A Filha dos Raios escrita por Eleanor Blake


Capítulo 4
Pegasus- parte um.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos,estou feliz que estejam acompanahndo a fic,e,agora que meu período de provas está no fim,eu prometo que vou tentar postar mais frequentemente.



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Sonhei que a água estava batendo em meus pés, e que tudo permanecia escuro, eu não via nada além das ondas violentas. Um barulho de coisas se quebrando começou a ecoar ali, olhei pra trás e o chão se abria formando um buraco imenso aos meus pés.

“Não, Anny, fique comigo!” – ouvi alguém gritar de onde as ondas quebravam, Percy estava ali com lágrimas caindo de seus olhos, o mar atrás dele revolvia-se furiosamente.

“Ela é minha garoto, você não percebeu? Ela é minha!”- Alguém de dentro da vala gritava e se aproximava de mim, eu tentava correr, gritar,mas nada adiantava,comecei a sentir o ar faltar enquanto aqueles maléficos olhos se aproximavam de mim.

No chão estavam mãos, não das comuns, mãos compostas somente de ossos ou podridão negra agarravam meus pés enquanto a rapaz se aproximava, eu lutava violentamente pra me soltar.

Não tenha medo, venha comigo”- ele dizia aproximando-se e estendendo-me a mão.

Ouvi um trovão ecoar ao longe, o rapaz estava muito próximo, suas mãos eram quentes como brasa e passavam libidinosamente por meu corpo sem nenhum pudor.

O trovão parecia aproximar-se, cada vez mais forte e violento, como se quem os fizesse estivesse cada vez mais irritado, mas estivesse contendo-se enviando os raios como um tipo de alerta.

 Cada vez mais forte e ameaçador, o rapaz agora olhava espantado pra mim, as mãos não me seguravam mais ali. Uma luz dourada apareceu naquele céu negro, olhamos todos pra cima e um senhor barbudo e imponente nos encarava parecendo furioso.

“esse não é seu destino, acorde, volte para Percy!”- o velho barbudo gritava lá de cima com uma voz poderosa.

Abri os olhos olhando nervosamente em volta, ótimo. Ali não tinha nem raios e trovões e nem o rapaz saindo daquele buraco.

Eu estava novamente em meu quarto, deitada na cama com meu corpo doendo a ponto de eu tentar não piscar, eu estava acabada. Ouvi passos ritmados de mais de uma pessoa aproximar-se de mim, olhei de soslaio e aquela dupla bizarramente idêntica me encarava discretamente.

-Isso não fazia parte do meu sonho não é?Vocês são reais e por enquanto eu não posso fazer nada a respeito não é?- murmurei suspirando.

-Acho que não senhorita, nós viemos pra cá com a promessa de servir-te e não partiremos tão fácil- elas rebateram.

Tentei virar o corpo pra direita pra tentar ignorá-las, mas esqueci de um detalhezinho de nada: o meu braço. Com a mão esquerda eu tapei a boca reprimindo um grito, mas não pude reprimir minhas lágrimas traidoras.

-Senhorita!Oh!- elas disseram vindas pra perto.

-Não me toquem- eu sussurrei tentando não gritar.

Certo, ninguém me escutou, quando dei por mim uma delas me virava enquanto a outra passava algo parecido com uma gosma verde gelada,olhei num isto de confusão e apreensão, nunca ninguém tinha chego perto de mim, pelo menos não tão perto.

-Isso é seiva de bezoar senhorita, alivia a dor e ajuda os ossos a colarem mais rápido- elas responderam.

-Por que vocês falam tudo juntas?- perguntei curiosa.

-Isso a incomoda?- elas perguntaram apreensivas.

-Não me incomoda, é... Legal- eu respondi.

Olhei pra minha mão imóvel e vi minhas jóias, lembrando-me de ontem eu tinha algo a questionar.

-Como eu vim parar aqui?- perguntei.

-Perseu a trouxe, nós a socorremos junto com Quíron e Deidara, se não fosse por ele talvez não houvesse como salvá-la do veneno do Leviatã. Ele por ser filho do deus do mar foi de grande ajuda retirando a maior parte do veneno- elas me responderam.

Engoli em seco, por que ele tinha feito aquilo?

Ouvi a porta se abrir e olhei pro lado, e antes não o tivesse feito, o garoto cabrito estava ali me encarando sem graça.

-Er... Eu... Ahn... Percy perguntou se pode vir aqui!- ele despejou num jato de palavras sussurradas, e se ele não fosse tão moreno eu diria que ele estava corando.

-Senhorita?O que nós respondemos?- elas perguntaram posicionando-se em minha frente.

O que ele queria? Que eu agradecesse por ele ter me trazido até aqui e ter me ajudado?

-Ele pode vir sim, vocês duas deixem-nos a sós- eu disse encarando-as firme.

Elas assentiram curvando-se levemente, respirei fundo enquanto Grover saía e eu podia ouvir passos ritmados aproximando-se do meu dormitório.

Senti seu cheiro, sal, esse era seu cheiro, sal e sol, seus lindos olhos cor de mar me encaravam nervosamente.

-O... Oi, como vai seu braço?- ele perguntou da porta.

-Não vou te morder Percy, não precisa ficar tão longe de mim- eu disse tentando me sentar.

Minha coluna protestava violentamente contra meus movimentos, mas eu não daria a chance dele pensar que eu era uma donzela indefesa.

-Não pensei que você faria isso, eu acho que só queria ter certeza de que você estava bem, sabe; depois que eu te trouxe pra cá você não estava nada bem, também, depois de encarar um Leviatã daquele jeito um arranhãozinho ou dois já era esperado- ele disse numa tentativa falha de me animar, eu acho.

Com Percy era diferente, eu sentia coisas estranhas perto dele, mais eu nunca soube exatamente o que, um tipo de raiva ou um jeito estranho de afeto, eu não sabia exatamente.

-Ah, claro, você veio pra isso, obrigado então, e se for só isso saia- eu murmurei em mais um de meus acessos de raiva inexplicáveis.

-Como quiser filha do grande Zeus- ele disse fazendo uma reverência a guisa de provocação.

-Claro, Perseu Jackson, filho de Poseidon e grande senhor das poças espalhadas pelo mundo- eu rebati.

Ele me encarou buscando palavras num misto de raiva e diversão.

-Vai ter volta- ele disse saindo.

-Quando quiser girino- eu respondi.

Não sabia se eu sentia raiva ou achava aquilo tudo engraçado enquanto ele fechava minha porta. Coloquei as pernas pra fora da cama determinada a levantar fazer daquele dia ensolarado uma bela e acinzentada tempestade de raios.

Bem, eu estava determinada, mas só isso, eu não agüentava com meu próprio peso, tudo doía ou parecia travado, endurecido pelo tempo.

-Mais que merda!- eu disse emburrada.

-Senhorita?- as duas perguntaram.

-Ai; deixem-me em paz vocês também!- eu irrompi.

-Senhorita, nós não achamos que seja sensato deixá-la sozinha nestas condições, não está recuperada de sua batalha- elas disseram.

-Dane-se como eu estou, ah, que seja!- eu esbravejei contrariada.

Minha barriga conversava avidamente comigo, fazia quase dois dias que eu não botava nada pra dentro e já estava começando a sentir os efeitos disso. Comecei a sonhar acordada com um imenso prato de nachos com queijo e um copo maior ainda de Milk shake de flocos, eu acho que nessa hora eu estava a ponto de babar.

-Senhorita, está com fome não é?O que desejar comer é só pedir que nós providenciaremos- elas disseram.

Um cheiro maravilhoso invadiu o cômodo vindo do deck, olhei pro lado e Jennifer, a baixinha escamosa estava ali. Mas mais importante que isso, ela tinha em mãos uma bandeja prateada, e, sobre folhas de sei lá o que um imenso peixe fumegava me fazendo delirar.

-Pensei que estivesse com fome, então pesquei uma truta azul e preparei-a, espero que esteja ao seu gosto, e que assim a senhorita veja que posso ser útil- ela disse parecendo esperançosa.

-Por que realmente estão aqui?- eu perguntei desconfiada.

-Para servi-la senhorita, seu pai nos enviou para que cuidássemos de você- Jennifer respondeu.

Certo, eu não tinha forças, mas agora a raiva me compelia, eu levantei num rompante sabendo exatamente pra onde ir.

Subi ignorando olhares até o penhasco, eu soltaria fogo pelos ouvidos se pudesse.

-Agora?!Só agora você manda gente pra me proteger?Não preciso disso, pelo menos não agora, faz muito tempo que eu me viro muito bem sozinha!- eu gritava pro vento- quer saber?Foda-se!Não ligo mais, e quer saber mais?Você é uma vergonha pra qualquer um, nada me faz sentir pior do que te ter como pai!

O céu não estava amais tão azul, eu sorri sarcasticamente, o velho estava me escutando.

-Quer me punir por isso?Vamos lá,me fulmine,faça alguma coisa seu arrogante, prepotente e metido a besta!Precisa de mim?Quer-me aqui pra que?Quer saber, só sinto uma única coisa por você, sabe o que? Pena!- eu gritava aos sete céus.

Desci a colina pisando duro, no caminho joguei o anel e a pulseira sem nem notar onde,não ligava e nem me importava,entrei no dormitório e me vi sozinha, peguei minha bolsa arrumando o pouco que me pertencia e saí a passos firmes dali.

Passei por adolescentes curiosos e olhares assustados enquanto dava a volta pelo campus, passei por várias criaturas que não sei o nome mais já não me importava, eu só queria uma coisa: sair dali e rápido.

-Aonde pensa que vai?- alguém me perguntou.

Olhei pra trás e Annabeth me encarava furiosa, continuei andando até sentir sua mão pesada no meu ombro.

-Perguntei: aonde você pensa que vai?- ela repetiu.

-Se não se lembra, eu consegui minha liberdade depois de acabar com você- eu rebati seca.

-Você não vai sair daqui!- ela disse parecendo alarmada.

-Você não pode me impedir, tchau Annabeth- eu disse seguindo viajem.

Senti que alguém me atacaria por trás, virei-me e Annabeth segurava uma espada quase no meu pescoço, quase que por instinto eu joguei as mãos pra frente, e, quando dei por mim minha lança estava em minha mão esquerda e o escudo na direita,Annabeth tinha recuado um passo.

-Pra onde você vai se sair daqui?Voltar pro orfanato?Tá na cara que você não quer voltar praquele lugar, e que sente raiva por ter crescido lá, mas sair daqui despreparada é a mesa coisa que botar uma placa de me mate no pescoço. - ela disse tentando me persuadir- você não é normal, é uma de nós, olhe pras suas armas e pro que fez ontem, e, além disso, você ainda está viva. Não faça uma idiotice dessas.

Parei minha posição de defesa e voltei meus olhos pra ela, estava confusa com suas palavras, eu na verdade nem sabia o porquê de querer sair de lá, ali por mais estranho que fosse era muito legal, pena que uma vozinha no fundo da minha cabeça não concordasse e tentasse insistentemente me fazer sair dali.

-Hey, o que tá rolando aqui?Annice, não era pra você estar descansando ou coisa do tipo?

Olhei pra saber de onde vinha aquela voz, Percy estava ali com contracorrente em mãos, parecia que ele me impediria de sair dali fisicamente se fosse preciso.

Os dois pareciam combinar táticas pra me manter ali, pelo visto o juramento dele era muito mais do que sério. Eu iria confrontá-lo, batalhar se fosse preciso, mas algo chamou minha atenção, mais abaixo de nós, próximo ao dormitório de Atena; pessoas se juntavam ao redor de algo que fazia muito barulho, a coisa aparentemente parecia desesperada, com dor.

A minha maldita curiosidade como sempre me impediu de fazer o planejado, e me levou a descer a colina com dificuldade, ao chegar ali, eu podia ouvir chicotes estalando e murmúrios desconexos, mais o som que mais me chamava à atenção era um relinchar agoniado.

Fui passando pelas pessoas pisando em um ou três pés pelo caminho, quando consegui ver a razão do furdunço eu me enregelei. Um imenso cavalo branco como a luz de uma lua primaveril relinchava assustado saltando em todas as direções, parecia atordoado, procurando alguma coisa ou alguém. Um chicote cheio de pontas de ferro posicionado na mão de Quíron levantava-se pronto a acertar o lindo animal.

-Pára pelo amor de Deus!- eu gritei me jogando na frente do cavalo.

Quíron baixou o chicote me encarando,virei-me para o cavalo e lentamente ele se acalmava,parecendo que tinha encontrado o que procurava, e que pelo visto era eu, seus olhos cor do céu me encaravam aliviados, seu imenso corpo posicionava-se a minha frente protetoramente.

Passei as mãos pelo imenso dorso do cavalo, ele não parecia comum, seu tamanho era descomunal, bem maior que Quíron que pra mim era imenso, e com ranhuras nos lados, um tipo de volume.

O centauro aproximou-se cauteloso, o cavalo por sua vez deu um passo firme à frente novamente interpondo-se entre eu e Quíron, eu virei assustada pronta pra correr, mas o que se seguiu me deixou sem ação.

Quando recuei, aquelas ranhuras em seus lados pareceram separar-se do corpo dando forma a duas imensas asas brancas que me mantinham ali. Pra variar, tudo rodou violentamente e eu só me senti sendo apoiada pelas mãos de alguém.


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Notas finais do capítulo

E aí meus fofos,gostaram da primeira parte do capítulo?
ps:Eu sou meio desatualizada,principalmente quanto a caracteres de internet,então por favor não se ofendam quando eu perguntar se a imagem que me mandarem significa que gostaram ou não.

ps2:Algumas criaturas ou seres na fic eu acabo inventando ou repaginando,mas se o que eu colocar estiver muito fora de nexo,por favor me falem blz?
Então,com carinhas que eu não entendo (ainda)ou não espero que comentem tá bom?
bjinhos e até o próximo chap O/



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