Hoje à tarde quando Sam ligou me convidando para sair, eu tinha outros planos.

Como comprar o ingresso antecipado de um filme que estou maluca para ver, e mais um livro.

Gosto de dizer que sou uma ratinha de biblioteca, mas quando o livro é lançamento não resisto e acabo comprando.

Foi então que veio aquela idéia maravilhosa.

Porque não fazê-lo comprar para mim? Sorri diabolicamente para o espelho, mas o reflexo mostrava-me o lindo anjo que sou.  

Enquanto conversávamos falei sobre o livro e o quanto eu estava ansiosa por esta leitura.

O que me agradou é que ele ficou admirado pelo fato de uma garota como eu que vive em baladas e festas ter o hábito da leitura.

Depois que desliguei meu celular olhei para minha prateleira lotada com diversos livros. 

Lembrei do que ele disse. Uma gata da noite apaixonada por leitura. Sim está sou eu.

Algumas horas depois.

Escutei a buzina do carro em frente a minha casa. Não o convidaria para entrar assim na primeira vez em que  vem me buscar.

Capaz mesmo que apresentaria qualquer um aos meus pais.  Se fizesse isto com todos os caras com quem saio minha casa pareceria um desfile masculino.

Então só peguei as chaves de casa e sai o mais rápido que pude antes que o interrogatório começasse.

Enquanto fechava o portão percebi que Sam não saiu de seu carro com um guarda chuva  para que eu não me molhasse e muito menos veio abrir a porta do passageiro para que eu entrasse.

-Que idiota! Murmurei baixo comigo mesma antes de entrar no carro.  Isto merece uma vingança!  Como castigo não lhe darei nenhum beijo no rosto para cumprimentá-lo.

-Boa noite! Apenas disse isso. O principio básico da educação  é que quem chega cumprimenta primeiro.

-Então gata o que manda de bom? Ele disse já saindo com o carro.

-Já que eu é que mando, vamos direto ao Shopping. Tenho que comprar os ingressos e ver se já chegou aquele livro que tanto quero.

Enquanto eu fiz a brincadeira de quem manda naquela história sorri entrando no embalo de gíria de malandro que ele se apresentou.

Mas quando falei sobre o livro lancei meu famoso olhar de “Lili carabina” sem dizer minha real intenção que era de fazê-lo comprar o livro pra mim e sorri de maneira encantadora.

Começamos a conversar assuntos supérfluos ele contava de um passeio em que ele esteve há alguns dias atrás com um grupo de amigos, foi então que reparei...