Passam-se três meses desde aquele passeio ao sítio. Lorena está muito feliz, pois conseguiu abrir uma pequena loja de roupas não muito longe de casa, o que facilita e muito sua vida.

Tales continua no mesmo emprego, mas agora foi promovido e com isso tem um salário bem melhor que o anterior. Ele assessora Lorena nas contas da loja e eles vivem bem juntos.

Suzana e Renato começaram a namorar depois de quase dois meses se ficando e se conhecendo. Karina continua trabalhando, agora em um novo emprego e em breve irá morar sozinha. Não se prende a ninguém, apenas curte a vida.

Eles não se vêem com a mesma freqüência, mas mantém contato por telefone e internet, marcando de saírem algumas vezes.

O programa dessa vez seria o aniversário de Karina. Ela reuniria seus amigos mais próximos em uma balada no fim de semana seguinte.

Lorena temia não ir, pois passou mal durante a semana toda, mas não queria deixar a amiga chateada.

O fim de semana chega e Tales pergunta se Lorena quer mesmo ir.

 - Você ainda não está bem, tem certeza que quer ir?

 - Tenho, só pra Karina não ficar chateada.

 - Falamos com ela, explicamos que você não está bem, ela vai entender.

 - Tales, relaxa, dá pra ficar uma horinha pelo menos.

 - Você é muito teimosa! Mas ta bom, só uma hora, depois vamos embora.

Na hora marcada eles vão para a festa. Ficam um pouco na festa e conversam com alguns conhecidos, entre eles Suzana.

 - Nossa Lorena, você está pálida, ta tudo bem? – pergunta ela.

 - Essa semana não passei muito bem Sú, deve ser uma virose, logo passa.

 - Foi ao médico?

 - Não, eu não tinha ninguém pra deixar na loja enquanto eu estivesse fora.

 - Ah Lorena, a loja é sua, você podia ter fechado e ido.

 - Aí Sú, por favor, já basta o Tales me dando sermão. – diz mostrando nervoso.

 - Desculpa aí, só fiquei preocupada, mas tudo bem, vamos mudar de assunto ta bom?

 - Melhor. Como vai seu namoro?

 - Bem. O Renato é um fofo, completamente diferente do falecido.

 - Falecido?

 - É me refiro assim ao “você sabe quem”. Ele foi apenas algo que passou pela minha vida, mas graças a Deus não ficou.

 - To gostando de ver Suzana, isso mesmo!

Karina se aproxima e senta junto das amigas. Está cansada de tanto dançar.

 - Vocês não vão dançar não suas velhas! – diz brincando com Lorena e Suzana.

 - Daqui a pouco eu vou. – diz Suzana.

 - Cadê o Tales e o Renato? – pergunta Karina

 - Foram comprar algo pra gente beber. – responde Lorena com a cabeça baixa.

 - Tudo bem Lorena? – Você parece mal. – diz Karina.

 - Ela passou mal a semana toda Ka, veio só pra você não ficar triste. – fofoca Suzana.

 - Pô Lorena, se era assim era só ter me falado, de boa.

 - Eu to bem Ka, a Suzana e o Tales que são dois exagerados.

Nisso Tales e Renato chegam e deixam as bebidas na mesa. Tales nota que Lorena parece pior do que quando saíram de casa.

 - Amor, melhor a gente ir embora, você ta mal.

 - Eu to bem Tales, relaxa. – diz fraca.

 - Karina, a gente já vai ta? A Lorena não ta legal. – diz Tales.

 - Tudo bem gente, obrigada por terem vindo. Qualquer coisa me liguem ta? – diz se despedindo dos amigos.

Tales guia Lorena até a saída. Ela não oferece muita resistência agora. Já dentro do carro no caminho de casa Lorena fica com a cabeça baixa.

 - Hei, não fica com a cabeça assim, pode piorar. Encosta ela aí no banco - diz Tales.

Lorena faz o que ele diz e fica assim até chegarem em casa.

Ao chegarem Tales leva Lorena para o quarto, mas antes que ela deite na cama corre para o banheiro. Quando volta desaba na cama.

 - Você foi vomitar não foi? – pergunta Tales.

 - Fui, mas não saiu nada.

 - Claro que não, você não come nada desde ontem.

 - Amanhã eu vou estar melhor.

 - Não tenta me enrolar Lorena, não vou esperar até amanhã. Vamos ao hospital agora.

 - Tales, não precisa.

 - Fica quieta, você não ta podendo nem com você de tão fraca. Vamos ao hospital e agora. Você toma um soro e o médico passa algum remédio, se não você não vai melhorar nunca.

Como Lorena reconhece que Tales tem razão, aceita ir ao hospital. Depois de um chá de cadeira típico, até que não tão demorado devido ao plano de saúde, Lorena é atendida e medicada. Após tomar soro na veia e se sentir um pouco melhor, o médico lhe faz um receituário.

 - O que ela tem doutor? – pergunta Tales sentando ao lado dela, de frente para o médico.

 - Uma leve desidratação devido ao tempo que não come e o que consegue comer coloca pra fora. Mas o soro vai ajudar bastante e esses medicamentos também – diz entregando uma receita a Tales – Não é nada forte, podem ficar tranqüilos, não vai afetar o bêbe.

 - Bêbe? – dizem Tales e Lorena juntos.

 - Sim, a senhora está grávida – diz o médico olhando desconfiado para o casal. – Pensei que a senhora soubesse afinal esses sintomas são comuns no início da gestação.

 - Estou sabendo agora. – diz Lorena parecendo perdida.

 - Há quanto tempo a senhora não tem regras?- pergunta o médico fazendo algumas anotações.

 - Não sei ao certo, uns vinte dias, mas meu ciclo nunca foi regular.

 - Certo, vou pedir um exame de sangue agora só para confirmar, mas tenho certeza que a senhora está grávida. Por favor, me acompanhe.

Lorena vai com o médico e faz um exame de sangue. O resultado saíra dentro de uma hora, mas já que estão lá, ela e Tales resolvem esperar.

Durante a espera ela acaba pegando no sono no colo de Tales. Uma hora depois uma enfermeira a chama, avisando que o exame estava pronto. Tales levanta e vai pegar o papel. Olha para Lorena ainda com o envelope fechado.

 - Posso abrir? – pergunta ele.

 - Claro, não tem nem que perguntar.

Tales abre o envelope com certa ansiedade. Lorena pode ver os movimentos dos olhos dele enquanto lê.

 - E aí Tales, o que deu? – pergunta ansiosa.

 - Positivo amor – diz com um sorriso bobo – Vamos ter um bêbe!