Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 120
Cap. 120: Nascer da alvorada.


Notas iniciais do capítulo

O presente de aniversário antecipado da Charllottie.



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Dia 22 de Dezembro. Aquilo era um presente de aniversário antecipado.

  Cai de joelhos na grama e depois me sentei. A dor era quase insuportável. “Oh, meu Deus, o que eu faço?” pensei.

   Andar até lá será  impossível. Nunca conseguiria.

  No meio da grama...

  “Será aqui mesmo, onde o vento corre solto”, pensei. Foi então que me lembrei de meus bolsos. Meu vestido que havia usado  naquela  ocasião. Na ocasião de quase morte. Lembrei-me que eu havia colocado algo dentro dele que seria a minha esperança. Afinal, nem havia usado a tal coisa. E também não mexi mais no vestido que ficou imóvel em meu  closet  desde então.

  A única coisa que poderia se tivesse sorte, ajudar-me naquele momento era o que estava dentro de meus bolsos. Não poderia esperar grande coisa, mas talvez me desse alguma idéia do que fazer.

  Oh, como eu  pedia  para os céus que aquilo me desse uma idéia. Ou que fosse  aquilo  mesmo a saída. Enfiei a mão no bolso dificultosamente com os dentes cerrados segurando a dor. Fiquei surpresa quando minha mão agarrou algo fino e pontudo. Era a  caneta.  A caneta que Peter me dera. Oh, eu estava  salva

  Glória, pensei, atônita. As contrações aumentavam. Puxei a caneta rápido e apertei o botão de abri-la. Teclei a discagem rápida de Peter e ele atendeu, imediatamente.

--- Pete, Kurt... Está nascendo. Estou perto do portão de entrada. –Falei, ofegantemente. As palavras mal saiam de minha boca. –Pete... Ahh! –Gritei. 

  Finalizei a chamada afim de não preocupá-lo tanto. Ele ia ficar simplesmente louco depois do meu grito...  Coitado.  Mulheres tinham filhos ao ar livre, afinal. Não que eu o quisesse, mas, se fosse preciso, não me oporia. Só que não havia ninguém para  pegar  Kurt. Isso me preocupava.

  As dores estavam tirando meu fôlego e forças aos poucos. Senti então um líquido escorrer por minhas pernas e molhar todo o vestido.

--- Droga. –Murmurei.

  E as dores continuavam. Perdia as esperanças, então. 

--- Charllottie! –Ouvi, ao longe.

  Era Peter. Ele vinha correndo e gritando. Sua voz era rouca, quase desesperada. 

--- Pete! –Gritei, numa lamúria alta. Mas minha voz ficava cada vez mais fraca. E os gritos foram virando sussurros. –Pete...

--- Lottie. –Ele chegou perto de mim, finalmente. 

--- Vamos... –Eu murmurei.

  Peter pegou-me nos braços, abruptamente. Correu comigo nos braços e enfiou-me na limusine. 

  Minha cabeça estava em seu peito. Minhas mãos pequenas, escondidas pelas suas que quase as apertavam com força de tanta sofreguidão.

--- Calma. –Disse eu, em murmúrios, com as sobrancelhas franzidas de dor e tormenta. –É preciso ter calma. –Sorri, forçadamente.

--- Obrigado. –Peter disse, gentilmente e beijou a minha testa.

  O carro parou em frente à clínica da organização. Na verdade, era a mais próxima sede dali. Se fossemos na matriz, demoraria muito.

--- Rápido, tragam o doutor Hayate! –Um enfermeiro que me levava na maca gritou.

  Eu já estava meio tonta. A dor estava quase me entorpecendo. Mas eu não podia ficar inconsciente.  Por Kurt. 

--- Agüente, Lottie. –Disse Peter, nervoso. Sua testa vincada de rugas.
--- Não quero...Ver seu rosto lindo  assim,  Pete. –Eu disse,  acabada. Eu era fraca...

  Cada pedaço meu parecia pesar mais cem quilos. Minha respiração estava quase impossível. Meus olhos começavam a fechar. Mas eu não queria fechá-los. Eu queria ver Peter. Queria muito vê-lo  feliz.  Eu não ia deixar que ele me perdesse e perdesse Kurt. De uma vez só. Ele não suportaria  sozinho.  Mas eu estava, de fato, me esvaindo. Eu sentia uma fraqueza enorme.  

--- Peter... –Apertei sua mão. Queria lembrá-lo de que ainda estava ali.

--- Lottie, você  vai  agüentar! –Peter quase gritava, enquanto a maca estava entrando na sala do médico.

  Eu o olhava, já quase sem forças. Mas eu ainda tinha um resto. O resto seria de Peter e de Kurt. Quanto a minha vida, ela já não mais me importava. A única coisa na qual meus pensamentos mais lógicos e calculados estavam fixados, era em  fazer força.  Mesmo que meu débil corpo já quisesse dizer  adeus  e abandonar-me. Não sabia se estava a ponto de morrer. Mas meu subconsciente dizia que meu corpo estava em colapso. A fraqueza era maior do que eu podia imaginar. Eu havia ficado muito fraca, depois dos acontecimentos. Estava acabando de me recuperar quando Kurt quis vir.

--- Força! –O médico aturdido e urgente gritava a mim. –Força, garota!
Força. Força!

Força.

--- Aaaaaah! –Um grito esganiçado arrastou-se pela minha garganta.

  Depois, tudo que ouvi foi um berro e então meus pensamentos sumiram.


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