PÉÉÉÉÉÉÉÉ

         “Finalmente! Ô sinalzinho enrolado!” Fui pensando enquanto guardava meu material para sair antes que a multidão se formasse. “Odeio Pessoas!” Peguei meu fichário pensando que já havia o fechado, mas me enganei e houve uma chuva de folhas e as pessoas ignorantes que só queriam saber em sair da sala pisoteavam-nas.

         - Bando de filhos da puta selvagens! – sussurrei para mim mesma

Um garoto que eu nunca tinha visto na vida me ajudava a catar as folhas e eu nem reparei até que ele disse:

         - Concordo plenamente!

Surpreendi-me, pois ninguém nunca fica na sala após o sinal, por esse alguém estar me ajudando, por ele concordar comigo e por eu não ter sentido sua presença, coisa que geralmente acontece com qualquer um. Virei para ver quem era o excluído, “ele provavelmente é um desses caras que gostam de anime”, esse foi meu primeiro pensamento ao vê-lo de costas (ele usava uma calça jeans preta meio desbotada e larga, um Nike simples preto com o símbolo branco, uma camiseta preta com um escrito branco que lembrava uma banda de rock que não consegui ler certo, uma luva preta de couro com os dedos “cortados” e alguns detalhes em metal prata), após alguns segundos olhando conclui que ele era rockeiro. Quando ele se virou fiquei admirando-o, era de uma beleza exótica mais ainda assim muito bonito. Sua boca era perfeitamente desenhada, sua pele era bem clara, seus olhos eram amarelos (o que me lembrou um gato), era bem alto, mais ou menos 1,85/1,90, era bem fortinho, “deve ter tanquinho também.. UIII dlç” pensei um pouco travessa. “Tenho que parar com esses pensamentos, ele pode ser bonito e parecer gostoso, mas mesmo assim não quero me envolver com ninguém” não reparei muito no nariz, o cabelo era preto e liso, uma franja que caia no olho, que tampava a orelha e atrás ia até o começo do pescoço, usava aparelho (não sei por que mas homens de aparelho sempre me atraíram e sim, eu sou estranha). Sou muito direta:

- Pensei que estava sozinha

- E eu pensei que as garotas eram loucas pra sair da sala quando o sinal toca pra ir fofocar com as amigas de outras salas, mas pelo visto nós dois nos enganamos. Ricardo. – Ele disse estendendo a mão para um aperto

-Jennifer Venturi – Disse respondendo – mas pode me chamar de Jenny.

-OK, vamos indo? – Fui até a porta ver se se os corredores já haviam esvaziado, mas parecia que ele nunca tinha estado tão lotado. FODAS-SE se ele me achar estranha:

- Não, se quiser pode ir indo, mas eu vou esperar o corredor esvaziar! Odeio pessoas!

- Não, vou te esperar. – como assim, alguém preocupa comigo? *-* - Não odeio pessoas, mas detesto muitas coisas que elas fazem.

- Primeira pessoa que compartilha esse pensamento comigo! A propósito nunca te vi antes.

- Jura? Bom, eu não me considero mais novato já que estamos em maio, mas eu entrei na escola esse ano. Você é bem distraída, não? – “Nossa, como eu não reparei em um novato tão gato? *o*” Pensei coisa que não devia novamente. Olhei para o corredor e ele estava praticamente vazio.

- Vamos agora? – chamei-o.

-Vamos

Ele me acompanhou até o restaurante onde eu ia almoçar, durante todo o caminho ficamos em silencio. Fui dar tchau à ele quando ouvi disparos. Ele berrou para que eu me abaixasse. Claro que me abaixei.

TO BE CONTINUE