Capítulo 14

POV off

‒COMO ASSIM SUMIU?! Isso é impossível! Quer dizer que o mundo REALMENTE vai acabar?! ‒ disse Percy gritando

‒Não sei, não sei. Ele simplesmente desapareceu, sem deixar rastros! Eu estava na minha caverna como sempre e de repente ele desapareceu. Quer dizer, eu o vejo mas ele está morto, sem ninguém. Apenas cinzas. Vejo o acampamento vazio e abandonado, queimado. Também vi algumas das grandes cidades: Nova York em chamas, pessoas correndo, gritando, destruição; Em Paris a Torre Eiffel era derrubada por Hiperbóreos. E várias outras cidades e pontos importantes no mundo, sendo destruídos!

Era aterrorizante, Rachel jorrava as palavras com uma velocidade quase impossível de se acreditar. Destruição. Tristeza. Fome e medo, sendo espalhados por cada um dos continentes. O Oráculo de delfos dentro de Rachel havia lhe mostrado tudo aquilo. Um claro sinal de que o mundo estava a poucos dias de acabar.

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‒Juntos. ‒ Beckendorf disse estendendo o braço a Selena

‒ Juntos.

E assim os dois atravessaram o portal que desapareceu logo depois que passaram, deixando Annabeth com um vazio no coração. Aqueles eram seus filhos, havia acabado de conhecê-los mas sentia-se como uma mãe deveria sentir-se em um momento como aquele em que deixava seus filhos para “voarem” sozinhos.

Luke se aproximou silenciosamente e tocou a irmã no ombro de forma carinhosa e limpou do rosto dela uma lagrima que ela nem notara que caiam.

Venha, precisamos conversar.

Atravessaram a enorme sala e chegaram ao corredor por onde haviam entrado. Com passos silenciosos caminharam por ele. Nas paredes quadros pendurados mostravam cenas de batalhas gregas, Annabeth reconhecendo todas. O único barulho era o rastejar das duas dracaene que os seguiam, como guardas.

Entraram na porta do quarto onde haviam conversado mais cedo.

‒ Deixem-nos a sós. ‒ Sim, mestre

A porta se fechou atrás das duas que saíram apressadas do quarto, com medo do que poderia acontecer se obedecessem ao mestre imediatamente. Luke correu para o lado de Annabeth o mais rápido que pode, fazendo a cama pular com a força com que se sentou.

‒Você está bem?

‒ Sim, só um pouco tonta com tudo que está acontecendo. É muita emoção para um dia só. E então, ‒ disse se levantando ‒ me trouxe aqui pra me obrigar a transar com você?

‒Você sabe que é mais complicado do que isso... Cronos me obrigou a te trazer aqui pra conseguir um “herdeiro” pra ele e ao mesmo tempo ter sua pequena vingança do Percy. ‒ Disse ele com calma.

‒ Os Titãs se criaram do nada! Por que você precisa de mim pra ter seu herdeiro?

– Cronos está fraco, não tem forças suficientes para “criar” um novo Titã. E como deve ter notado lá no acampamento ele ainda me domina um pouco então se eu te engravidar, teoricamente será dele o filho, entende?

– Sim... um pouco... é complicado...

– É eu sei... Annabeth, eu compreendo que é difícil de absorver tudo isso, mas quanto mais rápido acabarmos com isso menos você se machucará.

– Machucar?

– Se você não aceitar ou não fizer por vontade própria, ele vai me obrigar a conseguir o herdeiro a força; vai me obrigar a te... – Luke fez uma longa pausa como se pensasse na palavra certa ou conhecesse a palavra, mas não quisesse pronunciá-la – vai me obrigar a estuprar você Annie....

Annabeth se assustou tanto que deu um pequeno pulo para trás. Se ela não aceitasse seria muito pior, sabia disso, mas não conseguia imaginar Luke fazendo aquilo que seria obrigado a fazer se ela não lhe desse o que Cronos queria. Ele sempre esteve a seu lado quando precisou – claro, sem contar quando passou para o outro lado –, quando ela era pequena fora ele que a salvara da morte tantas vezes, ele que fora seu primeiro amor, ele que fora seu irmão, seu herói; ele dera a ela a faca que agora estava em sua mão enquanto ela lembrava dos “velhos tempos”.

E somente agora ela percebia que Luke nunca havia a notado como ela o notara naquela época, certamente a via como uma pessoa da família, uma irmã, até mesmo uma filha que poderia ter com Thalia um dia, até ela morrer e ficar somente os dois com Grover. Depois do dia em que ela virara um pinheir Luke quase entrara em depressão, se não entrou foi por muito pouco. A nova vida no acampamento, o treinamento, a perda de sua namorada. A única coisa que o mantinha “vivo” era ter Annabeth por perto. Aquela menininha, também sofria com as mesmas coisas que ele, mas tinha uma alma, uma personalidade tão grande e forte que sempre que ele a levava para uma volta nos campos de morangos e passavam tardes juntas contando como estavam e como haviam passado os dias, sempre que fazia isso, ele dormia com um sorriso no rosto.

Um sorriso que desaparecia toda vez que ele se lembrava de Thalia, nos momentos que passaram juntos. Antes de conhecer Annabeth ficavam a se beijar até caírem no sono e toda vez que a beijava sentia como se fosse a primeira vez, nunca se cansava. Nunca havia nem tido pensamentos pervos em relação a ela, nunca pensara ou tentara uma coisa dessas. E quando a conheceram, tiveram que se “segurar” para não assustar a pequenina. E quando um dia acordou após sonhar como seria namorar Annabeth decidiu que não poderia tê-la como no sonho pesando: “é somente um menininha, nem sabe direito o que é beijar”. Porém o tempo mudara seus pensamentos.

Aquela garotinha hoje era uma mulher, uma linda mulher.

E Annabeth que ao contrário dele nunca ligara para diferença de idades só começou a se sentir confusa com o que sentia por Luke depois da missão do Raio. Já passara noites em claro pensando na confusão em que Afrodite a colocara. Percy e Luke, embora se odiassem, tinham muito em comum: os dois tinham um estilo de luta bem parecido, os dois a levaram em várias aventuras, os dois são conhecidos no Olimpo (não pelos mesmos motivos), os dois foram importantes para Annabeth, os dois foram heróis para ela, e os dois conquistaram seu coração.

Annabeth encarou Luke por um tempo e se sentou na cama mais próximo do que estava antes, e apenas assentiu, ele entendeu o recado. Envolveu sua cintura com o braço e começou a beijar seu pescoço a derrubando na cama e subindo em cima da mesma. Parou por um instante para encará-la e admirar sua beleza.

E então se beijaram com uma paixão que fora escondida por todos esses anos levando Luke a loucura enquanto o beijo esquentava. E quando finalmente a ouviu gemer com a penetração a último pensamento que teve antes de ter o orgasmo foi apenas:

É, ela não é mais aquela garotinha...

FIM DO CAPÍTULO 14