – faça logo de uma vez.

Todos formaram uma roda em volta de Draco e Hefesto. Draco se ajoelhou diante do corpo do bisavô e apontou a varinha para seu peito.

-Avada Kedavra – Bellatriz saia da casa na companhia de Augusta. Lançara a maldição que atingiu Fred nas costas.

-FRED QUERIDO NÃO! – gritou Molly ao ver o filho cair no chão.

-Maldita – Gritou Rony - Expelliarmus.

O feitiço acertou Bellatriz em cheio no peito.

-Draco fique aqui – pediu Hermione – Ela com certeza fez isso para nos distrair.

Hermione saiu correndo atrás de Rony e Harry.

-Reducto – gritou Ginna para Bellatriz quando ela tentava se levantar.

A mulher caiu mais uma vez e no chão.

-Onde esta Neville? – perguntou Ginna.

Uma águia veio voando do meio das arvores e pegou o corpo de Bellatriz levando-a para o meio da floresta.

Harry viu Augusta quando ela tentava fugir, se transformou em leopardo e saiu veloz em sua direção.

Rony quando viu o amigo correr pediu a Ginna e a Hermione que tentasse salvar Fred se transformou em leão e saiu ao encalço de Harry.

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Na floresta, Neville já havia voltado ao normal e esperava Bellatriz despertar. Com certeza, todos estavam pensando que ele a mataria. Mas ele ouviu o que Draco disse. Talvez se Draco fizesse o que tinha que fazer Bellatriz também voltasse de onde veio. E também nesses anos todos, aprendeu que essa não seria a solução. Bellatriz era má, matá-la não faria com que ela se arrependesse do que fez.

Neville conjurou cordas e amarrou Bellatriz na pedra em que ela estava encostada.

Sentou-se na frente dela e esperou que ela despertasse. Tirou duas fotos do bolso. Seus pais com ele no colo. Na outra foto ele com quatorze anos em uma visita de Natal ao St. Mungus. Seus pais com um olhar perdido, longe. Eles não o reconheciam naquela época. Agora, depois de muitos tratamentos, sua mãe lembrara vagamente dele. Seu pai, que provavelmente foi o que mais sofreu, ainda não se lembrava dele. Mas depois de sua mãe se lembrar, uma nova esperança surgiu em Neville.

FLASH BACK

“-Neville quer que eu vá com você? – se ofereceu Luna.

-Se você puder. – o garoto aceitou meio sem graça. – Obrigado Luna.

-Não há de que. – a jovem pegou na mão de Neville e entrou com ele na sala onde estava sua mãe.

O garoto entrou. Lá estava Alice Longbotton sentada em sua cama com o olhar perdido de sempre.

-Oi mãe. – disse Neville meio tímido – Sou eu Neville, se lembra. É claro que não...

-Oi querido. – Alice respondeu. – Neville. Meu filho não é?

-Mamãe a senhora se lembra de mim?

-Não sei dizer – ela o olhou confusa – Está tudo tão estranho. Mas quem é essa moça?

-Essa é Luna mamãe. Trabalha comigo na revista. Eu te falei que trabalho na revista, não falei?

-Acho que sim. Prazer Luna.

-Prazer – disse Luna. Era a primeira vez que Neville a via sem jeito e com um olhar menos sonhador, mas alegre.

Neville passou mais alguns minutos com a mãe e depois foi embora com Luna.”

Foi o dia mais feliz de sua vida até agora. E ficou feliz em Luna estar ao seu lado. Luna talvez fosse a garota certa. Conhecê-la foi mais do que fazer uma amiga. Ela era diferente e passava por situações parecidas com as dele na escola. Muitos não os entendiam e tiravam sarro.

É. Com certeza Luna era mais do que uma simples amiga ou atual namorada. Ela era a mulher de sua vida.

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Todos estavam ajoelhados sobre o corpo de Fred. Molly o pegou no colo como um bebe e chorava sobre os cabelos vermelho fogo do filho.

Ginna e os outros irmãos tentavam consolar a mãe, mas parecia ser mais difícil do que trazer Fred de volta.

Hermione, no entanto, não chorava. Estava andando de um lado para outro.

-Mione – disse Rony baixinho – o que foi?

-Estou pensando.

-Pensando? Em que?

-Em como trazer seu irmão de volta. – a garota tirou a bolsinha de contas de dentro do bolso do jeans e procurou algo lá dentro.

Rony a olhava.

-Achei – disse ela tirando um caderninho da bolsinha.

Ela se sentou no jardim e folheava o caderninho. Todos pararam por um momento e ficaram olhando a garota.

-Mione, o que você esta procurando? – perguntou Harry que estava abraçado a Ginna e a Lilian.

-Jorge – disse a garota se levantando de repente. – qual de vocês nasceu primeiro?

-Ah eu não sei – disse o garoto secando as lagrimas e com um olhar meio confuso.

-Foi Fred.

-Ótimo isso vai deixar as coisas ainda mais fáceis. – disse a garota animada.

-Hermione do que você esta falando? – perguntou Rony.

-Que horas eles nasceram Sra. Weasley?

-Era se não me engano, dez da noite.

Hermione consultou relógio. Eram nove e meia. Molly sentiu nos olhos da garota que ela iria salvar Fred.

-Hermione o que esta planejando?

-Jorge abrace sua mãe.

-O que?

-É abrace ela e seu irmão.

O garoto deitou-se no gramado e abraçou a mãe e o irmão.

-Hermione! – chamou Rony – Você pode dizer de uma vez o que você esta fazendo?

-Eu li uma vez em um livro que todos os dias, na hora em que nascemos se estivermos ao lado das pessoas que estavam com a gente no dia que nascemos uma força poderosa nos da mais tempo de vida. Li isso e resolvi anotar aqui – ela mostrou o caderno para o noivo – e foi útil.

-Eu ainda não entendi.

-Se sua mãe e Jorge estiverem perto de Fred às dez horas ele pode ter, digamos uma segunda chance.

Faltavam quinze para as dez da noite. Todos aguardavam apreensivos. No entanto, Luna buscava Neville pelas propriedades.

-Aonde você vai Luna? – perguntou Ginna.

-Vou procurar o Neville, ele sumiu.

A loira entrou na floresta e deparou com Neville aos prantos falando com Bellatriz.

-Esses são meus pais...

-Eu sei. Eu os conheci e tive o prazer...

-Não termine sua frase. Você, só você fez deles completos vegetais durante anos.

-Ora, você já é um homem e fica chorando pelos pais malucos...

Neville agarrou Bellatriz pelos cabelos.

-Não é a toa que você esta namorando a Lovegood. Maluca como ela é...

-Não abra sua boca pra falar da Luna – Neville se virou e viu a namorada o olhando – Luna...

-Finja que eu não estou aqui. – disse a garota.

Neville sorriu pra ela.

-Sei que você não tem mais jeito. – continuou Neville para Bellatriz – Pensei que teria um pouco de senso antes de voltar para o inferno, mas...

-E quem disse que vou voltar? Draco não terá coragem de viver sozinho novamente.

-Draco vai fazer o que é certo pela primeira vez em sua vida – continuou Neville vermelho como um pimentão – Eu vi nos olhos dele.

Neville soltou a mulher e se sentou diante dela mais uma vez. Colocou a foto de seus pais no hospital na noite de Natal na cara de Bellatriz.

-OLHA – gritou quando Bellatriz virou a cara para a foto – Foi isso que você causou. Mas não faz diferença não é? Você nunca sentiu nada alem de ódio. Ninguém jamais te amou...

Neville notou que a ultima frase chocou Bellatriz. Deixando-a mais pálida ainda.

-Então isso te incomoda? Agora imagina passar toda a sua vida amando alguém que não faz idéia de quem você é? Alguém que deveria te conhecer como ninguém mais.

Luna se levantou e abraçou Neville. O garoto apoiou a cabeça no ombro de Luna e continuou chorando.

-Você vai ficar ai – continuou Neville – Essas cordas, não há feitiço que as quebre. E Fred? Como ele esta?

-Hermione achou um modo de trazê-lo de volta. Vamos esta quase na hora.

Os dois correram de volta ate onde estavam todos.

Faltava cinco para as dez e Molly parecia sentir que a idéia de Hermione daria certo. Ali abraçada a Fred e Jorge como no dia em que os dois nasceram.

Hermione abraçou Rony que retribuiu ao abraço e disse a ela:

-Se meu irmão voltar eu juro que marco a data do casamento amanhã.

A garota o encarou com os olhos cheios de lagrimas.

-Serio?

Ele concordou com a cabeça.

Hermione o abraçou ainda mais forte.

Harry e Ginna, no entanto estavam abraçado a Lilian. Ginna não poderia esta junto da mãe, se não poderia não dar certo. Harry tinha a mão na barriga da mãe e sentiu por um momento que Sarah queria dizer alguma coisa. A irmã pareceu ter sentido que era sua mão ali e se moveu.

Uma brisa bateu leve e um sussurro que Harry notou, só ele ouvira. “Tio Fred esta voltando!”. A vozeia de Sarah foi breve, mas fez Harry sorrir.

Faltavam alguns minutos. Segundos...

O velho relógio de Harry começou a apitar anunciando às dez horas. Um silencio súbito bateu sobre os jardins da Toca. Parecia ate que os bichos à volta pararam para ver a cena.

No colo de Molly, Fred se moveu como quem acaba de acordar.

-Ah – bocejou ele – Que horas são?

-Fred querido. – Molly não tinha forças para dizer mais nada.

-Mãe – ele a olhou e olhou o irmão gêmeo ao seu lado chorando como louco – Por que estamos no seu colo? E por que estão todos me olhando? Afinal, o que vocês estão comemorando?

Todos pulavam felizes a volta de Fred.

-Alguem – Artur veio na direção do filho e o abraçou o mais forte que pode – Pai, você ta me sufocando...

-Ah desculpa filho, mas é que...

-Alguém pode me explicar o que esta acontecendo? E você branquelo – ele olhou para Draco que também parecia emocionado – Por que esta com essa cara? Sei que a sua cara não tem mais solução, mas...

Todos os irmãos Weasley abraçaram Fred.

-Vamos pra dentro todos – convidou Molly.

-Vão indo – disse Moody – Vou levar esse aqui – apontou para Hefesto desacordado no chão – Para o porão e convocar dois auros para vigiá-lo.

Moody fez o corpo de Hefesto flutuar ate o porão da Toca enquanto os outros entravam.

-Ah espera – exclamou Neville – Vou buscar Bellatriz na floresta e levá-la para o porão também.

-Tudo bem.

A noite seria longa. Muito para explicar a Fred e o que comemorar.

-É Roniquinho – cochichou Mione – Se prepare, nós vamos casar.


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