Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 36
Cap.36: Peter e Charllottie.




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Fiquei por três horas esperando que a emergência vagasse para ir falar com os médicos. As vezes não imaginamos porque se precisa tanto de médicos em um lugar como aquele, mas sim, eles estão sempre feridos. Nos demais sentidos.


--- Doutor, como Peter está? O que ele tem? -Reconheci aquele homem de algum lugar.

Mas ele estava tão barbado e cabeludo que talvez fosse só a minha imaginação.

--- Ele teve uma overdose leve. Ele ficará bem daqui a uns três dias. Não se preocupe, ele não é um viciado -O médico disse ao ver meu espanto. -Só... tomou remédios demais para enfermidades demais. -Ele sorriu.

--- Overdose... –Murmurei para si mesma. –Que droga, Peter.

--- E ai, Lottie? –Sam chegou correndo ofegante. Quando Peter foi na maca, eu estava correndo e Sam ficou lá, paralisada, então não deu muito tempo de ela me acompanhar.

--- Bom... ele... não tem nada demais. –Disse eu, omitindo o pior.

--- Se não quer me contar, tudo bem, prefiro não saber se é tão ruim assim -Sam descobriu minha mentira, eu estava mesmo sem meu sangue frio.

  Talvez eu estivesse tomando café demais ultimamente. O ócio estava mesmo me matando.

 Entrei no quarto de hospital que o médico me indicou. Olhei para Peter e ele parecia saber que eu estava ali e ficou a olhar para o lado. Talvez não quisesse olhar para mim.

--- Peter, olhe para mim-Disse, secamente.

  Ele olhou para a frente com uma cara emburrada.

--- Ei, Peter, o que foi fazer?-Eu fitei o chão.

--- Está surpresa? -Ele me perguntou, amargamente. -Eu... só não queria sentir dor.

--- Peter esse não é o melhor jeito. -Você foi quem me disse.

--- Eu não sigo o que eu falo. Só serve para os que estão ao meu redor. –Ele disse, emburrado.

--- Pare com isso. -Eu quase gritei.

--- Parar com o que? –Peter estava me irritando.

--- Bom, de qualquer jeito, eu só... vim para dizer para você a minha decisão.

--- Ah... sim... Diga, Charllottie. -Ele estava mais brando agora.

--- Eu não vou ficar mais aqui. Vou voltar e sem você. Vou deixar as coisas assim como você está querendo. Eu... não posso ficar aqui e te ver sofrer quando você sempre esteve me fazendo bem. Quero aceitar a sua decisão de não sof -Fui interrompida.

--- Não, Charllottie. -Peter lançou-me um olhar sôfrego. -Não quero mais que você fique longe. Não quero mais ficar longe. Fique. Eu sofrerei mais quando você for embora. -Ele me olhou seriamente.

--- Peter... eu não sei o que dizer. -Como sempre, eu não sabia o que dizer. Que droga.

--- Fique.

--- Porque? Você... -Perguntei.

--- Eu amo você. -Peter não me olhava. Ele apenas tinha as sobrancelhas franzidas e olhava a janela a sua frente. Aliás, estava um lindo dia.

Fiquei corada.

--- Ah, e sofre por isso. Não poss -Fui novamente interrompida.

--- O coração das pessoas pode não ser perpétuo nos sentimentos. Há coisas que destroem e que constroem sentimentos nos corações. O seu não pode ser diferente Charllottie. Porque eu não poderia mudar seus sentimentos? Eu posso ter aquilo que constrói e não aquilo que destrói. Sinto que você, como eu, é mutável mais do que imagina. -Peter disse tudo isso olhando para suas mãos como se estivesse um pouco tímido. Mas depois me olhou para ver minha reação.

Fiquei olhando para ele assustada.

--- Peter eu... -Comecei a gargalhar. Eu não estava tentando constranger ele e muito menos estava zombando.

  Aquilo tudo era o que eu realmente achava. Mas achava que a decisão dele era a de mandar ir embora achando que assim seria melhor.

--- Do que... você está rindo? -Peter olhava para o lado com uma cara de constrangimento e irritação.

--- Me... desculpe! –Eu repeti entre risos. -É que... foi tão profundo e na verdade era isso tudo o que eu também estava pensando. Ainda bem que você disse. Eu... não ia ter coragem para dizer.

--- Há há. Engraçadinha. Quer dizer que foi piegas. -Ele sorriu. Peter nunca sorria. Acho que estávamos fazendo um progresso com aquela alma obscura dele.

 Era um sorriso tão lindo como eu nunca havia visto antes.

--- Peter... eu ficarei. Mas, vou te avisar. Nunca poderei prometer que me apaixonarei por você. E nunca saberemos se meu coração é comum. Posso ser uma aberração... -Ri.

--- Tola... -Peter disse, agora com sua máscara presunçosa.

  Eu sabia que por trás de tudo, seu coração era imenso, porém ele era melancólico e solitário e as coisas que o atingiram no passado eram muito intrínsecas e dolorosas para serem superadas mesmo com o amor tão grande que ele preferia esconder.

--- É, o que seria dos sábios sem os tolos para colocar a prova suas sabedorias? -Eu pisquei.

--- É, você me convenceu, sábia. -Ele disse, sarcasticamente.

--- Peter... eu não sei se...

--- Não se preocupe, Charllottie, continuarei sendo o seu Peter de sempre. Para sempre. -Peter disse, seriamente.

--- Eu... gosto muito de você, Peter. Acredite, nada me faria sofrer mais do que te ver sofrer. -Eu disse.

--- Ah... -Peter foi interrompido por Sam que abriu a porta bruscamente.

--- Angel quer que nós voltemos, Lottie, já são dez horas da noite.

--- Adeus, Peter. Eu... venho te visitar amanhã. -Eu disse, enquanto Sam quase me puxava porta a fora.

--- Provavelmente nem estarei aqui! –Ele gritou


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