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O Coelho Enforcado escrita por David_Ned
Capítulo 1
Capítulo 1
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Narração por Tom Riddle :
Eu odiava aquele orfanato, só de olhar para os seus rostos felizes, toda aquela demonstração de afeto... Tudo isso me causava repugnância. O choro das crianças deixava-me feliz. A solidão era minha melhor amiga, vê os outros sofrerem em minhas mãos era algo que me causava euforia instantânea, contagiava meu coração. E agora eu estava brincando com um ioiô de um dos garotos chorões. De repente, a porta é aberta e Carlinhos Stubbs coloca sua cara feia e olha para mim. Eu via o medo transpassar seus olhos castanhos.
- O que você quer? – perguntei voltando minha atenção para o brinquedo.
- Eu vim pedir o ioiô do Erico Whalley de volta... – ele falou encarando-me com aquela cara de bebê chorão.
- E se eu não o quiser devolver? – indaguei desafiando-o.
- Se você não me devolver, vou contar tudo para a Sra. Cole – disse ele segurando aquele coelho feio dele.
- Você está me desafiando? Você anda muito corajoso – falei levantando-me da cama e indo em direção a porta onde ele se encontrava parado, eu podia sentir o cheiro do medo e pavor que ele transpirava.
- Por favor, Tom.
- Não me chame assim! – esbravejei batendo na porta.
- Des... cul... pe – Carlinhos respondeu gaguejando.
- Isso, bom garoto – eu já sabia o que iria fazer com Carlinhos e seu bichinho sem graça. A diversão estava para começar. - Você o que, não é mesmo? – perguntei abaixando-me para ficar a sua altura. Eu sempre fui maior do que aquelas crianças.
- Sim – Carlinhos falou fazendo cara de quem ia chorar... Eu esperava que ele não começasse se não eu perderia a cabeça e faria alguma bobagem com ele.
- Então, vamos até o sótão – falei tentando esconder o sorriso.
- Mas... lá é escuro – disse ele apertando o coelho contra o corpo magérrimo.
- Você vai está comigo – falei colocando minha mão no seu ombro o empurrando em direção ao sótão. Quando abri a porta do sótão o pirralho começou a choramingar.
- Acho melhor voltarmos – ele falou assustado vendo-me fechar a porta.
- Agora que a brincadeira vai começar – disse o rodeando.
- Por favor, Tom – disse o pirralho começando a chorar feito um bebezinho.
- CALA A BOCA! JÁ FALEI PARA NÃO ME CHAMAR ASSIM – falei apertando seu braço. Ao fazer isso, ele começou a chorar ainda mais chegando a se jogar no chão... Eu estava irritado, com muita raiva, mais muita raiva mesmo... estava com tanta raiva que fiz o coelho cinza sem graça ficar pendurado ou melhor, enforcado nas traves do teto. Esse ato me fez rir como se estivesse vendo um daqueles filmes bestas de comédia. Quando o encarei novamente, senti como se houvesse algo dentro de mim que me mandava torturá-lo e foi o que fiz... O sorriso continuou estampado em meu rosto enquanto o fazia sentir dor, chegando ao ponto de cantarolar uma música.
- Diga ao Whalley que na próxima ele mesmo venha buscar o maldito brinquedo, e que não mande seu amiguinho covarde que faz xixi nas calças – falei parando de torturá-lo. Ele ainda chorava baixinho e me encarava com medo quando eu lhe dei as cotas e me dirigi em direção à porta. “Eu havia dominado e amedrontado mais uma criança e não sentia nenhum rancor” pensei guardando o ioiô dentro do bolso.
FIM
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