Lutando por Um Final Feliz escrita por Belayne


Capítulo 10
Seus sentimentos são um eterno conflito


Notas iniciais do capítulo

Bom, voltei para deixar mais outro capítulo para vocês. Tentei fazer que ficasse o melhor possível, mas não tenho certeza do resultado. Só espero que gostem.
Aproveitem! ^^



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Sim, eu estava totalmente atônita, nem consegui corresponder ao beijo de Sasuke como corresponderia se houvesse ocorrido em outra hora. Aquele foi um beijo rápido, mas já havia sido o suficiente para que Hinata e Ino ficassem sem ação alguma. Quando terminou de me beijar ele simplesmente se virou e saiu, sem ao menos olhar para trás, como se o que tinha acabado de fazer fosse a coisa mais casual do mundo.

Assim que ele saiu, eu já podia prever a torrente de perguntas que seriam direcionadas a mim. Como não saberia o que responder, ou se queria conversar sobre aquilo naquele exato momento, tratei de falar antes que qualquer uma saísse do estado pasmo em que se encontravam.

-Não perguntem nada. – falei indo em direção à saída – Temos que resolver um problema.

Ino passou o trajeto inteiro olhando para mim sem ao menos disfarçar, já Hinata olhava pouquíssimo e quando o fazia desviava o olhar, um pouco envergonhada pela curiosidade.

-Finalmente! – falei olhando para a fachada da casa do Shikamaru.

Nem precisamos bater na porta, pois a mesma já estava aberta, e isso nos permitia ouvir um pouco da discussão que era desenrolada lá dentro. Entrei sem saber exatamente o que ver, mas posso dizer que foi algo inesperado: Gaara estava sentado com as mãos agarradas aos cabelos, seu olhar transmitia bem o cansaço que tudo aquilo já havia lhe dado; não muito distante Kankurou estava em pé e bem irritado, ao que consegui ver; observando mais vi Shikamaru preocupado, uma expressão difícil de ser vista em seu rosto, e o mesmo consolava Temari, que por mais estranho que pareça estava chorando.

Claro que a cena me chocou, Temari chorava pouco, principalmente em público, afinal eu havia a visto chorar apenas uma vez, então achei que ela poderia estar sensível devido à gravidez e certamente aquilo não faria nada bem ao bebê. 

-Será que você não tem noção do quão desprotegida Suna está agora?! – Gaara falou irritado, enquanto se levantava, sua expressão mostrava, estranhamente, que já havia discursado aquilo antes.

-Sim. Mas isso é tudo culpa... – Kankurou foi prontamente cortado pelo irmão.

-Olhe aqui nem ao menos ouse colocar a culpa na Temari! – ele disse apontando o dedo indicador a face de seu irmão – Se não fosse por você eu não teria deixado tudo pra trás para resolver essa infantilidade. – falou com mais raiva, então rapidamente Ino estava ao lado de Gaara; pegou sua mão e o guiou ao outro lado da sala, com um pouco de dificuldade conseguiu concluir seu ato.

Eu estava totalmente desorientada ali, não sabia como me envolver ou até mesmo resolver aquela briga que era familiar. O que achei mais sensato a fazer foi falar com quem poderia resolver tudo.

-Temari. – falei sentando ao seu lado vago - Me escute. – tentei fazer ela se concentrar em mim e não na discussão que era cada vez mais densa naquela sala – Você é o motivo desse estardalhaço todo, então apenas você conseguirá acabá-lo. Ficar sentada chorando não vai mudar nada. - dirigi meus lábios ao seu ouvido – Não vai querer que Shikamaru fique aqui lhe consolando, enquanto seus irmãos estão em ponto de matar um ao outro... Você não quer ser uma inútil, quer?! – sabia que aquele discurso iria atiçar o seu orgulho.

Ela limpou algumas lágrimas com a ponta dos dedos, e levantou em um segundo, no seu rosto uma expressão estilo Temari.

-Podem parar com essa baboseira toda! – ela falou com a voz no volume normal, mas soou firme – Obrigada por tudo Gaara, mas não preciso mais, você pode voltar para Suna, aproveite e leve Kankurou com você.

-Eu não vou a lugar algum sem te levar! – Kankurou cruzou os braços, parecia uma criança birrenta.

-Ah, entendi! – falei sem perceber que minha fala na verdade foi um pouco alta, o que fez com que todos me olhassem.

-O que foi? – Gaara perguntou um pouco rude, parecia estar sem paciência para qualquer um, então nem me importei.

-Kankurou está com ciúmes da irmã. – falei com orgulho de mim mesma por ter constatado aquilo.

-Mas é claro! – Gaara disse com um sorriso de alívio, aquilo finalmente iria ter um fim – Temari sempre fez tudo por ele, e desde que ela anunciou o namoro com Shikamaru, Kankurou já não gostou muito, mas agora que eles vão ter um filho, Temari não vai mais ter tempo algum para as infantilidades dele.

Kankurou tentou falar algo, mas parecia não ter mais argumentos, eu havia acertado em cheio ao dizer aquilo.

-Agora é definitivo, Temari fica aqui e nós voltamos para Suna. – Gaara falou indo abraçar a irmã – Cuida bem dela. – seu recado foi para o Shikamaru, que acenou positivamente com uma mão coçando a nuca.

Logo após isso Ino carregou Gaara para fora da casa, falando uma montanha de coisas e distribuindo beijos no rosto inteiro dele. Sorri com a cena, quem poderia dizer que aqueles dois um dia formariam um casal. Kankurou foi embora logo em seguida, mas antes se desculpou com a irmã e de um modo meio desconfortável – para ele - assumiu que estava com medo de perdê-la, ela o abraçou e perdoou como se nada tivesse ocorrido.

-Temari você ainda quer o chá? – vi a mãe de Shikamaru entrar na sala com uma xícara na mão.

-Obrigada. – ela falou pegando a xícara.

-Sakura. – Hinata, que estava no canto da sala finalmente falou – Acho que a Shizune quer falar com você. – ela disse apontando para a porta.

-Então acho que já vou. – falei pra Temari – Vê se cuida bem desta criança. – sorri apontando para a sua barriga.

-Muito obrigada, Sakura. – ela disse.

Dirigi-me a saída, meu dia mal havia começado e já estava mais movimentado do que eu poderia planejar.

-Serei direta. Tsunade quer você agora lá no escritório principal. – falou e saiu, logicamente eu a segui.

Cheguei sem saber ao certo do que poderia se tratar e logo tão cedo, mas talvez eu soubesse o assunto.

-É realmente bom que Shizune tenha lhe encontrado tão cedo. – disse repousando seu queixo numa das mãos – Naruto me falou que Sasuke já voltou a enxergar; primeiramente quero saber por que não me trouxe os relatórios.

-Ah! É que eu tive uns problemas. – falei lembrando a noite passada.

 -Mas você está ciente de que terá que fazer exames e testes com ele e me trazer o relatório ainda hoje, não está?!

-Sim. – suspirei, hoje seria um longo dia.

-Pode ir. – falou pegando uma pilha de papeis, estava parecendo que não apenas eu teria um longo dia.

Saí às pressas e devido a isto cheguei bem rápido ao Distrito Uchiha, mas não abri o portão, não me sentia a vontade para concluir tal ato. Na verdade não tinha coragem de encarar Sasuke, porque eu não tinha o que falar depois do beijo de hoje de manhã.

-Sakura! – ouvi uma voz estridente, não precisei ao menos olhar para trás pra saber que se tratava do Naruto.

-Oi. – falei sorrindo para ele e pra namorada.

Percebi Hinata falar algo no ouvindo de Naruto, após concluir o que quer que estivesse dizendo, Naruto se afastou e foi sentar embaixo de uma árvore um pouco distante, enquanto Hinata se aproximava de mim.

-Sei que pediu para não perguntarmos e acho que você se sente desconfortável com o assunto, mas precisa desabafar. – ela disse com o olhar amigável, que sempre era encontrado em Hinata – Quando quiser é só me chamar. – como não falei nada ela já estava se virando para ir embora.

-Espera. Eu quero falar agora. – eu disse com a cabeça baixa.        

Ela virou e me indicou um banquinho que ficava numa pracinha bem próxima ao Distrito, prontamente fui, queria falar com alguém, eu realmente precisava desabafar. Nós sentamos e ficamos de frente uma para a outra.

-Ah, Hinata eu não sei o que está acontecendo. – falei suspirando.

-Em relação a...? – disse paciente.

-Ao que aconteceu hoje cedo, lá em casa. – sério que eu falei “lá em casa.”?!

Hinata me olhou como se não tivesse entendido, mas depois de um segundo ela soltou um risinho escondido atrás da mão.

-Entendo. – ela falou com um sorriso divertido nos lábios – Mas você não sabe por que ele fez aquilo?!

-Não. Quer dizer, não pensei que ele me beijaria na frente de vocês. – eu disse a olhando.

-Então você quer dizer que se não estivéssemos lá ele lhe beijaria do mesmo jeito? – ela estava pegando as brechas que eu deixava escapar.

-Nossa! Você é boa nisso. – falei um pouco corada.

-Vocês estão namorando? – ela perguntou sorrindo abertamente, nem parecia a Hinata.

-Quem está namorando? – uma loira empolgada falou de repente, estava em pé ao lado do banco, com ela trazia Tenten. Agora meu dia estava completo!

-Não era pra você está com o Gaara?! – Hinata perguntou.

-Ele foi faz alguns minutinhos. Mas enfim, quem está namorando? – falou curiosa.

-Não ta na cara que é a Sakura e o Sasuke?! – Tenten falou sorrindo.

Será que aquele momento só não era divertido pra mim?

-Não. – eu tratei de concertar tudo antes que elas começassem a viajar.

-Acho que estão sim, porque depois daquele beijo... – Ino soltou sua risadinha maliciosa.

-Beijo? – Tenten falou surpresa.

-É! O Sasuke deu um beijo na Sakura... Na nossa frente. – falou apontando pra Hinata e pra ela.

-Sério? – perguntou espantada.

-Gente isso não significa que estamos namorando. – eu disse envergonhada com todos aqueles comentários sobre mim e Sasuke.

-Então é o que Sakura? – Hinata falou me olhando – Você tem que esclarecer isso com ele, aliás, nisso não se pode ter dúvidas. – ela disse pegando no meu ombro e logo após indo até a árvore onde Naruto estava encostado.

-Vou entrar. Tchau meninas. – praticamente corri para dentro do Distrito.

Não foi preciso andar muito pela imensidão do local para avistar Sasuke, já que este estava sentado numa pequena escada que ficava na frente da sua casa jogando distraidamente kunais em um ponto do muro da casa a frente. Olhei-o atentamente, era interessante como ele parecia alheio a tudo naquele momento.

-Sasuke. – o capturei da letargia.

-Hum. – sua típica fala!

-Eu vou fazer o almoço. – disse antes que o assunto “cena de hoje cedo” voltasse a minha mente.

-Já? – ele me olhou confuso – Você ainda não tinha feito o almoço antes das doze. – disse casualmente, o que achei interessante. Como foi perceber uma coisa dessas?

-Sim. Mas hoje temos um dia lotado. – falei me dirigindo a porta e logo a abrindo, fui seguida por ele.

-Temos?

-Preciso fazer uns exames nos seus olhos e depois alguns procedimentos práticos. – disse enquanto abria o armário pra ver o que teríamos para hoje – O que você acha de camarão com bolinhos de arroz? – ele balançou a cabeça positivamente.

Fiz tudo o mais rápido que eu pude, com muito cuidado pra não deixar nada sair errado apesar da pressa. Sasuke me ajudou colocando os pratos na mesa e prometeu que iria lavá-los depois, eu não reclamei.

Durante o almoço não trocamos muitas palavras, ele era um grande apreciador do silêncio – não era difícil notar isso – e eu estava me tornando uma também. Acabamos quase no mesmo instante e prontamente ele pegou os pratos e os levou a pia para logo em seguida lava-los. Tentei ajudá-lo enxugando as louças, mas ele não me deixou fazer isto, então fui para o banheiro escovar meus dentes e saindo de lá fui pro quarto pegar alguns utensílios médicos dentro na minha mochila.

Sentei no último degrau da escada na fachada da casa e esperei um pouco enquanto Sasuke estava escovando os seus dentes. Alguns minutos depois eu já tinha companhia na escada, ele havia sentado num degrau abaixo do meu, pois era mais alto e assim podíamos ficar da mesma altura, o que facilitaria na execução dos breves exames.

-Vou começar com um tradicional. – falei enquanto pegava uma pequena fonte de luz, que estava em cima de uma toalha de rosto onde eu havia colocado uns poucos instrumentos de trabalho – Não pisque o olho. – levantei sua sobrancelha com um dedo e analisei o globo ocular com a ajuda da luz; fiz a mesma coisa no outro olho.

-Hum. – murmurei enquanto anotava umas coisas num pequeno caderno.

Notei que Sasuke estava me observando, parecia curioso. Ri discretamente e deixei o caderno no chão novamente, era estranho ver ele curioso, logo em seguida peguei um finíssimo cilindro e coloquei gaze na ponta, me certificando de que o instrumento era seguro.

-Mantenha os olhos bem abertos e evite piscar. – falei aproximando o objeto do seu olho esquerdo – Pode doer um pouco. – eu o alertei, e então com a mão livre forcei o seu olho a ficar aberto, coloquei vagarosamente o objeto em contato com o globo ocular, um contato bem fraco para que não houvesse danos na retina, e como era de se esperar seu olho começou a encher d’água; repeti o mesmo processo no olho direito.

Acabado este exame voltei a anotar no caderninho.

-O que ta acontecendo? – ele perguntou tentando ver o que eu escrevia.

-Até agora os exames foram ótimos, como eu queria que fossem. – respondi e depois sorri para lhe mostrar que a situação estava bem – Tape o seu olho direito com uma das mãos.

Depois que ele fez o que eu pedi, peguei meu caderno abri em uma página aleatória e desenhei uma flor, não ficou tão bem como qualquer desenho do Sai-kun, mas dava pra entender.

-O que você vê? – perguntei mostrando o desenho para ele.

-Uma flor. – ele respondeu sem esforço algum.

-E agora? – mostrei outro desenho.

-Borboleta. – pedi para, dessa vez, ele tapar o olho esquerdo e mostrei um desenho diferente – Uma casa.

-Ótimo! – falei sorrindo – Agora leia isso. – lhe mostrei um curto texto que eu havia escrito com as três primeiras regras shinobis, ele leu sem dificuldade alguma.

-Parece que não há problema algum. Mas antes um último examezinho. – peguei a caneta, o caderno e entreguei para ele – Desenhe ou escreva o que você quiser.

Pensou um pouco e em seguida começou a rabiscar o caderno com vontade, achei interessante o modo como se concentrava e movia a caneta, depois de um tempo considerável ele terminou.

-Agora eu quero que você diga o que vê. – ele falou me mostrando o desenho que acabara de fazer.

-Um quarto, dentro dele uma garota se olhando no espelho. Ah, e tem um aquário com um peixinho. – falei olhando surpresa pra imagem que estava incrivelmente bem desenhada

-Não apenas isso. Veja. – apontou pro desenho – No reflexo dela está tudo normal, mas no caso do aquário... Não tem um peixe lá dentro e sim um minúsculo gato. – ele disse circulando o reflexo e a imagem com a caneta – Você nem pensou nisso não é?! – perguntou me olhando.

-Não. - disse verificando a imagem – O que você quis com tudo isso? – perguntei sem entender o porquê dele não ter simplesmente desenhado um solzinho.

-Nada muito importante, só que este último teste é um pouco falho. – ele falou apontando pro caderno - Eu acertei todos os seus desenhos, mas você que não estava, diferente de mim, cega há um dia não conseguiu decifrar o meu por completo. – eu soltei uma risadinha com a sua constatação.

-O objetivo deste teste é avaliar a capacidade visual e/ou mental do paciente, e lógico que tem que ser feito com desenhos simples. – eu o expliquei – Mas então você me aparece com um desenho muito do lindo, e diz que no reflexo não é um peixe e sim um gato! Isso lá é teste que se aplique?! – eu falei olhando indignada pra perfeição daquele desenho – Além do mais, onde aprendeu a desenhar assim?

-Na verdade não aprendi; foi há um tempo, eu usei o sharingan num ninja aqui de Konoha que usava desenhos nas lutas. – ele falou parecendo se lembrar do dia.

-Ah, o Sai-kun. – peguei meu caderno, o fechei e logo me levantei.

-Como? – Sasuke estava em pé na minha frente, parecia indignado.

-O que? – eu não entendi o porquê dele ficar daquele jeito.

-Nada. – ele falou respirando fundo.

Ceninha bem estranha, diga-se de passagem. Quando percebi, ele estava entrando na casa.

-Pra onde pensa que vai? – não o deixei responder – Ainda temos mais, esqueceu que eu falei de testes práticos? – coloquei o caderno no parapeito da janela e desci a escada, fui seguida por Sasuke.

Ele estava parado na minha frente, então empunhei uma kunai e joguei em sua direção, ele rapidamente a parou com uma mão.

-Precisa fazer mais que isso. – ele falou me desafiando.

-Estava só verificando se podia pegar pesado. – pisquei pra ele.

Corri em sua direção com duas kunais, uma em cada mão, e como eu esperava, ele desviou, quando as joguei. Começou a vim em minha direção, tudo estava indo como eu queria, ele estava tão cheio de si que nem notou as duas linhas que eu havia amarrado nas kunais, anteriormente, e que agora o faziam perder o equilíbrio. Essa era a deixa para eu poder começar a lutar de verdade, antes de o seu corpo tocar o chão eu o chutei para cima, logo em seguida me impulsionando em sua direção e quando o alcancei o joguei para baixo com um chute, sem pena alguma, – aquilo com certeza não era problema algum para ele - mas ele caiu perfeitamente de pé. Eu pousei atrás do Sasuke, ele não se moveu.

-Bom, agora que demorará um tempo considerável para você usar seu sharingan, nós lutaremos de igual pra igual. – eu falei enquanto empunhava uma shuriken.

Vagarosamente ele se virou e foi sendo possível visualizar os seus olhos, que agora eram vermelhos.

-É brincadeira não é? – eu estava realmente surpresa, ele havia se recuperado há pouquíssimo tempo e de acordo com os exames demoraria certo tempo e seria preciso muito acompanhamento e treino para ele voltar a ter esses olhos, mas agora ele estava ali simplesmente com o sharingan.

-Parece que não sou tão previsível. – ele falou se aproximando de mim, à medida que ele se aproximava eu me afastava, andando para trás, até que minhas costas encontraram um muro.

-Sasuke-kun. – isso foi totalmente involuntário, na verdade não era nem pra eu ter usado esse sufixo, tinha prometido pra mim mesma, me fazia parecer tão submissa a ele, quer dizer, era totalmente normal com outros como Naruto ou Sai, mas com ele era totalmente diferente.

-Sasuke. Temos que voltar ao treinamento. – eu falei saindo daquela situação e indo um pouco mais pra longe, mas uma das mãos de Sasuke segurou meu braço direito, impedindo-me de sair dali.

-Por quê? – ele disse olhando um pouco para baixo, pra encontrar meu olhar – Por que me chama meramente de Sasuke?

Olhei pra ele sem entender aquilo, eu era boa para decifrar coisas assim quando se tratavam de outra pessoa, mas quando era comigo a história era bem diferente. Ele parece ter entendido meu olhar e tratou de dar mais explicações.

-Você não usa mais o sufixo quando fala meu nome. – ele falou parecendo melindrado com isto.

-Não posso. – eu só falei algo, porque os olhos dele pareciam me revirar atrás de uma resposta, aquilo estava se tornando desconfortável.

-Não pode? – ele disse finalmente soltando meu braço – Como assim não pode?

-Eu não vou falar só porque você quer que eu fale. Na verdade eu não me sinto bem com isso. – eu realmente precisava sair dali, motivo banal, eu sei, mas aquilo me incomodava era como voltar a ser a antiga Sakura.

Como eu queria, consegui sair de lá sem nenhuma mão me puxar, entrei na casa, naquele momento esqueci até que meu caderno existia e o deixei no mesmo lugar. Eu havia ficado nervosa, afinal sempre tentei conter aquilo dentro de mim, não um simples sufixo, mas um complexo passado. Sentei no chão da sala, minhas costas apoiadas à parede, eu realmente precisava banir aqueles pensamentos, pois eu era uma profissional, uma ninja, não podia envolver meus sentimentos no trabalho.

-O que está acontecendo? – Sasuke disse colocando uma mão no meu ombro – Pode falar pra mim. – sentou do meu lado.

Estranhei aquilo mais do que estranharia qualquer outra coisa que viesse dele, mas logo esqueci isso, e se ele estava verdadeiramente disposto a ouvir o que eu tinha pra falar ele iria ouvir.

-Só não vou falar seu nome acompanhado de sufixo por que você quer. Eu tenho amor próprio! Não quero me redimir a você, isso é muito significativo pra mim. Sim acontecerá, não vou mentir, mas não assim fingidamente, tem que ocorrer naturalmente até retornar a ser um costume, como era antes. – falei tudo de uma vez, eu prometi falar e o fiz – sem chorar, o que foi um milagre.

Pra minha total surpresa Sasuke me acolheu em um abraço frouxo, confortável. Poderia ter ficado daquele jeito em silêncio por mais tempo, mas minha mente não permitiria.

-Sasuke, - falei com minha cabeça repousada em seu peito – O que está acontecendo? Digo... Entre nós dois. – eu tinha falado isso? Ultimamente minha língua está tão incontrolável.

-Como? – ele perguntou desfazendo o abraço e me fazendo olhar pra ele, eu não respondi – Acho que você perguntou isso por causa de hoje de manhã. Saiba que eu fiz aquilo para que elas pudessem saber logo e não ficassem fazendo especulações. E, além disso, eu estou te pedindo em namoro. – ele falou isso normalmente, como se eu não fosse entrar em colapso – Não vai responder? – perguntou após alguns longos segundos de silêncio.

-Não. – eu falei olhando pra baixo.

-Não pra qual pergunta? – ele falou se divertindo com meu momento confuso.

-Pra segunda. – eu disse ainda com a cabeça abaixada.

-E pra primeira?

Eu novamente não respondi nada, apenas levantei meu olhar até encontrar o dele e agora, diferente das outras vezes, eu que o beijei. Acabei me surpreendendo cada vez mais com os efeitos que a presença de Sasuke estava causando em mim.

-Seus sentimentos são um eterno conflito sabia?! – Sasuke falou quando acabamos de nos beijar, depois um sorriso estampou sua boca e por incrível que pareça aquele sorriso sempre iria me impressionar.  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.
Por favor deixem reviews, eu iria gostar muito. ^.~
Beijo.



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