Fala Sério escrita por kakauzinha


Capítulo 4
Capítulo 4 - Salva pela fila do estacionamento.


Notas iniciais do capítulo

Tudo o que esta escrito é verídico.

Então se matem de rir.



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Ele começou a contar sobre um problema de saúde que teve há poucos meses atrás.

-Sabe gata! Sofri que nem rato que nasce pelado, esse trem de pedra no rim não é fácil!

À medida que ele narrava sua convalescência, eu tentava absorver e traduzir a informações, como por exemplo: Eu não sabia que rato nascia pelado. Nunca presenciei o nascimento de um.

E acredito que a palavra trem que ele usou para se referir à pedra em seu rim, deve ser alguma expressão de comparação a uma grande dor.

Algum termo usado na cidade onde ele nasceu e viveu até um tempo atrás.

“-Daí muié do céu, eles me deram aquele remedinho e o meu xixi saia verde, eu achei que eu tava virando aquele cara verde do cinema, mais pelo menos eu já tava mijando né! Eu ficava só olhando pro vaso verde, fora os pingos verdes que caiam no chão.”

Traduções: Mulher, remédio pequeno, urinar, urinando e finalmente o Incrível Huck

Urina verde: Reação do corpo humano a determinado antibiótico.

Só que desta vez, ter que traduzir o que ele dizia não foi nada.

Ele simplesmente admitiu que deixava pingos de urina cair no chão. Qualquer mulher do planeta não suporta isso.

Eu estava indignada, mas ele é tão sem noção que nem percebeu e continuou.

“-Mais aquilo não foi nada gata, o pior de tudo foi quando a pedrinha caiu do meu pipi!”

Ele tem um “PIPI”

Puta que pariu! Um homem deste tamanho tem um “pipi”, Isto não é emocionante. 

-Sam, mais tarde você termina de contar, agora preste atenção, temos que achar uma vaga para estacionar!

Foi à melhor desculpa que consegui arrumar no momento para que ele finalmente se calasse. Tentei manter a calma e mostrar que sou uma pessoa educada, mas minha vontade era de mandar ele para o raio que o parta.

Com certeza ele iria terminar de contar a sua história. Só que para o espelho de seu banheiro, pra mim não!

Depois de quase meia hora, achamos uma vaga para estacionar.  Até já havia desistido de fazê-lo comprar o livro pra mim.

Minha intenção era aproveitar o movimento do Shopping e dar um bom perdido neste cara. Mas para o meu azar ele grudou igual carrapato. Até as luzes que nem eram decorativas o cidadão achava bonito.

Ser de outra cidade ou do interior  não é defeito nenhum. Nunca foi. Mais ser caipira e ainda por cima demonstrar isto pra qualquer um poder ver é vergonhoso.

Comprei o ingresso para o filme que terá sua estréia somente em 30/06.    “Furando fila é claro.”

Tentei novamente fugir dele. Já estava preparada psicologicamente para encarar ônibus e chuva já que nestas alturas do campeonato um taxi aqui seria impossível.  

Qualquer coisa seria melhor do que ficar um segundo a mais ao lado deste cara. Realmente aquele não era o meu dia. Percebi isto logo ao acordar.

Achei estranho que nenhum gatinho estava me encarando ou mexendo comigo. Olhei pra trás e lá estava ele com os braços cruzados me seguindo. Não como um segurança, mas como se fosse o meu dono.

Porque quando as coisas não vão bem a hora demora a passar?


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Notas finais do capítulo

Quem deu muita risada deixei um comentário.