Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 90
Cap. 90: Vanilla




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--- Lottie! –Sam, mais uma vez estava me acordando. 

  Para ser sincera, eu já estava cansada de tanto acordar em hospitais. Talvez fosse até melhor eu assinar um termo para que me deixassem quieta enquanto meu corpo entrava em estado de putrefação no meio dos cruzamentos por ai.

--- Sam... –Suspirei, secamente...

--- Eu sei, que você está muito contente em ver sua amiga aqui, pertinho de você nas horas mais difíceis. –Ela provocou.

  Sam estava com um sorrisinho no rosto que, me deixou espantada. Era um momento nada oportuno para ela ficar daquele jeito.

--- Eu acho que você está me irritando. –Eu disse, secamente.

--- Desculpe! –Ela deu quase um salto para perto de mim, colocando uma de suas mãos na boca num gesto recatado de mentira. –Você nem vai me perguntar porque eu estou tão não infeliz hoje, com todos estes grandes motivos para ficarmos extremamente melancólicos e suicidas? –Sam estava, novamente com o sorrisinho no rosto. E o pior, estava parecendo fazer uma maléfica interpretação minha.

--- Não. –Eu disse, numa voz baixa e tom desagradável. Semicerrei os olhos num gesto de ceticismo seco.

--- Então eu não vou dizer, está bem, sua intolerante. –Sam disse, com um tom de falso desdém.

--- Sam... me conte apenas o que aconteceu, sim? –Eu perguntei, tentando fazer ela contar só o necessário, pois eu já estava cansada de acordar em hospitais e queria ir para casa.

  O que teria acontecido desta vez? Será que meu opressor havia me drogado outra vez? Acho que isso é bem impossível, já que a maioria das desgraças já havia acontecido. Se ele realmente queria me ver sofrer, já estava conseguindo, mesmo sem ter feito nada, só pelo acidente de Peter. Bom, se é que eu ele não fez nada para que Peter ficasse neste estado deplorável. E as desgraças menores realmente cessaram depois que Pete estava naquele estado.

--- Se contar algo, terei de contar tudo. –Ela disse, ainda sorrindo.

--- Não, me conte só o motivo de eu estar aqui. Não quero saber de sua felicidade. –Eu virei o rosto para a janela, secamente.

--- Bom, você desmaiou, como sempre. –Ela disse, agora se fazendo de idiota para me dar motivos para exaltar–se e perguntá-la logo o que estava acontecendo que a deixava feliz.

--- Vanilla... –Eu falei, para mim mesma.

--- Vanilla? –Perguntou Sam, escutando meus devaneios.

--- Na verdade comi um doce de sabor baunilha. Vanilla é só o gênero de orquídeas das quais é tirada a essência da baunilha. Eu lembrei delas, porque lá fora tem um canteiro cheio delas. Isso é muito raro. Talvez tenham trazido mudas do México... –Eu disse, voltando ao meu passado de flores.

--- Ah... –Sam disse. –Quanta informação... 

--- Tenho certeza de que foi o doce. –Eu disse, certa daquilo. –Eu sou certamente intolerante a algo nele...

--- Não foi não. –Ela sorria, novamente.

--- Então o que foi? –Perguntei, envolvendo-a em sua própria teia.

--- Bom... você está numa situação delicada, Lottie. Não pode sair por ai nas ruas frias e escuras à noite sem pelo menos um casaco. E também não pode ficar tendo emoções fortes. É prejudicial a sua saúde. –Sam balançava o indicador perto de meu rosto e ria.

--- Do que, exatamente, você está falando, Sam? –Eu perguntei, incrédula. –Oh! Não, não me diga que bebeu? –Perguntei, séria, mas com uma pontada de sarcasmo. Eu sabia que Sam não estava bêbada.

--- Você sabe... não posso dizer porque estou feliz... então, não vai entender nada do que eu disser. –Ela gesticulava e saltitava pela sala com um sorriso irritante.

--- Ah... então vamos conversar sobre outra coisa. –Agora, eu estava me divertindo não deixando ela manifestar sua felicidade. Queria irritá-la. –Qual hospital o destino me levou para conhecer, agora? –Perguntei.

--- Está na organização... –Ela respondeu, sem entusiasmo. –Aliás, sua mãe está lá fora. Ela está preocupada com a sua situação.

--- Hum... que pena. –Eu disse, sem emoção.

--- Então... deve ter sido Norma que trouxe as Vanillas. –Eu disse.

--- Lottie... por favor? –Ela ainda insistia.

--- Não quero saber, Sam... eu quero continuar infeliz! Não compreende? –Eu falava sério.

--- Eu não quero saber! –Ela disse, respondendo a minha pergunta.

--- Ora, Sam Cale a –Fui interrompida.

--- E... se você também ficasse feliz com isso? –Ela perguntou, com aquele sorrisinho.

--- Não quero ficar feliz. Além disso, não há nada que diga que mude isso. A não ser que eu veja Peter bem, nada me fará sorrir novamente. –Eu disse.

--- Nem mesmo que veja alguém que seja fruto dele, assim, ficará feliz? –Sam sorria.

  Ela sorria como nunca antes. Parecia dizer: “Eu venci”. 

Meus olhos arregalaram-se e eu fiquei atônita, porém estática, imóvel.


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Notas finais do capítulo

Isso mesmo que estão pensando... Ou não...



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