You Taste Like Valentines escrita por xxxkh-y


Capítulo 1
Sunshine.


Notas iniciais do capítulo

Well dona M, se eu enrolar mais um pouco, o sinal no túnel volta a pe--- É, o técnico acabou de arrumar e eu tenho que desembuchar aqui.   [ninguém entenderá essa parte.]

Desculpe-me m, mas quando as coisas chegarem para você, essa fanfiction vai estar lá escrita em folhas sem graça e não vai ter graça também nee, porque m já leu.

Então, sei lá, não quero encher muita lingüiça, até porque é dia dos namorados, não dia dos amigos (?).



É sua dona M, não me bata com chave inglesa.



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Talvez a parte mais difícil em se fazer bolos, seja criar totalmente um.

O encaixe perfeito entre os sabores. Por mais que você saiba o gosto de cada ingrediente separadamente, se surpreenderia em ver como em uma fatia se transforma. É necessário mais que discernimento para criar o sabor perfeito, é necessário ousadia, paciência.

Erra-se mais do que se acerta. Era inevitável e irrevogável, como se fosse um tipo de lei. Eu não era nenhum tipo de gênio para criar o bolo perfeito tão rapidamente, e não gostava da idéia, soava como se a essência dos bolos fosse perdida.

Minha mãe sempre fizera misturas deliciosas. Às vezes, ela fazia bolos simples, e enquanto comíamos estes, se levantava em um estalo, buscar outros ingredientes pela cozinha, misturando, inovando. Não sei se tudo era bom porque minha mãe era uma grande confeiteira –mesmo que apenas em casa– ou se porque ela era simplesmente a minha mãe.

Ela sempre dizia que adoraria ter uma confeitaria, mas que por causa de meu irmão e eu, era tarde para se abrir uma. Sempre mantive em minha cabeça, que mesmo que indiretamente, era culpa nossa que ela não tivesse o seu sonho realizado.

Chegou dizer certa vez, que não havia importância; que cozinhar para nós, apenas, a satisfazia. É claro que eu não acreditei, mas nunca mais ousei tocar no assunto.

Não foi para realizar o sonho dela que virei um confeiteiro. Foi para realizar o sonho que ela me fez ter.

Se não fosse pelos bolos de minha mãe, pela felicidade e satisfação que me invadia ao saborear seus doces; se não fosse por isso, eu não seria nada hoje.

Não consigo nem ao menos imaginar minha vida sem os bolos, sem o estabelecimento de toldo lilás e letras cursivas. Sem cada um dos meus gentis funcionários e dos clientes fiéis. Sou e continuarei sendo eternamente grato por tudo isso; que se iniciou com um pequeno desejo que virou sonho. Tudo graças a minha falecida mãe.

Nostálgico, não? Esses pensamentos que me atingem enquanto eu crio um bolo para a mulher da minha vida.

Terminei de bater a massa comum, e a coloquei juntamente da outra no forno industrial. Seriam dois diferentes pães-de-ló, ambos macios e suaves, porém, um destes teria em sua consistência morangos triturados a fim de dar um leve sabor junto do iogurte, consistindo naquele aspecto azedinho e aprazível ao mesmo tempo; marcando-o com a tonalidade rosada.

Minha mãe amava morangos. Nada mais digno do que colocá-los entre seu bolo, mas não queria algo tão aparente e comum como os pedaços em meio ao creme branco ou preto. Era para minha mãe. Devia de ser muito especial.

A saudade que eu sentia dela apertava toda vez naquela época do ano. Seu aniversário era em uma data radiante, tal como ela era, onde todo o comércio se movia fervoroso; fluindo com todo aquele amor exorbitante.

Dia dos namorados.

Minha mãe fazia aniversário naquela data tão especial para minha própria confeitaria. E não podia deixar de me entristecer, mesmo que evitasse demonstrar, enquanto via casais felizes.

Ah novamente aquela sina.

Deveria de ser maldição sobre confeiteiros. A felicidade dos outros não me machucava, o que o fazia era a minha ausência desta. Mas esse ano talvez fosse diferente.

Voltei minha atenção para os ingredientes sobre o extenso balcão de aço-inox brilhante.  Leite condensado cozido. Lascas de chocolate branco. Suspiros caseiros. Marshmallow. Chocolate meio-amargo semi-derretido. Kiwis picados. Pasta incolor. Bombons desembrulhados. Nozes e castanhas.

Hm, eram muitas opções e apenas de uma coisa tinha certeza: não usaria glacê ou chantilly para a cobertura.

____________________________

Não sei dizer ao certo quanto tempo se passou desde que começara a fabricação dos bolos. As massas já estavam descansando sobre o balcão, já em temperatura ambiente; enquanto sobre o aço-inox se via também inúmeros pratos onde fui misturando os ingredientes a fim de testá-los.

Nada parecia bom o suficiente.

Não era como se eu nunca tivesse criado um bolo, mas aquele tinha certo peso e responsabilidade. Seria o bolo de minha mãe, e o servido pela minha confeitaria como estréia de dia dos namorados.

Daquela forma eu poderia compartilhar com todos o que minha mãe representava para mim, mesmo que não houvesse a real necessidade de expor os verdadeiros sentimentos por trás daquelas fatias rosadas e cremes.

Sabe como é... Um bom confeiteiro nunca revela seus segredos.

Os bolos de cada confeiteiro são resultado dos próprios sentimentos. Quando se fazem doces, quer acreditem ou não, as intenções são repassadas através dos atos; inundando assim o confeito.

Por isso não é tão importante dizer as intenções dos doces, e sim, fazer com que as sintam.

____________________________

Após tanto trabalho árduo eu finalmente descobrira a mistura perfeita para o bolo de minha mãe. Já havia preparado também quatro bolos como aquele, que pesavam dois quilos e eram meticulosamente enfeitados com pequenos suspiros sobre a cobertura de um mousse em marshmallow. Docemente amarelado.

Já havia também anotado a lista de ingredientes e os procedimentos todos no caderno de bolos. Só faltava uma coisa: o nome para o tal. Tinha de ser algo leve, mas ainda assim forte. Suave e encantador como o sabor daquele –modéstia à parte– maravilhoso doce.

Passara então um tempo mais que considerável; eu havia me perdido na criação daquele confeito, mas na verdade eu não me importava muito. Já eram duas da madrugada, eu ainda tinha de voltar para casa. Por que mesmo não comprei um carro ainda?

Observei os bolos sobre a mesa, orgulhoso de toda a dedicação refletida em tamanha satisfação. Pães-de-ló simples e rosados, mousse de marshmallow e suspiros, recheio de brigadeiro branco e kiwi. Parecia uma grande mistura, mas a junção de cada um dos ingredientes na própria boca; soava como se não fosse o mesmo embaralhar de sabores.

Era perfeito e lembrava mais a minha mãe do que eu pude imaginar que faria. Minha visão se tornou um tanto quanto embaçada, e eu não pude evitar levar a mão até os olhos, mas logo um protesto desabitou meus lábios. Maldita farinha e açúcar de confeiteiro.

- Feliz aniversário mãe. – disse baixo, de olhos fechados e marejados.

Quando consegui abrir as pálpebras novamente, e pude encarar o bolo de minha mãe, certa ternura me surgiu e de repente eu sabia o que fazer.

- Sunshine, brilho do sol. – podia jurar que minha mãe estava na cozinha comigo naquele momento; sorrindo daquela forma que sempre alegrara nossa família.

____________________________

Embora inicialmente eu tenha achado que seria um terrível fardo caminhar até em casa, que não era assim tão longe para começo de conversa; surpreendi-me ao notar que o tempo passara de forma calma até a mesma.

Eu me sentia tão feliz; realizado era a palavra mais correta. Caminhando calmamente pelas ruas nunca desertas de Tokyo, eu já não me importava com o sono extra que eu adquiriria mais tarde, quando fosse abrir a confeitaria para todos os casais até o tardar do dia.

Chegando a portaria de meu prédio, digitei a senha no identificador e rapidamente me dirigi aos elevadores, não antes de menear a cabeça em um comprimento ao porteiro noturno. O elevador já me esperava, pois não havia muita movimentação naquele horário, e logo eu já estava subindo até meu andar.

Não havia nem tempo para qualquer tristeza que fosse, pois eu tinha muitas coisas a fazer e por ora a felicidade preenchia todo meu ser. Com pensamentos assim, me dirigi apressado à minha porta, virando as chaves e abaixando a maçaneta, ansiando a comodidade do meu lar.

Acendi as luzes e tranquei a porta, deixando meus sapatos ao canto e passando as mãos pelos meus cabelos morenos. Suspirei pesado a fim de caminhar até a cozinha e pegar algo que alimentasse minha existência exausta. Após isso iria ao meu quarto e simplesmente me jogaria na cama macia que fora recentemente comprada por mim. Um ótimo investimento, aliás.

Mas surpreendentemente algo se viu entre a comida e eu.

Estava deitado no sofá, encolhido pelo frio, os cabelos negros jogados pelo encosto do sofá a fora, curtos e despenteados. O rosto estava completamente relaxado, assim como a gravata que mantinha em seu pescoço. Notei então, que o paletó se via jogado sobre seus pés, cobrindo aquela parte do ligeiro frio que se instalava na cidade.

Não pude conter caminhar até ele de forma vagarosa, sem desviar o olhar de seu semblante tão calmo e sereno. Sentei-me na borda do sofá, fitando-o, e quando o vi franzir levemente o cenho, não pude deixar de rir, acordando assim a bela adormecida.

- Kai, o que está fazendo aqui? – perguntei baixinho, mesmo que já o tivesse acordado de forma espalhafatosa com minha risada. Ele tinha a chave da minha casa, eu sabia disso, mas sempre me avisava quando vinha.

Ele piscou algumas vezes, meio deslocado, e então se arrumou sobre o sofá, de forma a sentar-se com os pés sobre o mesmo. Sorriu sem graça, aquelas covinhas tão encantadoras se formando em seu rosto.

- Você demorou, Nao-kun. – sua voz saíra rouca, provavelmente pelo número considerável de horas em que ele se via dormindo, fazendo-me rir levemente mais uma vez. – Eu estou te esperando desde as nove horas.

É, ele estava dormindo tem um longo tempo.

- Eu estava fazendo bolos para o dia dos namorados. – respondi simplesmente, vendo-o começar a se movimentar, passando os dedos grandes pela nuca como sempre fazia.

- E pro namorado? Não tem bolo? – acho que corei de imediato com aquilo, pois ele gargalhou alto, salientando suas covas. Nós não éramos namorados, pelo menos não oficialmente.

Desde o Natal, quando começamos a sair. O tempo passara rápido quando junto a Uke. O meu presente de Natal que se estendeu até atualmente.

Ele andava bem ocupado, e eu só podia me permitir almoçar com ele ou sair aos fins de semana. Yutaka sempre deixou claro que queria algo mais sério e que me considerava muito para sequer olhar para qualquer outra pessoa. Eu sentia confiança nele acima de tudo.

- Naoshii... – chamou-me baixinho, despertando-me do pequeno transe. Neguei levemente a cabeça, chacoalhando-a e então o fitei naqueles olhos castanhos tão profundos. – Eu tenho um presente de dia dos namorados para você, então controle-se e feche os olhos por alguns segundos.

Não pude conter arregalar meus orbes, descrente, completamente contrário ao que ele me pedira para fazer. Eu não havia comprado nada, não por não me lembrar ou porque estava ocupado demais com as preparações do aniversário de minha mãe; e sim porque não sabia qual seria a reação dele ao receber um presente de dia dos namorados de alguém que era apenas um pseudo-namorado.

Vi nos olhos dele que estava sério, esperando que eu fechasse os meus, e mesmo relutante eu o fiz. Então não tardou para a voz dele se fazer novamente, enquanto eu lutava contra eu mesmo para não abrir os olhos, curioso como sempre fui.

- Isso é para compensar minha ausência. – disse simplesmente. – Pode abrir os olhos.

Quando eu abri, fiz mais que isso, arregalei o olhar simplesmente. Ele segurava em sua mão direita um pequeno papel, que se mantinha enrolado por um anel brilhantemente prata que se vi também no dedo anelar de Yukata.

- Desculpe por não embrulhar. – riu, passando a mão livre entre os cabelos até deslizar pela nuca, massageando a mesma. Hesitei em pegar o meu presente, mas ele estendeu ainda mais o rolo de papel.

Meus dedos trêmulos não podiam crer, aquilo era uma aliança, ele estava querendo oficializar o nosso namoro, algo que eu sempre desejei desde que saímos pela primeira vez; eu atrasado como sempre e ele no restaurante elegante em Shinjuku.

- K-kai... – falhei ao dizer enquanto tirava a aliança do papel; Uke se apressou e tomou-a de minhas mãos, segurando o anel e direcionando o mesmo ao meu anelar.

- O que me diz senhor confeiteiro? Aceita ser o meu namorado? – eu só não chorei porquê... Na verdade eu não sabia porque não chorei. Era como um choque. Tão inesperado, tão bem-vindo.

Cerrei o olhar, abraçando-o mais que depressa enquanto confirmava com a cabeça e beijava-lhe a bochecha. As covinhas não tardaram a aparecer, e então, quando ele desfez o abraço, o anel se via perfeitamente em meus dedos.

- Hm, sei que ficou feliz, mas não vai olhar o papel? Me deu o maior trabalhão... – riu quando me viu se envergonhar, e então eu peguei o papel, afoito, imaginando o que viria a ser.

Imaginei de primeira instância que fosse uma espécie de carta de amor, bem escrita e com coisas sobre nosso pseudo-relacionamento agora oficializado. Mas errei novamente. Uke sempre tinha aquele semblante sapeca sobre o rosto bonito, demonstrando suas covinhas radiantes a quem quisesse ver. Ele sempre me surpreendia com aquele jeito de criança, mas que era mais que responsável e confiável.

Quando finalmente consegui ler, minhas mãos tremeram ainda mais.

- O-o que é isso? O que é isso Kai?

- É um contrato. – disse como se fosse a coisa mais simples do mundo, enquanto eu passava os olhos sobre o documento, nervoso, lendo as palavras-chaves que me apareciam. Imóvel. Murai Naoyuki. – Sabe Naoshii, você trabalha muito longe de mim...

- Ma-mas Kai! Meu Deus! – levei a mão a minha própria boca. Ele havia conseguido me surpreender ainda mais. Havia alugado um imóvel que a muita estava em minha mente, para a expansão da confeitaria. Aquilo era um sonho... Que não me beliscassem então. – Você é louco!

- Eu sei que pode parecer precipitado, mas sei que não vou me arrepender de ter feito isso por você. – falara calmamente quando deixou de rir da minha cara de surpresa e incredulidade. – Eu te amo.

Eu era o pior namorado do mundo. Não havia nem ao menos comprado um mísero cartão para o amor da minha vida. Sim, eu já sabia disso, desde que o encontrei na confeitaria já escura. Não sei se é destino, ou qualquer outra coisa do tipo, como quiserem chamar. Mas eu tinha certeza de que era amor. Quente como os brilhos do sol.

Inclinei-me para selar os lábios sobre os seus de forma apressada, ainda sem saber se tudo aquilo era o que eu chamava de realidade. Era demais para mim, tudo aquilo. Talvez só Uke fosse suficiente, tendo ele, eu não precisava de mais nada; mas ah... O moreno me deixaria mimado daquela forma.

- Eu quero te recompensar por tudo isso – afastei os lábios brevemente, sorrindo largo, mesmo que pela proximidade não fosse possível a ele ver. – E não vai ser com um pedaço de bolo.

Amor com sabor de dia dos namorados.


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Notas finais do capítulo

Please run away with me to hell ♪


Espero que tenham gostado, aiai faz tanto tempo que não posto nada aqui. Well apenas aguardem e


Feliz dia dos namorados a todos ♥



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