até o Fim. escrita por Srta-Maya


Capítulo 3
Capítulo III - Seria isso um carma?


Notas iniciais do capítulo

Ah fiquei com vontade de postar esse capítulo também. Espero que gostem.



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Capítulo III - Seria isso um carma?

O dia seguinte havia chego e eu graças ao nosso bom Deus, não me atrasei. Quanto as folhas da Carol, estavam todas organizadas e guardadas.

Na escola as horas passaram-se voando. Quando menos esperava, o sinal soou anunciando o término de nossas aulas.

Estava a uma quadra de minha casa, quando me deparei com um carma vindo em minha direção. Qual a minha surpresa ao encontrá-lo? Eu diria que muita, pois achei que nunca mais o veria novamente em minha vida. Estou falando do garoto tarado e idiota, do trombo de ontem.

Eu muito descaradamente, passei reto por ele, fingindo não o conhecer. Mas o idiota fez questão de me parar.

-Ei senhorita estresse! –Só me diz que esse “apelido” não é para mim.

Por sorte a rua não estava tão movimentada.

-Está falando comigo? –Me fiz de desentendida.

Ele me olhou com aquela cara de obviedade, a mesma que eu estava começando a odiar.

-Estou! –Sendo uma boa observadora, saquei que aquele sorrisinho em seu rosto significava que ele já havia sacado que eu estava fingindo.

-E eu te conheço? –Dane-se, eu seria persuasiva, continuaria fazendo-o pensar que havia me confundido com outra pessoa.

Olha só que maravilha... Estávamos no meio da calçada, em frente a casa de um cara muito assombroso, sua casa era assustadora, e isso porque, quando eu era mais nova morria de medo dele.

 As pessoas, que agora, por coincidência, começavam a dar as caras pela rua. Não só isso, como também tentavam nos ouvir, provavelmente achando ser uma discussão de casal. 

E o pior era que essas benditas pessoas, nem meus vizinhos eram, mas eu apostava que amanhã, ou mais tarde, minha mãe já estaria me perguntando quando que iria lhe apresentar meu namorado. Que saco!

-De certa forma, sim. –Sorriu, como se o que dizia fosse a coisa mais esperta do mundo.

-Suponho que esteja me confundindo com outra pessoa. –Não ia desistir assim, tão fácilmente.

-Tenho certeza que não. –Que cara persistente.

-Como pode ter tanta certeza? Por um acaso conhece essa pessoa a muito tempo? –Puta, to dando muito na cara.

Ele simplesmente sorriu. Uma garota que passava por nós, não parava de encarar o garoto, e como se apenas secá-lo não fosse o bastante começou a se abanar. Eu perguntaria se ela por um acaso estava querendo o número do corpo de bombeiros, porque aquilo ali era fogo, e fogo na “xeca”, se me entendem...

Fui tirada de meus construtivos pensamentos, quando o garoto desconhecido começou a responder minha pergunta. Qual havia sido mesmo a pergunta? Ah deixa quieto.

-Não a conheço a muito tempo, mas ela havia dito que se eu observasse bem, o all-star dela era do Paraguai. E, eu achei tão engraçado o que ela dizia que observei, e então pude notar que, de todas garotas que conheço, e olha que são muitas. –Ele pausou e sorriu safado. Como se eu precisasse saber quantas garotas ele comia, dava, namorava, ficava, batia, digo, conhecia ou deixava de conhecer. –Ela é a única que usa um par de meia, onde cada meia é de uma cor.

-Pra sua informação, elas me dão sorte. –Ops, me entreguei, saco. Mas não poderia deixar ele falar mal das minhas meias, isso era um insulto para mim.

Um cara que passou por nós começou a rir. Panaca.

-O que está achando engraçado? Vai xeretar a vida da tua filha. –Falei mal educadamente, nem sabia se o cara tinha filha ou não.

Ele virou para trás, pelo jeito não entendeu que eu estava falando com ele, depois virou pra frente e continuou seguindo seu caminho.

Esse povo xereta, af, com tanta coisa para se preocuparem em prestar atenção, vem logo querer xeretar minha vida... Tenha santa dó.

O garoto riu, e continuou a falar.

-Notei, claro que notei, dão tanta sorte que ontem você não pôde entrar na escola. –Debochou.

-Para uma segunda informação, a roxa estava no lugar da preta e a preta estava no lugar da roxa, resumindo, eu as troquei de lugar na pressa, o que me resultou numa trágica falta de sorte.

Esse povo é tão burro, as vezes as coisas são tão óbvias e tudo o que eles fazem é complicar. Isso deve ter ficado confuso, bem, ignorem.

-Claro, claro, entendo. –Algo me dizia que era mentira. –Mas e ai, conseguiu entrar hoje?

Ele falava comigo como se eu fosse sua amiga, até parece que vou ser amiga de um desconhecido impertinente.

-O que se acha? –Perguntei seca, sem ao menos dar tempo para que ele respondesse. –Não havia ninguém no caminho para me atrasar.

-Não, não, a resposta correta não é essa. –Ele pausou e logo prosseguiu. –Você hoje acordou mais cedo, portanto, não houve atraso.

Apenas dei de ombros e segui meu caminho. Estava um pouco cansada e teria que ir trabalhar.

Por que minha folga ao invés de ontem não poderia ser hoje?

-Posso ao menos saber o nome da “senhorita estresse”? –Não é de hoje que venho notado que ele gosta de me sacanear.

-Paula Frouz, e o do senhor sacana? –Lembrei que Carol, estava doida para saber o nome desse traste, então perguntei.

-Douglas Sthanr. –Respondeu, oferecendo sua mão, eu apenas olhei e relutante estendi a minha. Ele tinha uma mão muito grande, ou seria a minha que era miudinha?

-Se me permite, preciso ir pois, diferente de determinadas pessoas, eu trabalho. –Falei deixando-o para trás.

-Por um acaso isso foi uma indireta dizendo que não faço nada?

O som de sua voz chegou até mim em um tom de incredulidade. Que otário, nem era pra tanto, não falei nada de mais.

-Se a carapuça lhe serviu, problema seu. –Respondi olhando para trás, vendo um Douglas estático, com cara de besta, eu ri da cena.

-Não, ela não me serviu, até porque, também trabalho. –Disse após me alcançar.

-Legal. –Falei e ficamos em silêncio.

-Quantos anos você tem, Paula? –Perguntou repentinamente.

-É falta de educação perguntar a idade de garotas. –Disse.

-Nunca disse que era cem por cento educado. –Sempre cheio de respostinhas.

-Tenho dezesseis e você? –Já que eu sabia seu nome, Carol com certeza iria me perguntar se eu sabia sua idade, e como ele foi o primeiro a perguntar não faria mal eu perguntar de volta.

-Vinte e três, mas você é bem novinha, dona estresse. –E sorriu.

-Não sou novinha, você que está ficando velho, tiozinho sacana.

-Talvez, esteja. –Falou.

Quando é que esse cara ia parar de me seguir? As pessoas iam começar a comentar sobre nós. Não que eu me incomodasse com o que os outros viviam dizendo a meu respeito, e que fique bem claro, não sou mal falada, mas não gostava de ver meu nome na boca das pessoas, se tratando de fofoca.

-Por um acaso você tem obsessão por seguir as pessoas, tipo, elas podem não gostar muito disso. Possa ser que uma delas fique assustada e você acabe sendo preso e tal.

-Está preocupada comigo? –Perguntou com aquele sorrisinho sacana.

-De maneira alguma! –Minha voz subiu algumas oitavas. –O que você faz ou deixa de fazer com sua vida, é de total ciência, responsabilidade e consequência sua. O que quero dizer é, eu estou pouco ligando para sua vida, tudo é problema seu.

-Sempre tão amável. –Ironizou. –E não, não tenho obsessão por seguir as pessoas. Mas você até agora não me deixou falar.

-Como não lhe deixei falar? Além do mais, disponha o amável, eu sei que sou uma anjinha. –Sorri sinicamente.

-Como ia dizendo. –Ele ignorou completamente o meu anjinha. Eu sou uma anjinha, meu pai sempre me disse isso, ele mentiu pra mim? –Ontem você deixou cair isto.

Eu então parei de andar para encarar o objeto em sua mão, instantaneamente um sorriso largo formou-se em meu rosto. Era bom saber que meu Ranhadinho estava a salvo.

-Meu celular! –Exclamei e num momento de impulso eu fui com minha mão até a mão de Douglas para pegar meu celular só que ele afastou ela de mim.

-Está feliz, não é mesmo. –Não foi uma pergunta e sim uma afirmação. -Para quem disse que o celular não pega. Você é bem mentirosa, não é mesmo, Paula. Pelo que pude notar, seu celular funciona perfeitamente...

-Ah, mas veja só, você me descobriu. Só tenho uma coisa  a dizer-lhe, os espertos dominam o mundo. –E então eu me dei conta de uma coisa. –Se você sabe que meu celular está em perfeito estado, isso quer dizer que você o fuxicou, cretino! É feio mexer nas coisas dos outros, principalmente quando é alguém desconhecido.

-O senhor Marcos está cheio de segundas intenções para o seu lado. –Ele me ignorou completamente e ainda riu do que dizia.

-A Carol me disse a mesma coisa, mas ele é só meu amigo. –Por que razão eu estava dando satisfações para um desconhecido?

-Se você diz. Eu ficaria de olho, nunca se sabe ...

-Ah, fica quieto, devolve meu celular e cai fora. –O babaca sorriu ainda mais.

-Como pode uma garota com uma cara tão meiga ser tão grossa e cheia das gírias? –Acho que ele estava falando consigo mesmo.

-Oras, nunca ouviu aquele ditado onde diz que as aparências enganam? Mas agora deixe isso de lado e devolva meu Ranhadinho.

-Você o quer? –Algo no tom de sua voz e sua cara, me faziam acreditar que ele iria aprontar.

-Veja só, não é que você é inteligente! Eu o quero sim. –Debochei.

-Então, pegue-o. –Cretino, desgraçado, salafrário. O por quê de eu estar xingando-o assim? Simples, o panaca levantou os braços no alto.

-Isso é ridículo para um cara com vinte e três anos. –Falei irada.

-Só porque tenho vinte e três anos, não quer dizer que não posso brincar. A vida nem sempre é feita de seriedade. –Eu cheguei mais perto dele e tentei pegar o celular, sem sucesso, só consegui fazê-lo rir ainda mais e zombar de mim. –O que foi, não alcança?

Fiz papel de ridícula, fiquei na ponta dos pés, sem sucesso, pulei, nada, puxei a manga de sua blusa, só o fiz rir ainda mais, então, eu parti pra agressividade, comecei a socá-lo.

-Que menina mais violenta. –Ele deve ter me encarado e notado algumas lágrimas raivosas que saíram de meus olhos.

-Ei, ei, não chore, ok. –Ele disse, abaixando os braços.

-Estou tremendamente raivosa com você, é melhor devolver meu celular e chispar da minha frente.

-Mais é uma criança mesmo! –Ele suspirou e eu o soquei uma ultima vez, depois roubei meu celular de suas mão e fui para casa.

O restante do dia seguiu-se igualmente os outros, tranquilo e entediante.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam, muita coisa ainda está por vir. Me pergunto se Douglas consiguirá sobreviver as agressividades de Paula, coitado.

Mereço reviews? Diz que sim...

No mais, até o próximo.

Abraços e beijos da Srta-Maya.