Shouting escrita por Katrina Esvanneesh


Capítulo 1
Deveres


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic de Vampire Knight.Não me matem.^^'

Pode ter spoiler para quem ainda não leu o capitulo 70 em diante.



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            Mesmo fragilizada pelos atos negativos de seu irmão, – e noivo–, Kaname Kuran, Yuuki acreditava em sua inocência. Afinal atos maldosos são altamente compreensivos, a partir que haja uma ótima justificativa.

             Ela o amava, e sempre o amaria; algo suficiente para manter o amor que os ligava de forma tão intensa. Muitos vampiros nobres invejavam seu status como Princesa Kuran, por isso Yuuki buscava de todas as formas entender o mundo em que Kaname vivia. Infelizmente um mundo escuro, quase impenetrável.

            E a partir destes atos, Yuuki acabou em um lugar não muito apropriado para um vampiro. A Associação de Caçadores. O que a deixava relutante, insegura, amedrontada a ponto de desejar com todas as forças, estar sobre o abraço acolhedor de seu irmão. Por um lado ela estava feliz, afinal poderia rever Kaien, aquele que, quando humana; a acolheu com todo o carinho de um pai.

            E também poderia ver ele. Aquele que inconsciente lhe atormentava todas as noites, sugando todo o acalentar que circulava por suas veias. Mesmo quando achava estar tudo sobre controle, um ou outro fato sempre os ligava. Uma ligação proibida há muitos anos.

            Martelava o peito e a consciência, e naquele único momento, Yuuki se fechava na própria mente, chamando o único que poderia lhe acalmar, mesmo que momentaneamente. Pois quando sozinha, os pensamentos sempre a assombravam.

            – Onii-sama... Onde você está? – abraçou o próprio corpo, e deixou que as lágrimas silenciosas rolassem a face macia e rosada. Ela estava deitada sobre a simples cama, muito diferente da luxuosa que possuía na antiga casa de seus pais, hoje, casa dela e de Kaname. – Eu preciso de você... Não me deixe sozinha. – passeou a mão até a garganta, comprimindo a sede que sentia, arfando silenciosamente para evitar qualquer importuno.

            O cheiro dele estava em todos os lugares daquele ambiente. O perfume nostálgico, fresco, – como a geada da madrugada –, lhe preenchia os pulmões acariciando as próprias veias e correntes sanguíneas. Mas ela lutava com bravura, chamando somente aquele que lhe era permitido, uma aprovação. Ela amava Kaname, não havia dúvidas, mas porque tanta dor e sofrimento? Yuuki possuía tudo, desde poder até a pessoa amada. E mesmo com tudo nas mãos, a infelicidade lhe perseguia sobre as próprias sombras.

            – Eu preciso sair daqui. – ela murmurou apoiando as mãos no colchão, levando as pernas para fora da cama. Pegou a caixinha de comprimidos que estava sobre a cômoda, e correu para fora do quarto. – Preciso encontrar Kaname-onii-sama.

            As enormes escadarias daquela casa ostentavam em serem obstáculos, atrasando a velocidade de seus passos para a falsa liberdade. O vento gélido envolveu seu corpo, assim que abriu a porta, jogando-se na noite fria de Outono. As pernas movimentavam-se em uma velocidade incrível, jogando-se para frente a cada passo. Onde Kaname estaria àquela altura, por que mundos, lugares, por onde? Estaria triste, solitário?

            – O quê? – berrou ao sentir uma enorme mão lhe envolver o braço, puxando-a para trás novamente. O simples toque se transformou em uma corrente elétrica, arrepiando todos os poros da pele ao notar que o proibido estava ali.

            – Testemunhas não podem sair da associação sem requerimento dos superiores. – a voz imponente e intrusiva do caçador lhe acordou de todos os devaneios ao assimilar aquela forma.

            Em um ato de defesa, Yuuki girou o corpo e se afastou daquela elegante e furiosa mão pálida. O olhar marcante fulminava sobre seu rosto, tão frio que poderia congelá-la ali mesmo.

            – Zero, me deixe. – ela berrou, deixando os pés darem passos involuntários para trás. – Eu preciso encontrar o Kaname-onii-sama. Eu... Não chegue perto de mim!

            – Irei reportar para a Associação. – virou o semblante na direção do clã dos caçadores. – Não deixara de ser uma criminosa, assim como aquele homem. – baixou a face, e deixou um sorriso fino emoldurar os lábios. – Impedindo que a turma da Noite seja aberta novamente.

            Yuuki ponderou por alguns segundos, mas não havia argumentos suficientes para rebatê-lo. Ele estava certo. A única pessoa que poderia assumir as responsabilidades de Kaname, era a princesa Kuran. Visando a diplomacia e a supremacia de um sangue-puro sobre os nobres, mantendo assim o controle entre vampiros e humanos.

            – Você está certo. – Yuuki puxou do bolso do casaco algumas pastilhas que haviam escapado do vidrinho. Zero podia escutar com clareza o retumbar dentro do corpo da vampira, acelerando o próprio coração.  Ele assentiu silenciosamente, antes de continuar o percurso até a casa.

            Precisava se recompor rapidamente, pois havia muitos vampiros para caçar naquela noite. O que era bom, pois ocupava grande parte de sua mente. Para um solitário, a melhor companhia, mesmo que taxada como ruim, era à sombra da morte.

            Zero amava Yuuki, – mesmo livre de suas escolhas –, aquele era o caminho que ela decidiu seguir. Uma escolha que o fez desistir de toda a humanidade que ainda lhe envolvia, obrigando-o a seguir um caminho silencioso e gélido. Aceitando assim, a felicidade de sua amada e gentil Yuuki, mesmo que um dia tivesse que matá-la.


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Notas finais do capítulo

Obrigado quem chegou até aqui. Um comentário não faz mal. :3



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