Quando cheguei ao hospital a sra. Brooks já se encontrava lá. Estava aguardando para entrar no quarto.

(Gust off)

(Charly on)

Pesadamente me levantei e abri os olhos, me sentia bem. De repente a porta se abriu, era o doutor Raimbeck.

- Olá Charly! Como se sente?

- Olá! Muito bem, estou até estranhando.

- Bem, vc é uma menina de sorte, ontem mesmo apareceu um doador e o transplante foi um sucesso!

Nesta hora abri um enorme sorriso. Sim, eu tive muita sorte. O cara lá de cima não se esqueceu desta louca. Ri com meus próprios pensamentos.

- Mas vamos com calma. Ainda está recente, precisamos acompanhar sua recuperação e ver se não haverá reações após este período de pós-transplante.

- Sai pra lá! Vai dar tudo certo! – fiz uma careta fazendo o doutor rir.

- Vc deu muita sorte mesmo, um anjo caiu em sua vida nesta hora.

- E quem é este anjo?

- Bem, este anjo pediu segredo.

- Mas eu queria agradecê-lo! Afinal ele salvou minha vida.

- É eu sei, quanto a isto vou falar com ele, enquanto isto vc poderia falar com suas visitas não?

- Sem dúvida!

- Já vou pedir que entre. Até mais tarde!

- Até! – acenei para o doutor que saia pela porta.

No mesmo instante minha mãe entrou e correu para me esmagar.

- Ai! Calma mãe! Assim precisarei voltar pra sala de cirurgia! – brinquei.

- Nem brinque com isso! Quase morri! Como vc está minha filha?

- Bem, muito bem.

- Não sabe como me sinto ao ouvir vc dizer isso.

Minha mãe começou a chorar.

- Hey! Dona Mary! Relaxa! Logo, logo eu estou de volta e vc ainda vai correr muito atrás de mim! Haha e pede pra Judy aquele Roulete maravilhoso, pq comida de hospital é o fim da picada!

Mamãe riu e se levantou, me abraçou e começou a se despedir.

- Filha, tenho que ir. Judy está desesperada por notícias e tenho que trabalhar ainda hoje. – beijou minha testa e saiu.

- Mande lembranças à Judy!

- Descanse! Pode deixar que mandarei.

Deitei novamente. Mal foi fechada a porta e a ouço abrir novamente. Eu achava que seria o doutor Raimbeck ou minha mãe novamente esquecendo de alguma coisa, mas não era...

Ele estava ali, na minha frente.

(Gust on)

Assim que a senhora Brooks saiu eu corri em direção à porta do quarto.

Quando entrei ela estava deitada na cama. Bem ali, na minha frente.

Não dissemos nada, ela se sentou na cama e eu corri em sua direção para abraçá-la. A sensação de tê-la num abraço foi maravilhosa, afinal, ela finalmente estava bem.

- Como se sente? – perguntei.

- Muito bem, mas chateada – falou fazendo bico.

- Pq?

- Não cumpri sua promessa, eu não estava lá.

- Não importa, agora vc está bem e é isto o que importa.

Ouvimos a porta se abrir.

(Gust off)

(Charly on)

Foi ótimo abraçar Gust, ele tem um abraço único, com sentimentos, me deixando mais feliz e confiante.

Ouvimos a porta se abrir, era o doutor Raimbeck.

- Vejo que está cheia de visitas hoje. – brincou.

- Nem tanto, mas estou feliz por isso, odeio ficar sozinha.

- E como está?

- Pronta pra ir para casa!

- hahaha, ainda não Charly, vamos com calma, ainda está em observação por alguns dias,  precisamos verificar se seu corpo aceitou bem este transplante.

- E eu tenho escolha? – fiz bico – posso pelo menos conhecer o doador?

- Ele pediu sigilo. Mas vou ver o que posso fazer.

Doutor Raimbeck se retirou do quarto me deixando sozinha com Gustav novamente.

- Quero sair daqui!

- Calma Charly! Vc precisa estar 100% antes de voltar pra casa.

- Vc fala isso pq não é vc que fica aqui sozinho, mas já que não tem outro remédio.

- Charly, preciso te dizer uma coisa...

Nessa hora Gustav pegou em minha mão e olhou fundo nos meus olhos. Senti borboletas em meus estômago.

- ...quando vc estava inconsciente alguns dias atrás eu vim ver vc...

- Gust – o interrompi – eu também tenho: eu não estava inconsciente, estava apenas fraca por causa dos remédios. E foi isso que me manteve forte. Vc pediu que eu prometesse, e esta promessa eu jurei que cumpriria. Eu estou aqui. Eu cumpri sua promessa que ficaria aqui com vc.

- Então vc também...

Nesta hora a porta se abriu (virou carnaval isto??) e começou a entrar toda a galera com bexigas, pelúcias e flores, fazendo a maior balbúrdia no quarto.

Bill foi o primeiro a correr e me abraçar seguido de Tom.

- Como vc está?

- Caramba! É a quinta vez que ouço esta pergunta hoje! Troca a fita vai?

- É, ela está bem Bill – Tom respondeu rindo.

- O que é isso gente?

- É pra vc! Ou vc acha que ia ficar sem nosso presença?

- Obrigada!

Conversamos, rimos, foi muito legal, mas queria terminar minha conversa com Gustav, o que seria impossível com todos ali. Nos olhávamos toda hora, mas não podíamos fazer nada.

Depois de um tempo o doutor Raimbeck voltou expulsando todos, inclusive Gustav.

- Ela ainda está em recuperação! Não pode ter festinhas ainda! Voltem amanhã! E sem presentes preferivelmente. – disse o doutor tirando todos do quarto.

E a conversa com Gust teria que esperar.