Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 85
Cap. 85: útil e agradável.


Notas iniciais do capítulo

Aqui termina a onda de felicidade. :/



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--- Não vamos perder. –Frida disse.

--- Vão. Vão todos perder. –Angel dizia, enquanto ajeitava a sua moto. Tranquila, balançava seus longos cabelos, aparentemente apática.

--- Você é tão feroz assim, em cima de uma moto, Angel, que não teremos nenhuma chance de ultrapassá-la? –Perguntei, desafiadora.

  Meu ímpeto de fazê-lo, era concebido pelo tom de superioridade com que Angel se dirigia a todos nós.

  Ela ficou calada por alguns segundos. Após levantar seu tronco, que estava agachado, dando atenção a moto, e não a nós, ela sorriu, sarcasticamente, com o fundo de sua alma.

--- A velocidade, é tão excitante para mim, -Disse, em tom baixo, mas grave. –que, nem que vocês tivessem a mais veloz moto do mundo, alcançariam a minha vontade e ambição. Isso faz de mim, melhor... –Ela se calou, tranquilamente voltando aos seus afazeres com sua moto reluzente.

--- Hum... então, quer dizer, que a moto não importa? –Eu disse e, sem deixar tempo para que ela respondesse, peguei na moto, alisando-a. –Então, posso tocá-la...

--- Tire suas mãos. Por favor. –Ela rugiu, bravamente, mas com classe. – É uma GSX1300R, não vai querer que eu arranque suas mãos e as entalhe. –Ela falava sério, então, com meu senso de auto-preservação e de calma, tirei a mão de sua preciosa moto.

--- Angel, pode parar de ser tão agressiva? –Frida perguntou. –Por que sempre fica tão estressada com essas suas coisinhas? - Achei muito estranho que ela tivesse falado isso, mas com aquele clima de tensão que Angel gerou, era o mínimo que ela podia fazer

  De repente, Peter chegou perto de mim. Ele pareceu ser muito rápido, nem percebi que ele se movimentava. Ele fitava Angel, friamente.

--- Angel, sei que isso é importante para você, mas pare de ameaçá-la com esse tom. Sabe que não gostam muito de me ver interessado na morte de alguém. –Peter sorria.

  O tom dele era ao mesmo tempo sério, e ao mesmo tempo como se estivesse brincando com Angel, como se ela fosse sua irmã. Quem o olhasse, não perceberia que ele havia acabado de ameaçar Angel. Ele sorria para mim. Ao me olhar, depois de ter falado sério com Angel. Seu tom era normal. Parecia até tedioso. Era como se nem se incomodasse com a ameaça de Angel.

  Angel semi-cerrou o olhar, ergueu uma sobrancelha arqueada, e saiu de perto de nós, sem dizer nada.

--- Isso é sinistro. –Teddy chegava perto de nós. Ele continuava com seu sarcasmo inteligente e cômico. –Angel é muito desaforada quando se trata de suas maravilhas mecânicas. Assim como Frida com seus cães. –Frida franziu as sobrancelhas.

--- Mas também, se ela é assim com algumas motocicletas velhas, que tem em sua mansão, imagine com aquela GSX1300R de motor de 1.340cc de 4 cilindros em linha, 4 tempos. Que foi considerada a motocicleta em produção mais rápida do mundo, antes de limitarem, eletronicamente a velocidade dela. –Frida parecia conhecer muito sobre o assunto. –Esta maldita podia alcançar incríveis 310 km/h reais, antes de limitarem sua velocidade a 300 km/h...

--- Meu Deus. –Raramente as coisas me impressionavam. Ainda mais quando se tratava de algo que, até aqui, para mim parecia fútil, mas que, agora, era mais do que impressionante. –Que droga de velocidade gigante! –Eu disse. –Isso é perigoso...

--- É, é mesmo muito colossal. –Frida respondia.

--- Peter, não precisamos ganhar esta competição. –Eu disse, com medo em minha voz que deixava transparecer. –Então, você não vai correr nem a metade do que aquela moto da Angel pode, está me ouvindo.? –Perguntei.

--- Vou sim. –Ele disse. –Não quero perder. –Ele sorriu, vendo minha cara de surpresa.

--- O que disse? –Fingi não ter escutado.

--- Não podemos dar chances a ela, amor. –Peter em explicava. –Se não nos esforçarmos, seremos desclassificados. Esta corrida dá dinheiro para a organização. Ou você acha que Teddy faria isso só por diversão? Ele é um grande homem. –Peter batia as mãos com as de Teddy. –Ele sempre une o útil ao agradável. Tudo aqui, é um jogo de relações. Os grandes magnatas, apostam nesta corrida, não podemos nos deixar vencer, ou... –Ele passou a mão em seu pescoço e fez uma careta que ficava linda, nele. –Seremos punidos. –Ele riu. Talvez, a punição fosse algo leve. Preferi pensar assim.

--- Ah... que ódio. –Eu disse. Na verdade, queria dizer: “Tenho medo da morte, tenho medo de morrer no meio dessas corridas nada sanas e sem finalidades não fúteis.” Mas só consegui expressar assim.

--- Parece que terá que enfrentar seu medo, Charllottie. –Teddy disse.

--- Não quero morrer, sabe. Até que gosto de como as árvores ficam bem nas paisagens por aqui. Ah! E também adoro comer. – Eu disse, semi-cerrando os olhos e sorrindo, falsamente.

  Peter chegou perto de mim, envolveu seu braço em minha cintura e me fez virar-se para ele.
--- Não vai morrer. Não se preocupe. – Ele disse, sorrindo e depois me beijou. –Sabe quantas vezes, em vinte anos de corrida, Angel perdeu? – Peter perguntou. Ainda não sabia onde ele queria chegar. – Sete. – Ele disse.

--- Sabe para quemela perdeu? –Frida entrometeu-se na conversa. –Para Peter, três vezes e para mim e para Teddy, uma. – Ela estava arrogante. –E o resto distribui-se em alguns outros.

--- Oh, nossa... – Fingi, descaradamente, interesse.

--- É, Peter, não há, realmente nada que possamos fazer para colocar nessa cabeça de vento a importância desta corrida e a importância de vencer do falcão peregrino. – Frida revirou os olhos e ainda continuava com seu tom arrogante.

--- Falcão peregrino? –Eu ri, zombeteira.

--- Somos o falcão vermelho e a andorinha dourada. –Frida disse, se referindo a ela e Teddy, sem dar importância alguma ao meu desprezo quanto aquelas nomenclaturas ridículas.

--- Sou o corvo albino. – Peter riu de sua própria nomenclatura. –É assim que eles nos chamam. –Apontou para a platéia de porcos gananciosos por brincar de adivinha com seus bonequinhos de vudú. 

--- Corvo albino? – Eu perguntei. – Mas... isso é bastante contraditório. Porque te chamam assim, meu amor? –Perguntei.

--- Sou louro e uso quase sempre preto. Mesmo que a corrida seja de outras cores, minha calça é preta, quase sempre, ou a jaqueta... então... acabaram por me chamar assim. – Ele suspirava por tanta futilidade.

--- Vamos? –Frida perguntou. –Já está na hora. 

  A menina correu, como se fosse voar. Ela deu quase um salto, rápido para sentar-se na moto. Teddy então, a acompanhou. Angel chegou um pouco perto de nós e sentou-se na sua moto, ainda com uma cara amarrada. Peter sentou-se e me chamou. Sentei-me na moto e me agarrei a ele, como nunca antes. Eu estava apreensiva.

--- Sabe que não deixarei que aconteça nada, não é mesmo, Charllottie? –Peter perguntou, na verdade, ele queria dizer: “Sabe que deve confiar em mim, não é?”

  Ele sorriu. Foi uma pontada no meu coração. Um medo de perder aquilo. Aquele sorriso.

  Mas era bobagem.

--- Sim. –Consegui responder, fracamente.

--- Calma. –Foi tudo que ele conseguiu dizer, antes de baixar seu capacete preto reluzente e de ouvirmos o tiro que indicava o começo da corrida.


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Notas finais do capítulo

"Ele sorriu. Foi uma pontada no meu coração. Um medo de perder aquilo. Aquele sorriso.
Mas era bobagem."



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