Noite de 11 de junho

Sakura estava cochilando tranquilamente na imensa cama de casal. Ao seu lado, Sasuke permanecia acordado, com uma expressão de puro terror no rosto.

Ele havia se esquecido de comprar o presente de Sakura. Na verdade, e NEM se lembrou que no dia seguinte era o bendito 12 de junho. Segundo ele próprio, essa era uma data apenas comercial, para se vender flores e chocolates. Mas ele sabia que Sakura NÃO pensava assim.

O Uchiha já sentia a pele de sua bochecha arder com o soco que sua mulher lhe daria quando descobri-se que ele não comprara nada para ela. E por isso que ele estava desesperado. Ele estava MORTO.

O pior que não conseguia pensar em nada para se safar dessa. Não havia floriculturas abertas essa hora, e estava descartada a ideia de comprá-las no dia seguinte. Não haveria nenhuma, ne? Era só pensar quantos homens na mesma situação que ele iriam acordar cedíssimo e correr para consegui-las.

Chocolate? Sakura lhe mataria. Ela estava grávida de 5 meses, e na ultima vez que Sasuke tentou lhe fazer um agrado comprando uma caixa de bombom o estrago foi terrível. Primeiro ela gritou com ele que iria engordar ainda mais, depois entrou e choque, arrancou a caixa da mão do moreno e devorou tudo num instante, depois começou a chorar, arrependida. E ainda, quando o homem foi consolá-la, ela vomitou nele.

Sasuke torceu o nariz só de se lembrar.

Que tal um café da manhã refinado? Sasuke não sabia cozinhar nem um ovo (quando ele tentou fazê-lo, quase explodiu a cozinha). E Sakura andava tão enjoada...

Não, vomito de novo não >.< pensou ele.

Comprar um presente? Talvez. Mas o que comprar? Sasuke quase desfalecia toda data comemorativa, pois sua criatividade romântica era limitada. E tudo que Sakura poderia querer ele já havia comprado. Até mesmo um carro, para ela capotar.

E ainda estou pagando as prestações ¬¬’

Sakura suspirou ao seu lado e virou-lhe de costas, espreguiçando as pernas. Sasuke a olhou carinhosamente, observando cada detalhe daquele corpo que tanto amava. Cabelos longos e rosados, a pele clara e macia, o delicado contorno de seu corpo. O Uchiha sentiu a sensação família de opressão gostosa dentro de si. Ela era perfeita. Nem parecia o demônio que era quando ficava irritada.

Sasuke também suspirou, mas agora a sensação era de derrota. Era impossível. Nunca ia pensar em nada a tempo. Ele já estava conformado quando ouviu o telefone da cozinha começar a tocar.

Ele se levantou num pulo, evitando acordar a amada. Calçou os chinelos e correu para atender ao telefone.

Chegou no meio do sexto toque. Retirou do gancho e perguntou irritado:

 - Quem é?

Uma voz familiar e um tanto histérica lhe respondeu.

— Teme! Ta acordado?

— Não, ainda to dormindo Naruto ¬¬’ – retrucou Sasuke sem paciência.

— Então é sonâmbulo? O.O

— FALA LOGO DEMO! Ò.Ó – gritou, mas logo abaixou o tom. Não era louco de acordar Sakura.

— Ta >.< é que eu esquecia o Dia dos Namorados e não sei o que dar pra Hina-chan...

— Tamo no mesmo barco colega -.-

— Você também? O.O

— Aham -.-  só me lembrei agora. Sakura vai me matar.

— Hugh >.< mas já resolveu o que vai comprar?

— Nem -.-  minha criatividade ta menos um.

— Arre >.< e agora? O que fazemos? Elas vão nos TRUCIDAR.

— Não sei Dobe. Realmente não sei.

Houve um minuto de silencio quando a Naruto voltou a falar, agora animado.

— JÁ SEI!

— Nani? Nani? O.O

— Hehehe e.e

Naruto estava cheio de si quando se pôs a contar seu plano infalível. Sasuke começou a sorrir.

Manhã de 12 de junho - Casa dos Uchiha

Sakura acordou com a claridade amarela do sol sobre seu rosto. As cortinas estavam abertas, revelando o céu azul por detrás da vidraça. Sakura sorriu e virou-se para dar bom dia ao amado.

Ela arregalou os olhos quando percebeu que ele não estava lá. O lado dele estava desarrumado, e o travesseiro estava liso, sem sinal de amassamento. Sasuke saíra fazia tempo.

Onde será que ele está? Perguntou-se intrigada a rosada, se levantando. Depois abriu um imenso sorriso. Ah, ele está me preparando uma surpresa para hoje! Que fofo *---*

Sakura calçou as pantufas de gatinho (bem infantis) e saiu correndo do quarto, rindo-se, indo procurar Sasuke.

Chegou à sala e ele não estava lá. Sakura se surpreendeu um pouco, mas sem desanimar correu para a cozinha. Ele também não estava lá.

Onde será que ele foi? Õ.Õ Será que saiu mesmo?

A Haruno, agora Uchiha, sentiu uma coisa horrível dentro do peito quando deu-se com a realidade.

— Ele se esqueceu e foi trabalhar – sentenciou ela, chocada. – Como ele pôde? – As lagrimas começaram a se acumular nos olhos esmeraldas dela. Ela colocou uma mão na barriga, sentindo apenas conforto pelo filho que carregava.

Ela não ia se deixar abalar. Talvez ele não tivesse esquecido. Talvez havia lhe comprado um imenso presente e estava trazendo.

Sakura se animou um pouco, e decidiu que iria tomar café

  Perto dali

— Tem certeza que isso vai dar certo? – perguntou pela milésima vez Sasuke, descrente. Ele estava cansado de carregar aquela coisa gigantesca pela rua. As pessoa que passavam olhavam e riam dele.

— SIM! – respondeu Naruto animado, embora suasse feito um louco. Também esta morto de cansaço. O lado bom é que estavam próximos de suas casas, que ficavam perto uma da outra.

— Será que elas vão gostar? – Sasuke indagou meio receoso. Não tinha certeza absoluta.

— AHAM ^^ Mais romântico que isso impossível! *---*  Só rámen de porco com chocolate seria melhor *¬*

— ECA >.

Minutos depois já estavam lá. Naruto se despediu dele calorosamente, como sempre. Depois os dois seguiram posições contrárias e cada um foi para sua casa.

 Agora

Sakura já estava começando a ficar preocupada. Era dez e meia, fazia meia hora que ela acordará e pensava onde Sasuke estava. Já estava se conformando dele ter esquecido da data.

Ia começar a chorar quando a porta da frente foi chutada com uma força descomunal, e da cozinha ela ouviu um bufo muito familiar: Era Sasuke.

Ele chegou! *--*

Sakura saiu da cozinha correndo, e chegou num pulo no hall de entrada. Estacou logo em seguida.

— Sasuke...

Sasuke respirava ofegante, agora decididamente receoso. Sakura o olhava chocada.

— Er... Não gostou? O///O

— Sasuke... – ela repetiu, olhando do presente para ele, dele para o presente. – EU TE AMOOOOOOO! – e se atirou nele.

O presente era espalhafatoso, rosa, gigante, meio brega mais era LINDO. Sabe o que era?

Era um chibi gigante e fofo de Sakura. E era idêntico a ela. A personagem tinha cabelos da mesma cor que ela, os olhos eram grandes e verdes, e a boca fazia um “=3”. Sakura estava quase chorando de tanta emoção. Sasuke quase capotou.

— Você gostou? O.O

— MUITO! *---*  É LINDO. EU TE AMO!

— O.O *--*  também te amo.

Ele largou o presente no chão, e logo em seguida agarrou a cintura da amada e lhe envolveu em um beijo quente e romântico. Sakura suspirou de tanta alegria e se agarrou mais nele.

Afinal, Naruto estava certo. O que era mais fofo do que uma homenagem em pelúcia das amadas? Nada, não é?

Mas estamos pensando: Como eles conseguiram essa proeza em tanto pouco tempo?

A resposta nunca saberemos... Mas vale afirmar que a loja de pelúcias de Konoha sofreu um grande desfalque naquele dia.

E agora Sasuke?

     Fim