Blood At Her Hands escrita por diamondsky


Capítulo 2
Capítulo 2 - Worried




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Ali, em sua sala, repetia-se mais uma vez a cena que ele sentia-se tão habituado a presenciar. Familiares descontrolados, um de seus colegas de trabalho tentando acalmá-los e ele como espectador, tentando entender o que se passava dessa vez. A mulher, no auge de seus quarenta anos, chorava baixo, escondendo-se atrás do marido, que por sua vez, falava alto a ponto de quase deixar todos os presentes, surdos.
- Meu filho foi morto e ninguém sabe por que! – gritou em tom ofensivo. – Esse é o seu trabalho! Você já deveria ter desvendado isso há muito tempo, Haner!
Brian respirou fundo, observando o prestigiado Sr. Kingsley perder a cabeça. Aquele era um dos homens mais importantes da cidade, por ser dono das fábricas que ocupavam cerca de quarenta por cento do centro industrial. Quanto ao seu filho, todos o julgavam um dos jovens com futuro mais promissor de Londres, além de ser o queridinho das pessoas mais importantes da Inglaterra. Um crime desse porte renderia muita coisa, e se não fosse cuidadoso, o assassino poderia se dar muito mal.
- Sr. Kingsley, acalme-se. O caso só chegou a mim hoje, não teria como arrumar uma resolução assim, do nada. – explicou-se.
- Você não sabe o que é perder alguém que ama, Brian Haner! Você não sabe! – devolveu Brandon Kingsley, exaltando-se ainda mais.
Com um pesar enorme desabando sobre suas costas, Brian suspirou e lutou contra as lembranças ruins que lhe invadiram assim que ouviu aquelas palavras ofensivas. Ele sabia muito bem como era perder alguém que amava. Ele perdeu seu irmão para um criminoso que ninguém nunca conseguiu descobrir quem era. Engoliu a vontade de responder-lhe a acusação e deixou com o homem de sua equipe, que ainda se fazia presente na sala, pedir aos familiares de Bernard para que se retirassem.

xx

Releu o mesmo relatório três vezes, tentando entender o que estava deixando escapar, ou alguma peça que não se encaixava, mas era impossível! Como diabos ninguém viu Bernard Kingsley depois das oito da noite? Por que diabos o corpo dele foi parar no bosque, onde aparentemente, ninguém encontrou nada além de animais? Brian estava frenético! Sempre ficava assim quando algo desse porte acontecia, odiava quando as coisas passavam por debaixo dos seus olhos sem que percebesse.
Levantou-se de sua poltrona, arremessando-a na parede atrás de si com um estrondo alto. Andou com passos largos até a sala que ficava no lado oposto à sua, abrindo a porta sem pensar no que poderia encontrar ali. Não queria pensar, apenas agir.
- Scott, quero você e uma equipe de investigação prontos em dez minutos.
Comandou e saiu sem esperar resposta, vendo a única mulher de sua equipe pessoal caminhando em sua direção como se o mundo pertencesse a ela. Brian sorriu do modo como ela parecia segura com relação a si mesma. Ela avistou seu sorriso, mas não se permitiu sorrir de volta. Parou em sua frente e pôs as mãos nos quadris, olhando-o com algo parecido a superioridade.
- O que está acontecendo? – perguntou-o, arqueando a sobrancelha.
- Você, tão esperta, não sabe? – desafiou-a.
Marian rolou os olhos e respirou fundo, encarando a parede ao seu lado. Brian sabia o quanto ela odiava ser desafiada, sabia quão forte ela era e quão boa poderia ser em uma luta, mas ele não tinha o mínimo medo de levar uma surra de ninguém.
- O filhote dos Kingsley foi morto. – Brian informou.
Assim que ele pronunciou a frase, o clima pareceu tenso, o ar mais pesado e o silêncio mil vezes mais denso. Marian não se abalou.
- Pois bem, investigue o local do assassinato.
- Já estou providenciando isso. – aproximou-se – Afinal, who is the boss? – brincou com um sorriso maroto, ignorando a tensão instalada há pouco.
Marian quase sorriu.
Quase.

Xx

Vasculharam o bosque do começo ao fim, dividiram-se em duplas, passaram pelos mesmos locais quatro vezes e as únicas coisas encontradas foram árvores e sangue seco – de Bernard, é claro. Marian, cuja presença fora imposta pela própria, apesar de não ser preciso, observou atentamente todo o local, sendo assim, a única esperta o suficiente para notar uma pegada solitária no meio das raízes de uma árvore.
- Brian! – chamou-o.
Ele atendeu seu chamado prontamente e a seguiu até a frente de um carvalho que deveria ter centenas de anos e observou o local que ela apontava, se sobressaltando ao notar a pegada naquele local. Poderia jurar que aquela pegada não estava ali quando passou antes.
- Então devemos chamar nosso criminoso de “ela”? – comentou Marian, em tom de duvida, agachando-se para olhar mais de perto.
Brian continuou na posição que estava, perguntando-se por que diabos só havia uma pegada em todo o lugar e tão longe de onde o corpo e o sangue de Bernard estavam.
- Por que acha que foi uma mulher, se só temos uma pegada? – indagou Brian.
Marian pisou mais forte ao lado do que analisava e mostrou-lhe, de onde vinha tanta certeza. As duas pegadas eram idênticas, sendo a da direita mais nítida e úmida. Olhou atentamente o calçado de Marian, concluindo que nenhum homem usaria uma bota tão... Feminina. Estava prestes a fazer um comentário, quando Scott chamou sua atenção para um detalhe que até então, ninguém tinha notado.
- Sr. Haner, estamos sendo observados.
Brian sacou a arma da cintura, apontando-a para direção em que Scott apontava, ouvindo, logo em seguida, um ruído alto. A névoa presente no fim da tarde não permitiu-lhe ver com clareza, e tudo que conseguia-se ouvir eram as respirações aceleradas de tensão pelo que viria a seguir. Mas ao contrário de quase todos, o chefe Haner odiava esperar. Sempre preferiu agir. O que lhe fez caminhar na direção que olhava. Andou uns dez metros e percebeu que estava saindo do meio sufocante de árvores para a civilização. Avistou o primeiro prédio do outro lado de uma avenida quase deserta e junto com ele, uma silhueta feminina.
A assassina podia ser tudo, menos amadora.

Xx

Calças e jaquetas de couro, blusas de lycra e coturnos pretos... Marian se apresentava irresistível naqueles trajes.
- Você fica muito bem nessa roupa. – falou, vendo-a escorar-se no batente da porta e morder o lábio. – Aposto que fica melhor sem ela.
- Sabia que poderia contar com você. – respondeu, caminhando até Brian e sentando-se em seu colo.


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