Meu Inimigo é Minha Paixão... escrita por KAMI-sama


Capítulo 3
Confissão


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo pode ter ficado meio estranho, mais quando eu escrevi parecia bom.boa leitura



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Já fazia uma semana que estávamos juntos. Todos os dias ele ficava após o trabalho; víamos um filme, conversávamos, fazíamos amor. Enfim, tudo que um casal faz e mais um pouco.

Entrei no QG comendo uma fatia de bolo com a mão. Sr. Yagami estava conversando com os outros em volta de uma mesa, enquanto Raito estava do outro lado – sentado em uma cadeira sem fazer nada, olhando para cima.

– Ryuuzaki, – Matsuda correu até mim. – Novas mortes de criminosos ocorreram essa manhã; e deixaram desenhos como aquela vez! E um escreveu em seu braço: “Kira - I am justice” – Ele me entregou alguns papéis. – Aí estão os desenhos.

– Quantos morreram? – Havia um numero considerável de desenhos.

– Doze!

– Exatamente o número de dias que Kira não mata... – Olhei os desenhos, pareciam comuns; alguns desenharam um K, já outros uma balança: o símbolo da justiça. Mas, dois incomuns me chamaram atenção: o 1º era um coração flechado e o 2º, uma algema. Era tão óbvio que era uma confissão. Olhei para Raito, que agora olhava para mim com um olhar triste.

– Ryuuzaki? – Watari me chamou entrando no local. – Acabaram de ligar; mais um criminoso morreu.

– Como? – Treze mortes, isso não se encaixava.

– Ele escreveu “desculpa” no pulso, com um caco de vidro, e morreu. – Ele realmente acha que pedir desculpa matando uma pessoa vai melhorar as coisas?

– Do que ele quer se desculpar? Das mortes? – Perguntou Sr. Yagami. – Não faz sentido!

Raito se levantou sem chamar atenção dos outros e entrou no elevador, aparentemente para o terraço. Esperei uns 10 minutos e fui atrás dele. Ia colocá-lo contra parede – uma coisa não muito segura de se fazer em um terraço.

– Raito-kun! – Ele estava sentado na grade de proteção, se eu encostasse um dedo, ele podia cair. – Raito! SAI DAÍ!

Ele me olhou e pulou para dentro da área segura, sentando-se no chão e se encostado na grade. Fui até ele e me abaixei na sua frente.

– Raito-kun, o que você acha dos novos fatos do caso Kira?

– Nada. – Falou olhando nos meus olhos, era um olhar desesperado.

– Nada?

– Nada. – Ele abraçou os joelhos e enterrou o rosto, para que eu não pudesse vê-lo.

– Se você fosse Kira aquele desenho seria quase uma confissão, mas eu não teria provas. – Ele não se mexeu. – Raito-kun, não quer mais me ajudar na investigação?

– Não é isso. – Ele não levantou o rosto. – Digamos que Kira matasse o segundo Kira e se entregasse; encerraria por aí o caso e você seguiria sua vida assim como os outros, não é?

– Creio que sim. – Levantei o rosto dele, fazendo ele me olhar. Uma lágrima escorreu por seu rosto. – Porque está chorando Raito-kun?

Ele não respondeu, simplesmente me beijou lentamente. Logo foi ficando mais intenso, mais urgente; seus lábios macios estavam agora em meu pescoço, depois voltando a minha boca. Por fim, ele se afastou.

– Ryuuzaki?

– Sim?

– Independente do que aconteça, eu te amo de verdade. – Ele segurou minha mão e me levantou junto com ele. – Eu daria minha vida por você.

– Você está estranho, Raito-kun. – O que será que ele pretendia?

– Tenho que fazer uma coisa. – Me puxou para a direção do elevador. – Não achei que teria coragem para isso.

– Isso o que? – Eu já estava preocupado.

– Já vai saber.

Entramos no QG e ninguém percebeu; acho que nem notaram que havíamos saído. Raito parou na porta e fez sinal para que eu me afastasse. Sentei na minha cadeira e esperei ele começar a falar.

– Eu tenho uma coisa para falar. – Todos olharam para ele.

– Diga filho. – O pai de Raito estava curioso.

– Eu não espero que ninguém me entenda. – Eu já estava nervoso.

– Fala logo Raito! – Matsuda quase gritou.

– Eu sou Kira, matei o segundo Kira e agora estou me entregando. – Todos pareceram entrar em choque junto comigo. Yagami Raito acabara de confessar! Meu namorado seria sentenciado à morte, por mim e por seu pai. Porque ele fez isso? Porque?

Raito POV

– Fala logo Raito! – Matsuda quase gritava comigo.

– Eu sou Kira, matei o segundo Kira e agora estou me entregando. – Todos pareceram entrar em choque, mas, o único ali que me importava era Ryuuzaki. Ele me olhava incrédulo e parecia preocupado.

– Raito, você só pode estar brincando, não é? – Meu pai não parecia acreditar.

– Não é brincadeira. Eu sou Kira, matei o segundo Kira e estou me entregando. – A essa altura não me restava mais nada, então assumi uma postura superior. Se era para morrer, o Deus do Novo Mundo morreria como tal.

– Nós devemos chamar a polícia, não é? – Matsuda era o menos em choque, o que me surpreendeu.

– Eu já chamei. – Cômico. Eu mesmo chamei a polícia para me prender. – Devem chegar daqui a alguns minutos.

– Raito, como você teve coragem de fazer isso? – E agora vinha a bronca de pai. Ele chegou perto de mim e me deu um tapa; não doeu fisicamente, mas, por dentro, foi horrível. – Você não é mais meu filho!

– Sr. Yagami e os demais, saiam! – Finalmente Ryuuzaki falou alguma coisa. – Preciso falar com ele a sós, agora.

– É perigoso Ryuuzaki. – Watari disse enquanto os outros faziam que não com a cabeça.

– Eu disse agora! Vocês não entenderam? – Ele falou, de maneira inquestionável.

– Estaremos aqui perto. – E então, saíram da sala.

– Raito-kun, porque fez isso? – Ele começou a chorar. Odiei ver ele assim por minha causa. – Eu daria um jeito e ficaríamos juntos.

– Não seria certo... – Fui até ele e lhe abracei, sussurrando em seu ouvido – Lawliet... – Ele ficou paralisado ao escutar seu nome – Meu Lawliet.

– Raito... Desde quando você...? – Ele estava em choque de novo.

– Um amigo me contou. – Soltei-o ao escutar o baque na porta, a polícia entrou e nos cercou.

– Raito... – Ryuuzaki tentava controlar o choro.

– Eu estou bem. – Falei enquanto era algemado. – Não coma muitos doces! – Ao falar isso me senti mais despedaçado e ele chorou mais ainda.

Passei por todos sem falar nada, inclusive para meu pai.

A ida até a penitenciária foi calma; os policiais tinham medo de mim e, assim que cheguei lá, o silêncio dominou o lugar. Muitos com medo – o que aumentava meu ego –, outros só curiosos.

Fiquei em uma cela sozinho. Segundo o carcereiro, eu teria quatro dias até minha execução; seriam longos dias.

Como não tinha nada para fazer, fiquei relembrando o passado: eu brincando com Sayu de pega-pega, minha vida no colegial, minhas namoradas, minha vida perfeita até achar aquele caderno preto. Não me arrependia de nada, talvez só da Misa e, por causa dela, eu estava aqui. Ryuuzaki havia encontrado uma pista que o levaria a Misa em questão de horas, então, se eu não tivesse intervindo, com certeza Remu o mataria para proteger Misa. E, como eu disse, daria minha vida por ele.

E, relembrando o passado, eu passei minha ultima terça-feira. Eu nem imaginava o que poderia acontecer no dia seguinte... 

   


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Notas finais do capítulo

eu sei que ficou meio tenso, mas tudo vai se encaixar no final (euespero)o próximo capítulo sai segunda ou terça ^.^