Depois de acabarmos de jantar, fomos beber um pouco e jogar sinuca. Tínhamos que voltar logo pra casa, já que amanhã bem cedo Damon iria sai para procurar Klaus. Então às 22:00 hs já estávamos voltando.

Elena parecia quase pular de ansiedade pra reencontrar Stefan. Eu porém, apesar de nenhuma maneira falar isso em voz alta, estava muito preocupada com Damon.
"E se algo der errado?" - Era a única coisa com que eu conseguia me preocupar. Eu andava de um lado a outro do meu quarto - No outro quarto, podia ouvir Damon saindo do banho, com certeza já estava quase de saída. Nesse momento decidi dar a Damon a única coisa que eu podia fazer para ajudá-lo, uma coisa que eu só tinha feito por Willian. Se fosse pra deixar Damon mais forte e dar mais chances a ele, eu faria com todo prazer. Saí do meu quarto e com um suspiro dei uma leve batida na porta do quarto de Damon.
-Pode entrar. - Damon murmurou distraído e eu entrei.
Tenho a total certeza de que ao entrar e me deparar com Damon fiquei vermelha que nem um tomate: Ele vestia apenas uma calça jeans escuro, sua blusa preta descansava em cima da cama. Ele notou minha falta de ar e sorriu torto.
-O que deseja? - Ele perguntou com a voz mais rouca que o normal. Eu pigarreei, tentando manter o foco.
-Hã... Você vai mesmo até Klaus, não é? Já sabe onde ele está? - Eu chequei, tentando não olhar muito pra ele.
-Sim. Katherine disse pra onde ele estava planejando ir... - Ele murmurou, agora colocando sua blusa de mangas compridas. - Dá pra me ajudar?- Ele perguntou apontando para os botões da sua camisa. Eu me aproxiomei dele e comecei a abotoá-los vagarosamente, tentando não pensar que o estava tocando e parecer indiferente.
-Eu tenho uma última coisa pra te dar. Uma coisa que vai te ajudar a ficar mais forte. Mas pra isso, você vai ter que prometer não contar pra ninguém. - Eu falei, encarando apenas os últimos botões que faltavam.
-Eu prometo, seja lá o que for. Você pode confiar em mim. - Ele disse colocando a mão sob meu queixo e levantando minha cabeça para me olhar nos olhos. Juro que lutei contra minha expressão abobalhada, mas ela prevaleceu, pois os olhos de Damon queimavam, esfacelando todos os meus pensamentos lógicos. Meu Deus! Como ele fazia isso?
-Eu vim te oferecer meu sangue. - Eu falei diretamente o fitando e ele franziu a testa, confuso. Tá, eu não pretendia falar assim tão de repente, mas a culpa foi dele...
-O quê? - Ele perguntou me encarando com dúvida.
-Como eu disse antes, o sangue dos McLaggen é um sangue muito poderoso e raro... Eu acho que só existe o meu em todo o mundo já que Klaus matou todos os meus parentes. Se você tomá-lo, ficará bem mais forte. Não como Klaus, claro... Mas ficará mais resistente. - Eu expliquei e ele me olhou incrédulo.
-Você veio me oferecer seu sangue? Mas isso é totalmente contra todos os seus instintos: Seja de bruxa ou vampira! -Ele declarou surpreso.
-Eu sei, mas não quero que você se machuque. Principalmente quando eu tenho algo que pode ajudar. Só me faça um favor: não tome muito. - Eu avisei e ele sorrio de modo encantador.
-Obrigado Elizabeth. Obrigado por se importar comigo. - Ele disse me levando atá a cama dele e me colocando em seu colo. Ele aproximou o rosto do meu pescoço, sentindo o cheiro.
-Hum... Como você pode ser uma vampira e mesmo assim cheirar tão bem? - Ele perguntou, ainda inspirando profundamente, o rosto ainda em meu pescoço.
-Minha metade bruxa ainda está aqui e ainda produz seu próprio sangue. - Eu expliquei com a voz muito baixa, quase inaudivel.
-Isso vai te machucar? - Ele perguntou, dessa vez levantando a cabeça e me encarando.
-Não se você tomar pouco. - Eu repeti e ele assentiu.
-Pode confiar em mim. - Ele murmurou, seu rosto já mudando, seu nariz tocando minha clavícula.
E então eu senti a mordida: duas pequenas e afiadas fisgadas em meu pescoço. A pequena dor foi embora e deu lugar a um prazer enorme. Pude sentir o que Damon sentia, sua satisfação profunda.
 Eu estava alienada de tudo a não ser Damon e eu. Pudia sentir o quão conectado a mim ele estava agora, como se naquela troca, um pouco de mim estivesse nele também. E então - cedo demais - acabou. Ele retirou o rosto do meu pescoço, sua face ainda transformada, sua boca cheia do meu sangue. Lentamente, seu rosto foi voltando ao normal, os dentes diminuindo.
-Uau!...-Ele sussurrou sem palavras e eu sorri um pouco, notando só agora que dar meu sangue a ele havia me deixado fraca.
-Eu disse que você iria adorar meu sangue... -murmurei convencida e passei a mão em sua boca, limpando o sangue que havia lá.
Tentei me levantar - Estava fraca e um pouco tonta, mas conseguiria se Damon não tivesse me segurado mais firme em seu colo. Eu não reclamei, ao contrário, me aconcheguei mais ao seu peito e sorri. Deus, como eu me sentia bem come ele!
-Elizabeth, eu realmente gosto muito de você... - Ele sussurrou em meu ouvido. Eu queria responder, mas o que eu diria? Acho que estou apaixonada por você? Não. Eu não me permitiria me expor tanto, não sabendo que ele amava a garota que estava no outro quarto. Ao invés disso, disse uma outra coisa menos perigosa e mais importante.
-Damon, por favor tome cuidado! Não se precipite. fique calmo e não desafie Klaus. -Eu pedi, me contorcendo um pouco pra poder olhá-lo nos olhos.
-Eu vou ficar bem. Prometo ser um bom menino... - Ele terminou com um tom de brincadeira e eu ri. Damon se aproximou mais de mim e me beijou.
No começo, eu estava pensando no que isso faria comigo quando ele começasse a se agarrar com a outra metade da população feminina do país, mas quando seus lábios se moveram de encontro aos meus, pude perceber que nada se igualava ao prazer e alegria que eu sentia em tê-lo assim. Os lugares que a pele de Damon tocavam a minha pareciam queimar, eu esperava que a qualquer momento minha cabeça explodisse - meu cérebro não pensava mas corretamente, só focava em Damon. Aproveitei que estava tão proxima dele (ainda em seu colo) e me virei, ficando de totalmente de frente pra ele. Minhas mãos se encaixaram no pequeno espaço entre nossos corpos e por conta própria ficaram se movendo pelo peito dele. Nós já respirávamos constrangedoramente rápido quando ele nos separou e ficou de pé, me levando com ele.
-Preciso ir e você não está ajudando muito com isso... - Ele acusou e eu arregalei os olhos, ofendida.
-O quê?! Você me agarrou! - Eu me defendi e sorriu torto.
-Eu não disse que não tinha culpa também... - Ele ressaltou, me fazendo rolar os olhos. Só Damon mesmo...
 Ele começou a virar andar devagar até a porta do quarto e eu sem querer fiz um biquinho, as lágrimas inundando meus olhos. Ele parou na porta e me encarou, parecendo concentrado.
-Argh! Lizzie, por favor não faça isso... - Ele disse voltando até onde eu estava e me abraçando. E se Damon e machucasse? E pior: E se Klaus o matasse?
Eu o abracei mais forte, escondendo meu rosto em seu peito e sentindo o máximo de seu cheiro maravilhoso. Eu podia sentir as lágrimas traiçoeiras caindo dos meus olhos.
-Tome cuidado, Damon... - Eu pedi fungando um pouco.
-Vai dar tudo certo. Confie em mim. -Ele disse, afagando minhas costas como se eu fosse uma criancinha.
-Damon?- Eu perguntei insegura, minha voz fraca falhava.
-Sim? - O tom dele era calmo.
-Eu também gosto muito de você.- Eu sussurrei, incapaz de me deter. Ele levantou minha cabeça pra ver meu rosto e deu o sorriso mais doce que eu já vi ele dar pra alguém e encostou de leve os lábios nos meus.
-Você sabe que eu ainda vou lembrar disso quando voltar, né? Você vai sofrer as consequências das suas palavras... -Ele sussurrou no meu ouvido, rindo enquanto falava. Sua voz era maliciosa e eu estremessi. Eu afaguei sua face, sorrindo - raramente Damon sorria, ainda mais um sorriso tão verdadeiro - tão alegre.
Mas agora estava na hora de votar ao mundo real. O mundo em que Damon e Elizabeth são apenas amigos. O mundo em que o coração dele já está cheio demais de Elena e Katherine pra poder sentir algo por mim.
-Adeus. - Eu sussurrei triste.
-Até logo. -Ele corrigiu, me dando um último beijo na testa e se foi.
Eu fiquei parada ouvindo sua rápida corrida até não poder mais e deitei na cama dele, onde seu cheiro predominava e comecei a pensar.
Depois de tantos anos, séculos na verdade, eu havia esquecido como era doar por minha própra vontade meu sangue. Quando humana, a sensação era boa. Agora como vampira era ainda melhor: quase um alívio.
Eu sempre me sentia cheia demais de sangue, por isso pouco me alimentava dele. Isso porque a minha metade bruxa ainda produzia seu proprio sangue, eu só precisava caçar de semanas em semanas, mas precisava me alimentar de comida humana também. Eu realmente sou estranha...
Eu toquei o local que as duas feridas já haviam cicatrizado e levantei da cama, queria sair um pouco, observar o céu - pensar menos em todas as coisas que poderiam acontecer com Damon. Sai em direção ao jardim, andando devagar por ainda estar fraca - em breve eu teria de tomar sangue de novo... Eca!
Parei e sentei em um banco. Estava admirando o céu, quando senti uma leve picada em meu pescoço e logo tudo estava queimando. Eu quis gritar por ajuda, mas mãoes firmes seguravam minha boca e eu apaguei.