O Jogo das 1000 Faces escrita por sakaki


Capítulo 8
Capítulo 8 - As faces ocultas


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que estão acompanhando *-*
Próximo capítulo dia 05/01



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Capítulo 8 – As faces Ocultas

 

 

  Minha cabeça latejava, e eu me perguntava o porque dela estar doendo, a última coisa de que lembrava era de estar ao telefone com o Rick, então eu percebi algo estranho, como se alguém estivesse vindo, e  apaguei.

  Tentei me sentar apoiando uma de minhas mãos ao chão,  mal consegui que ela ficasse parada durante alguns segundos, pois ela começava a tremer e comecei a ver que me levantar seria cada vez mais difícil. Eu estava péssimo.

  Deitei novamente ao chão e tentei abrir os olhos, pode ser meio difícil de acreditar, mas eles não queriam abrir. Eu tentava abrí-los, mas parecia que eles se negavam a  abrir. Tentei me virar um pouco para o lado, e ao virar, senti uma enorme dor percorrer por todo o meu corpo, desde os dedos dos pés até a cabeça, e até por partes que eu nunca imaginava que existiam, eu senti todas naquele momento.

  Coloquei uma de minhas mãos sobre a minha cabeça que doía e ao encostá-la, pude sentir algo meio frio e líquido, fiquei alguns segundos ali parado, pensando no que poderia ser aquilo, mas não tive muito o que pensar ao ouvir aquela voz rompendo em meio ao silêncio.

- Ele está acordando.

Uma voz masculina afirmou, e logo após, outra voz, só que desta vez feminina, respondeu a outra voz em um tom meio monótono.

- Ótimo.

- Tem certeza de que deseja fazer isso?

- Tenho. Estanque o sangramento e faça o que combinamos.

- Certo.

  O que era aquilo? Quem eram aquelas pessoas?

Tentei abrir meus olhos novamente para tentar ver seus rostos, mas eles novamente se negaram a abrir , tentei mais uma duas vezes, mas novamente eles continuavam adormecidos. Pouco a pouco a dor ia passando, e no lugar dela eu começava a sentir algumas partes do meu corpo desmoronando, tentei levantar o braço, e o mesmo não se mexeu, a fraqueza estava tomando meu corpo.

  Eu podia perceber pouco à  pouco tudo ficando branco e quando menos percebi, eu havia apagado.

  Eu estava morrendo?

Ouvi uma voz irromper o silêncio e a cada instante ela parecia mais forte, ela era doce e ao mesmo tempo enérgica, porém meio ininteligível. Fiquei com os olhos fechados enquanto esperava alguém me dizer que estava morto ou que fosse um anjo vindo me buscar. Senti um leve toque sobre a minha nuca. Seria um anjo?

- Ele está bem...

- Senhora, devemos esperar ou falar agora?

- Falaremos agora, será melhor para ele.

- Levante-se!

  Tentei abrir meus olhos novamente e durante alguns instantes, tudo estava negro, só pude ver dois rostos naquele dia, e ambos eram iguais, parecia que estavam usando máscaras, mas nenhuma delas tinha uma face esculpida, ambas eram lisas e frias.

- Você pode me ouvir?

Apenas acenei com a cabeça.

- Escute bem, não se esforce, apenas escute.

- Se não escutar, você morre!

- Por favor, contenha-se número 0019.

A outra face apenas assentiu com a cabeça em um sinal de respeito.

- Somos do departamento do Jogo das mil faces, viemos lhe dar mais detalhes sobre o jogo e esclarecer dúvidas.

- E entregar a sua arma!

- Cale-se.

- Desculpe.

- Continuando, falaremos de maiores detalhes depois. Você entendeu a primeira parte? Apenas acene com a cabeça.

Acenei novamente com a cabeça para que ela continuasse.

- Escute, o jogo consiste em conseguir almas especiais, o jogador que conseguir mais almas especiais ganhará o jogo. Para isso cada jogador ganhará uma arma da organização e poderá ter um parceiro para ajudá-lo, apenas ajudá-lo. Só pode se matar com a arma dada pela organização e se soubermos de algum jeito que foi usada outra arma, aqueles responsáveis pelo controle do jogo se encarregaram da morte do jogador.

Pude sentir uma risada de prazer vindo da outra direção.

- Hahaha...Morte, entendeu? Morte.

- Não ria com assuntos como esse. Então, entendeu como funciona até agora?

Acenti com a cabeça mais uma vez.

- Bom, acho que já disse o mais importante, cabe a você descobrir o resto. Número 0019?

- Sim senhora.

- A arma, por favor.

- Com sua permissão Senhora.

- Toda.

A outra face se virou para o lado e como um passe de mágica, pegou algo embrulhado em um pano cor de vinho e passou rapidamente para as mãos da face que estava ao meu lado. Ela pegou elegantemente o embrulho e colocou-o em uma de minhas mãos, fechando-a logo em seguida.

- Ah! Já ia esquecendo! Lembre-se do que vou lhe dizer agora, tudo tem um preço, e o preço para aqueles que perderem será a morte.

- Morte!!! Sinto cheiro de sangue, sangue!

- Pare de falar desse jeito, vai assustá-lo desse jeito. Compreendeu?

Não pude fazer muito senão movimentar a minha cabeça novamente.

- Bons sonhos.

  Senti um leve toque na minha cabeça e tudo ficou escuro, tudo ficou negro e sem vida. A morte, será que ela era tão dolorosa como diziam? O preço para quem morrer será a morte. Será que eu estava morrendo? Ou estava sonhando?

  Abri meus olhos, tudo estava ali, tudo estava no seu lugar. Então o que havia de errado? Passei uma de minhas mãos sobre minha cabeça e senti algo macio e liso nela, comecei a apalpar, mas nada me veio a cabeça.

  Comecei a caminhar lentamente, meu corpo hesitava em me obedecer, vez ou outra eu precisava empurrar uma de minhas pernas com as mãos, tentei me convencer de que nada daquilo era real, e que talvez fosse um sonho, ou melhor, um pesadelo.

  Entrei no banheiro, decidido a passar uma água no rosto e esquecer tudo aquilo, só podia ser imaginação minha, nada além de puro ilusão após algumas experiências de vida.

  Foi então que vi, em meio aos reflexos do espelho, aquela cara fria e lisa novamente e  em uma tentativa frustada de atacá-la, virei para trás e ao olhar, não havia nada.

  Olhei novamente para o espelho e a face continuava ali, apalpei um pouco o rosto e foi então que percebi, ao olhar para a face passando as mãos sobre ele, no que acabara de acontecer. Eu virei um rosto sem forma e frio ,todos meus contornos,minhas imperfeições e meus olhos, os únicos os quais eram uma das poucas coisas que eu sabia apreciar, haviam sumido, eu estava diante de um deles, eu era um deles. O jogo havia começado.

 

 

“O preço para quem perder será a morte.”

 

  Fiquei um pouco paralisado. Então havia começado, não apenas começou, como todos já deviam estar movendo as suas peças e eu ali, sem fala olhando para o espelho enquanto aquela frase ecoava na minha cabeça.

 

“O preço para quem perder será a morte.”

  O que era tudo aquilo?  O que era o jogo das mil faces?  E o mais importante, porque eu? Já não bastava eu perder tudo em que tocava e agora, eu poderia perder a minha própria vida. Por que?

  Fiquei mais um pouco parado em frente ao espelho, olhando para aquela face sem forma, e como um raio, senti meu corpo estremecer ao ouvir a campainha.

Andei meio lentamente e antes de chegar a porta, peguei um de meus cadernos que haviam ficado sobre a cama,  voltei a andar até a porta, e ao abrir, cai para trás com a face que estava a minha frente.

 

 

 

 


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