21 Elo e Pacto escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
Capítulo 1




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Era uma bela manhã ensolarada e os Get Backers estavam lavando a Joaninha fora do trailer.
 -- Ora, ora, Get Backers! Quando Natsumi me disse que vocês estavam morando com duas garotas eu mal pude acreditar! – Himiko desmontou da moto e parou perto dos rapazes.
 -- Himiko! Há quanto tempo! – Ginji se livrava da espuma das mãos e colocava de volta a camiseta.
 -- E aí, Himiko! O que faz aqui? – Ban vestia a camisa e se aproximou dela.
 -- Faz tempo que não tenho novidades sobre vocês, então vim aqui.
 -- Olha Ban, a Tay disse que pode usar este... Ah, oi – Kay saia do trailer com um pano.
 -- Ah, Kay, está é Himiko! Himiko, esta é Kay Kamurato!
 -- Ah, você é a lendária Kay Kamurato!
 -- Vem, entra – Kay foi levando Himiko pra dentro do trailer seguida por Ginji e Ban.
 Tay estava terminando de arrumar a mesa para o almoço.
 -- Tay, olha só! Põe mais um prato na mesa!
 -- Mais um... Ah, oi!
 -- Essa aqui é a Himiko, Tay!
 -- Ola, Himiko. Espero que goste de yakissoba!
 -- Oi, desculpe aparecer desse jeito...
 -- Que isso!
 -- Você vai adorar a comida da Tay, Himiko, é a melhor que existe no mundo!
 -- Não seja exagerado, Ginji.
 Todos se sentaram e foi um almoço muito agradável, Himiko e Ban fizeram as velhas brincadeiras e Ginji e Kay fizeram todos rirem. Tay tinha feito bolo de chocolate e eles comeram de sobremesa.
 -- Bom, eu já vou indo! Foi um prazer conhecê-las! E vocês dois, mantenham contato, hein?
 -- Volte sempre que quiser, Himiko – Kay tinha se tornado amiga da garota instantaneamente.
 Os quatro ficaram a vendo subir na moto e partir. Kay e Ginji foram terminar de enxaguar o carro e Tay e Ban ficaram dentro do trailer cuidando da louça e da arrumação.
 -- Então, o que achou da Himiko? – Ban perguntou, se aproximando de Tay.
 Os dois já estavam três semanas juntos, mas mantinham tudo em segredo, pois Tay temia que Kay não aceitasse muito bem.
 -- Ela é legal.
 -- Legal? Só legal? – a ansiedade de Ban fez Tay rir.
 -- Adorei ela, tá?
 Ban sorriu e foi terminar de arrumar tudo.
 -- Ban? – Tay se apoiou na pia e estava de costas pra ele.
 -- O que foi?
 -- Você conhece Himiko há muito tempo?
 -- É, mais ou menos. Por quê?
 -- E como era o relacionamento de vocês?
 -- Nosso... Relacionamento? – Ban parecia confuso.
 -- É. Vendo vocês dois juntos hoje... Vocês pareciam... – Tay estava encabulada. – Pareciam tão...
 -- Parecíamos tão o quê? – ele chegou perto dela novamente e fez com que ela se virasse pra ele. – Você ficou com ciúmes da Himiko?
 -- Não, não é isso. Eu só queria saber. Afinal, nós conhecemos o pessoal da Fortaleza Ilimitada, que fazem parte do passado do Ginji... E ela faz parte do seu passado...
 -- Ah, entendi. Bom, Himiko e eu fomos amantes.
 -- O quê?
 -- Viu como era ciúmes! – ele deu risada e a agarrou pela cintura. – Himiko, eu e Yamato tínhamos um serviço de recuperação.
 -- E o que aconteceu, Ban?
 -- Por que a pergunta? – Ban olhou pela janela e viu Ginji e Kay brincando distraídos e isso o fez sorrir. Ele se aproximou ainda mais de Tay e beijou sua boca.
 -- Por mais que vocês se dêem bem, alguma coisa entre vocês parece estranhamente partida.
 -- Você percebeu isso de que jeito?
 -- Pelo jeito dela de olhar você!
 -- Muito observador.
 -- Por que ela não está no serviço de recuperação com você?
 Ban ficou sério de repente, mas segurou Tay da mesma maneira. Era raro quando podiam ficar tão próximos, já que escondiam de Ginji e Kay que estavam juntos, porque eram realmente discretos e não davam brechas como Kay e Ginji deixavam desde que começaram a namorarem escondido.
 -- Porque ela ainda não entende o que aconteceu a Yamato.
 -- Ela ainda não aceitou a morte dele?
 Ban olhou fundo nos olhos de Tay, inspirou profundamente e balançou a cabeça.
 -- Ela ainda não entendeu o que houve entre Yamato e eu! – Tay pareceu ainda mais interrogativa. – Ela ainda não entende o que me fez matar o irmão dela.
 Tay se assustou, mas não afastou o corpo de Ban.
 -- Você matou Yamato?
 -- É isso aí.
 -- Por que... Por que não me contou antes? Quando conversamos sobre meu encontro com ele?
 -- Porque eu nunca contei a ninguém, nem mesmo ao Ginji.
 -- Eu sei que se não contou a Himiko... Talvez não conte a mim também, mas, por que você matou Yamato, Ban? O que houve?
 Ban soltou Tay como se ela tivesse lhe beliscado ou dado um choque.
 -- Um homem amaldiçoado como eu não deve confiar em ninguém.
 -- Por que não me atira contra a parede de uma vez? – ela disse depois de um tempo em silêncio.
 -- O quê?
 -- Se vai dizer coisas assim, prefiro que me mate.
 -- Tay...
 -- É verdade, você é um homem amaldiçoado, devia se isolar porque ninguém vai querer tê-lo por perto. A verdade é que você só repete essa ladainha pra não ter que se arriscar a se envolver de corpo e alma com alguém. No final, você tem tanto medo de pertencer a alguém quanto eu.
 -- Você é quem devia querer se afastar. Por que aceitou se envolver comigo? – Ban parecia desolado, perdido e insano.
 -- Por que eu encontrei em você o que faltava em mim, encontrei em você a coragem pra me entregar, pra pertencer a alguém sem medo, encontrei em quem podia confiar. Infelizmente você não me encontrou, não é?
 Tay ficou tão furiosa que decidiu esquecer a louça e deu as costas a Ban, mas ele segurou seu braço e não esperou que ela se virasse para começar a falar.
 -- Ele me pediu que o matasse – ele estava de cabeça baixa, Tay voltou-se pra ele e Ban contou-lhe toda história, sobre as crianças do Destino, a maldição de Yamato, o pedido que este lhe fizera e sua promessa de nunca contar nada e proteger Himiko.
 -- Ban, deve ter sido horrível guardar isso sozinho – ela se abraçou a ele, aconchegando-o em seu afeto e amor.
 -- Eu espero que me perdoe por continuar sendo tão teimoso. Eu vou aprender a confiar... – Tay beijou-o, calando-o.
 -- Nós dois estamos aprendendo juntos. Nós estamos juntos agora!
 -- Tudo o que eu quero é proteger você! – ele segurou-a bem forte em seus braços.
 -- Tudo que eu quero é que você entenda que não tem mais que carregar tudo sozinho, eu estou aqui pra te ajudar.
 -- Eu não sou um homem amaldiçoado, Tay, você fez com que eu me libertasse.
 -- Eu quero calar toda a sua dor, acabar com a sua solidão. Só quero ser a mulher que você precisa, Ban.
 Ele se agarrou nela, como um condenado se agarra a sua última esperança. Ela afagou seus cabelos como se ele fosse uma criança e ficaram assim por um longo tempo.
 -- Então... Vocês foram namorados? – ela perguntou receosa, a cabeça apoiada no ombro dele e ele sorriu.
 -- Eu morava com ela e o irmão mais velho, mesmo que tivesse rolado um clima entre nós dois, aquele cão de guarda não permitiria algo assim!
 Tay deu risada e se abraçou mais forte em Ban.
 -- Eu lhe disse que procurava uma mulher específica. Eu sempre procurei você. Himiko é muito pirralha pra lidar comigo. Você sabe que é... A mulher que eu amo!
 Ele sentou-se e colocou-a em seu colo.
 -- Ban... Se Kay e Ginji entrarem...
 -- Só um momento. Você não precisa ter ciúmes de mim, Tay, com mulher nenhuma. Nenhuma mulher que esteve em meu passado ou que cruzar o meu caminho vai mudar o que eu tenho com você! Sua menina medrosa!
 Ela riu e os dois se beijaram profundamente, ambos descobrindo-se cuidadosamente, deliciosamente. Ban agarrava a cintura de Tay e segurava sua nuca, ela tinha os braços unidos atrás do pescoço dele.
 -- Você só diz isso porque eu não tive outros namorados! – ela riu, tentando se levantar do colo dele, mas ele não permitiu.
 -- Eu sou independente do meu passado também. Você é meu presente e futuro.
 -- Ah, Ban! Eu odeio quando me faz parecer uma menina boba e apaixonada.
 -- E eu adoro!


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