Destinos Cruzados escrita por Samhain


Capítulo 1
Acredite.


Notas iniciais do capítulo

Arhn, espero que gostem. E desculpe se ficou grande. ._.v



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Sophie olhava para seu relógio e para sua passagem. Ainda faltava cinco horas até seu vôo, tinha chegado cedo demais no Aeroporto Hercílio Luz, na cidade de Florianópolis. Como só poderia fazer o seu check-in uma hora antes, decidiu subir a escada rolante que dava para o segundo andar, lojas de roupas, livraria, pessoas vendo os aviões pousarem e levantarem das pistas através de uma enorme janela que ficava atrás das lojas.

Lembrava vagamente que existia um restaurante no fim do corredor e tomou rumo ao mesmo. Deu uma leve olhada pela janela para ver o tempo, fechado.

– Beleza, era só o que me faltava! Chuva, voar com chuva, como eu adoro isso. – falava sarcasticamente a empresaria.

Com a cara emburrada cruzou a entrada do restaurante, nada como um café e um bom pão de queijo para amenizar isso. Comidas sempre ajudavam nas horas de ansiedades ou agonias. Logo veio um jovem lhe atender e ela fez o seu adorado pedido. Virou seus olhos para a televisão vagamente que passava um jogo de Basquete, ótimo, adorava basquete, seu time estava jogando. Sophie era uma tremenda fã dos L.A Lakers, sabia que o título da NBA de 2010 seria deles, em cima de nada mais e nada menos que o Boston, time rival. Nada como uma vitória sobre aquele time e BOOM, mais um título pra coleção.

O jogo estava disputado, era o segundo jogo dos Playoffs, quando viu uma xícara de café ser colocada na mesa e logo o pão de queijo como acompanhante. Maravilha, nada pode estragar mais esse dia.

– Com licença, posso me sentar aqui? – ouviu uma voz masculina falar.

– Claro, sinta-se a vontade. – falou sem menos olhar para o rosto do rapaz.

– Opa, Lakers liderando. Beleza! – levantou levemente o dedo chamando o garçom. – Amigo, me vê um chopp bem gelado e uma porção de fritas.

Ela virou seu rosto para ver o jovem rapaz, era bonito, seu cabelo moreno batido e seus olhos eram azuis tão claros, que podia jurar ver as águas mais claras dos oceanos naqueles olhos, seu rosto deveria ter sido esculpido pelos anjos de tão lindo que era.

– Oi? Posso te ajudar? – falava o rapaz a olhando seriamente.

– Nossa, des... desculpe-me. – falou sentindo seu rosto corar-se.

– Hahaha. Relaxa.

– Mas por que você pediu para sentar aqui? Sendo que tem outras mesas vagas. – perguntou a jovem empresária curiosa.

– Isso é simples, tem três motivos para isso. – ergueu a mão fazendo três com os dedos. – Primeiro, você é uma fã dos Lakers assim como eu, segundo, é horrível assistir a um jogo dos playoffs do seu time estando sozinho, e terceiro, você é uma mulher de uma beleza encantadora.

Até esse ponto Sophia nunca tinha recebido um elogio tão direto, ela sabia que era bonita, suas corridas matinais de 5 quilometros lhe renderam um fôlego gigantesco, e suas aulas de Kung-Fu, deram para ela um ótimo corpo definido. E para somar a isso tudo, tinha um corpo do jeito que os homens gostavam, seios redondos e perfeitos e uma “bela de uma bunda”, como diziam suas amigas. Sua pele era branca como a neve, seu cabelo curto e moreno dava um charme a mais, seus olhos cor de mel apenas somavam a mais em sua beleza.

– Ahn, acho que fiquei sem palavras.

– Hahahaha. Acontece, vai por mim. Mas bom e vai viajar para onde? – perguntou o curioso homem.

– Vou para São Paulo, tenho o aniversário da minha mãe para comemorar lá.

– Mesmo destino então? Também estou indo pra lá.

– Hahahaha, essa foi minha vez de rir. Acho que coincidências assim não acontecem duas vezes na vida. – falava a jovem empresária com sorriso nos lábios.

– Pode-se dizer que não, ou vai saber, nunca sabemos o amanhã. Mas o meu vôo está atrasado, já peguei de madrugada para não me incomodar e mesmo assim acho que vai atrasar mais ainda.

– Que chato. Ô meu está previsto para as 2 da manhã, mas acho que ta tudo certo. Pelo menos não deram nenhuma noticia de atraso.

– Que mulher sortuda rapaz. E ainda não fiz essa pergunta, poderia me dizer o nome dessa mulher com um belo par de olhos cor de mel? – o jovem a encarava com tanta sinceridade que era difícil não ceder àqueles olhos azuis.

– Sophia e você? – perguntou de volta, mas dessa vez ela que ô encarava.

– Pode me chamar de Kaliel, é um nome estranho eu sei. Mas meu Pai sempre foi muito religioso e adora nomes de anjos, sabe como é.

– Hahahahah. Acho que tenho uma leve idéia sim.

A conversa rendia bem, sorrisos, gentilezas do jovem garoto com nome de anjo. Beberam chopp’s e davam risadas quando Kobe arremessava mais uma bola de três pontos para os Lakers, quem via os dois, jurava que eram um casal de longa data, ambos lindos e cheios de felicidades.

Infelizmente a hora passa e faltava apenas agora uma hora e quinze minutos para ela fazer seu check-in, e ir para sua sala de espera, quando estavam se despedindo o celular do Kaliel começou a tocar, uma leve melodia de “Hakuna matata, what a wonderfull thing...”, Sophia riu do toque infantil do rapaz.

– Se eu consigo adiantar meu vôo para hoje ainda? – fez uma cara preocupada. – Acho que não chefe, ô cliente vai ter que esperar infelizmente. Não, não posso fazer nada, o avião vai atrasar e a culpa não é minha. Se eu posso trocar as minhas com alguém? Não sei te dizer também – olhou para a jovem a sua frente e deu um sorriso seguido de uma piscada.

– Eu posso trocar com você, se eu usar a sua chego pela manhã ainda, certo? Pediu a jovem olhando para ele, e o mesmo fazendo que sim com a cabeça. Ele respondeu um “muito obrigado”, apenas mexendo seus lábios, como se fosse um filme dos velhos tempos, que jovem encantador. Após algum tempo Kaliel desligou o aparelho celular e agradeceu a Sophie, ele explicou que tinha uma cirurgia de um cliente importante, e o chefe da operação estava querendo sua presença o mais rápido possível na sala cirúrgica.

Conversaram mais um pouco e trocaram passagens e telefones. Na hora que ele Foi para sala de espera, voltou e deu um belíssimo beijo na testa da jovem garota, ela ficou sem ar, dentro do seu estômago parecia ter milhares borboletas voando de um lado para o outro. Quando se desgrudaram ela apenas deu um sorriso tímido e virou de costas para ir dormir um pouco e pegar seu avião trocado pela manhã.

Ao chegar a seu apartamento no calçadão do bairro Jurere Internacional, dava risadas ao lembrar o beijo que ele tinha dado em sua testa, se sentiu tão bem apenas com um encostar de lábios em sua cabeça, fato engraçado, porem cativante, um gesto nobre. Largou suas coisas no sofá, tomou uma rápida ducha, ligou para mãe avisando que seu vôo ia sair só pela manhã com atraso, assim sua mãe não buzinaria em seus ouvidos por ter trocado passagem com um total desconhecido.

Deitou sua cabeça no travesseiro e foi levada para o mundo dos sonhos pelo cansaço. No mundo dos sonhos podia jurar ver o jovem garoto com nome estranho, Kaliel, ele usava um sobretudo preto e sorria para ela. O menino do sorriso encantador vinha em sua direção, juntou suas mãos e deu leve beijo. Quando voltou a encarar seu rosto duas lágrimas vertiam de seus maravilhosos olhos azuis.

– Por que você ta chorando? – levou suas mãos aos olhos de Kaliel, limpando as lagrimas.

– Só estou feliz porque realizei minha missão finalmente.

– Como assim realizou sua missão?

– Você logo saberá. – respondeu sorrindo.

– Será que a gente vai se ver de novo? – indagou a menina curiosa.

– A gente sempre se viu, sempre estive ao seu lado. Você apenas nunca percebeu.

– Como assim nunca percebi?

– Bom, meu tempo está acabando. Durma bem, seu dia vai ser cansativo amanhã, só vou te deixar o conselho que você precisa acreditar. Acredite e verás.

– Acreditar no quê? – a cabeça da jovem menina dava giros e mais giros.

– Tchau minha doce garota. – levou os lábios até a testa da menina.

Acordou com o barulho do despertador, seus olhos vagaram rápido pelo quarto. Que sonho maluco, meu Deus! Olhou para o relógio, tinha que se arrumar, tinha um avião pra pegar e se não fosse rápida acabaria tendo problemas. Ligou a televisão e quando estava se despindo pode ouvir a voz da jornalista falando sobre uma noticia urgente, um avião tinha caído, com saída de Florianópolis para São Paulo, naquela madrugada, nenhum sobrevivente. Meu Deus era o vôo que ela ia pegar. Não parava de passar imagens em sua cabeça sobre a conversa, o jovem garoto, Kaliel. Seus olhos se encheram de lágrimas. Será que ele sabia do acidente?

Sua cabeça não parava de girar, o que ele queria dizer com acreditar? Sobre seu Pai ter dado um nome estranho para ele, que adorava nome de anjos. No sonho Kaliel disse que tinha completado sua missão e que sempre esteve junto a ela. Não era possível, quer dizer, nem mesmo sabia no que acreditar. Só podia afirmar uma coisa com a mais plena certeza.

Kaliel era seu anjo da guarda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Opiniões serão sempre bem vindas. Sds,darkke