Capítulo 22 – Cassino

‒ Aí eu falei assim: Você é tão fofinho! ‒ A mesa inteira caiu na gargalhada. Já era a terceira flor de lótus que Silena comia e a garçonete já estava vindo com mais uma. Já estava com a bolsa cheia de dinheiro que havia ganhado nos jogos. E agora estava com alguns “amigos” em uma mesa e bebendo algo que não tinha certeza do que era.

A menina achava engraçado as roupas dos companheiros, pareciam estar em uma festa dos anos 80, outros dos anos 50, 60; um até mesmo usava uma farda de militar. Mas ela nem ligava pra isso.

Se afastou um pouco para jogar poker. A garçonete que se aproximava lhe ofereceu mais uma flor de lótus. Silena pegou o doce sem nem mesmo ter terminado o anterior e foi dançando até a mesa de jogo mais próxima.

Pegou suas fichas e esperou a próxima rodada. O homem de roupa preta distribouiu as cartas para cada jogador. Silena tinha boas cartas; havia aprendido a jogar com seu pai na noite em que começou o namoro com Nico. Ela, Percy e Barck jogaram algumas vezes sentados na cama de cima de uma das beliches do chalé 3. Beckendorf desistiu na primeira rodada e acabou por não aprender nada. Porém Silena insistiu até finalmente conseguir vencer o pai esfregar isso na cara do irmão.

Na mesa de jogo os outros já haviam dado as cartas, sobrara apenas Silena e um garoto de uns 15 anos. Ele colocou mais duzentos dólares em fichas no monte do centro, agora com uns quatro mil de apostas. A menina acrescentou trezentos. O Jogador sorriu e virou as cartas. Uma trinca. A cara de vencedor do garoto sumiu segundos depois, quando Silena virou suas cartas. A mesa vibrou ao ver um Royal Flush, ela puxou as fichas para si e guardou na bolsa enquanto o Homem de Preto reorganizava a mesa para um próximo jogo.

A semideusa pegou a bolsa com as fichas e se dirigiu as máquinas de jogo quando uma mão em seu ombro a fez parar. Virou-se e deu de cara com o Jogador na sua frente:

‒ Foi uma bela

jogada ‒ disse ele

‒ Obrigada, a sua também, mas não o bastante.

O garoto sorriu, mostrando os perfeitos e belos dentes. Estendeu a mão para ela em comprimento:

‒ Mike Swertheart, 15 anos

‒ Silena C. Jackson, 13. ‒ disse aceitando a mão e apertando com força.

xxxxxxx

Os dois vibraram quando a roleta parou no número deles. Pegaram o prêmio e se dirigiram para a pista de dança.

Silena olhou para o amigo, estava zonza demais para vê-lo com clareza. Mas de relance ela viu os cabelos negros e a pele pálida de um corpo jovem e forte mas ao mesmo tempo forte. Nico..., pensou.

Dançaram umas duas músicas enquanto comiam mais uma das flores rosas que a garçonete distribuía. Mike terminou a sua e arrastou Silena pelo braço até um canto do bar. Pegou um copo no balcão e tomou o que parecia ser refrigerante, para sua sorte. Silena ficou encarando “Nico” virar a bebida e se perguntou no que ele estava pensando.

Mike a encarou colocando o copo na mesa, Os cabelos encaracolados na ponta desciam como uma cascata negra até os seios. Ele desceu o olhar pelo corpo da garota. Ela tinha o que pode ser chamado de início da formação de um belo corpo, pois com aquela idade já tinha uma pequena curva, pequena, mas tinha. Ele passou a mão por sua cintura e a aproximou de si. Seus narizes se tocaram e ele acariciou sua bochecha com ele beijando a pele macia levemente e descendo até encontrar um pequeno canto da boca. Silena levou a mão até o cabelo dele e arranhou levemente. Mike lhe encostou os lábios com carinho. A garota parou a outra mão em seu ombro segurou a nuca dele, puxando-o. O moreno abriu a boca levemente e colocou a língua dentro da boca da amiga. As línguas deles se tocaram e começaram a se mexer.

­‒ Silena! ‒ uma voz distante a chamou, mas com o efeito da Flor de Lótus e da mão de “Nico” apertando sua cintura o som parecia vir de outro mundo. Até um puxão em sua blusa tirá-la dos braços do garoto. ‒ Saia de perto da minha namorada seu canalha!

O barulho veio antes do soco e poucos segundos depois Mike estava no chão com o verdadeiro Nico segurando sua gola. Silena estava em pé na frente da cena e tudo que via era simplesmente Nico espancando a cara de... Hm... Nico? Como seu namorado havia sido clonado?!

‒ Nico pare com isso! ‒ disse uma voz atrás de si. Piper passou por ela e puxou um dos meninos para trás, ao mesmo tempo em que Percy puxava o outro. Ao redor deles os outros hóspedes olhavam torto e os seguranças já vinham em sua direção, enquanto que garçonetes ridiculamente vestidas com microrroupas tentavam acalmar a plateia e distribuíam mais Flores de Lótus pelo salão.

Percy sacou a espada ao perceber que estava sendo reconhecido pelos funcionários do cassino, e da última vez em que estivera lá não havia sido amigável:

‒ Vamos embora, ‒ golpeou o guarda mais próximo com a parte plana da espada ‒ agora!

Silena foi arrastada pelo irmão enquanto Piper trazia um dos Nicos consigo. Os cinco correram pelo salão de jogos enquanto eram perseguidos. Pessoas comemoravam o resultado dos jogos ou xingavam eles a volta deles.

Passaram pela porta de entrada depois de errar o caminho muitas vezes. O vento do lado de fora soprou o cabelo de todos. Os guardas não se preocuparam em segui-los. Sentaram-se no paralelepípedo recuperando o fôlego.

‒ Ficamos 2 horas lá dentro ‒ disse Alec olhando o relógio.

‒ Pareceram minutos, pouquíssimos minutos. ‒ murmurou Beck.

‒ Perdemos o ônibus. ‒ constatou Percy, e jogando os braços pra cima ‒ Isso!

Todos olharam para ele:

‒ Que foi? Vocês sabem que eu não queria vir de ônibus!

Pouco a pouco Silena voltava a si e Nico explicou a ela o que havia acontecido, obviamente ela se assustou e pediu desculpas por ter beijado Mike. Mas enquanto lhe dava néctar repreendeu o namorado por ter entrado em uma briga com o garoto.

‒ Tudo por você. ‒ respondeu ele.

Após se arrumarem, finalmente comeram a pizza e comprarem suprimentos com o dinheiro que Silena havia ganhado nos jogos. Estavam prontos para sair prontos para partir. Iriam a pé até a cidade mais próxima e de lá resolveriam o que fazer pois nenhum deles aguentava mais ver Las Vegas.