Ursinho de Peluche escrita por Quelly


Capítulo 1
Capítulo 1 - Será que sou fofinho?




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Será que hoje é o meu dia de sorte?! — Pensava eu quando vi a funcionária a abrir as portas da loja.

 Quero tanto sair daqui!

Ninguém me quer, porque?! Eu não sou fofinho como os outros?! Será que o menino, humano, igual a mim sente estas mesmas coisas?! Será que também é posto de parte?! — estas eram as perguntas, que flutuavam na minha mente, às quais eu nunca iria saber as respostas

Desde, há mais de um mês que fui enviado para cá. No primeiro dia eu fiquei super entusiasmado, apesar de eu fisicamente não estar a sorrir eu estava muito feliz, o meu interior estava aos pulos de felicidade. Mas, o tempo foi passando e as minhas esperanças de sair de cá foram desaparecendo. As crianças passavam, olhavam-me com desejo, mas depois os pais ao me verem diziam que eu era feio, que havia coisas mais bonitas e interessantes. Eu ao ouvir isso ficava muito triste, ninguém conseguia ver, pois eu estava sempre igual, sempre com a mesma expressão facial.

Um dia, uma menina mesmo bonitinha, ela tinha mais ou menos uns 5/6 anos de idade, cabelo comprido, até ao final das costas, loiro, olhos de um azul mesmo lindo, parecia o céu quando não tinha nem uma nuvem. Eu via pouco o céu, mas de onde estava podia notar que nos dias de Sol ele era lindo, como aqueles olhos. Ela pediu ao pai, era quem a acompanha, para levar um igual a mim. Nesse momento, eu fiquem tão contente que dei um pulo e acabei por cair. Ela apanhou-me delicadamente e disse “ É mesmo fofinho. Papá posso leva-lo?”. Ela olhou o pai com um brilho nos olhos, mas este foi rude e disse friamente para a pequenina Não, Maria. Tu já tens muitos. E além disso esse é feiinho”. A menina ainda tentou convencer o pai, mas em vão. Ela voltou a colocar-me na prateleira, com tristeza, e antes de dar meia volta e ir ter com o pai ela disse “És mesmo fofinho! — uma lágrima deslizou pela sua face delicada — Adeus, Gusti — depositou um beijo na minha bochecha e correu ao encontro do pai”

Sinceramente, pensei que finalmente o meu dia tinha chegado, mas não. Tudo não passou de uma ilusão.

Os dias foram passando, e eu continuava ali. Via os meus outros eu a saírem dali, menos eu. Eles não sorriam, como eu, mas concerteza estavam felicíssimos, pelo menos eu na situação deles iria estar. Mas como não era eu que iria embora, para um lar, para uma família, para alguém que fosse cuidar de mim, eu estava realmente muito abatido. Desde o primeiro dia eu me encontrava sempre na fila da frente, mas nunca fora escolhido.

Eu passava os dias assim, a pensar no dia em que iria para casa e a relembrar os meus dias aqui. Está quase na hora da funcionária fechar, mais um dia, a loja. O meu desejo, por hoje, terminou. Quem sabe, amanhã o dia não seja melhor. Com isto, deixei a minha mente descansar, se fosse mesmo um humano, eu diria que tinha acabado por adormecer, devido ao cansado.

“Acordei” quando ouvi uma jovem, parada na frente da minha prateleira, dizer “ Qual dos Gusti vou levar?! Se pudesse eu levaria todos — falou ela toda sorridente”. Eu queria fazer qualquer coisa para chamar a sua atenção, mas não o fiz. Não queria sofrer de novo. Não queria ter mais uma ilusão. Por isso, fiquei ali há espera que ela escolhesse o que preferia. Nesse momento a funcionária chegou à beira da menina e disse “Não pode demorar muito. Temos que fechar dentro de 5 minutos”. A jovem assentiu com um aceno de cabeça, sem deixar de olhar para nós, os peluches. Ela pegou num e disse “Queres ir para minha casa, queres?! Vou tratar muito bem de ti. Vou-te tratar como se fosses o verdadeiro Gustav. O meu amor.” Ao ouvi-la falar assim, dava uma vontade de pular dali e ir com ela embora. Ela falava com um brilho no olhar, que até me arrepiava. Ela devia amar de verdade esse menino. Ela pegou num igual a mim e o olhou nos olhos e disse “Vais ser tu! Que sorte, hein?!”. Mais uma vez eu fui deixado de lado. Fiquei tão triste que me inclinei para a frente e acabei por cair no chão, bem nos pés dela. Ela deu um passo e por pouco não me pisou. Quando ela me viu ali no chão pegou em mim e disse “Ups! Quase te calcava! Como caíste?! Estavas tão bem seguro! Será que é um sinal?! Será que tu caíste porque és tu que queres ir comigo para casa?!”. Ela olhou os dois peluches que tinha na mão, eu e o outro. Ela ficou em silêncio, e enquanto ela pensava ouviu-se ao fundo uma voz dizer “Menina despacha-te. É hora de fechar” era a funcionária. Agora, eu estava nervoso. Quem é que ela ia escolher?! Será que finalmente o meu dia tinha chegado?!


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