Suzumiya Haruhi no Kisetsu escrita por Mayumi Sato, Sereny Kyle, Shiroyuki, Khaleel


Capítulo 2
Outono: Suzumiya Haruhi no Fall - por: Sereny-san


Notas iniciais do capítulo

"- Por que a pergunta? - ele se virou para me encarar, sem se constranger. Está com ciúmes?"



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  Um vento frio atingiu em cheio meu rosto quando eu abri a porta da Brigada SOS naquele dia, terminadas as aulas. As mesmas pessoas de sempre estavam ali... Nagato estava sentada próxima à janela, lendo as páginas iluminadas pelos brancos e tímidos raios de luz que atravessavam o vidro. Não usava mais do que seu uniforme habitual, sem nada além que mostrasse que ela sentia frio. Será que ela sentia frio?

Asahina-san já vestia o longo vestido roxo de maid, que ela tão tristemente se habituara a usar e que corria a colocar tão logo tocasse o sinal da última aula pra ter a oportunidade de se vestir como uma pessoa normal sem ter nossa líder lunática com mais braços que um polvo colocando suas mãos onde não era chamada. A bela ruiva preparava chá com um sorriso nos lábios e eu não sabia como ela ainda conseguia sorrir naquele lugar.


  Recebendo uma xícara de chá quente das mãos de Mikuru, com um cachecol enrolado em seu pescoço, com o qual eu teria imenso prazer de apertá-lo mais na esperança de ver sumir aquele sorriso detestável de sua expressão sempre serena, Koizumi agradeceu o chá com um aceno de cabeça e voltou seus olhos na minha direção, como fazia todos os dias.

- Bem vindo, Kyon! – ele me saudou amigavelmente e eu ergui as sobrancelhas, desdenhoso em resposta, fazendo-o rir.

- Kyon-kun! – Mikuru pronunciou cada sílaba adoravelmente e me serviu também uma xícara de chá quente.

- Arigato, Asahina-san! – disse, prazerosamente vendo-a corar as maçãs graciosas de seu rosto.

Sorvi do líquido quente, de gosto de gengibre, ignorando completamente o olhar divertido de Koizumi diante de mim. Eu poderia muito bem viver num mundo com Haruhi, sem que tivesse de encarar a figura arrogante do vice-líder daquela Brigada insana. Pra que mesmo que nós precisávamos de um Esper?

- Suzumiya-san está vindo... – ele disse solenemente e minhas mãos se agarraram à mesa instintivamente.

Como eu previra, Haruhi entrou turbulenta como um tornado, escancarando a porta com estrondo e abrindo seu sorriso demoníaco tão perturbador quanto o de Koizumi. Porém, não entrou saltitando e pulando feito uma macaca como de costume.

- O dia está muito bonito lá fora pra ficarmos aqui dentro, Brigada SOS! Vamos sair! – ela pareceu contente demais ao dizer aquilo. E não era uma opção discordar dela, aparentemente.

Eu, como instrumento do caos, no entanto, me agarrei a uma esperança vã, me ergui de um pulo e contestei:

- O quê? Sair nesse frio? Você está maluca? – que pergunta boba... É claro que ela é maluca!

- Um pouco de exercício vai acabar com esse seu frio, Kyon... – ela arrastou a voz como quando estava disposta a me fazer concordar com ela...

- O que você chama de exercício, Haruhi, eu chamo de perda de tempo! Eu voto por ficarmos longe do frio!

- Está bem - eu pisquei atônito. – Vamos votar... Koizumi-kun, o que prefere fazer: sair em busca de aliens, viajantes do tempo e espers e aproveitar o belo dia de outono lá fora ou ficar o dia todo trancado aqui dentro da sala da Brigada?

- Sair – traidor, maldito, inescrupuloso! Haruhi sorria para ele, radiante, enquanto eu o fuzilava com os olhos.

- Ótimo! Mikuru-chan?

Asahina vacilou diante do olhar de Haruhi, mas desviou seus olhos dos meus rapidamente abaixando o rosto e dizendo, em sua voz baixa e infantil:

- Sair...

- Três a um, Kyon! Yuki-chan? – o sorriso presunçoso de Haruhi me enojava.

- Sair – Nagato respondeu sem emoção, decapitando minha última esperança de vencer as vontades de Haruhi.

- A maioria vence! – ela pegou minha gravata e saiu me puxando, desrespeitosamente pelos corredores, com os outros andando calmamente atrás, como se fosse uma coisa perfeitamente aceitável eu ser arrastado daquele jeito.

- Quer me soltar? – eu vociferei e Haruhi deu sua gargalhada maligna, largando minha gravata e andando na frente do grupo.

Eu me ajeitei, enfiei as mãos nos bolsos e caminhei monotonamente atrás de Yuki. Koizumi prontamente assumiu o lugar ao lado de Haruhi como um cachorrinho e eu revirei os olhos. Mal podia esperar pelo momento em que nos dividíssemos em grupos e eu pudesse fazer qualquer outra coisa que não fosse procurar por uma alien devoradora de livros e viciada em computadores, por uma viajante do tempo cosplayer e por um esper irritante e arrogante que já estavam ali. Pelo menos, eu ficaria livre de Haruhi...

- Por onde quer começar, Suzumiya-san? – Koizumi perguntou, sorrindo como se estivesse mesmo entusiasmado em procurar aquelas coisas. Eu estava bem próximo de socá-lo por ficar abanando o rabinho como o cãozinho adestrado de Haruhi.

- Podemos nos dividir em dois grupos – ela respondeu seriamente. – Um vai até a praça, nessa direção – ela apontou com o braço – e o outro pode ir até o teatro naquela direção – ela apontou pro outro lado.

- Depois podemos ir ao café! – Koizumi sugeriu e eu bufei um pouco alto. 


          Todos os olhos da Brigada se voltaram para mim.

- Como vamos dividir os grupos? – perguntei, impaciente e Haruhi tirou do bolso cinco palitinhos, dois com uma ponta pintada de vermelho, três sem.

- Do jeito de antes – ela segurou com a mão fechada, escondendo as pontas pintadas e deixando a mostra apenas o lado em que todos eram iguais. Assim como a Brigada SOS escondia seus segredos com a mão fechada para parecerem todos humanos convencionais como eu...
          Nagato e Asahina sortearam, para meu incrível azar, os dois palitinhos coloridos e foram na direção do teatro, enquanto eu me dirigi com as mãos enterradas nos bolsos para a praça, seguindo atrás das duas pessoas que eu mais detestava no Universo!

- Você parece mais desanimado do que o normal hoje – Koizumi atrasou alguns passos para andar ao meu lado quando Haruhi se entusiasmou e correu.

- Não fico muito feliz de sair no frio... – respondi mal humorado.

- Achei que não houvesse nada que o aborrecesse mais do que ficar na sala da Brigada... – ele disse, convencido demais por achar que me conhecia.

- Sair com essa Brigada também não faz parte dos meus programas preferidos... Está surpreso? – desdenhei.

- Na verdade, eu estou muito satisfeito – ele sorriu demoniacamente.

- E qual o motivo de tanta satisfação? – cruzei os braços. – Se me disser que gosta dessas atividades que ela – disse a palavra como se fosse um xingamento e indiquei a líder lunática atormentando um grupo de meninas bem diante de nós – inventa, só estará me dando o pretexto que eu espero pra fazê-lo engolir esse sorrisinho...

Koizumi conteve uma gargalhada alta.

- Eu gosto dessas saídas tanto quanto você... – ele me respondeu, ainda divertido, parecendo mais normal do que nunca. – Mas elas são boas pra mantê-la sob controle... Ela fica calma e feliz... Não há sinal de nenhum espaço restrito desde que saímos...

- Parece estar falando sobre um animal enjaulado...

 - Eu gosto muito do outono... – Koizumi disse, de repente. – Dessas brisas repentinas, varrendo as folhas secas do chão, desprendendo as que ainda estão presas aos galhos e fazendo-as voarem em redemoinhos, atirando-as longe de suas árvores mães... 

- Do que é que você está falando? – eu o interrompi no meio de seus devaneios e Koizumi gargalhou.

- É uma estação poética, não acha, Kyon?

- Por acaso, um esper pode se apaixonar? – eu não contive a piada, apesar de ainda estar extremamente aborrecido.

- Por que a pergunta? – ele se virou para me encarar, sem se constranger. – Está com ciúmes?

- Ciúmes? – eu repeti confuso e, no mesmo instante, Haruhi se atirou nas costas dele como costumava se atirar em mim.

- Não é pra vocês ficarem conversando, não! Trabalhem! Vamos!
          - Hai, Suzumiya-san! – Koizumi sorriu na direção dela, que ainda tinha os braços presos em seu pescoço e a cabeça encaixada em seu ombro, dando-lhe um beijo rápido na bochecha e fazendo-a corar.

Haruhi e eu ficamos atônitos com aquela atitude inesperada. Que isso, Koizumi? Enlouqueceu? Esqueceu que ela é seu deus e você é um esper? Eu achava que você nem gostava de mulher!

Andei meio desconfiado ao lado dele, só aguardando um momento em que poderia perguntar-lhe longe dos ouvidos dela o que ele estava planejando e o que ele tinha na cabeça.

Fiquei surpreso ao me perceber vigiando os movimentos do esper. Era quase como se eu o estivesse afastando dela por alguns momentos, como se bloqueasse seu caminho com meu corpo, por outros.
           Algumas vezes, hesitei ao vê-la também na direção de Koizumi e, inconscientemente, segurei sua mão que balançava exageradamente solta ao meu lado. Haruhi não se surpreendeu tanto quanto tinha se surpreendido com o gesto do outro.

Andei com aquela mão bem presa na minha e tudo a minha volta pareceu ser tomado pela coloração laranja amarelado das folhas que voavam a nossa volta pela brisa gelada que nos fazia tremer.
          Haruhi apertou o cachecol e o casaco com a mão livre. Eu desviei os olhos dos lábios avermelhados que baforavam ar quente nos dedos brancos e gelados e percebi que Koizumi já não estava mais por perto...

- Está com frio? – perguntei e ela assentiu. – Toma – retirei meu casaco e joguei por sobre seus ombros.

- Kyon? – ela estranhou, mas sorri, fazendo-a se calar e vestir os braços do casaco.

Fiquei de frente a ela e ajeitei a peça de roupa, ficando muito próximo a ela.

- Haruhi... – tão próximo que eu até poderia... – Tem uma folha no seu cabelo... – beijá-la...

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FIM


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Notas finais do capítulo

Essa é a fic do outono da Sereny-san! A Sereny-san tem um estilo um tanto lovey-dovey que acho realmente adorável!^_^Por favor, façam comentários!^^PS: Em breve, farei os meus também!PS2: A próxima "one" é minha, por isso, por favor, continuem acompanhando a série!XD



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