Meu Inimigo é Minha Paixão... escrita por KAMI-sama


Capítulo 9
9º - o fim


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!!!!
eu acabei mudando o final de ultima hora, espero que gostem e não me matem,é imposivel agradar a todos T.T
É tão triste quando a fic chega ao fim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/143226/chapter/9

Ryuuzaki e eu estávamos morando juntos há um mês em um local próximo de onde era o QG antigamente; Watari morava ao lado, ele nunca deixaria Ryuuzaki ficar longe.

Estava voltando para casa depois da faculdade. Já estava quase na porta; apresei o passo, estava com fome. Cheguei à porta e entrei. Ryuuzaki sempre deixava a porta aberta nesse horário, porque eu havia perdido as minhas chaves e ainda não havíamos feito uma cópia.

Entrei e joguei minhas coisas na mesinha ao lado da porta. Fui até a sala e o vi “sentado” no sofá, naquela posição peculiar de sempre. Ele parecia sério e eu logo vi o porquê: ao lado dele estava o meu antigo caderno preto. Fazia tempo que eu não o usava.

– Raito, porque você ainda tem isso? – Perguntou em um tom inexpressivo.

– Como você achou isso? – Depois que me mudei resolvi desenterrar o caderno e levá-lo comigo até achar outro esconderijo melhor.

– Estava nas suas coisas. Muito bem escondido, por sinal... – Ele agora parecia com raiva.

– Eu não quis destruí-lo, mas não se preocupe, porque eu não vou usá-lo. – Eu devia tê-lo escondido melhor.

– Raito, você vai destruir isso. – Ele falou firme.

– Já disse que não vou usar. – Nada me faria destruí-lo.

– Eu não quero correr o risco de você ter uma recaída e SAIR MATANDO METADE DO JAPÃO DE NOVO. – As palavras de Ryuuzaki me atingiram de forma que eu não imaginei ser possível, o problema não eram os gritos, mas o que eles queriam dizer, o tamanho do medo impresso neles.

– POEQUE VOCÊ NÃO CONFIA EM MIM? – Ele havia me magoado. Eu o havia confiado meu corpo, minha vida, meu coração e até mesmo minha alma. E era isso que eu recebia de volta: desconfiança.

– R-Raito...  – Ele pareceu surpreso com minha reação.

– EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU MAIS FAZER ISSO! – Continuei gritando.

– Se não vai porque quer ter o caderno? – E, de repente, não era mais o meu Ryuuzaki que estava ali, era L - O detetive. – Você não precisa dele.

– Ryuuzaki eu... – Tentei falar, mas as palavras sumiram. Eu não tinha argumentos.

– Não quero ter um assassino ao meu lado. – E essa foi como uma facada, que havia perfurado fundo, me tirando todo o ar. Foi pior do que quando meus pais disseram que não precisavam de um filho gay.

Fiquei em silêncio, me achando incompreendido. Como diabos havíamos construído uma relação sem plena confiança?

Saí dali, deixando a porta da casa aberta para trás. Andei olhando para cima, algumas lágrimas solitárias escorreram pelo meu rosto. Odiava chorar, me sentia fraco.

Ryuuzaki era a pessoa mais importante da minha vida, eu morreria por ele! Eu faria tudo por ele e mesmo assim ele ainda não confia plenamente em mim.

Senti vontade de correr, correr sem rumo, mas, isso não era o meu estilo. Era melhor eu dar uma volta e esfriar a cabeça. Eu ia falar com ele e resolveríamos isso juntos, como sempre.

Ouvi o som de uma buzina perto de mim e olhei para o lado, não tive tempo de correr, nem de gritar, o carro estava quase em cima de mim. Só tive alguns segundos para pensar no quanto eu o amo. Então senti a pancada me jogar longe e uma dor alucinante, que logo sumiu e se transformou em inconsciência.

O que eu fiz valeu à pena? Realmente fiz do mundo um lugar melhor? Será que um dia meus pais me perdoariam? Ele me perdoaria? Eu tinha muitas coisas que ainda queria fazer, eu não podia morrer, eu precisava viver mais um pouco.

Abri meus olhos e vi um teto branco, estava muito claro; meus olhos demoraram a se acostumar com a claridade. Parecia que eu estava em um quarto de hospital.

Ouvi um choro baixo ao meu lado e um mais histérico um pouco mais longe, reconheci a voz de meu pai tentando acalmar a pessoa que chorava histericamente, então devia ser minha mãe. Virei à cabeça na direção de onde vinham as vozes: Sayu estava perto de mim com a cabeça baixa chorando, minha mãe um pouco mais longe chorando alto e meu pai abraçando-a.

– Mãe... – Falei baixo, minha voz saiu horrível.

– Raito! – Ela gritou e correu até a beira da minha cama. – Meu filho, desculpa! Eu não ligo se você gosta de homens ou mulheres, eu te amo Raito!

– Eu também te amo filho. – Disse meu pai ao se aproximar da cama.

– Onii-san! – Sayu gritou e parecia querer pular em cima de mim, mas nem encostou.

– Tudo bem, o que aconteceu? – Perguntei confuso.

– Você ficou em coma por uma semana após o atropelamento, e estava dormindo desde então.

A cena do atropelamento invadiu minha cabeça junto com a lembrança da briga com Ryuuzaki. Olhei em volta e não o vi, será que ele não se importava com a minha situação?

– Onde está Ryuuzaki? – Perguntei.

– Ele está aqui com você desde que chegou ao hospital, não dormiu nem um estante, agora esta lá fora com Watari conversando com o médico. – Meu pai respondeu.

Bom, pelo menos ele se importava comigo, o que me deixou feliz. Minha mãe começou a passar a mão no meu cabelo, eu não gostava muito disso, mas parece ela parecia se sentir melhor assim.

A porta do quarto se abriu e eu virei a tempo de ver Ryuuzaki entrar. Ele estava com mais olheiras que o normal e parecia doente. Olhei em seus olhos e senti um alívio ao ver ele correr até mim. Me abraçou forte, o que doeu muito; levantei meu braço com certa dificuldade e coloquei em volta dele. Vi pelo canto do olho minha família saindo de fininho do quarto.

– Raito-kun, desculpa, desculpa! – Ele começou a chorar, enquanto repetia as desculpas. – Eu te amo!

– Shiii, tudo bem. – Levei minha mão desocupada ao rosto dele – com cuidado, pois estava com algumas agulhas ligadas - e enxuguei as lágrimas que marcavam seu rosto. – Eu também te amo.

Ele me soltou e sentou na beira da cama, passou a mão no meu rosto e sorriu.

– Pensei que ia te perder de novo. – Me deu um beijo na testa. – Eu não quero sentir isso novamente... Essa angústia, essa dor, essa perda.

– Eu estou aqui com você – sorri.

Tentei me sentar, mas parecia impossível. Todos os meus músculos doíam e eu não sentia minhas pernas; pareciam pesos mortos. Tentei duas vezes e não consegui movê-las, então,  percebi que não sentia dor nas pernas... Não sentia nada da cintura para baixo.

O desespero foi inevitável. Levei minhas duas mãos as minhas pernas e apertei, arranhei, levantei... Não senti nada. Eu não podia acreditar.

– Ryuuzaki... O que acon-

– Desculpem interromper. – Disse um médico que entrava pela porta; ele parecia cansado.

– O que aconteceu com as minhas pernas? – Perguntei, em um tom desesperado.

– É exatamente sobre isso que vim falar Sr. Yagami. Vou lhe explicar: Quando chegou, a parte mais afetada tinha sido sua coluna. Você bateu a cabeça também, mas, não houve nada. Como eu ia dizendo, a parte mais afetada foi sua coluna, porque quando o carro bateu, você voou e caiu de costas no chão. Com isso, você teve uma lesão na medula espinhal: um corte transversal... Sinto muito. Você está paraplégico. Antes que entre em choque, devo dizer que temos alguns tratamentos que podem lhe ajudar muito a recuperar a sensibilidade das pernas. Entretanto, você jamais voltará a andar.

E aquela última frase ecoou em minha cabeça várias e várias vezes: “Entretanto, você jamais voltará a andar.

O médico saiu silenciosamente do quarto. Quando a ficha caiu, chorei em desespero enquanto Ryuuzaki me abraçava e tentava me acalmar. Depois de alguns minutos assim, uma enfermeira apareceu e colocou alguma coisa no meu soro que me acalmou e me fez dormir.

Mas, mesmo assim, o desespero ainda estava presente; mesmo nos meus sonhos. Eu, que sempre fui independente, superior, bonito, agora dependeria da ajuda dos outros para tudo. Eu sabia que não voltaria ao normal nunca e isso me entristecia. Se houvesse pelo menos um fio de esperança...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem!!!!!!!
bom o final que eu escrevi estava kawaii d+ então eu com a ajuda da minha maravilhosa beta-chan fiz esse final de ultima hora.
quero a opnião de vocês!