A Filha dos Raios escrita por Eleanor Blake


Capítulo 6
New feelings


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos!
Neste capítulo quero agradecer imensamente a Lena1 pela maravilhosa recomendação,eu nuca tinha recebido algo tão... Incrível!
Ser motivada desse jeito me faz muito feliz!Por que quando um autor escreve,ele não escreve só pra si,mas ele escreve esperando opiniões e reconhecimento,e,quando agente acessa o site e dá de cara com uma recomendação tão maravilhosa quanto a dela é impossível não se sentir feliz e realizado.Mais uma vez obrigado Lena1 por seu maravilhoso apoio!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/143371/chapter/6

Sobrevoei por sobre a colina vendo cada ponto dela, cada lugarzinho ali de cima tornou-se mágico. Como a água era para Percy, aquele lugar era meu; os céus eram meus domínios.

Gotas finas e brilhantes começaram a salpicar os céus, estrelas começavam a aparecer pra mim como velhas amigas a muito esperadas. Como pequenos respingos que cobriam os céus as estrelas formavam um manto de luz que me acolhia. Poderia ficar a noite toda ali.

A contragosto eu desci lentamente sentindo o vento bater em meu rosto e o cheiro da terra. Reparando atentamente eu pude ver que tinha alguém prado ali parecendo impaciente. Percy estava ali.

-Como foi seu passeio?- ele perguntou alisando o dorso de Pégaso.

-Desde quando isso te interessa?- perguntei apeando.

-Só tentei ser educado- ele murmurou.

-Por que está aqui?Não devia estar na fogueira com seus amigos?- eu perguntei sentindo-me estranha.

-Vem comigo, eu guardei uns marshmallows pra você- ele disse estendendo-me sua mão.

-Acho que não. Boa noite Percy, sonhe com ondas e mariscos ou coisa do tipo- eu disse andando em direção ao meu dormitório.

-Ah não!Grover quase me bateu quando escondi dele os marshmallows, você não vai me fazer uma desfeita dessas, mais não vai mesmo!-ele disse me pegando pelo pulso.

Soltei Pégaso que teimosamente me seguiu ao lado de Percy, ao sentarmo-nos perto da fogueira quase apagada notei que Percy mantinha fixos seus olhos em mim. Não me importei como achei que faria, somente sorri diante de seus olhos cor de mar.

Os olhos. Aqueles olhos pra mim não tinham definição, não erma azuis, não eram verdes. Simplesmente tinham a profundidade à instabilidade de cor do mar, não importava a sua cor, o complicado era eu me libertar de minhas abstrações enquanto imersa na beleza e perigo daqueles olhos.

-E aí, já terminou de me encarar?Olha que eu como isso tudo sozinho- ele disse sorrindo.

Corei levemente enquanto encarava o saco com estranhas e molengas bolinhas brancas que ele me mostrava. Franzi o cenho.

-Você nunca comeu marshmallows?- ele perguntou parecendo não acreditar. Neguei com a cabeça. – desde pequeno eu sempre gostei disso, comia com minha mãe.

Aquilo me pegou desarmada. Era um assunto com o qual eu não queria lidar, mas a história me cativou.

-Conte-me sobre você – eu pedi.

-O que quer saber sobre mim?- ele perguntou atiçando o fogo.

-Como é?- eu perguntei.

-Como é o que?- ele rebateu.

-Ter família, uma mãe que cuida de você, qual a sensação?- Mais que diabos!O que tinha me dado na cabeça?

-Er... Bem, minha mãe me ama e cuida de mim, ela faria tudo e qualquer coisa pra me ver bem e feliz, acho que é algo que uma mãe deve fazer não é?- ele disse fitando-me.

-Não sei te responder- eu sussurrei.

-Bem, você quer provar a melhor coisa de sua vida ou vai ficar aí falando?- ele desconversou enquanto enfiava uma bolinha no espeto e punha no fogo. - faça o mesmo.

Quebrei um graveto de um carvalho e imitei-o enfiando uma bolinha e pondo no fogo. Pelo menos o cheiro era bom.

-Não deixe que queime, tire quando começar a derreter- ele disse- quando derreter, você pega dois wafers e coloca o marshmallow dentro.

Novamente imitei seu gesto e levei aquilo à boca. Até que era bom, mais grudava muito nos dentes.

-E aí, o que achou?- ele perguntou olhando-me.

-É bom sim- eu respondi de boca cheia.

-Sua boca tá suja- ele apontou enquanto eu limpava.

-Tá?Aonde?Eu perguntei passando a mão e não sentindo nada sujo.

-Aqui ó.

Não controlei o que aconteceu. Quando dei por mim Percy cobria minha boca com seus lábios doces, sua língua pedindo passagem e seus dedos traçando uma linha de fogo sob minha pele.

Senti-me no chão. Nosso beijo tinha se intensificado, mas como e por que eu fui beijá-lo?Não, por que ele me beijou?

-Por quê?- eu perguntei ofegante.

-Por que o que?- ele perguntou franzindo a testa.

-Por que me beijou?- eu perguntei sentando-me no chão.

Percy tomou-me novamente nos braços, menos urgente, mas ainda sim intenso ao máximo. Ele me soltou levemente enquanto eu o encarava confusa.

-Fiz isso por que gosto de você- ele sussurrou levantando-se.

Fiquei ali aturdida, num misto de alegria, medo, raiva, confusão e desejo. Principalmente raiva e desejo. O que aconteceu?Por que me sinto assim?

Bem, a verdade é que eu não sabia precisar o que eu sentia, eu nunca tinha sido muito boa com sentimentos já que nunca usufruí muito deles durante minha curta existência.

Desci a colina a passos largos jogando-me na cama. Por que aquilo tinha acontecido?Por que eu não chegava a uma conclusão lógica pro que eu sentia?

Joguei o travesseiro por cima da cabeça e segurei um grito de frustração. Alguém estava me olhando.

Sentei-me e examinei até onde minha vista chegava. Nada ali, nada no deck, nada na escada. Ledo erro de não ter olhado pras vigas do teto.

-Conosco, venha conosco!-uma criatura gritava gruturalmente.

Olhei pra direção do som e não gostei nada do que vi. Uma criatura de asas vermelhas como sangue vinha ao meu encontro jogando-se das vigas em minha direção. Um míssel bizarro e mitológico.

Saltei da cama e me joguei pela janela caindo no chão de tijolos batidos da entrada. Olhei pro lado e Pégaso estava ali.

-Vamos nessa então.

Pulei no dorso de Pégaso e ele abriu suas asas. Em pleno vôo vi aquela criatura vir em minha direção com garras afiadas quase nos acertando. Joguei as mãos pra frente pegando o escudo e a lança.

-Venha conosco!- ele gritou mais uma vez.

-Você é uma só!- eu rebati.

A criatura parecia rir enquanto Pégaso relinchava assustado. Olhei pra onde seus imensos olhos estavam apontados e não gostei nada do que vi.

-Eu e minha boca grande.

Cercando-me tinham mais duas daquelas criaturas. Uma era toda branca e com garras douradas, e a outra era acinzentada e com grandes asas de couro preto.

Impulsionei meu corpo fazendo Pégaso descer como um míssel pelo céu coberto com seu manto negro. As criaturas me seguiam de perto depois que perceberam meus movimentos. Puxei sua crina de novo e Pégaso virou abruptamente pro lado e foi em disparada. Tive uma idéia, talvez eu fosse me arrepender por isso, talvez não.

Puxei a crina de Pégaso e o fiz subir e ir em direção ao rio, o que eu tinha em mente era louco, mas podia funcionar. Não iria saber sem tentar.

Esperei a criatura com asas de sangue posicionar-se embaixo de nós.

-Chame ajuda Pégaso, o resto aqui é comigo por enquanto.

Guardei o escudo e apontei a lança. Pulei na imensidão azul do céu.

A criatura não previu meu movimento, e, quando percebeu era tarde demais. Minha lança já a tinha perfurado as costas. Ela urrou de dor e girou tentando me derrubar. Virei à lança e cravei-a mais fundo pra não cair, estava quase tonta com todas aquelas voltas.

-Você já tá me cansando!- eu gritei.

Soltei a lança e cortei uma de suas enormes asas. Um cheiro pútrido invadiu os céus enquanto um sangue negro e macabramente espesso jorrava do corte. A asa que eu tinha cortado tinha virado pó antes de chegar à água.

Outra criatura, desta vez a branca veio enfurecida pra perto enquanto eu caía ainda em cima da outra.

-Veio proteger a parente?O que ela é?Sua irmã?- perguntei decepando-a.

A criatura branca me encarou enfurecida. Isso! Aquelas criaturas eram fúrias. Merda!

Estava perto demais da água quando saltei de cima da criatura que estava esfarelando-se numa poeira vermelha e fétida. A branca me perseguia louca de raiva, bem, pelo menos essa não iria me levar com ela, se ela me pegasse ia me matar sem nem cogitar.

Virei o corpo ainda no ar estocando minha lança no corpo enfurecido da criatura que arremeteu batendo suas imensas asas brancas. Esperei pra fazer o mesmo movimento com essa, mas não pude.

A criatura de asas de couro arranhou minhas costas rasgando meu vestido e me desestabilizando. Eu estava em plena queda.

-Você rasgou meu vestido!Eu vou acabar com você!- eu gritei caindo na água.

A queda foi dura, a água gelada me engoliu antes que eu pudesse protelar. Nadei até a superfície com minhas costas queimando de dor onde aquelas garras tinham me acertado. As duas criaturas sobrevoavam o céu perto de onde eu tinha caído.

-Vocês estão os meus domínios- eu sussurrei.

Comecei a ficar de mal humor.

“Chuva”, ”raios”, ”tempestade”!- eu murmurava impaciente.

O tempo tinha se fechado, nuvens negras começavam a cobrir os céus.

-Oi!Estou aqui bichos feios!- eu gritei batendo na água.

Quando me viram elas vieram em minha direção como mísseis, a branca rodopiando e a de asas de couro preto com um balaço de ferro rodopiando enlouquecido bem maior do que a minha cabeça.

“Raio!”- eu murmurei.

A criatura branca caiu na água contorcendo-se como louca e depois explodindo em fumaça branca e leitosa que sujava o rio.

-Agora só falta uma. Maldita!

A criatura esquivou-se da minha lança mal posicionada na água e agarrou-me pelos ombros com suas garras que se cravavam em mim. Urrei de dor.

Soltei a lança enquanto ela subia mais e mais comigo presa.

-Você me paga!- eu gritei cortando uma de suas patas.

O sangue me banhou enquanto as garras da pata esquerda abriam-se e transformava-se em poeira negra. Meu sangue corria livre onde as garras tinham perfurado profundamente. A dor era lancinante e parecia queimar no vento frio. Eu teria minha vingança.

Comecei a movimentar minhas pernas em movimento de pêndulo desestabilizando a criatura. Eu já tinha perdido muito sangue e estava começando a me sentir mole. Mas não daria o braço a torcer. Não tão fácil. Segurei a lança e cravei-a em sua barriga e puxando em seguida, agora eu estava banhada em sangue e tripas.

Segundos depois eu estava coberta de poeira negra e caindo no ar, olhei pra baixo e eu não estava mais perto do rio.

Fechei os olhos e guardei a lança. Seria esse o meu fim?Morrer estabacada contra o chão daqui?

Senti um baque e uma sensação de estar planando me acometeu. Abri os olhos e percebi que eu não estava mais caindo, estava nas costas de Pégaso que voava tranquilamente pelo céu levemente amarelado anunciando o dia.

Descemos e eu já estava quase desacordada. Ouvi um alvoroço e senti algo sendo jogado por cima de meu corpo e depois alguém correndo comigo nos braços.

Acho que fiquei inconsciente depois disso. Quente, algo estava sendo posto em minhas feridas e era muito quente. Abri meus olhos e ofeguei.

-O veneno das garras de uma Fúria é algo muito potente e que penetra na pele, desculpe senhorita, mais até ele sair todo de seu corpo você terá de agüentar- uma das mulheres disse.

O calor aumentou; tudo agora estava queimando. Meu corpo parecia em chamas, à dor era lancinante.

Tentei travar o maxilar mais a dor era muita, meu corpo espasmava tal como um peixe fora d’agua.

Gritei quase enlouquecida pela dor palavras desconexas, meu rosto banhado pelas lágrimas enquanto eu me contorcia de dor. Correntes, meus pés e mãos então estavam contidos por correntes desesperadoras. Mais gritos, mais força, mais dor, parecia que nunca acabaria.

-Pare!Alguém pare o fogo!- eu gritava desesperada- me deixe sair!

Um toque frio. Enquanto eu gritava como louca e arquejava desesperada um toque frio não soltou minha mão presa nem por um único instante. Percy estava ali.

Tentei parar de gritar e tentei não me jogar. Ficar parada só fez a dor aumentar ainda mais.

Aquele fogo tinha subido concentrando-se nas feridas, queimando tudo por ali.

-O fogo, alguém apague o maldito fogo!- eu gritei desesperada enquanto meus braços eram banhados por chamas.

Gritei por tanto tempo que fiquei sem nenhum fio de voz, mas meu corpo não se deu por vencido pulando e arqueando violentamente. Será que ninguém via o fogo ou simplesmente o ignoravam?

Senti em cada ferida como se eu estivesse sendo perfurada por lanças em brasa, urrei de dor com a voz saída não sei de onde. Senti ferro derretido escorrer por minhas feridas até que meu corpo parou de arquear. O fogo tinha passado.

Abri meus olhos ofegante e sem nenhuma voz. Estava esgotada. Percy permanecia ali.

-Alguém me traga água- ele ordenou sério tentando não me olhar. Será que eu estava desfigurada?

Quíron trouxe uma taça imensa de água e Percy pegou em suas mãos, que já não seguravam a minha.

Percy ergueu a mão e a água o acompanhou dançando até chegar a meus ombros feridos. Eu queria recuar, sair dali, mais meu corpo estava esgotado. A água saiu da mão de Percy correndo fria por meus ombros, aplacando a dor latejante que restava ali, passando por todo o meu corpo lívido.

Olhei pro lado e Percy levantava novamente sua mão retirando a água que de cristalina saiu vermelha como sangue até a taça.

-Mais umas duas e já basta- ele ordenou sério.

Os mesmos movimentos repetidos até a água que corria por meu corpo sair cristalina como antes. Percy suspirou aliviado enquanto levantava minha cabeça e colocava em minha boca um copo. Bebi sentindo um gosto estranho e recuando. Ele insistiu e eu terminei de tomar o conteúdo do copo. Tinha gosto de... Marshmallows.

Percy ficou em silencio com minha cabeça apoiada em seus colo acariciando delicadamente meus cachos.

-Durma meu amor, amanhã estará tudo bem.

Adormeci escutando esta frase saindo dos lábios de Percy. Eu estava tão mal a ponto de delirar ou ele tinha dito mesmo aquilo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí meus amores?O que acharam desse romantismo ali hein?Alguém imaginou um Percy tão sensível?
Bem,espero que comentem suas opiniões de verdade,se quiserem criticar vão em frente,se quiserem elogiar e dar pitacos melhor ainda,lerei e responderei a todos com muito carinho,e,se houverem críticas eu adequarei as fics o melhor possível.Então comentem pra eu saber como a fic tá indo.E ah,Lena1,eu não pude postar ontem por que o site não cooperou comigo,mas o capítulo já estava escrito como eu prometi a você.
Então,pra todos os meus queridos leitores,vejo você no próximo capítulo! O/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha dos Raios" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.