POV Carlisle

Chega a ser inacreditável, anos de dedicação, de sofrimento, de respeito.. Anos que luto por essa mulher, pelo amor dela e ainda não existe a completa confiança em mim. Claro que fiquei magoado com tudo isso. Amo Esme acima de muitas coisas, mas acredito que o nosso casamento não é o mesmo. Claro, chega uma época que tudo desgasta, mas eu sei que existe amor. E quero muito resolver tudo.

Ela estava ali me olhando, preparada para o pior. Não sei o porquê ela está pensando o pior, será que 20 anos falando que a amo, foi pouco? Com toda certeza do mundo Esme está entendendo tudo errado e chega dessa idiotice. Quero minha vida de volta!

Esme me olhou nervosa, Deus que olhar ameaçador.

- Pare de pensar besteira, querida. – falei para acalmar seu coração que tanto me pertence.

- Quem tá nervoso aqui... Eu hein! Você tá louco. – ela falou, sua voz saiu praticamente como uma gralha. Não tive como segurar um sorriso. Era uma situação embaraçosa. Lógico que ela estava aflita.   Fiquei a olhando.

- Quer falar logo de uma vez! Que droga! – falou arrepiando meus cabelos, ela puxava eles.

- Ei! Deixe meus cabelos em paz! Não estrague meu visual. – Falei, Esme me olhou seria.

- Ok! Não se irrite, eu vou contar.. – Falei antes de piorar tudo.  – Pode vir mais para perto?

- Não, quero ficar bem longe, ou vou acabar batendo em meu próprio corpo, quando ouvir que você me traiu com uma loira oxigenada, ou melhor, uma  vadia que deve ter uns 25 anos. – ela falou, bufei.

- Ah que saco Esme! Chega! Pare com isso! Você está sendo ridícula e infantil...

Eu estava completamente irritado, gritei com ela. Não devia ter feito isso, eu sabia que ia piorar tudo, só que eu não aguentava mais essa palhaçada. Ela virou para a janela, vi que minha caixa torácica subia de descia rapidamente com a respiração acelerada que Esme produzia. Suspirei novamente.

- Desculpe.. – Falei arrependido.

POV Esme

Não acredito que ainda me importo com o Carlisle! Que tipo de pessoa eu sou? Só pode ser aquela que gosta de sofrer bem muito, eu vi  o que ele fez. E agora ele fica gritando comigo. É um desgraçado, me trai e ainda me machuca com palavras me chamando de ridícula.

Eu fiquei magoada, mas ao mesmo tempo com muita raiva. Eram 20 anos que estavam em jogo. Sempre brigamos, mas ele nunca gritou comigo. Não reconhecia mais a homem que um dia cheguei a amar. Limpei minhas lagrimas. A quem eu quero enganar, Carlisle nunca será o homem que amei, sempre será o homem que amo. Mas é que suas atitudes estão tão sem sentido comigo.

- Desculpe... – ouvi minha própria voz falar.  Esse pedido de desculpas era pelo que? Virei-me  completamente decidida a lhe enfrentar.

- Desculpas? Pelo o que?

- Esme..

- Pela traição, ou será que é por anos  sendo segundo plano em sua vida? – Falei. Ele me olhou, minha cara de incrédula é incrível nunca pensei que fosse assim.

- Segundo plano! Esme você nunca foi segundo plano para mim. -  rebateu.

- Ah não, será mesmo Carlisle... Quantas noites  lhe esperei  pra ir ao cinema ou até mesmo jantar fora e você nunca tava em casa. Sempre no hospital! Quantas noites fiquei sem dormir, porque não tinha ninguém ao meu lado. Você esqueceu-se de mim e da Rosie...  – Falei o que tava pensando.

Ele engoliu em seco. Uma lagrima desceu de seus olhos.

- Quantas noites da minha vida eu virei dentro de um hospital para ter o leite da Rosalie, quantas noites chegava cansado do dia de trabalho, fazendo contas naquela fábrica, e depois de minhas aulas da faculdade. Olhava aquele cubículo que morávamos  e sentava numa cadeira e ia estudar até tarde... Por quantas noites chorei desesperado vendo que o dinheiro não iria dar. Vendo que eu tava perdendo o crescimento da minha filha, que mal ficava com vocês... Você pode me acusar de tudo, menos que coloquei as duas pessoas que mais amo nesse mundo em segundo plano. Ou melhor, se coloquei  foi para ter a vida que temos agora.

Ele terminou de falar, fechei os olhos. Nunca devia ter dito isso!  Eu sei o tanto que ele sofreu por isso, por essa omissão dele. Eu o magoei com minhas palavras.

- Carlisle.. Eu..  – tentei fala, mas ele me interrompeu.

- Esme.. eu não vi minha filha crescer direito. Você acha que isso não é frustrante para mim. Que quando me dei conta ela já estava com um gorila o chamando de namorado e que está grávida... Você acha que não me magoou toda essa ausência. – ele falou chorando dessa vez. Eu não aguentaria por muito tempo também. Sentei na cama perto dele.

- Carlisle.. – toquei em sua mão. Tentando lhe dar um pouco de conforto. – Carl.. – o chamei me olhou e limpou as lagrimas.

- Você foi um bom pai, só tá lembrando as coisas ruins. Eu  lembro de que você brincava com ela, ficava olhando ela dormir na madrugada, quando ela acordava você estava muito cansado para ir, mas depois quando eu ia me deitar sempre vi que você levantava e ficava lá fazendo carinho na nossa pequena.  – falei tentando lhe acalmar. Ele sorriu um pouquinho.

- Ela nunca me teve por inteiro, e quando teve já era muito grande. Não queria me contar as coisas, como tá namorando. Ou se gostava se algum garoto.. Eu perdi tudo isso. Sempre tive ciúmes de você por conta disso, você sempre esteve presente, eu não. – falou, simplesmente não aguentei. Limpei suas lagrimas.

POV Rosalie  

Eu não aguentava de tanta curiosidade mais. Meus pais estavam conversando por muito tempo, acho que estão se entendendo, pelo menos os gritos acabaram. Ai quero minha família logo do jeito que sempre foi.  Unida, do jeito dela. Mas sempre me sentir feliz com ela. Com toda a bagunça, as viagens que eram muito divertidas, principalmente as da Disney. Papai sempre me dava tudo que eu pedia. E me aproveitava bastante.

Sorrir, lembrar desses momentos era algo muito bom, confesso que sempre fui muito mimada. Mas sempre amei isso. Fico imaginando como será ser mãe, será que vou ser como a mamãe. Torço muito por isso. E quero o Emm bem presente na vida de nosso baby.

Olhei para ele:

- Tá mais calma? – perguntou preocupado. – Sim Emm, foi um imenso susto, agora está tudo muito bem. Só espero que eles parem com essa palhaçada. – falei, Emm sorriu e me abraçou.

Percebi que o Aro, meu sogro, ficava me olhando. Deus.

- Rosalie, não quero ser indelicado, mas seus pais estão mesmo bem? – ele perguntou. Oh, ele deve tá desse jeito porque o papai disse que era gay!

- Sim, eles estão bem.... Senhor Aro.. – falei. Meu Deus. Eu tenho certeza que meu pai não é gay. O que deu nele? Desvio de alguma coisa, não tem como ele ser gay e eu ouvir o que escuto quando vou dormir tarde às vezes.

- Eu quero pedir desculpas pelo o que meus pais falaram, é que eles tão em crise no casamento. E querem chamar a atenção nas coisas que cada um reclamou..

- Então seu pai, faz pouco sexo com sua mãe? – ele soltou. Eu fechei a boca, tentando concertar algo acabei lascando mais as coisas! Que boca Rosalie.

- Não, quer dizer. Acho que eles fazem muito. Sei lá, quero saber disso não. Só quero falar que o meu pai não é gay! – finalizei, o Emm começou a rir.. Que pergunta essa do meu sogro, tá louco meu pai é 1000 vezes  mais homem que ele. Enfim, chega de falar disso!

Virei às costas, Aro se deu por vencido. Fui bisbilhotar meus pais. Abrir a porta bem devagar, eles estavam tão lindos. Estavam sorrindo, papai tinha a mão perto do peito da mamãe, viu que eu falei que meu pai nunca seria gay! Finalmente, eles se entenderam, quase arrombei a porta de tanta felicidade.

POV Carlisle

- Ela nunca me teve por inteiro, e quando teve já era muito grande. Não queria me contar as coisas, como tá namorando. Ou se gostava se algum garoto.. Eu perdi tudo isso. Sempre tive ciúmes de você por conta disso, você sempre esteve presente, eu não. – falei, eu estava muito triste. Sempre tive vontade de falar isso para Esme, mas nunca quis estragar nada. Mas é a verdade eu sinto que minha relação com a Rosie não chegou aonde eu quero. Minhas lagrimas insistiam em cair. Mas não liguei, pude sentir meus dedos ásperos na pele de Esme. Mas ao mesmo tempo era um toque gostoso.

- Ei.. não chora. Desculpe-me. Eu só queria me referir em você não tá em casa nos ultimo 2 anos Carl.. eu conheço nossa luta. E não quero mudar ela. – Ela falou. Sorri.

- Algumas coisas podiam mudar sim. – falei, ela sorriu. – Perdoa-me? Não queria que você pensasse isso... – Ela complementou. Assenti, finalmente. As pazes.

- Eu também tenho ciúmes de você.. é que eu parei minha vida, larguei meu emprego, pra virar dona de casa e me senti durante muito tempo uma inútil que nunca podia te ajudar nas contas... E você é sempre tão bom no que faz. Um dos melhores médicos do país e um ótimo pai. Um grande homem. Desculpa por toda essa merda que falei, você não merece isso. – Ela falou, vi que meu rosto ficou vermelho. Ah Es, para... Você é linda até no meu corpo.

Ficou aquele silêncio constrangedor.

- Ei.. – a chamei, ela me olhou. – Eu sinto sua falta. – falei. Ela baixou o rosto. – Vamos parar com isso vai, acabamos de nos entender. – falei sorrindo, toquei em sua mão. Ela pareceu ponderar um pouco, por fim falou:

- Aos poucos? – ela disse sorrindo. – Você quer ser conquistada novamente? É isso.. – falei sorindo.

- Humm, todos os dias. – falou. – Volta para casa, vou cuidar de você. Afinal eu que te deixei assim. – Complementou. Sorri. Obrigado meu Deus.

- Até porque eu não aguento mais o Edward e sua sujeira. – ela falou, sorrir.

- Ok, então eu deixo você voltar para casa, afinal eu é que to morando lá. – falei  sorrindo, ela me deu língua.

- Eu vou ficar com o quarto principal e você com o de hospede – ela falou.

- Ei o que é isso! Onde está o seu cavalheirismo? – perguntei brincando.  Esme sorriu, acho que deu o sorriso que ela mais gosta em mim.

- Eu só estou no corpo de um homem, mas por dentro sou uma mulher. – Falou se levantando eu a segurei sorrindo.

- Me da um beijo.... – ela fez cara feia -  Como presente de aniversario, adorei o perfume, mas o beijo seria melhor. – eu pedi. Ela sorriu e me deu um beijo na testa.

- Ah Es, não to casado a 20 anos para pedir um BEIJO e ganha um beijinho na testa.- falei ela sorriu, revirou os olhos. E me deu um selinho rápido – Feliz aniversario. – Sussurrou. Sorri.

- Olha... Com isso tudo você já tem 60 % do meu perdão e de quebra voltou para casa. – ela falou. Oxe porque não tudo.

- E os outros 40? – perguntei.

- Não me esqueci daquela vadia pendurada no seu pescoço, você me deve explicações. – Esme falou, sorri. Peguei sua mão, quer dizer, a minha mão e coloquei perto do peito.

- Meu coração só bate pra você, nem você quebrando e sambando no meu vinil diminui Es. – falei e fechei meu olhos, ela começou a rir e me deu um beijo na testa.

- O que eu disse sobre beijos na testa?

- O que vai fazer sobre os 40 %... – sorrimos juntos como bobos. Vamos lá né. Reconquistar minha mulher e minha vida de volta. Eu tenho que contar sobre a “vadia pendurada no meu pescoço” ou ela nunca vai me perdoar, eu não fiz absolutamente nada. Agora coloca isso na cabeça ciumenta da minha esposa.

- Então... bem. Es..Você entendeu tudo errado. Na noite que brigamos, lembra..

- Sim, eu lembro. Você veio me falar que nos não íamos viajar. – ela falou irritada. Comecei a rir.

- Ei, não íamos viajar para PARIS! Eu tinha preparado uma surpresa de 20 anos de casado... Mas você começou a me chamar pra briga, ai eu briguei.. – falei, ela não tava acreditando.

- Carlisle.. você tá me enrolando. – ela falou rindo, eu comecei a rir.

- Meu Deus lógico que não... Eu comprei uma casa de praia. Te mostro o recibo e a escritura depois. – falei rindo, nossas mãos ainda estavam juntas.

- Eu quero ver! Carlisle se for mentira, começou muito mal os 40 % - falou, gargalhei.

- Eu vou é receber meu pedido de desculpas no exato instante que você ver. E trate de arrumar um lugar onde comprar o meu vinil  dos Beatles! – falei provocando-a. Até que a porta foi praticamente derrubada e a Rosie entra sorrindo.

- Owwn que lindo. Vocês voltaram!