– Rihanna – o ouvi me chamar, fazendo com que me virasse e olhasse para trás. Um homem entrou em minha frente – Rihanna! – chamou novamente, mas o homem o segurou, impedindo com que se aproximasse – não, espere! Preciso falar com você... me solte – troquei um olhar frio com o garoto, antes de me virar e ir embora. Me perguntava se era o bastante para que compreendesse. Sai andando como se nada tivesse acontecido. O segurança ainda o segurava e pude escutar sua voz ecoando em minha cabeça.

Não me lembro ao certo quando aconteceu. E nem o que me fez se entregar tão facilmente. Talvez tenha sido sua voz ao pé de meu ouvido implorando por apenas um toque meu, ou se foi aquele ar inocente, aquele sorriso sincero e travesso que ele carregava em seus lábios naquela noite. Lembro-me de estar sentada sozinha em uma das mesas, era alguma premiação idiota a qual fui convidada que não estava a fim de ir, mas que fui obrigada por meu empresário. E ele estava ali, junto de sua mãe. Esperançoso em ganhar seu primeiro prêmio. Ela era uma mulher simpática, me cumprimentou sorridente, e ele... ele era Justin Bieber. Notei seus olhares diferentes e cheios de segundas intenções. Mas apenas tive a confirmação quando recebi um bilhete pedindo que o encontrasse em seu camarim. Fui sem compreender bem o que era. E acho que desde então, nos encontramos às escondidas. Mas esses encontros foram diminuindo com o passar dos dias, dos meses... e fui obrigada a me contentar com o pouco que recebia.

Mas cá estamos nós novamente e me vi obrigada a fazer o que tinha que fazer.

Ela me olhava com desprezo, e ele... Ele apenas havia acenado para mim. Mas aquele olhar me fez crer que nada que eu fizesse, mudaria toda aquela situação. Foi então quando finalmente me dei conta de quem é que estava sobrando na estória. E não era ela.

Naquela cama estávamos tão distantes, apesar de tão próximos. Seu corpo pesado e suado caíra sob o meu. Seus beijos não eram mais cheios de desejo e carinho... haviam se tornado vazieis. Seus movimentos eram bruscos. Por uma fração de segundos nossos olhares se cruzaram e não consegui enxergar mais nada ali. Senti suas mãos passeando por meu corpo, arrancando um gemido baixo de meus lábios, que se encontravam vermelhos após tê-los mordido. Naquele momento, tive vontade de perguntar se ainda sentia algo por mim, mas me senti diminuída e fraca para me atrever a dizer algo.

Ele puxou delicadamente meus cabelos vermelhos, enquanto descia seus lábios por minha pele morena. Fechei os olhos. Arquei meu corpo, ao sentir que mordera meu pescoço.

Agora, nossos corpos se moviam lentamente, mas em sintonia. Podia ouvi-lo gemer meu nome, ao pé de meu ouvido. Como nas primeiras vezes...

Sentia o calor de seu corpo invadindo o meu, sentia sua respiração pesada sob minha pele, me fazendo se arrepiar. Não podia negar mais. Havia me apaixonado. Mas era algo proibido. Era algo que ninguém precisava saber. Era algo que ficaria apenas naqueles lençóis.

Fechei meus olhos e soltei o freio...

Quando abri meus olhos, só o que vi foi a imagem perfeita daquele garoto, indo embora.

Mas sob as estrelas que iluminavam o céu imenso, eu poderia apostar. O coração da Califórnia poderia apostar aquela noite... Eu estava o deixando ir. Mas aquele pequeno garoto que me conquistou com apenas um sorriso, seria para sempre o rei da minha Califórnia.

E o único som que pude escutar foi o da porta se batendo.

Mas sob aquelas mesmas estrelas eu estava me despedindo de todo o resto... Menos daquele amor que eu levaria comigo por onde eu estivesse. A ultima coisa da qual me lembro era do fogo queimando todo aquele amor...

Fim.