Revenge escrita por Sayuni


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

D: Finalmente~! /o
Escrevi feliz esse cap, espero que gostem~! ^__^~
~



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Como somente Kai e Ruki teriam compromisso no dia seguinte, os outros membros resolveram tirar o dia de folga. Reita, na verdade, não tinha alternativa, já que as enfermeiras do posto médico da casa de shows de Shibuya acharam muito divertido enrolá-lo todo em gaze e esparadrapos. O loiro pensou em amaldiçoar o baixinho para toda a eternidade, mas isso acabou proporcionando um dia tranqüilo, divertido... Como a tempos não tinha. Convidou alguns amigos para passar o dia em sua casa, inclusive os guitarristas de sua banda.

Como sabia que Uruha chegaria infinitamente atrasado, o chamou só pra ir à tarde mesmo. Quando o loiro chegou lá (de noite, claro), surpreendeu-se ao ver Aoi. Não pelo fato dele estar lá... Ele estava relaxado, conversando com uns amigos de Reita, bebendo cerveja... Mas com uma menina do lado. Então aquela era a famosa Carol? Nada mal... Mas por que a traria pra cá? Notou que tinha algumas meninas, namoradas dos amigos. Tudo absolutamente normal, claro. Então qual era o problema?

– Que cara é essa, Uru? Não foi nem direto pra cozinha pegar uma cerveja? Você tá bem?? – disse Reita sorrindo, aproximando-se para cumprimentá-lo, oferecendo sua cerveja.

– Ah valeu cara... – disse, bebendo um gole da garrafinha com a cabeça voando. Queria perguntar, e achou melhor fazer isso antes de ir cumprimentar o moreno. – Reita... aquela menina com o Aoi é a carol? – perguntou curioso.

– É ela mesma! Não conhecia? – surpreendeu-se Reita.

– Não, ele não tinha apresentado pra mim... Eles estão namorando?? – perguntou sem pensar.

– Ah, não sei... Deve estar, pra ter pedido pra trazê-la junto... – pensou o loiro. – Vai lá perguntar, ué! – disse, provocativo, voltando para a cozinha.

O olhou com cara de poucos amigos. Reita sabia muito bem que esse tipo de assunto era raro entre os guitarristas. Mas estava morto de curiosidade. Pra saber por que se sentia assim, também... incomodado. E um incômodo ruim!

Isso fez com que acabasse por cumprimentar Aoi de longe, com a cabeça, e dar um aceninho pra moça. Cumprimentou também várias pessoas, amigos que não via há muito tempo. Tinham vários amigos em comum, os loiros. Isso serviu para relaxar Uruha um pouco, conversando, se divertindo, relembrando coisas... Apesar de não conseguir deixar de lançar um olhar pro casal que o estava incomodando, de vez em quando. Lembrou-se do que Ruki tinha lhe dito: "Cuidado para não perder Aoi de novo". Será que ele estava falando dela? Mas como assim perder? Por acaso Aoi já foi dele??

Tudo estava indo bem até a casa ficar quase vazia, quando o último dos amigos em comum foi embora e ficou aquele clima constrangedor dele sozinho com um casal no mesmo sofá. Reita estava na cozinha. E ele lá, pernas cruzadas balançando, braços cruzados com uma mão na frente da boca, afundado no sofá.

– Tá tudo bem com você, Uruha-san? – perguntou a moça, simpática. Era a deixa que estava precisando.

– Tá, tudo bem. – respondeu. – só acho que preciso de um copo d'água. Com licença. – levantou-se e correu pra cozinha.

A menina olhou interrogativamente para Aoi, que só deu de ombros e disse para esquecer, olhando desconfiado Uruha indo para a cozinha.

– E aí, eles tão mesmo namorando? Agora fiquei curioso. – perguntou Reita quando o mais alto entrou na cozinha.

– Não sei. Não perguntei. – respondeu, seco. – E também não quero saber. – continuou, apoiando-se de costas na pia. – Ele é que teria que contar pra gente, não nós irmos atrás dele, não é? Senão fica parecendo que estamos tomando conta da vida dele. – disse, ao ver a cara espantada do amigo.

– Sim, concordo... Mas por que essa raiva toda? – perguntou ainda espantado.

– Raiva? Não estou com raiva. – respondeu prontamente.

Mas o silêncio e Reita olhando fixamente pra cara dele enquanto bebia água o fez relaxar os braços apoiados e os cruzar em frente ao peito, suspirando profundamente.

– ... tá tão na cara assim? – perguntou baixo, movendo somente os olhos na direção do baixista, que concordou devagar com a cabeça, erguendo as sobrancelhas.

Coçou a cabeça e começou a fazer gestos impacientes, deixando com dificuldade a posição que estava para chegar mais perto de Reita, na esperança de que ele falasse alguma coisa. Ou talvez para ele mesmo falar algo. Ficou olhando pro chão com um dedo na boca, enquanto o outro o observava com interesse. Quando Reita começou a rir, levantou a cabeça, intrigado. Já ia começar a ficar irritado quando ele finalmente se pronunciou:

– Por acaso está com aquela historia ridícula do Ruki na cabeça? Eu estava atrás da porta ontem antes de ir pra enfermaria, mas não ouvi a conversa toda. – explicou diante do olhar arregalado do outro. – Só ouvi até ele dizer pra você tomar conta da vida do Aoi. E como você disse que ele estava vindo de novo com essa história, inferi que ele já tivesse falado isso antes.

– É, foi isso mesmo. – concordou o mais alto fechando os olhos, ignorando por agora o fato de Reita ter ficado escutando a conversa. – Mas aonde que o chibi viu isso? – continuou, balançando as mãos – Será que ele sabe alguma coisa sobre o Aoi e não quer contar pra gente? Fiquei preocupado!

– Pois eu acho que ele tá é inventando isso... Agora pra que, eu não sei. Pra criar intriga? Com que objetivo? Pra tentar aproximar vocês? Que maluquice! Aliás, não sei de tudo o que tá acontecendo com ele ultimamente... Parece que mudou de personalidade... Não consigo mais conversar com ele direito! Sem ter que escutar alguma reclamação! – desabafou.

Quando olhou de novo pra cara de Uruha, viu que este olhava fixamente em direção à porta da cozinha. Aoi estava ali parado, enquanto Carol vinha despedir-se do dono da casa e agradecer a hospitalidade. Despediu-se de Uruha também, mas novamente, o loiro só deu um aceninho com um sorriso amarelo. Ela voltou pra perto do moreno e ele a conduziu até a porta da sala, despedindo-se com um selinho. Quando voltou para a cozinha, encontrou os dois amigos parados em frente à geladeira, ambos com os respectivos copos de água que surgiram do nada na boca, fitando a cara dele.

– ... que? – perguntou.

– Que digo eu! Nem falou da nova namorada!! – precipitou-se Reita, para breve desespero de Uruha, que sentiu o coração saltar.

– Namorada? – perguntou Aoi. – Não estou namorando ela. Pelo menos não ainda. – continuou, olhando fixamente a reação de Uruha. Ele tinha deixado escapar uma expressão de alívio quando disse a primeira frase... Que desapareceu quando disse a segunda. Nesse momento lembrou-se das palavras de Ruki... Será que Uruha tava mesmo com ciúmes dele? – Gostaram dela?? – perguntou, só para provocar, enquanto pegava um copo d'água também.

– A achamos muito simpática, e bonita também. – Uruha agradeceu internamente muito pelo "achamos" – Só achei... Diferente você trazê-la assim pra cá.

– Não podia??

– Ah, não é isso... Podia, claro... Só achei... Bem... Mas então, o que achou dos últimos shows?? Ainda não ouvi de você!

Uruha não conseguiu segurar uma risadinha abafada, devido à mudança repentina de assunto na maior cara-de-pau. Reita o olhou flamejante com o rabo do olho, que o fez endireitar o corpo e pigarrear numa tentativa horrível de parecer sério. Que infelizmente não deu certo por começar a tossir de verdade. Uruha engasgou-se com a própria saliva, e teve que gesticular para os companheiros finalmente perceberem que ele não estava fingindo tossir de verdade para contornar a situação constrangedora.

Reita começou a dar uns tapinhas nas costas dele, com a expressão preocupada, enquanto Aoi chegava mais perto e assistia com a cara séria. Vendo que o mais alto não parava de tossir mesmo assim, o baixista soltou um palavrão e deu um tapão nas costas dele tão forte que o empurrou para frente, fazendo-o cair nos braços de Aoi, que o segurou instintivamente. Uruha apoiou-se na camisa do amigo, tossindo ainda, mas agora já conseguindo respirar direito. E sentir o cheiro de Aoi... Fechou os olhos mas logo os abriu quando sentiu sua cabeça ser levantada pelo queixo.

– Fica com o pescoço assim que melhora mais rápido! – disse o moreno.

Uruha tossiu mais algumas vezes, esparsas, e ficou ali com a cabeça pra cima. Não era ruim sentir a mão de Aoi em seu rosto, nem de segurar-se nele... Mas não nessa posição, ne? Já tinha melhorado, não tossia mais, não precisava mais de ajuda.

Tentou mexer-se, incomodado, mas Aoi não largava seu queixo, continuando a levantá-lo. O que ele queria? Apertou mais os dedos na gola dele e chegou para trás, sem sucesso dele largar. Por que não o largava? Por que fazia questão de ficar segurando??

Ouviu então as risadas abafadas dos dois, quando finalmente saiu de seus pensamentos.

– Ah, seus putos!! – reclamou, desvencilhando-se bruscamente da mão de Aoi. Aproveitou para arranhar um pouquinho que fosse o peito do moreno, quando tirou as mãos da gola, de raiva. Então ele estava precisando de ajuda e os amigos rindo?? Malditos!

Ficou pensando enquanto Aoi falava dos shows, resolvendo responder àquela questão de Reita, somente pra não ficar em silêncio novamente. Então estavam brincando, e ele com pensamentos... inconvenientes. Cruzou os braços e fingia que prestava atenção na encenação do baixista imitando Ruki. Aliás, aquele baixinho tinha realmente envenenado sua cabeça! Não conseguia olhar para Aoi. Ficou com vergonha dos pensamentos que quase chegou a ter enquanto estava com a cabeça para cima.

– IH!! – gritou Reita, fazendo os dois guitarristas se assustarem. – Que horas são?? – olhou para o relógio na parede e ficou com o corpo mole quando viu a hora, de tristeza.

– Por que? O que foi?? – perguntou Aoi, apreensivo. – Tinha alguma coisa importante??

– Ah, era a entrevista do Ruki e do Kai na radio... Queria ouvir o que aquele merdinha tinha pra dizer sobre o show de ontem. – disse, com uma pontadinha de decepção, lá no fundo.

– Ah, que entrevista o quê! A festa foi bem mais divertida!! – mentiu Uruha, abrindo a geladeira.

– É, sei... – respondeu Aoi. Quando Uruha o olhou furiosamente por trás da porta da geladeira, continuou. – É, mas eu também queria ouvir. Ou o Ruki não falou absolutamente nada do Reita, ou a entrevista foi totalmente pautada nele. Amanhã a gente pergunta pro Kai, de qualquer maneira!

– Cara, eu realmente espero que tenha sido a segunda opção... – gemeu Reita em tom de desespero bem exagerado, fazendo os dois guitarristas rirem.

Mas certamente foi melhor não terem escutado...

~ Enquanto isso... ~

.: 5

Date fm Mega-Rocks 21:00 - 21:55 ~ Kai ~ :.

Assustei-me ao ver o rosto de Ruki, quando tirou os óculos para limpar. Olhos inchados, vermelhos, parecia que tinha acabado de acordar... Ou chorado. E muito. Como já era de noite, pensei mais na segunda opção. Apesar de não ter nada a ver com a sua personalidade.

– Ah, Kai... – lamentou-se caindo no sofá, já com seus óculos e o gorro de volta. Nem parecia estar com a cara que realmente tava. – Não to conseguindo continuar os versos da música nova... Fiquei desde ontem depois do show até agora a pouco acordado, mas não sai nada... E agora?

Fiquei atônito. Desde quando o Ruki falava dessas coisas comigo? E daquele jeito?? Conhecendo a figura, aí tinha coisa. Nunca houve uma conversa assim entre nós.

– Agora você pára de se preocupar demais com o Reita e se concentra no seu trabalho. – disse, frio, esperando uma reação.

E obtive exatamente o que imaginei: ele continuar sentado na mesma posição, porém claramente forçado e incomodado. E, mesmo não vendo, podia sentir o olhar assustado por trás dos óculos. Ficou em silêncio uns segundos, pensando, até inclinar-se para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.

– ... você já falou comigo sobre isso. E já está tudo resolvido. – disse, numa falsa convicção.

– É, eu vi ontem o quão resolvido tá. O ombro do Reita que o diga, não é? – provoquei, esperando ansiosamente a reação.

Ele endireitou as costas e respirou fundo, forçando para não fazer barulho. Nós dois sabíamos que não tínhamos intimidade suficiente para falar de nenhum daqueles assuntos, ainda mais que eu mesmo nunca dei liberdade para ele. E estava com raiva para conversar fingidamente como ele queria.

– Sempre achei que você escondia sua verdadeira personalidade. – disse, seco.

E ficamos em um silêncio constrangedor até nos chamarem. O estúdio era pequeno, mas estava bem frio devido ao ar-condicionado. Ruki se enrolou mais no cachecol e pôs as mãos pra dentro das mangas do casaco, o que as fans acharam adorável, porque deu pra ouvir o "eeehhh~" delas através dos vidros. E claro, o chibi mal sorriu, sem olhar para elas, metido do cacete. Não sei por que, estava pegando cada vez mais raiva dele.

Ainda mais depois dessa entrevista. Queria a todo custo enfiar o Reita no meio da conversa, em qualquer assunto.

Coisas do tipo "Ah, eu gosto de relaxar na casa dele, é tão bonita e confortável", ou "É longe, mas eu to sempre lá. Ele também sempre vem na minha, adoro." e "Sempre que dá, vamos um pra casa do outro, não tem jeito!" me davam vontade de rir. Parecia uma criança falando do melhor amiguinho. Resolveu contar casos totalmente nada a ver, de adolescência.

As fans, claro, adorando. E a apresentadora também. Queria falar do show, mas já que ele estava tão a fim de falar do Reita, ela acabou pautando as perguntas dela pra ele nisso, e deixou as do show para mim. Achei uma estratégia interessante; inteligente, ela.

– O Kai sabe o quanto me importo com o bem estar da banda e seus integrantes. – intrometeu-se Ruki quando a moça comentou sobre a pausa de 10 dias que faríamos nos shows.

É, sei mesmo. Sei muito bem dos beliscões no Uruha e do motivo de Reita ter ficado todo enfaixado. Que cara mentiroso!! Na verdade, ele sempre foi assim, sim... Mas nesses últimos tempos, não. Mudou totalmente, parece que trocou de personalidade. Quer dizer, ele ainda é o mesmo, mas... Algumas atitudes não estão condizendo. Não sei como explicar. Ele deve estar passando por uma fase difícil e insiste em não nos contar. E ainda desconta!

– Ele usava sempre, e tanto, que até zoaram quando tirou! – ouvi, e me espantei. Tinha viajado completamente nos meus pensamentos e nem percebi que Ruki estava novamente falando de Reita. – Ficavam perguntando "Cadê seu nariz? Você tem um, afinal de contas?" – continuou, fazendo as meninas rirem.

– Então quer dizer que ele usava a faixa desde o colegial? – perguntou a apresentadora, divertida.

– Sim... E o nariz dele parece uma batatinha mesmo!

Nossa, dessa até eu ri. Na época que ele estava falando, nem se conheciam ainda. E quem havia dado a idéia de usar a faixa no Gazette também tinha sido Uruha, e não ele!! Fiquei incomodado, porque ele estava tentando fazer parecer que era o melhor amigo do loiro, e o conhecia mais que todos. Sendo que quem zoa mais o Reita sou eu. Mas nesse dia, parecia que não tinha mais nada na cabeça do baixinho além do baixista.

"Ambos somos masoquistas, ele gosta bastante, pode deixar.", argh. Não estava agüentando mais.

Quando a apresentadora agradeceu, respirei aliviado. Finalmente aquela tortura estava terminando. Tiramos a foto e levantei-me para ir de volta ao camarim o mais rápido possível. Ruki chegou logo após, cantarolando.

– Você não acha que já tá exagerando, não? – perguntei, não consegui me controlar.

– ... heim? – virou a cabeça, fingindo não ter escutado.

Suspirei. Agradeci o pessoal da rádio o mais simpático que consegui ser e rumei direto para o estacionamento, para pegar meu carro e escapar logo dali.

A coisa estava realmente séria...


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Notas finais do capítulo

~.~.~
Desculpem mais uma vez pela demora....
Mas eu realmente perdi o ânimo pra essa fic....
Quer dizer, o final e as partes das vinganças estão prontas xDDD Mas eu nunca sei o que fazer no meio... =/
E ainda diminuiu pra 1 terço a quantidade de reviews~ *chora*

Espero que tenham gostado desse cap!
E, se eu merecer, por favor deixem reviews!! *puppy eyes*



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