POV Off (Terceira Pessoa)

– Annabeth? É você? Você está... diferente. – Luke disse incrédulo, pois a menina que estava em sua frente, era milhares de vezes mais bonita do que aquela pequenina Annabeth Chase que ele um dia havia conhecido quando a mesma tinha 7 anos. Aquela Annabeth indefesa e com medo, que havia sido encontrada por ele e por sua primeira namorada, a Annabeth que matara um ciclope para salvar os amigos, a que era corajosa desde pequena, a Annabeth que o amava, a Annabeth que ele traíra, mas que se arrependera disso.

Ela era o principal motivo por ele ter aceitado servir a Cronos.

Cronos, sabia que Luke a amava e por isso a utilizava para fazer de Luke seu servo, como por exemplo, ele dissera que, por estar fraco, não poderia comandar em sua forma de energia quando conseguisse dominar o mundo, e que Luke seria seu “olhos e ouvidos” (literalmente) enquanto se fortalecia. E o único modo de conseguir o auxílio de Luke para esse feito foi prometendo que ele governaria enquanto Cronos não retornasse, e para isso teria que ter um herdeiro. Em troca de sua lealdade, ele queria o bem Annabeth, e foi a oferecendo que ele conseguiu ter Luke ao seu lado.

Mas, agora que já está tudo esclarecido, voltemos ao Acampamento, Annabeth se encontrava do mesmo jeito de Luke, incrédula.

Não era possível. Seu primeiro amor estava bem em sua frente. Os olhos azuis como o céu, o cabelo loiro como o sol, a cicatriz, cortando o rosto e um sorriso, que fazia tempo que não via naquele lindo rosto, um sorriso que não era do tipo ”mal”. Era o velho Luke. O Luke que a conheceu. O Luke que lhe dera a faca. O Luke que ela um dia já amou.

Mas de repente tudo mudou, Luke começou a se contorcer de dor, e seus olhos se encontraram, ele suplicava ajuda:

– Annabeth, se afaste!!! – Luke disse

– M-Mas...

– Você prometeu não fazer mais isto! – Annabeth percebera que ele não se referia a ela, era como se ele falasse consigo mesmo. De repente ele voltou a posição normal. Como se nada tivesse acontecido. E voltou a falar com a mesma voz do mesmo jeito só com uma diferença, os olhos estavam dourados.

– UAU! O que foi isso? Estranho. Você deve estar se perguntando o que estou fazendo aqui, não? – Annabeth assentiu devagar, e ele continuou – Bem, eu estou apaixonado Annabeth, e por você – aquelas palavras atingiram Annabeth de um modo estranho, era o que ela sempre quis ouvir.

Desde pequena, quando tinha sete anos, ela queria que Luke a notasse e correspondesse ao seu “amor”, mesmo namorando com Percy e mesmo depois daquela noite, ela tinha que admitir que ainda pensava em Luke. Ela sabia, só não queria admitir, que lá no fundo ela o amava.

“Luke” estendeu a mão a convidando a se aproximar, e Annabeth sem pensar duas vazes se dirigiu lentamente até ele, e tocou sua mão, seus dedos se entrelaçaram, ele chegou mais perto, e mais perto, até que seus lábios se tocaram e ela se sentiu como se entivesse nas nuvens e perdendo os sentidos, mas então percebeu que realmente estava perdendo os sentidos, se separou dele rapidamente e quando “Luke” abriu os olhos novamente, eles não eram azuis e sim, dourados.

Então ela caiu.... inconciente.

POV Percy

Havia me separado de Annabeth quando ela pediu para que eu fosse buscar ajuda para socorrer o novo campista. A deixei com ele para o ajudar enquanto fazia o que ela pediu.

Fui até Grover que conversava com Quíron e lhes contei rapidamente a história, alguns campistas já haviam notado a presença do novo campista e também se dirigiam até a colina. Cheguei lá primeiro que todos e me deparei com a cena que só imginava acontecendo em meus piores pesadelos: Annabeth caia para trás, morta e Luke se encontrava na sua frente. Mas só tinha uma diferença: os olhos de Luke.

Eram dourados, a cor que estavam quando eu derrotava Cronos. Era para ele estar morto, mas Luke Castellan se encontrava bem na minha frente, ele me devia algumas explicações.

Fui em direção ao corpo de Annabeth que ainda caia, mas fui interceptado quando Cronos levantou a mão e o mundo ficou mais lento, ele era o Senhor do Tempo e agora eu estava sobre seus domínios. Esforçava-me para sair de seus domínios, mas foi em vão.

‒ ANNABETH! ‒ gritava, enquanto via Cronos se abaixando para olhá-la de parto, então encostar seus lábios levemente nos dela, me deixando sem entender, ele olhou para mim, mas seus olhos não eram mais dourados, haviam voltado ao belo tom de azul.

‒ Me desculpe Percy, ele está me obrigando. Desculpe-me tenho que levá-la. ‒ disse ele como se a vida de Annabeth dependesse disso.

‒ TIRE SUAS MÃO SUJAS DELA, SEU IDIOTA!!!

Mas ele não o fez, ao contrário, a levantou e a carregou até o pinheiro, enquanto eu assistia a cena, sem poder fazer nada. Ele começou a falar em grego antigo, e conjurou um portal, não sei para onde ele iria dar, mas sabia que era um portal.

Eles desapareceram, portal adentro, e assim que o mesmo se fechou eu voltei a me mexer. Fui correndo até o local por onde Luke havia levado Annabeth. Eu chutava o pinheiro e esperneava, tentando achar algum rastro de que ela ainda voltaria.

‒ Percy... ‒ olhei para o lado e me deparei com alguns campistas preparado para salvar um campista confuso, Rachel estava a frente de todos com Quíron e Grover ao seu lado. ‒ O que aconteceu?

Contei-lhes a triste história, sem cortar um só pedaço, muitos dos campistas se assustaram quando disse que fora Luke o autor do “crime”. E não creditaram quando eu disse que ele a havia beijado.

‒ Quíron, está acontecendo. Começou. ‒ disse Rachel preocupada assim que terminei ‒ Está se realizando.

‒ O que está “se realizando”?

‒ Percy, eu tive um visão, e nela a Grande Prof... ‒ ela não chegou a terminar, seus olhos ficaram de um tom de verde musgo e começou a sair uma fumaça verde de sua boca e ela recitou com aquela estranha voz de Oráculo que só ela tem:

Do sábio ventre três nascerão:

Dois do grande herói rebelde

Mas um terá no sangue uma maldição

Este filho daquele que retorna humilde

E com a última palavra ela caiu, mas foi pega por alguns campistas que estavam atrás dela.

‒ Hã... O que eu perdi? ‒ ela disse quando voltou a si quase no mesmo instante, os campistas que a haviam pego lhe deixaram a par do que ela havia recitado ‒ Eu disse Quíron, está acontecendo.