Seis anos se passaram, Thalia estava com 22 anos. A garota havia terminado de estudar musica, e estava acertando tudo para voltar aos Estados Unidos, e dar continuidade em sua vida no seu país natal.

Thalia conheceu muitos meninos na Alemanha, namorou diversas vezes, mas não gostou de nenhum. Namorou, para esquecer alguém, alguém que havia a conquistado quando ainda tinha 16 anos. A mesma chegou a até estar noiva, mas percebeu a besteira que iria fazer.

— Próxima parada? Estados Unidos da América.

A moça subiu no avião, e olhou uma ultima vez para trás. Se tivesse sorte, nunca mais voltaria àquele lugar, apenas acompanhada de seus amigos.

— Tchau, Berlim. Até a próxima. — Sussurrou.

Ela sentou em seu lugar, e esperou. Esperou tempo suficiente até avistar de longe a cidade de New York.

Thalia deixou suas coisas em sua casa. Seu pai, como sempre, não estava. Estava trabalhando.

— Ele nunca muda. Até mesmo, quando sua filha, que ele não vê, depois de seis anos decide voltar. — Pensou Thalia. Ela já estava acostumada. Sempre era assim.

A menina pediu para a empregada desarrumar suas malas. Ela foi ao seu quarto, e decidiu mudar de roupa. Colocou um short jeans, uma camiseta de banda branca e um casaquinho xadrez. Por baixo do short colocou uma meia calça preta, e uma bota. Pegou uma bolsa, jogou suas coisas dentro e saiu.

Thalia havia levado presentes para suas amigas: Chocolate Suíço, da viagem que a garota havia feito na ultima semana até a Suíça.

Na esquina da casa de sua amiga, ela comprou um sorvete de cereja.

O caminho para a casa de Annabeth foi feito muito rápido, a garota nem percebeu. Subiu as escadas da casa de sua amiga e tocou a campainha. Ela escutou um “Já vai” e esperou.

— Thalia? — Annabeth fez uma careta.

— Oi!

— Amiga! Entra.

Elas se abraçaram, um abraço que não davam há seis anos.

— Ah Annabeth, como eu sentia falta de tomar esse sorvete da esquina da sua casa.

— Na Alemanha não tem sorvete? Como você sobreviveu?

— Ter até tem, mas não é igual a esse daqui.

— Tá falando sozinha, Annie? — Alguém perguntou da sala.

— Ué, agora eu sou ninguém?

— THALIAAA! — Uma Silena escandalosa gritou.

— Ei, me solta. Silena, eu to com falta de ar. SILEEEEENA.

— Foi mal.

— Mal? Foi muito mal. — Silena mostrou a língua. — Sai daí Percy. Eu quero sentar.

— Nossa Thalia voltou.

— Dá pra levantar, eu vou ter que te tirar no tapa?

— To saindo.

Percy levantou e se sentou na cadeira que estava no outro lado da mesinha de centro.

— Bom garoto, quer um biscoito de recompensa?

— Não sou cachorro, Thalia.

— Não, mas é parente próximo.

— Dá pra parar vocês dois? Parecem crianças.

— Parei. — Disseram Thalia e Percy em uníssono.

— Eu trouxe uma coisa para vocês duas.

— Que lindo, você lembrou-se de mim!

— Eu fui pra Suíça semana passada e trouxe isso. — Thalia mostrou o chocolate para as amigas.

— Chocolate pra engordar? — Silena

— Claro, como se você fosse gorda. — Annabeth

— Meninas, vocês são lindas do jeito que são. Magreza absoluta é uma merda. E por mais que vocês entrem nos padrões da sociedade, ela sempre vai te julgar, então pra quê?

— Falou bonito, Thalia. Com quem aprendeu isso? — Charles.

— Sozinha. Eu não sou apenas bonita, ué. Não é por nada que eu ia casar.

— O que? Você ia casar? Como isso?

— Calma, Annie. Eu ia. Passado. Não vou mais. Tanto é que ele não está nem aqui, senão, ele teria vindo comigo.

— Mesmo assim.

— Mas enfim, como anda a faculdade?

— Ah, perfeita.

— Vocês já se formaram?

— Já. Annabeth em Arquitetura, Percy em Biologia Marinha, Charles em Engenharia Mecânica, Silena em Moda e Nico em Direito.

— Percy, você conseguiu sair da escola. Que orgulho.

— Você vai ficar me provocando até que horas?  

— Até me dar vontade de parar.

— Thalia, você vai fazer faculdade?

— Eu fiz faculdade. Faculdade de Musica.

— Sério?

— Sim.

— E você está em alguma banda?

— Pra ser musico, não precisa apenas cantar. Pode compor. Pode tocar. E eu sou uma compositora.

— Caraca, que demais, Thalia.

— Pois é.

Os amigos passaram horas conversando. Thalia adorava estar na companhia dos amigos, ainda mais aqueles que estavam ali, que eram seus melhores amigos de longa data.

— Foi muito boa à tarde, mas eu preciso ir. Foi tão bom passar essa tarde com vocês. Bem, até amanhã.

Thalia pegou sua bolsa e saiu. Foi pensando no seu pai, em seus amigos, em Nico. Nico, aquele garoto que ela era apaixonada.

Aquela morena havia sentido muita falta dos Estados Unidos, ela andava, cada centímetro, observando cada detalhe, cada coisa que havia mudado.

Não demorou muito, e Thalia chegou a sua casa. Subiu para o seu quarto e ficou pensando mais um pouco na vida, até que decidiu entrar na internet.

Ela entrou no Twitter. Ficou vendo os tweets que tinha, e tweetou: De volta aos Estados Unidos, AMÉM. Alguns segundos depois, Annabeth também tweetou: Melhor amiga voltou!

Thalia continuou no Twitter por mais algum tempo até que ouviu a porta. Era seu pai, isso ela tinha a certeza. Ela avisou que ia sair e desligou seu notebook.

Desceu as escadas correndo e encontrou seu pai entrando pela porta.

— Papai?

— Thalia!

— Papai! — Thalia saiu correndo para abraçar seu velho pai que estava na porta de sua casa.

— Quando você chegou, minha querida?

— Eu cheguei na hora do almoço, papai. Mas passei à tarde na casa de Annabeth.

— Isso explica o fato de eu não ter te encontrado aqui de tarde.

Assenti. Atrás de seu pai, se encontrava uma mulher, muito bonita por sinal. Ela tinha olhos negros, e cabelos de igual cor e ao lado dela, havia um garoto, virado para trás olhando pela janela.

— Papai, quem são eles?

— Filha, essa é Maria, minha noiva. E esse é Nico, seu filho.

O garoto virou. Era ele. Nico di Ângelo agora dividiria casa com Thalia. Seria seu meio irmão de consideração. O que faria todos os seus sonhos irem por água abaixo.