22 Nada mais a Esconder escrita por Sereny Kyle
Os Get Backers tinham tido um serviço e ainda não tinham voltado, deixando as Kamy Spys preocupadas. Kay andava aflita de um lado para o outro, agarrada ao travesseiro que Ginji usava. Tay tentava manter a calma sentada na espreguiçadeira, mas a cada ruído, ela já ficava alerta.
Um relâmpago iluminou a noite escura e elas puderam ver Ginji se arrastando em direção ao trailer. Kay correu até ele e o ajudou a andar.
-- Ginji, o que aconteceu com você? – Kay perguntou preocupada, olhando o rosto inchado e ensangüentado dele.
-- Foi mais perigoso do que esperávamos, mas conseguimos recuperar a caixa e nosso índice de serviços completos continua em 100%.
-- Ai, Ginji!
-- Ginji, e o Ban? Onde ele está? – Tay não se preocupou em disfarçar a aflição de sua voz.
-- Ban ficou furioso. Me mandou fugir e disse que cuidaria de tudo, nunca vi ele tão afim de brigar.
-- Aquele idiota! Eu vou até lá...
-- Não, Tay. Ele vai me matar se eu deixar você ir ajudar.
-- Eu não quero saber, Ginji. Se ele pensa que vai ser capaz de lidar com eles sozinho...
-- Se eu penso? – Ban veio se aproximando, um cigarro na boca, as mãos nos bolsos e um ar de que nada tinha acontecido. – Caramba, Ginji, você parece que passou no moedor de carne.
Tay avançou para Ban e começou a espancá-lo. Ele a ergueu, segurando seus braços e impedindo-a de atingi-lo.
-- Quer parar, sua louca?
-- Pensei que estivesse a fim de brigar – ela vociferou. – Se estava pensando em se matar, eu me encarregaria do serviço e seria bem sucedida. Meu índice de sucesso também é de 100%.
-- Não estava querendo me matar, por que eu faria isso?
-- Olhando o estado do Ginji, os caras com quem você decidiu lutar sozinho não parecem ser muito humanos! Se eu fosse, talvez...
-- Se você fosse? Você está sonhando se acha que eu aceitaria a sua ajuda! – ele cuspiu o cigarro longe.
-- Qual o problema? Não aceita ajuda de uma mulher?
-- Você... Você sabe que não é isso!
-- Então o que é?
-- Tay, se acalma primeiro e depois a gente conversa! – Ban soltou-a e foi se dirigindo para o trailer.
-- Eu não quero me acalmar! – ela berrou. – Como você pode pensar com tanta tranqüilidade em se sacrificar dessa maneira? Com tanta frieza?
Kay e Ginji olhavam confusos aquela discussão. Tay estava furiosa, Ban, por outro lado, estava sério e controlado e isso parecia irritar ainda mais ela.
-- O que eu fiz está muito longe de frieza, Tay – ela disse calmamente, sem se virar pra ela. – E eu faria de novo se fosse preciso!
Tay bufava de raiva, seus cabelos esvoaçavam desgrenhados. Ela correu mais uma vez até ele e o virou violentamente.
-- Quando vai parar de pensar só em você? Como se o que faz não afetasse aos outros? Você imagina como eu fiquei ao ver Ginji voltando sozinho?
-- Tay...
-- Você não entende como isso me afeta? – ela começou a chorar descontroladamente, seu corpo amolecendo até ela quase não se agüentar em pé e ele teve que ampará-la.
-- Não faça isso. Por favor – ele sussurrou.
-- Pensei que tinha deixado toda aquela história de ser amaldiçoado, condenado a solidão pra trás – ela soluçou.
-- Eu deixei. Você sabe que deixei.
-- Então, por que fez isso?
-- Eles nos seguiriam até aqui se eu não fizesse isso. Viriam até vocês.
Tay se pendurou no pescoço de Ban e o beijou, ele agarrou sua cintura e a abraçou com força, não querendo separá-la de seu corpo. Kay e Ginji foram pegos de surpresa e não sabiam se davam gargalhadas ou ficavam pasmos.
-- Tay... – Ban disse depois de se soltarem do beijo. – Você sabe que me beijou na frente da sua irmã, não sabe?
-- Sei sim – ela suspirou e se virou para Kay e Ginji, Ban ainda abraçado a sua cintura. – Ban e eu estamos juntos.
-- Isso eu já percebi – Kay respondeu simplesmente.
-- O que você acha disso? – Tay perguntou temerosa.
-- Acho que vocês são o casal mais estranho que eu já vi!
-- Sua irmã e eu conversamos, Kay, e se você tiver algum problema com isso... – Ban começou a explicar, mas Kay o impediu de terminar.
-- Por que eu teria algum problema com isso? Nunca vi duas pessoas serem tão perfeitas uma pra outra como vocês dois. Nem o papai e a mamãe. Ban, você é o cara certo pra cuidar da minha irmã. E eu só terei um problema com isso se você fazê-la sofrer, aí, você terá um problema. Vou atrás de você e desgraço a sua vida! – ela deu risada ao ver a cara dele.
-- E eu ajudo – Ginji completou.
-- Eu tenho certeza de que, se eu fizer alguma coisa à Tay, eu não sobreviverei para contar a história.
-- Disso você pode ter certeza – Tay respondeu, dando-lhe um beijo estalado na bochecha.
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