Como Me Tornei Uma Caçadora escrita por georgiaamaral
Notas iniciais do capítulo
pessoal, adorei receber tantos reviews! continuem assim pra me animar (:
Nós duelamos em silencio por um longo tempo. Nós estávamos cansadas, portanto fizemos uma pausa.
– Obrigada por ontem... – Miranda falou enquanto colocava o cabelo atrás da orelha com uma mão e pegando sua garrafa de agua da mesinha perto da arquibancada com a outra.
– O que? – Eu perguntei confusa, indo até ela.
– Por ter, você sabe... Mostrado pra nós dois que estávamos afim um do outro... – ela falou e instantaneamente, corou.
– Ah, eu precisava dizer isso. Vocês não iam perceber sozinhos – eu ri.
– Ei! – ela falou alto, me empurrando pro lado.
– É verdade... Vocês dois estavam negando tanto que eu já tinha certeza do que sentiam.
Sentamos na arquibancada. Você não deve saber, mas esgrima cansa. E muito.
– ontem a noite foi... – ela suspirou e apoiou o queixo em sua mão usando minha perna como apoio para o braço – foi o meu primeiro beijo – ela falou, ficando ainda mais vermelha do que antes.
– Sério? Que fofo!
– Não era fofo. Era constrangedor.
– Ah, sei lá... Eu não disse isso pra ninguém então vê se guarda segredo! Se as filhas de Afrodite ficam sabendo disso, ai deuses! – ela falou, levantando-se da minha perna e olhando em volta, pra ver se ninguém tinha escutado.
– Eu nunca beijei ninguém e não to nem ai pra isso – eu falei de um jeito normal, como se dissesse “eu amo batata frita”.
Miranda riu.
– Antes eu até tinha uma vontade, mas agora... – Eu continuava falando no mesmo tom de voz, mas o convite de Thalia inundou minha mente e eu automaticamente fiquei sem voz. As caçadoras são eternamente virgens, então não teria com o que me preocupar.
– Mas o que Sam? – ela perguntou, um pouco desconfortável com e duvida do que eu estaria pensando.
– Nada... Eu só estava pensando – eu sabia que ela não ia acreditar numa mentira tão ruim quanto essa, mas era só até eu achar uma desculpa melhor.
– Você está pensando em ir com a Thalia, como uma caçadora? – a voz dela continuava desconfortável, como se ela já soubesse disso, mas tinha também um toque de tristeza.
– Não! Eu não poderia deixar vocês, nem o acampamento. Não agora.
Ela me observava de um jeito estranho, confusa com uma ponta de desapontamento.
– Eu acho que é melhor não falar sobre isso com o Léo certo? – Miranda tirou as palavras da minha boca.
– Claro, ele me mataria se soubesse! Só uma pergunta: Como você sabia disso? – essa pergunta não saia da minha cabeça, mas isso me fazia pensar em varias outras perguntas: tinha alguma deusa que lia mentes? Seria ela a mãe da minha amiga leitora de mentes?
– Não sei, acho que vi vocês conversando no pavilhão.
– Mas nós estávamos em mesas diferentes, não teria como...
– Eu vi vocês duas falando, não sei como, mais consegui ver o que diziam.
– Ok, isso foi bem estranho – nós rimos e ela não podia fazer outra coisa, a não ser concordar – Então, me conta como foi ontem depois que eu fui pro meu chalé.
– Tá bom, mais não é pra você ficar rindo da minha cara! – ela falou, apontando o dedo na minha cara, como aviso – Bom, nós paramos na frente da porta e ele segurou na minha cintura. Eu coloquei meus braços sobre o pescoço dele e nós nos beijamos de novo – ela estava com uma cara tão boba que eu comecei a rir – Eu vou parar de contar! Para de rir!
– Ok, parei – eu segurei o riso.
– Então, ele me beijou mais ainda e eu já estava ficando sem ar – dessa vez foi ela que começou a rir – então eu coloquei a mão no peito dele e o empurrei. Eu também não queria parar, mas estava com sono e já estava tarde – ela coçou a garganta e mudou sua voz, para se parecer com a de Quíron – Todos devem estar em seus chalés se não as harpias vão pegar vocês.
Nós rimos muito da péssima imitação dela.
Depois de ficar a manhã toda com a Miranda fomos almoçar e depois fui treinar um pouco de arco e flecha.
– Oi ciumenta! – Léo chegou por trás de mim. Eu não sabia o que brilhava mais, seu cabelo loiro cor de sol ou seus olhos cor de mel apaixonados.
– Oi Léo.
– Você não vai me xingar? – ele riu, me provocando.
– Tá bom, oi seu metido a arqueiro! – eu mostrei a língua e depois falei em tom de deboche.
– Eu to bem mais do que feliz – ele olhou pra direção do chalé de Afrodite/casa da Barbie, onde Miranda estava conversando com as amigas.
– Eca! A Miranda te deixou um bobão. – eu dei um tapinha no rosto dele, o fazendo parar de viajar em seus pensamentos.
– Não deixou! – ele segurou em meu pulso e tirou minha mão da direção de seu rosto quando eu ia bater novamente.
– Então, me conta... Como foi ontem depois que eu fui pro chalé para-raios? – é isso mesmo que vocês leram. Chalé para-raios. Uma noite eu acordei com um clarão de um raio e um trovão. O raio fez o chalé todo tremer.
– Porque quer saber isso hein?
– Porque sim. Eu não posso saber como foi a noite dos meus amigos? – minha voz soava inocente. Mesmo sabendo tudo o que tinha acontecido, eu queria saber a versão do Léo.
– Ok, eu vou contar. Não fica com ciúmes viu loirinha?
– Conta logo Léo! – eu disse, já irritada.
– Tá, sua curiosa! A gente parou na frente do chalé de Hermes e nos abraçamos. Eu beijei ela de novo e cara, como ela beija bem! – ele riu com a minha reação quando ele disse isso – Ela colocou a mão no meu peito e me afastou. Disse boa noite e entrou no chalé. Pra não ficar lá parado na frente da porta, eu fui pro chalé de Apolo e fiquei pensando no que aconteceu. Aquele foi o melhor beijo na fogueira do mundo!
– É mesmo? Ela me disse que tinha sido o primeiro beijo dela. – eu revelei o segredo da Miranda pra ele, sabia que ele não iria dizer a ninguém.
– É impossível! – ele concluiu, passando a mão em sua cabeça, meio confuso.
Ele treinava com o mesmo sorriso bobo de Miranda, o que me fez pensar como deve ser bom se apaixonar. Comigo nunca dava certo então conclui que estava melhor sozinha.
– Oi Thali – Eu sorri ao vê-la na mesa de Zeus. Não sei por que, mas só por ela estar ali já me fazia sentir mais segura. Deve ser coisa de irmã mais velha.
– Oi Sam, como foi o dia? – ela perguntou, abrindo um sorriso no rosto.
Eu contei o que Léo e Miranda me disseram e ela me olhava com uma cara estranha. Confusa e um pouco triste, mais não deixando esse sentimento tomar conta de seu rosto determinado e corajoso.
– o que foi? – Eu perguntei assim que acabei de contar.
– Nada. – Ela virou o rosto para o outro lado e ficou olhando para o horizonte – é só que...
Eu sabia o que ela estava pensando. Deve ser bom se apaixonar. Isso estava na minha cabeça também, mais eu tentava não pensar nisso.
– Eu sei como você se sente, eu também pensei nisso.
– Não, foi um pensamento bobo! Eu sou uma caçadora, não quero me apaixonar – enquanto ela falava irritada, seus olhos estavam num azul escuro como o céu a noite – é só que... – Ela baixou a voz e seus olhos voltaram ao azul elétrico de sempre – Eu fico imaginando que tivesse se eu não quase morrido e virado um pinheiro, talvez ele ainda estivesse aqui.
– Ele quem? – Não me batam, mais eu realmente não sabia quem era.
Ela apenas virou o olhar para a mesa de Hermes e a fixa caiu. Luke. Era dele que ela estava falando. Thalia era apaixonada por Luke?
– Luke? Thalia, eu não sabia...
– Não, eu... – ela tentava parecer forte mas dessa vez se rendeu – tá, eu não vou mentir, eu gostava mesmo dele. Ele era meu melhor amigo, nós fazíamos tudo juntos – ela abaixou a cabeça – mas acho que ele mudou muito quando eu era um pinheiro, quando eu voltei a ser eu mesma, ele estava cruel. Não pensava mais em seus amigos. E então foi dominado por Cronos.
– Mas não foi sua culpa Thali...
– Eu sei, mas talvez eu pudesse ter impedido!
– Pelo que Annabeth me contou ele era o herói de uma profecia que tinha sido feita há muito tempo, era o destino dele.
– É – ela concordou, ainda olhando pra baixo – Sei lá, eu nem sei por que pensei nisso. Acho que vir pro acampamento me fez lembrar.
Eu não disse nada, apenas ouvi atentamente o desabafo dela.
– Eu não quero deixar o acampamento. Eu gosto daqui e agora eu tenho você – ela me abraçou e eu senti o quanto ela precisava de alguém.
– E se eu... – ela não me deixou terminar de falar.
– Você iria com a gente? – Thalia se afastou de mim e se reanimou.
– Eu não sei, não posso deixar tudo aqui. Como já disse, não sei se estou pronta agora.
– Eu sei, mais pense nisso ok? Não sei quanto tempo Artêmis vai demorar pra vir nos buscar então...
– Tá bom. – Eu ia realmente pensar naquilo. Thalia precisava de mim e eu também precisava dela.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
me digam o que acharam desse capitulo ok? beijos