Silent Jealousy escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

OMEDETOU AKIRA-SENPAI ^.^



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                Eu estava sentado no sofá da sala reservado ao the GazettE no último andar da P.S. Company, com meu baixo no colo, soltando notas baixas que compensavam a falta de som ao meu redor.

                Olhei em meu relógio de pulso e ele me dizia que já era hora de terminar o expediente e voltar para a casa. Eu me espreguicei e segurei cuidadosamente o braço do baixo, me levantando e estralando minhas costas.

                Coloque o instrumento em seu suporte metálico e saí da sala vazia para o corredor também pouco movimentado.

                - Reita! – escutei a voz de Uruha do outro lado do corredor e me virei a tempo de vê-lo se aproximar correndo. – Já vai pra casa?

                Ah... Senhor Inabalável...

                - Eu pretendo... – suspirei, colocando as mãos nos bolsos, já esperando sua exclamação exagerada de sempre.

                - Mas que belo trabalhador! – ele bufou, irônico e eu revirei os olhos.

                - O que eu disse sobre usar ironias, Uruha? – usei meu tom de voz ameaçador e o mais novo recuou, franzindo o cenho.

                - Faz dezoito anos, Akira! – ele resmungou como uma criança, exatamente como resmungava no dia em que lhe fiz aquela ameaça.

                - Ainda vale a regra... – eu dei uma risada macabra.

                - Quero ver o que vai fazer com essa regra quando Sereny me vir com o olho roxo!

                - A baixinha vai ter de se conformar que, com doze, dezoito ou trinta anos, o namorado dela ainda apanha de mim! Agora, se me der licença, eu vou procurar minha namorada para irmos para casa!

                - Ana já foi embora... – ele estranhou e eu parei de andar no mesmo segundo, arregalando os olhos, espantado. – Por isso, eu pensei que você estava aqui para terminarmos o trabalho...

                - Como assim ela “já foi embora”? – eu não sabia dizer se eu estava mais irritado ou surpreso. Ana nunca ia embora da gravadora sem mim... Nem mesmo quando eu era obrigado pelo senhor e a senhora inabalável a ficar além do expediente.

                - Ela foi até a minha sala com a Monique se despedir da Sereny... Achei que você tinha ido junto... Pareceu que iam com Yuu a algum lugar... – o guitarrista falou, pensativo.

                - Com Yuu?! – que ótimo! Como eu sentia falta dos tempos que minha Aninha-chan não suportava a presença do moreno mais velho. – Aonde eles foram, Kouyou? O que foram fazer? Por que ela não me avisou?

                - Eu não sei... Não prestei direito atenção na conversa das três... Estava tentando terminar a melodia da nova música...

                Corri até a sala que nossa assistente pessoal costumava ficar e escancarei a porta com certa violência.

                - Onde ela está, Ny-chan? – gritei, sem medir minhas palavras ou lembrar com quem eu estava falando.

                - Quantas vezes eu já lhe disse pra não entrar nos lugares desse jeito, Akira?! – a morena colocou a mão no peito, ofegando. – Quase me matou do coração!

                - Gomen, Ny-chan... Onde ela está? Onde a Ana foi? – perguntei com desespero na voz.

                - Eu não sei... – a garota estranhou.

                - Ela não veio até aqui se despedir? – disse ainda mais desesperado.

                - Não... Ela veio trazer a arte do próximo álbum pro Takanori-san ver amanhã...

                - Kouyou disse que ela veio até aqui, com a Monique, se despedir de você!

                - O que tem eu? – a loira das Gazegirls apareceu atrás da outra, carregando uma enorme pasta preta, sorrindo divertida.

                - O que você ainda está fazendo aqui?

                - Eu vim ajudar a Ny-chan a arrumar tudo – a mais nova me explicou achando graça do meu estado.

                - E o Yuu? Onde ele está?

                - Yuu foi pra casa, Akira... O que está acontecendo, afinal?

                - O que está acontecendo?! – perguntei exaltado. – Eu vou dizer o que está acontecendo, Monique... Seu namorado foi com a minha namorada pra casa e você não parece nem um pouco preocupada!

                - Espera... – Sereny disse, divertida. – Deixe-me ver se estou entendendo direito, Akira... Você está com ciúmes do Yuu? – quando a escutei dizendo, eu entendi que estava sendo ridículo.

                - É claro que ele sente ciúmes de mim, Sereny... – escutamos a voz de Yuu e eu me virei, dando de cara com o mais velho, encostado à porta. – Quem não teria? – ele caminhou, gargalhando e puxou Monique para seus braços, beijando-lhe o pescoço.

                - Não tinha ido pra casa, koi? – a loira inclinou a cabeça para o lado e ele beijou até o ombro dela.

                 - Eu ia... Mas fiquei falando com Inoran-senpai e fui apresentar a Aninha...

                - Ana?! – voltei a me exaltar e o moreno ergueu as sobrancelhas. – Sabe aonde foi que ela se meteu?

                - Era o que eu estava dizendo... Fui apresentá-la ao Ryuichi-san...

                - Ryuichi-san? – repeti aliviado. A adoração que minha namorada tinha pelo ex-vocalista do Luna Sea era antiga. Tão antiga quando a fama de “bom moço” dele.

                - É... Ela ficou ansiosa quando ficou sabendo que eles estavam aqui... Eu fiquei conversando com Inoran-senpai enquanto Ana conversava com Ryuichi-san e J-san...

                - J-san?! – voltei a me apavorar. – Yuu, o que você tem nessa cabeça?!

                - O que foi que eu fiz de errado? – o guitarrista se assustou.

                - O que você fez de errado?! Não vai apresentando minha namorada a outro baixista! Ainda mais ao J-san! O que acharia se eu levasse a Nick a um encontro com o Sugizo-senpai?!

                - Eu confiaria nela! – Yuu respondeu, recebendo um beijo da namorada e eu revirei os olhos.

                - Ela ainda está aqui?

                - Eu acabei de me despedir do Inoran-senpai, devem estar saindo do prédio agora...

                Não esperei que Yuu terminasse sua frase, simplesmente saí correndo pela porta e desci até o primeiro andar do prédio da gravadora pelas escadas, pulando vários degraus até a porta de saída. Eu ainda pude ver minha Aninha entrando em um carro preto com J-san.

                - Ana! – chamei, mas meus joelhos cederam. – Ana! Ana!

                - Aki-chan? – a voz doce de minha namorada soou em meu ouvido e eu abri os olhos. – Está tudo bem, koi? – ela pareceu preocupada.

                Passei meu braço por sua cintura e a puxei pra mim, beijando-lhe a testa.

                - Só indigestão, koi... – dei risada.

                - Indigestão? – ela estranhou. – O que foi que você comeu? – seu tom de voz era bravo, já que ela sabia que eu era muito esganado.

                - Panquecas do Yuu...


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Notas finais do capítulo

mereço reviews???