Na Escola Aprendi a Amar 2 Temporada escrita por nafrancine


Capítulo 12
Só quero que saiba que eu estarei aqui, esperando


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, peço desculpa por não ter aviso que este seria o último capitulo da fic! Desculpaaa :x
Espero ter atendido as expectativas de todos e que um dia eu consiga voltar e fazer uma terceira. Ultimamente estou sem muita imaginação para esta história e sem tempo tambémm. Mas prometo a vocês que um dia eu volto e aviso todos que a terceira temporada estará começando.
Esse capítulo eu dedico a todas as meninas que sempre tem um amor que fazem seus corações doerem, mas acreditem que no final tudo fica bem, não importa como. O amor é uma roda gigante, não tem fim, mas tem seus altos e baixos.



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   Ótimo, hoje as aulas retornam e estou cagando de medo pra ser bem sincero. Caramba estou acabado ou o cara que esta atrás deste espelho não sou eu... Aff, tanto faz. Hum, já são 6:30 mais dez minutos e vou para o colégio. Será que ela vai estar lá? Será que ela vai falar comigo? O que pode acontecer? Putz! Vou ver o pessoal, vão encher o meu saco estou até vendo. Fiquei sem falar com o povo as férias inteiras, ignorei um monte de colegas e hoje é dia de dar satisfação pra todo mundo.... Mas quer sabe? Foda-se todos eles, se é pra tirar a minha paciência logo hoje to legal.

- Vamos Leandro?

- Vamos sim mãe... – Pego minha mochila e o boné.

- Você esta bem? – Ela me pergunta levantando meu boné que até então eu havia colocado baixo para tampar meu rosto.

- To sim mãe, to suave. – Abaixo o boné de novo.

- Não sei, mas estou achando você estranho Le. – Ouço sua desconfiança.

- Ah mãe não tem nada não.

- Hum, se você esta dizendo... Só não vai se meter com drogas tá o “mano”. – Isso foi uma piada?

- HAHA, super funny mãe. – Faço cara de AFF pra ela. Percebo uma risada abafada.

   Sem perder meu tempo dando atenção a essas piadinhas da minha mãe vou concentrar meu foco na escola. Hoje eu vou tomar alguma atitude, pelo amor. Não posso esperar a vida inteira por alguma novidade da Fernanda. Se ela quis se vingar de mim (coisa que acho impossível, mas vai saber) com certeza ela conseguiu. Estou louca de ansiedade em saber o que se passa naquela cabecinha tão linda... – Suspiro. – Será que ela vai gostar da minha decisão? To com medo dela vir com aquele papinho furado que meninas tem mania de falar “Ai não quero estragar a sua vida, você vai encontrar outra menina que saiba te dar valor, bla bla bla.” Tão típico, não vou querer ser mais um cara a cair nessa farsa... Já determinei a minha vida e vai ser ao lado dessa garota, CQC!

   Que interessante o tempo esta ficando bonito hoje. – Observo o céu. – Tudo indica que o Sol vai surgir forte e rigoroso como sempre, isso vai ser bom pra mim, aah com certeza vai.

- Hey, Leandro? Filho? – Sinto uns chacoalhes.

- Hãn?... Que foi mãe?

- Já chegamos filho, eu ein... Você tá virado pra Lua hoje. – Vejo sua careta estranhando-me.

- Hoje É um dia estranho pra mim mãe.

- Imagino que seja.

- To indo nessa, beijos. – Deposito um beijo em sua bochecha.

- Tchau bebe da mamãe, qualquer coisa me liga?

- Que? – Faço uma cara de quem não entendeu nada.

- Ué, você ainda é meu bebe, ou acha que só por que esta com alguns probleminhas e tá ficando mocinho vai deixar de ser?

- Receio que sim... – Respondo com a típica careta de desconfiado.

- Casado, com filhos e com dívidas você ainda será meu filhinho. Agora vá para a escola que já esta ficando tarde. – Levo um susto ao sentir o vidro do carro se levantar. Faço um jóia pra minha mãe agradecendo a consideração. Vejo-a acenar para mim e partir no seu carro Fox preto.

   De frente para o portão azul marinho da escola respiro profundamente. Olho para o lado esquerdo e me vem a memória a lembrança de alguns meses atrás quando fiz toda aquela loucura de amor pra conquistar de vez a minha princesa... É, aquele dia eu devia estar muito louco. – Sorrio. – Então, chegou a hora. – Subo as escadas e cruzo o pátio. Esbarro com alguns rostos familiares e cumprimento alguns colegas. Chego a minha sala e lá estão, todos que eu um dia considerei serem meus grandes amigos, mas que na real eram só alguns interesseiros.

- Eaaaaaai Leandro, cara você sumiu nessas férias, tentei te procurar de todo o jeito. Putz velho, você perdeu muitas festas. – Carlinhos aparece de repente ao meu lado me abraçando e dando alguns tapinhas em meu peito. – Por que não retornou os meus telefonemas? Te procurei em tudo quanto é lugar, até no Orkut, mas você deletou a conta, por que? Só quero que você saiba que eu não levei a mal aquele dia no lual lá beleza? Não foi culpa sua.

- Ow ow ow, calma ai Carlinhos, eu sou só um. – Freio o seu questionário repentino.

- Foi mals.

- Sei que não pedi desculpas pra você depois daquele acidente, foi mal mano.

- Pega nada não, relaxa. Mas por que sumiu?

- Não estava legal e nem afim de fazer nada nessas férias. – Respondo com desdém.

- Porra, essa menina ai transformou você em um mané. Olha só pra tua cara, todo acabado. Tu tá precisando de uma festinha isso sim.

- Sabe do que eu to precisando? De paz! Vaza daqui Carlinhos, não to procurando dor de cabeça hoje não. Se não quiser levar outro soco igual aquele dia melhor nem falar comigo hoje. – Falo olhando seriamente pra ele. Vejo a expressão de surpresa surgir em seu rosto.

- Se é assim... – Ele se retira olhando pra mim confuso.

- E vocês tão olhando o que? – Falo olhando para os curiosos ao meu redor olhando-me com espanto.

- Nada... Nada... – Alguns resmungam e fingem fazer outras coisas.

   É, comecei bem o dia. Ninguém vai encher a minha paciência por um booooom tempo. Que bom. Putz, que aula é hoje mesmo? – Olho em meu caderno. – Aff, história. Algo inútil para a minha vida. Nomes que nunca mais vou lembrar, fatos que não mudam nada no meu cotidiano. Se a Fernanda pegasse esses meus pensamentos com certeza ela me daria o maior sermão. – Sorrio ao imaginar a cena. – O intervalo tem que chegar logo, esperar é a pior parte. Mas agora sou paciente e sei esperar. - Aiii... – Resmungo ao sentir uma coisa acertar a minha cabeça. Olho pros lados e depois pro chão e vejo uma bolinha de papel. “Oii Le, é a Camila.” Ao ver de quem se tratava a procuro na sala. Lá estava. Retribuo o aceno que ela fez, mas sem a maior vontade de fazer. Percebo que ela pede para eu responder, afirmo com a cabeça. “O que você quer?” Escrevo e jogo de volta sem que o professor veja. Espero alguns minutos e a bolinha de papel retorna. “Queria te dizer que esta super gatinho, rsss...” Olho pra ela na intenção de dizer “Você é retardada?”, mas acho que ela não entendeu. “Valeu.” Escrevo de qualquer jeito e retorno a bolinha. Não sei por que, mas a aula de história de repente ficou interessante. De novo, ai Deus. “Uma pena você ter ido embora tão rápido da minha festa, eu queria te contar um segredo...” Como se isso fosse super interessante pra mim. Não vejo a hora desse ano acabar e ir embora com o meu amor para bem longe daqui. Antes eu já achava tudo isso esquisito, mas aceitava. Hoje parece que meu cérebro foi destampado, vejo tudo isso de um jeito diferente. Não quero ser mais um mané, que não tem vontade de ser alguém interessante, quero ser grande, quero fazer algo maneiro pro mundo. Simplesmente quero fazer a diferença.

- Psiiiiu. – Escuto e olho para o lado. Camila me aponta o dedo na intenção de pedir que eu responda o papel. Afirmo com a cabeça. “Ah é? Ainda bem que eu fui então.” – Sorrio para mim mesmo. – Jogo a bolinha com força e consigo atingir bem no rosto dela. Percebo sua expressão de susto e vejo os olhos se arregalarem. Ela me sinaliza aquele típico “Você esta louco?” Fazendo círculos com o dedo indicador. Faço um sorriso malandro e a ignoro. Caramba, como a história trás tantos fatos macabros que nem parece verdade. Se for parar pra pensar conquistamos tantas coisas hoje, mas por alguma razão agora esta sendo distorcido. Os jovens lutaram tanto pra ter sua liberdade, tantos morreram na época da ditadura e o que temos hoje? – Olho para a sala e vejo pessoas alienadas, idiotas, tão panacas que não sabem a diferença entre o sal grosso e açúcar em cubos. Ok, péssima comparação, mas não veio nada melhor. Mas não posso julgá-los, afinal eu também era assim... Eu sabia, desde o momento em que meus olhos encontraram com os dela tudo mudaria. Levou certo tempo até eu descobrir o que se passava comigo quando a via em algum lugar da escola. O coração disparado, meu punho cerrando-se sozinho e como nesses curtos momentos minha atenção era direcionada somente para ela. Um dia, por coincidência um colega, o único colega que eu achava legal e que se mudou, começou a falar sobre gostar de garotas. 

Feedback

- Hoje em dia tá foda achar alguma menina daora pra namorar, levar a sério. Veja só – Ele dizia apontando para as piriguetes que passavam. – Todas praticamente dadas! Não se valorizam mais, esse papinho de ganharem os mesmos direitos que homem foi uma merda pra sociedade, agora elas acham que é bonito serem putas. – Ele falava com a maior indignação. E foi ai que eu percebi que Fernanda não era como as outras. Nunca a vi assanhada com algum moleque do colégio, sempre estava com livros nas mãos e a maior parte do tempo sozinha. O seu olhar sempre mostrou respeito, serenidade, uma segurança que confesso, me dava medo. E depois dessa conversa acabei confessando a ele o que eu havia descoberto.

- É Thiago, você tá certo mano. Essas meninas ai tão com nada, mas ai você acabou de me clarear uma coisa.

- O que?

- Faz um tempo que eu ando ficando meio esquisito por causa de uma menina.

- E quem é ela Leandro?

- Ela é do segundo ano também, só que daquela sala que ficou isolada lá no outro corredor junto com os pivetes do primeiro ano, sabe?

- Aham.

- Então, ela é dessa sala e ainda não descobri o nome dela.

- Me mostra quem ela é que faço esse favor pra você, mas o que você descobriu mesmo? – Ele riu nessa hora por estar querendo me ajudar e nem sabia o que estava rolando.

- KKKKK Só você mesmo... Então, acho que eu to gostando dessa garota. – Digo sentindo uma sensação de alivio.

- Sério? Nunca vi você ficar interessado por ninguém, como isso aconteceu? – Ele me pergunta interessado.

- Sei lá, um dia desses estava encostado ali na quadra com os outros meninos e a vi passar. Enquanto eu olhava ela passar fui pego de surpresa porque ela me olhou, e foi bem nos olhos, caralho Thiago, tu tinha que ter sentido o que eu senti. Foi como se a gente estivesse naqueles nossos jogos de videogame, numa missão e estamos observando o alvo e do nada somos acertados por um tiro. O olhar dela deu um tiro em mim e tipo, depois disso, fiquei louco por ela. – Enquanto eu ia explicando a ele sobre o que rolou sua cara mudava de expressão toda hora. Surpreso, desconfiado, tentando imaginar, queria dar risada. Até eu não botava fé no que estava falando.

- Meeu, que história ein Leandro, tu não tá gostando dessa menina você já esta apaixonado por ela! Caraaaaaio...

- Pois é, agora não tenho a menor ideia do que fazer.

- Como eu disse me mostra ela depois que eu dou um jeito de descobrir o seu nome. Mas vê se não vai ficar parado feito estátua sem dar nenhuma iniciativa ein. – Recebo uns tapinhas no ombro.

Fim do feedback

   É relembrar esse dia me da mais coragem pra reconquistar Fernanda. Caramba, não é um sentimento passageiro é amor pra valer, tenho certeza disso.

- Leandrooo!!! – Escuto alguém falar meu insistentemente. Olho para ver quem é e descubro ser o professor.

- Ahn, sim professor?

- Você poderia repetir o que eu acabei de explicar?

- Não. – Respondo na maior cara de pau.

- Então vamos prestar mais atenção na aula? – Concordo com a cabeça.

   Com certeza pensar em Fernanda é bem melhor do que prestar atenção em você. Sinto um cutucão no meu ombro e olho para trás.

- Que foi?

- Tó, a Camila pediu pra te dar. – Pego um pedaço de papel.

   “Estou louca pra te dar uns beijos, vamos nos ver depois da aula?” Ah, só pode ser sacanagem comigo mesmo. Nem vou perder meu tempo olhando pra cara dessa menina escrota e muito menos responder o seu bilhete. Caralho, bem que o Thiago tinha razão mesmo. Amasso o papel e levanto para jogá-lo no lixo. Aproveito e peço para o professor permissão para ir ao banheiro.

- Vai lá Leandro e aproveita pra passar uma água no rosto, você deve estar com sono ainda. – Ele tentou ser engraçado? Foi isso que eu entendi? HAHA, que escola de loucos.

   Caminho pelo corredor e passo olhando dentro das salas. Observo por um momento as paredes do colégio, caramba, elas são cinza. Não tinha cor melhor para pintar? Isso aqui parece um presídio. E esse portão aqui na saída do corredor? Se algum maluco viesse aqui para nos fazer de reféns seria muito fácil. Trancava esses portões impedindo a saída dos alunos dessa parte da escola e já era. Ai ai... Ué, mas o que é aquilo ali? – Vejo alguns alunos montarem os instrumentos de música da escola e ajustar os microfones no pátio. - Será que vai haver alguma apresentação hoje e não nos avisaram de nada? – Dou de ombros. – Tanto faz, só quero que o intervalo chegue logo para falar com Nanda. – Paro no bebedouro e aperto o botão. Aprecio a água gelada e logo me direciono para o banheiro. Pato diante do espelho. – Realmente, estou com uma cara de bunda sem igual. – Sorrio e jogo um pouco de água no rosto. Apanho uma toalha e seco o rosto. Retorno para a minha sala.

   Entro na sala sem dar atenção aos olhares que me perseguem. Sento na minha carteira e finjo estar prestando atenção. Olho para o relógio e fico feliz, faltam 10 minutos para dar o intervalo.

- Então é só isso por hoje pessoal. Para a próxima aula eu vou querer que vocês leiam o texto da página 55 e tragam dúvidas.

- Tá boom. – Algumas vozes respondem.

   Bom, é isso ai. Esta quase na hora. Só esperar o professor fazer chamada e o sino tocar e vou correndo pra sala da Fernanda. – Cruzo os dedos. – Espero que ela esteja lá. Ei, o que é isso? – Escuto barulho de música, uma voz falando “Testando, testando.”

- Ow, o que é isso? – Um garoto do outro lado da sala pergunta pra alguém.

- Professor vai ter alguma coisa hoje que não sabemos?

- Pra mim não passaram nenhuma informação. – Ele responde sem olhar pra quem fez a pergunta.

- Vish, eu conheço esse som ein. – Olho para a menina que comentou. – Parece a melodia da música I Will Be, da Avril não parece Lana?

   I will be? Esse nome não é estranho… Onde será que eu já ouvi falar? – Penso. – Odeio não lembrar uma coisa. “Atenção todos os alunos queiram por gentileza comparecer ao pátio.” Uma voz feminina surge um pouco ecoada assustando todo mundo. Vejo a movimentação surgir e todos quererem sair correndo.

- Pera ai todo mundo ainda não terminei a chamada. Assim que terminar vocês podem sair. – Como era de se esperar todo mundo resmunga e retornam para seus lugares. Que bom que nem me movi.

   Passasse uns minutos e o professor nos libera. Agora é a hora de eu procurar ela, se a conheço bem com certeza vai ficar num lugar bem afastada escondida de todo mundo. – Saio da sala e tento passar por todos, nunca havia notado como esse colégio tinha aluno. Enfim chego ao pátio e já focalizo meu olhar para os cantos mais afastados e com poucas pessoas. – Merda, aonde ela esta? Com tanta gente assim vai ser complicado localizá-la. – Sou empurrado sem querer.

- Foi mal ai. – O sujeito se desculpa e eu finjo não escutar. Continuo a passar pelo povo e finalmente saio da aglomeração. Depois do pátio tem um espaço aberto e a quadra, entre esses dois eu paro e continuo procurando por ela. – Mas e se ela não estiver interessada em saber o que é isso e tiver ido pro seu lugar favorito? Bingo! É pra lá que eu vou.

   Rapidamente vou para trás do bloco de salas passando pela quadra e viro à direita. Na esperança de vê-la sentada no banco ao virar vejo que não há ninguém aqui. Cabisbaixo, sento-me no banco e paro pra pensar um pouco. Foda que nem isso eu posso já que a mesma voz que pediu a presença de todos volta a se dirigir ao microfone.

“Atenção alunos, peço a gentileza novamente de que se localizarem o aluno Leandro do segundo B que o traga aqui para frente.” Pera aí? Ela quer que eu esteja lá, mas por que...? FERNANDA! Levanto rapidamente e corro para o pátio. Agora cortando caminho entre os dois blocos de sala, desviando-me de algumas árvores, entrando no corredor que dá acesso ao outro corredor e indo para o pátio.

- Ali está ele, correndo, olha! Vem pra cá Leandro! – Escuto as meninas da minha sala me chamarem.

- O que tá acontecendo? – Pergunto eufórico.

- É pra você ficar aqui na frente de todo mundo.

- Pra que? – Pergunto confuso, procurando por ela.

- Não sei, mas vai logo que a gente quer descobrir.

   Sem parar pra pensar fico adiante de todos, de cara com a “banda” misteriosa. Ah, agora eu sei quem estava falando, a Joyce do segundo C. Só sei que é ela porque o Carlinhos teve a moral de ficar com ela ano passado. – Dou umas risadas disfarçadas e volto a prestar atenção no que ela falará.

- Ah Leandro você esta ai! – Faço um jóia tentando não chamar muita atenção. – Beleza, tudo pronto ai gente? – Ela pergunta pros meninos que estão terminando de ajeitar os instrumentos. Depois de uns segundos eles concordam. – Perfeito. Então podemos começar...

   E assim a menina volta para o seu lugar e pega o violão que estava sobrando. Uma melodia começa a tocar, mas ninguém parece que vai cantar ali. Continuo a prestar atenção e tentar identificar a música. Caramba, como é difícil. E de repente uma voz, calma, determinada e muito, mas muito familiar começa a fazer um “Huuum” para iniciar a letra. E da salinha de música atrás da banda surge ela, Fernanda. Radiante como o Sol, mais linda do que tudo que já vi nesse mundo. Meu coração só falta explodir aqui no peito, mal posso acreditar.

   Espantado, assustado, com os olhos arregalados, minha boca se abre sozinha, mas palavra nenhuma consegue sair. Seus olhos estão colados no meu, um tiroteio esta me acertando, mas não sinto dor, não sinto medo, sinto tudo aquilo que desejei sentir por essa garota meses atrás. E ela começa a cantar...

Não há nada que eu possa dizer para você
Nada que eu poderia fazer para te fazer enxergar
O que você significa para mim

Ela esta cantando em português? Mas ela sabe tão bem inglês por que faria isso? – Mesmo pensando isso não consigo conter o sorriso e ou desviar o olhar do dela. Ela esta cantando para mim... Não dá para acreditar.


Toda a dor, as lágrimas que eu chorei
Ainda assim você nunca disse adeus e agora eu sei
O quão distante você está

Vejo-a estender a mão para mim, devo segura-la? Droga, já era ela voltou a segurar o microfone. Mesmo cantando para mim ela acaba por olhar as outras pessoas. Faço o mesmo e encontro rostos surpresos, outros sorrindo, alguns apenas assistindo. E o que eles ganham com isso? Nada com certeza. Enquanto eu ganho a minha vida de volta, a minha estabilidade.


Eu sei que eu te decepcionei
Mas não é mais assim agora
Desta vez eu não deixarei você ir embora

- Eu também não vou te desapontar... Você é minha. – Sussurro mesmo sabendo que ela não possa escutar.


E eu vou ser tudo o que você quiser e me recompor
Pois você faz com que eu não caia aos pedaços.
Por toda a minha vida estarei com você para sempre
Para fazer com que você siga com o dia
E fazer tudo estar bem.

Sem esperar ela se aproxima e acaricia a minha face. Estremeço com o toque e beijo sua mão. O que eu daria pra arrancar da suas mãos as coisas que eu fiz e te fazer feliz como merece.

Eu pensei que tinha tudo
Eu não sabia o que a vida poderia trazer
Mas agora eu vejo, sinceramente
Você é única coisa que eu acertei
O único que eu guardo dentro de mim
Agora eu posso respirar, porque você está aqui comigo.

Droga, isso é hora pra chorar? – Seco as pequenas lágrimas que escorrem. – Fernanda...


Porque sem você eu não posso dormir
Eu nunca, nunca deixarei você partir
Você é tudo o que eu tenho,
E sem você, eu não sei o que faço
Eu não posso, nunca viver um dia sem você
Aqui comigo, você percebe?
Você é tudo o que eu preciso!

- E você não imagina o quanto eu senti a sua falta, você é o meu amor... – Mais uma vez falo esperando que ela escute. Não sei por que, mas algo me diz que ela esta escutando.

E eu vou ser tudo o que você quiser
E me recompor, pois você faz com que eu não caia aos pedaços
Por toda a minha vida (minha vida)
Estarei com você para sempre
Para fazer com que você siga com o dia
E fazer tudo estar bem!

Inesperadamente ela larga o microfone com a menina chamada Joyce e vem para os meus braços. Sem pensar a agarro e a abraço com toda a força do mundo, como se não a visse a mais de dez anos. Beijo todo o seu rosto e chego em seus lábios... Como senti falta desses lábios, tão macios e inocentes. Aplausos e berros surgem atrás de nós e a música ainda prossegue apenas no ritmo. Claro, como fui me esquecer. Tem uma platéia e uma banda aqui, mas que se dane o mundo, Fernanda esta de volta em minha vida! Depois de um longo tempo nos beijando e abraçando me afasto um pouco dela e a miro.

- Saiba que eu te amo demais e nunca mais vou fazer você sofrer! – Deposito outro beijo em seus lábios.

- Eu também te amo muito meu bebe! A partir de agora sempre vou falar as coisas pra você. – Vejo-a sorrir. Fico contagiado e sorrio junto.

- UHUUUUUL! É ISSO AI LEANDRO!! FERNANDA VOCÊ CANTOU MUITO BEM! OOOOOWN! QUE FOFOS! – Vozes berravam e a gente virou ao mesmo tempo para ver todos. Sem jeito aceno para algumas pessoas e todos aplaudem e assoviam animadamente. Vejo Fernanda olhar pra trás e falar alguma coisa com o pessoal da banda. Eles concordam e ela volta a olhar pra mim.

- Vamos amor, vamos matar a saudade. – Diz com um brilho intenso no olhar.

- Claro, com você vou para qualquer lugar. – E você nem pode imaginar, aguarde Nanda.

Levando-me pela mão, minha princesa nos guia até o seu cantinho preferido na escola. No pátio ainda escutava-se música e outra voz cantava e todos pareciam estar gostando. Enfim nos sentamos e cara! Como é impossível não olhar para ela, parece que o tempo fez muito bem para a sua beleza. Enquanto eu fiquei com cara de velho. – Sorrio.

- Que foi amor? – Ela pergunta.

- Nada meu anjo, estou TÃO feliz de ter você de volta! Confesso que cheguei a pensar que você não fosse me aceitar de volta, demorou tanto.

- Estava preparando essa surpresa pra você. Acha que foi fácil traduzir a música assim? Foi nada, fiquei ensaiando feito maluca. Ai consegui entrar em contato com a Joyce que coordena os lances da banda do colégio e ela topou. – Ela diz com entusiasmo.

- Você foi incrível cantando sabia? Aah você entendeu o que eu falei enquanto você cantava?

- Lógico! Estava prestando mais atenção em você do que qualquer outra coisa.

- Que bom. – Passo a mão no rosto dela e a puxo para mais um beijo, longo e cheio de amor.

•••

- Caramba, onde ela esta que não chega? – Olho inumeráveis vezes para o relógio.

- Le? – Escuto sua voz e olho para trás.

- Finalmente Nanda, estava ficando louco aqui! – Sorrio e abro os meus braços para ela vir ao meu encontro. A abraço e retiro seus pés do chão. Rodo-a no ar.

- Aaaaaah amor! – Ela ri. – Desculpa a demora para chegar estava me arrumando. – Ela se desculpa após eu colocá-la no chão e paro para reparar no seu visual.

- Você esta uma princesa como sempre! Linda linda.

- Valeu amor. Mas então, por que me convidou pra vir aqui? – Ela pergunta e a vejo olhar para o cenário escolhido.

- Primeiro porque eu te amo e queria te trazer pra um lugar que eu adoro muito e segundo porque tenho uma coisa para te contar.

- Pra me contar? Eita, fala logo então, não me deixa nessa curiosidade! – Ela diz rindo.

- Bom, nem sei como falar...

- Aff, fala logo Leandro, não faz suspense!

- Eita menina brava! – Sorrio e a abraço. Aproximo meus lábios da orelha dela e sussurro. – Vou te fazer feliz pro resto da vida, seja em qualquer lugar, sempre vou estar ao seu lado. – Depois de dizer a olho para ver sua reação. Será que ela entendeu?

- Você... Pera aí, o que você quer dizer com isso?

- Que eu vou estar com você pra onde quer que você vá. – Encosto minha testa na sua. Permaneço meu olhar fixo no dela.

- Vai mesmo? – Ela pergunta já expressando uma grande emoção.

- Com certeza!

- Eu te amo Leandro, mais do que tudo!

- Eu também minha princesa! – Beijo-a intensamente.

Agora sim a minha vida esta completa de novo. E daqui pra frente tudo vai ser diferente, seremos felizes e apaixonados e nunca mais vou deixar ela na mão. Um rumo novo esta por vir e sinto que a vida esta sorrindo pra mim.

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Aqui esta uma imagem de Leandro:

ps: Imagem meramente ilustrativa.


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Notas finais do capítulo

É isso ai! Sentirei saudades de todos e convido-os a lerem minhas outras fics, que são tão boas quanto essa, prometo!
A Viagem -> http://www.fanfiction.com.br/historia/136185/A_viagem
Diario de uma dor -> http://www.fanfiction.com.br/historia/153947/Diario_De_Uma_Dor
O Pedreiro -> http://www.fanfiction.com.br/historia/172091/O_Pedreiro
Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijos!



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