Vira Tempo, Uma Nova História. escrita por Felipe_S


Capítulo 5
Capítulo cinco: Conflitos, Remorso e Futuro.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! o///

Desculpem pela demora, mas falta de tempo tah triste por aqui. :

De qualquer maneira, boa leitura e espero que gostem! ^^



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- Até agora eu não estou acreditando no que eu vi! – Sirius disse abobalhado – O Pontas foi derrubado pelo loirinho em menos de cinco minutos! Isso não está certo, não está! – o moreno disse frustrado, arrancando um sorriso de canto de Snape e uma gargalhada por parte de Bellatrix.

- Você será a próxima, sangue ruim. – a morena debochou, mirando Lily com escárnio.

- Não será, Black. – Ginny disse firme, chamando a atenção de todos ali presentes, com exceção de Hermione, a qual estava absorta em seus próprios pensamentos.

- Posso saber por que não, Whezzy? – a Black desdenhou.

- Por parte do Harry, eu tenho certeza que nada acontecerá. Farei questão de pedir que ele pare com essas provocações. Sim, Bella, ele faz aquilo que sua namorada pede. – a ruiva disse meio a uma gargalhada histérica de descrença da morena -  Ao contrário do que a maioria pensa – Ginny fitou Sirius e Remo – Harry possui bom coração.

- Isso tudo faz muito sentido! – Lene desdenhou – Uma defensora dos nascidos trouxa namorando, melhor, controlando um sangue puro com um rei na barriga? Ah, faça-me o favor!

- Lene, não precisa ser tão desagradável! – Dorcas repreendeu – Nada nos prova uma falta de caráter por parte da Ginny!

- Ahhhh, já estão tão íntimas assim, Dorcas? – a morena vociferou – Na próxima, abrace o namorado ridículo dessa menina e ajude-o a humilhar a Lily em público!

- Lily... – Dorcas disse apreensiva, buscando o olhar da ruiva, algum pronunciamento da amiga para amenizar a explosão da morena.

- Lene... – Lily disse receosa, contudo, fora interrompida por uma Marlene nem um pouco satisfeita com a súbita aceitação das amigas para com a Whezzy.

- CHEGA! Não fale nada, Lily! Vou sair daqui, não quero brigar com vocês por causa de uma... – fitou Ginny com cólera – Boa noite. – disse ríspida para todos ali presentes e saiu, a passos firmes, do salão principal, rumo ao seu dormitório.

- Depois de cena tão comovente – Snape desdenhou – acho melhor sairmos daqui, Bella.

- Isso, corra como um covarde, Ranhoso! – Sirius debochou – Ah, desculpe-me – disse ao perceber o olhar nada amistoso que Lily lhe lançara – Você está atrasado para seu banho, imagino o quão difícil deve ser manter esse seu corte de cabelo e esse aspecto galanteador com o qual você nos presenteia diariamente. – sorriu de maneira irônica. Snape lançou um olhar frio para o maroto, saindo do salão, sendo seguido por Bellatrix.

- Nossa, achava que vocês se odiavam! – Ron disse incrédulo para Sirius, enquanto Snape e Bellatrix saiam do recinto. Todos ali presentes pareciam ter esquecido a presença de Hermione. A menina estava totalmente alheia ao diálogo ali realizado, um único pensamento tomava conta de seu ser: remorso.

- Ronald, juro que me pergunto todos os dias o motivo pelo qual o tamanho do seu estômago está trocado com o do seu cérebro! – Ginny disse ríspida – Ele foi sarcástico, entendeu? Por Mérlin, você foi adotado, é a única explicação! – a ruiva disse erguendo as mãos para o alto, deixando Ron muito vermelho, arrancando risadas de Sirius e Peter.

- Lily, você acha que a detenção dos dois vai ser muito pesada? – Lupin perguntou apreensivo, tirando a atenção de todos de Ron.

- Para ser sincera, Remo, não faço ideia do que esperar. – Lily suspirou – McGonagall não vai deixar barato, violência em pleno jantar? Terão sorte se não forem expulsos.

**

- Estou totalmente decepcionada! Nunca, eu disse nunca, em toda minha vida acadêmica, seja como estudante ou educadora, vi cena tão deplorável! – Minerva dizia com um anormal tom frio, enquanto James fitava o chão e Harry parecia absorto em seus pensamentos – Onde já se viu, dois alunos do sétimo ano, alunos que deveriam dar o exemplo, recorrendo a violência em pleno jantar. – McGonagall suspirou cansada – Potter, infelizmente, não vejo outra saída, terei que lhe proibir de jogar quadribol, quanto ao Lestré, a punição caberá ao professor Slughorn.

- Professora, o quadribol não, por favor! – o moreno disse suplicante, levando as mãos à cabeça – Pode me deixar o resto do ano em detenção, pode me mandar abraçar o Ranhoso ou até me tirar o cargo de capitão, mas, por favor, não me proíba de jogar!

- Lamento, Potter, mas não vejo outra alternativa para lhe impor limites. – a mulher suspirou cansada. Harry não ouvia nada do que acontecia naquela sala, caso contrário, faria questão de realizar um comentário ácido acerca da situação. Contudo, o loiro esforçava-se para lembrar- se de algo, o discurso de Minerva lhe soara tão familiar, algo que ele não sabia explicar.

- Lestré, aconteceu alguma coisa? – Minerva soara ríspida – Por Mérlin, você está muito pálido! – Harry começou a sentir uma intensa dor em sua cabeça, antes recorrente em todo seu corpo, mas, com o passar do sermão de McGonagall, o dor começara a se concentrar em sua testa.

O loiro, com o dedo indicador, começou a massagear uma região em específico da cabeça.

Uma pontada intensa na região levou o garoto ao chão, o qual começou a urrar de dor,

contorcendo-se.

- Potter, chame Madame Pomfrey e Dumbledore, imediatamente! - a professora disse com urgência, aproximando-se de Harry, tirando James do choque de ver o ataque que o loiro estava sofrendo.

- NÃO! – Harry gritou em súplica, contorcendo-se ainda mais – Não chame ninguém, Potter, por favor. – o garoto murmurou, levando as duas mãos à testa. O moreno olhou para Minerva depois daquela reação, atordoado.

- Potter, posso saber por que não fez ainda o que eu mandei?

**

- Pontas! – Sirius gritou eufórico ao ver James se aproximar do grupo. – Qual foi sua detenção dessa vez?

- A coisa ficou feia, a McGonagall quase me proibiu de jogar quadribol.

- Ela não seria louca! Pontas, sem você no time, não temos chances de vencer a taça das casas!

- O que a fez mudar de ideia, Pontas? – Remo perguntou sério.

- O Lestré. – James respondeu displicentemente, arrancando uma exclamação de incredulidade de Ginny, a qual fora abraçada por Ron.

- O que aconteceu com ele? – Ginny perguntou apreensiva. Nesse momento, Hermione acordou de seus devaneios, começando a prestar atenção no diálogo que se iniciava.

- Não sei explicar, mas acho que foi algo grave. Ele parecia sentir uma dor descomunal na testa. Foi meio assustador, mesmo ele... – o moreno fora interrompido por Ginny, Ron e Hermione, os quais começaram a correr em direção à enfermaria.

- Brilhante sua sensibilidade, Potter. – Lily revirou os olhos – Dizer para a menina que seu namorado estava tendo um ataque ou coisa parecida, você é irreal, sabia? – a ruiva vociferou, lançando um olhar pouco amigável para o maroto, saindo do salão principal, rumo ao seu dormitório.

- James, nem tem como eu argumentar ao seu favor com a Lily nessa, você pisou feio mesmo na bola. – Dorcas disse em tom de desculpas – Só porque o Lestré te venceu em um duelo não é justificativa para falar da reação, no mínimo, estranha que ele teve com tanta indiferença. – suspirou - Enfim, vou dormir e tentar amansar a fera ruiva. Boa noite, garotos!

**

- Madame Promfey, o que o Harry tem? – Hermione adentrara a enfermaria, sua voz transmitia urgência. Ginny e Ron chegaram logo em seguida.

- Por Mérlin, nada de grave aconteceu com ele, não é mesmo? – Ginny perguntou apreensiva, enquanto segurava as lágrimas. A ruiva não sabia explicar, mas sentia que algo estranho estava acontecendo, tinha quase certeza que alguma ferida seria reaberta, mas não conseguia imaginar qual. Essa maldita amnésia não a deixava pensar, acompanhar o que acontecia. A única pessoa capaz de explicar tanta turbulência nessa missão estava em estado de choque, algo naquela briga devia ter relembrado Hermione de algo terrível. Tal série de fatos apenas frustrava a ruiva, uma vez que ninguém parecia entender com precisão o que estava acontecendo.

- Isso é uma enfermaria, senhoritas! – a enfermeira disse ríspida enquanto dava uma poção para Harry – Ele está melhor agora. Dei uma poção para dormir sem sonhar, contudo, não sei o que farei com essa cicatriz em formato de raio que surgiu em sua testa. De qualquer maneira, podem voltar para seus dormitórios, amanhã ele terá alta. – Hermione sentiu um nó da garganta ao constatar que a cicatriz de Harry ressurgira. Algo estava errado, por qual motivo o feitiço permitiria que aquela maldita marca, aquela instável e perigosa ligação entre o amigo e Voldemort reaparecesse? Precisava, agora mais do que nunca, conversar com Dumbledore.

- Não voltarei coisa alguma para meu dormitório! Onde já se viu, meu namorado tendo sabe-se lá o que e eu dormindo como se nada estivesse acontecendo? Pode ir arrumando outra cama, Madame Promfey, passarei a noite por aqui mesmo, nem que seja no corredor!

- Pois bem, vou lhe entregar um cobertor para que não sinta frio – a enfermeira disse ríspida – afinal, os corredores do castelo ventilam por demais.

- Como assim, você vai fazer minha irmã dormir no corredor? – Ron perguntou incrédulo, mirou a irmã apreensivo – Ginny, isso é loucura! Você vai pegar um resfriado e vai acordar com dor nas costas. Amanhã acordamos bem cedo e vamos vir ver o Harry, o que acha?

- Acho melhor vocês dois irem ao dormitório enquanto eu vou conversar com Dumbledore. – Hermione disse sem emoção, recebendo um muxoxo da ruiva – Ginny, se quiser me esperar acordada, não ligo. – a morena disse caridosa, colocando as mãos sobre os ombros da amiga.

**

- Pontas, o que foi que aconteceu naquela sala? – Sirius perguntou enquanto vestia seu pijama.

- Não sei, Almofadinhas. – James suspirou, enquanto preparava sua cama para dormir – O Lestré teve um ataque, algo muito maior que uma simples dor de cabeça.

- E você fala como se não fosse nada? – Remo perguntou incrédulo, colocando o livro que lia na cômoda ao lado de sua cama – Pontas, por mais detestável que ele seja, cara, ele pode ser vítima de alguma maldição. – o maroto disse com certo pesar na voz.

- Ah, claro, Aluado! – Sirius desdenhou – Você e sua mania insuportável de tentar entender os outros. Cara, ele é normal! Agora, quem fez aquilo com ele merece um prêmio, se merece.

- Merece mesmo! Ah, nem vem, Aluado! Digo bem feito para aquele idiota.

- Isso só porque ele te venceu, Pontas? – Remo provocou.

- NUNCA MAIS REPITA ESSA MENTIRA, ALUADO! – James gritou colérico, virando-se para Lupin – Eu apenas me distrai e ele aproveitou.

- Ah, claro. Não vou discutir nem repetir uma verdade que todos aqui conhecem e viram. Se engane, faz bem para o seu ego. – Remo disse sarcástico. James e Lupin fitavam-se, ambos segurando suas respectivas varinhas.

- Alguém viu o Rabicho? – Sirius perguntou buscando amenizar a situação.

**

- Marlene, não acredito que sua crise de ciúmes chegou a tanto! – Dorcas disse saindo do banheiro.

- Ah, nem vem, Dorcas! – a morena disse com uma careta – Não foi ciúmes porcaria nenhuma, foi só preocupação com a Lily. Esses novatos são perigosos, guardem minhas palavras.

- Super perigosos, quem sabe eles não me atacam com algum Levicorpus, não é mesmo? – Lily desdenhou enquanto deitava em sua cama – Não me importo com ofensas, Lene. Achei que você já soubesse disso.

- Bem... Como vou explicar... Não fui com a cara da ruivinha. E a tal da Granger e do Lestré já mostraram o quão são perigosos!

- Não me lembro de ter visto nada disso, Marlene! – Dorcas retrucou, aumentando o tom de voz ao perceber uma possível réplica por parte da morena – Ah, nem adianta falar do feitiço não verbal no Potter! Ele só se defendeu, embora eu ache um absurdo a reação dos dois.

- Ele só quis defender a Lily! – Lene disse erguendo as mãos para o alto – Por Mérlin, Dorcas! O Lestré chamou a Lily de sangue ruim! Acho que o James estava certo em partir para cima do garoto. Onde já se viu, criticar um cavalheiro como o James...

- Sua principal revolta foi o fato da Ginny ter defendido a Lily! Você está com ciúmes e medo, Lene! Escute, ELA NÃO ESTÁ INTERESSADA NO SIRIUS!

- Ah, claro, sou movida a Sirius Black agora! – a morena ironizou – Preste bem atenção, Dorcas... Só porque o Reminho não toma iniciativa, sabe-se lá o motivo, isso não quer dizer que todas sejam frustradas como você é!

- Pelo menos admito o que eu sinto, ao contrário de você! – Dorcas e Lene estavam completamente exaltadas, miravam-se em desafio.

- CHEGA! – Lily gritou, beirando o desespero – Não vamos brigar por causa disso! Cabe a mim, apenas a mim, decidir se confio ou não na Wheezy! Quem corre algum perigo de morte devido a uma possível conspiração de psicopatas sou eu! – disse meio a um suspiro.

- Finalmente, alguém me entendeu neste lugar! – Marlene disse em to de falso agradecimento, erguendo, mais uma vez, suas mãos para cima. – Eles são psicopatas!

- Ah claro, ninguém percebeu a ironia na fala da Lily na parte da conspiração. – Dorcas desdenhou.

- Você percebeu ou viu nos astros, ó, grande profeta? – Lene provocou – Deve ter previsto, já que SÓ VOCÊ percebeu uma ironia inexistente!

- CHEGA! AS DUAS, PARA A CAMA, AGORA! – Lily gritou colérica. Como suas amigas podiam ser tão infantis a tal ponto? Sabia que Lene tinha razão em seus receios, contudo, a morena exagerara. Já Dorcas, bem, por mais verdade que fosse o ciúmes infundado de Marlene, a loira não tinha o direito de ser tão dura assim.

**

- Professor, precisamos conversar. – Hermione disse séria, enquanto adentrava a sala de Dumbledore.

- Já esperava pela sua visita, senhorita Granger. – o diretor disse em seu habitual tom doce, contudo, certa preocupação era notável em seu olhar.

  Hermione sentara à frente do professor, certo receio tomara conta da menina. Ela não sabia por onde começar, todavia, era de extrema necessidade que a garota desabafasse com alguém sobre seus remorsos e preocupações, sem falar em uma possível ação de Voldemort. Afinal, por qual outra razão a cicatriz do amigo ressurgira?

- Bem – a morena hesitou, respirando profundamente – Professor, essa cicatriz que surgiu na testa do Harry está me intrigando. O bruxo das trevas que viemos deter está atingindo sua primeira ascensão, presumo que a carta que o senhor recebeu tenha explicado a ligação entre Voldemort e Harry.

- Explicou sim. – o diretor suspirou – Infelizmente, não serei capaz de saber, com total certeza, o motivo de tal reaparição. Presumo que, muito provavelmente, os planos de Tom começaram a dar certo. Dessa forma, acredito que, diferentemente da cicatriz de sua época, essa nova marca não seja capaz de permitir um acesso por parte de Voldemort à mente de Harry. Se eu estiver correto, toda essa complexidade do feitiço, a certeza do mesmo ser completo só evidencia que a cicatriz, a partir de agora, servirá como um aviso. Harry será capaz de sentir quando algo for acontecer, presumo. Não sei dizer como tal ligação ocorrerá, mas, tenho minhas suspeitas.

- Professor, tem outra coisa que eu gostaria de discutir com o senhor...

- Estou todo ouvidos. – o diretor disse sorrindo, incentivando a fala de Hermione.

- Err... – a garota fitou seu colo, não teria coragem de fazer tal pedido olhando nos olhos do diretor, sentia vergonha. – Eu gostaria de perder minha memória, assim como Harry, Ron e Ginny perderam.

**

- Ronald, não adianta insistir, vou dormir nessa maldita porta! – Ginny disse colérica, enquanto balançava o cobertor dado pela enfermeira – Por que você não vai para o seu dormitório? Melhor, por que você não vai perguntar ao Filch se ele encontrou seu cérebro por aí?

- Fico aqui, como um idiota, me preocupando com você e como agradecimento recebo seus chiliques? Ginevra, por Mérlin, o Harry odiará saber que você dormiu no corredor por causa dele.

- Nem tente colocar a síndrome do super herói que o Harry tem na conversa. – a ruiva disse decidida – SE ele implicar, será um assunto meu e DELE, não seu, Roniquinho

- Ótimo, vou para o meu dormitório. – Ron disse de cara amarrada – Mas, deixo claro o meu desejo de que o Pirraça venha lhe fazer uma visitinha noturna, só para você aprender a nunca me ouvir.

**

- Isso quer dizer que o senhor não é capaz de alterar a decisão do encantamento? – Hermione disse, sua mente estava entre o desespero e a admiração que sentia diante da complexidade do feitiço.

- Exatamente. – Dumbledore respondeu sorrindo – Ao contrário do que você suspeita, não foi o fato do seu sobrenome e aparência terem sido mantidos que determinou que você fosse a única a se lembrar do futuro. O que quero dizer, Hermione, é que o encantamento vai muito além de meras convenções bruxas, ele se adéqua de acordo com a necessidade, tudo em prol do sucesso da missão. O feitiço lhe julgou a pessoa mais apropriada para ser a guardiã das lembranças, assim como julgou Harry o mais apto a ter uma ligação mágica com Voldemort.

- Então, posso concluir que o feitiço é quem dita as regras, analogamente, é como se eu, Harry, Ron e Ginny fôssemos peões e o encantamento o dado?

- Sim e não. – Dumbledore esboçou um sorriso singelo ao ver uma expressão de desentendimento em Hermione – O feitiço seria, de certa forma, o dado, contudo, não se limitaria a ele. O encantamento pode ser comparado ao dado, tabuleiro, jogadores e até mesmo a caixa do jogo. De maneira bem simplificada, a magia seria tudo, exceto as pessoas.

- Dessa forma, não há como falharmos, uma vez que o feitiço se moldará a ponto de nos favorecer. – Hermione disse confiante, sorrindo com a perspectiva da certeza sobre a derrota de Voldemort.

- Infelizmente, Hermione, o fato de o feitiço influenciar apenas você e seus amigos não lhes garante nada.  A magia conspira ao seu favor, mas Voldemort é intocado por ela, assim como eu ou qualquer outra pessoa desse tempo. O encantamento é um auxílio, não uma certeza.

- Então, resumidamente, ele se manifesta quando quer e influencia apenas nós quatro?

- Exato.

- Então, nada me ajudará com o remorso que sinto... – Hermione suspirou resignada. A perspectiva de ter que continuar com sua imagem de sonserina amante das artes das trevas e ter consciência do quão sujo era afastar Harry de seus pais a enojava. A garota estava totalmente absorta em seus pensamentos, ignorando a presença de Dumbledore, até que um pigarreio do diretor fez-se audível.

- Hermione, não há com o que se preocupar, todos verão que suas atitudes visam um bem maior. Fingir ser quem não é, nessa situação, é completamente aceitável. Permitir um conflito entre pai e filho, nessa infeliz ocasião, não é nenhuma coisa hedionda.

- Como o senhor sabe quem são os pais do Harry? – a morena balbuciou incrédula – Isso é impossível!

- Seria se na carta não estivesse nada explicado. Sei o que é preciso saber, assim como sei que você está sentindo um remorso desnecessário.

- Mas, professor, eu permiti que o Harry ofendesse a mãe e duelasse com o pai! Que tipo de ser humano eu sou? Que tipo de amiga eu sou? – a garota disse desesperada, entregando-se, finalmente, as lágrimas que insistia em esconder. – Sou a única a se lembrar do futuro horrível, das mortes, dos sofrimentos. Pior, ofendo, esnobo aqueles que deram a vida pela causa que defendo e me alio aos causadores de tanto sofrimento! Nojo é algo inevitável! – a morena protegeu o rosto com as mãos, tornando seu choro mais profundo. Dumbledore apenas a observava com certo olhar de compaixão.

- Hermione, acredito que posso dizimar esse remorso e lhe dar motivação o suficiente para continuar com essa jornada até o fim. – o diretor suspirou – Não é algo recomendável, mas vejo que é necessário.

- Desculpe-me, professor, mas não vejo como o senhor possa me convencer.

- Ah, suponho que eu seja capaz – sorriu – Vou lhe mostrar o futuro, cara Hermione, o futuro que lhe aguarda caso saia vitoriosa.

- Como? Achei que isso fosse impossível! O complexo temporal é imutável, imprevisível, exceto, é claro, pelo encantamento realizado pelo senhor.

- Exato, minha cara. Digamos que eu seja um velho peão com certos privilégios. Privilégios esses que me possibilitarão lhe mostrar um futuro maravilhoso. Garanto que isso lhe animará a continuar e a clarear sua mente. Agora, mais do que nunca, Hermione, você deverá agir com extrema cautela, os próximos passos serão cruciais para o sucesso.  Dito tais instruções e compreendida minha visão dos fatos, espero que esteja preparada para ver algo muito animador. – o diretor disse em seu habitual tom sereno. Um sorriso era nítido em sua face, algo semelhante ao de  uma criança que acabara de aprontar algo extremamente divertido e proibido.


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Notas finais do capítulo

Bem, coisas importantes foram introduzidas na história, espero que não tenha ficado nada muito viajado. Espero o retorno de vocês pelos comentários!

Ah, muito obrigado a todos que vem acompanhando a fic, de verdade!